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ENOTURISMO 20 REGIÕES PARA PLANEJAR SUA PRÓXIMA VIAGEM VINHO NATURAL ENFIM UMA CLASSIFICAÇÃO? ENÓLOGOS DISCUTEM VINHO E PIZZA HARMONIZAÇÕES IDEAIS PARA 32 SABORES DIREÇÃO PUBLISHER Christian Burgos - christian@innereditora.com.br DIRETORA DE OPERAÇÕES Christiane Burgos - christiane@innereditora.com.br REDAÇÃO EDITOR Arnaldo Grizzo - a.grizzo@revistaadega.com.br EDITOR CADERNO SABOR Robert Halfoun - robert@sabor.club CONSELHO EDITORIAL Guilherme Velloso e Robert Halfoun DIRETOR DE ARTE Ricardo Torquetto - ricardo@innereditora.com.br EDITOR DE VINHO Eduardo Milan - eduardo.milan@revistaadega.com.br COLABORADORES André Mendes, Christiane Miguez, Felipe Granata Kosikowski, Guilherme Velloso, Lucas Bertolo, Mauricio Leme e João Paulo Gentille (texto) PUBLICIDADE publicidade@innereditora.com.br +55 (11) 3876-8200 – ramal 11 REPRESENTANTES COMERCIAIS Renato Scolamieri - renato@rscola.com.br Sônia Machado - sonia@vistamontes.com.br Carminha Aoki - carminhaaoki.saboreadega@gmail.com MARKETING COORDENADOR Vinícius Araújo - vinicius@innereditora.com.br ARTE Leandro Soares - arte2@innereditora.com.br INTERNATIONAL SALES Estados Unidos Inner Publishing - sales@innerpublishing.net FINANCEIRO financeiro@innereditora.com.br CIRCULAÇÃO R.Scola Marketing Editorial ASSINATURAS assinaturas@innereditora.com.br +55 (11) 3876-8200 Distribuição Nacional pela Treelog S.A. Logística e Distribuição ASSESSORIA JURÍDICA Machado Rodante Advocacia - www.machadorodante.com.br IMPRESSÃO Grass Indústria Gráfica DISTRIBUIDOR EXCLUSIVO PARA O BRASIL Total Publicações Revista ADEGA é uma publicação mensal da INNER Editora Ltda. A Inner Editora não se responsabiliza por opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados e assinados na revista ADEGA, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es). www.revistaadega.com.br Tudo natural Os vinhos naturais sempre foram tema de discussões acaloradas. A França deu um passo ousado e colocou lenha no fogo, ao definir uma denominação e regras para qualificar estes vinhos. Fomos além, discutindo com produtores brasileiros os prós e contras destas regras e sua aplicabilidade por aqui, o que se traduziu em uma robusta matéria que temos orgulho de publicar nesta edição. Falando em vinhos naturais, aproveitamos para trazer à tona duas das principais uvas (Rkatsiteli e Saperavi, anote esses nomes) da Geórgia, considerada o berço da vitivinicultura mundial e inspiração para os produtores “naturebas”. E dentro do tema “regaste de tradições”, Patricio Tapia explica a importância do Tannat da região de Las Violetas, no Uruguai. Tradição também é abrir um vinho com a pizza, não? Pois bem, elencamos 32 possibilidades de sabores e diversas opções para combinar com eles. Enquanto você brinca com a arte da harmonização, pode conferir, em nossas páginas, as obras de arte da Bodega Otazu, na Espanha, com sua incrível arquitetura. A Covid-19 nos fez refletir sobre o que valorizamos e sentimos falta. Um dos pontos, obviamente, são as viagens para regiões vinícolas ao redor do mundo. Belas paisagens, ótimos vinhos, gastronomia de alto nível, acomodações confortáveis, tudo isso (e muito mais) congregado torna essas experiências singulares. Por isso, ADEGA enumerou lugares que devem estar na sua lista assim que a pandemia acabar. Outra carência nas nossas listas pessoais nessa época são os chefs e restaurantes que valorizam o vinho. Por isso, decidirmos investir e crescer. A partir desta edição, ADEGA conta com um novo caderno que destacará chefs, restaurantes, ingredientes, receitas e histórias saborosas. Para chefiar a edição deste caderno, escalamos nosso especialista em gastronomia Robert Halfoun, que já conduz a plataforma Sabor.club e, nos últimos meses, assumiu a condução do site e das redes sociais de ADEGA. Sob sua supervisão, em abril, ADEGA bateu recorde, ultrapassando organicamente os 238.000 leitores únicos. Além de editar o caderno Sabor e conduzir nossa pegada digital, Robert vai fazer parte do conselho editorial de ADEGA, unindo-se ao experiente jornalista Guilherme Velloso. Juntos vamos continuar ajudando o vinho a fazer sua magia e, ao mesmo tempo, aproveitar a vida com as pessoas de que mais gostamos. Saúde, Christian Burgos e Arnaldo Grizzo EDITORIAL | 62 26 44 26 ENOTURISMOUma seleção de lugares que devem estar na sua lista para a próxima viagem 40 ENOBUSINESSQuantos carrinhos de compras de supermercado no Brasil saem com vinho? 44 62 HARMONIZAÇÃO Qual o vinho perfeito para sua pizza? Encontre sugestões para 32 sabores ESCOLA DO VINHO Classificação francesa de vinho natural gera debate no mundo e também no Brasil 42 VINHO E SAÚDEEstudo indica como o resveratrol age e a importância da “socialização do vinho” 60 TENDÊNCIASLas Violetas e a essência do Tannat do Uruguai, na visão de Patricio Tapia CONTEÚDO | 81 70 97 70 DOCRkatsiteli e Saperavi, as uvas georgianas que você deveria conhecer TODO MÊS | CARTAS | ADEGA RESPONDE | MUNDOVINO | ENOCULTURA | CAVE | CLUBE ADEGA | QUEM DISSE 6 8 10 24 97 107 114 76 ENOARQUITETURAA “catedral do vinho” da Bodega Otazu e suas incríveis esculturas gigantes 76 81 CADERNO SABOR.CLUB• Chef Ana Soares e a arte de comer em casa • Simples assim: frutas assadas em especiarias • O “azeitólogo” explica tudo sobre o óleo de oliva • Clube Sabor.Club ADEGA >> Edição 1756 CARTAS | E S C R E V A P A R A R E D A C A O @ R E V I S T A A D E G A . C O M . B RQuer ver sua foto publicada aqui? Siga @revistaadega e marque as imagens com #revistaadega PRODUTOR Sou assinante da revista ADEGA desde 2011. Sou apaixonado pela cultura de uva e vinho. Meu pai faz vinho há 60 anos na cidade de Campinas do Sul, região do Alto Uruguai. Meus amigos viviam insistindo para eu investir nessa cultura, mas como moro em Curitiba, e é um pouco distante da casa do meu pai, sempre ficava com um pé atrás. Mas ano passado resolvi me aventurar e acabei plantando as variedades casca dura e bordô. Quem sabe as próximas a serem plantadas sejam viníferas. Segue fotos do meu parreiral de agosto 2019 e abril 2020. Renato Valentini ANTIGUIDADE Possuo em minha adega, deixada pelo meu pai, nascido em 1910 em Turquel- Alcobaça, uma garrafa de vinho meio-seco (selada original), titulada “Caves da Raposeira, Lamego, Portugal, vinho espumante natural, método champanês, reserva de 1906”. Tenho a curiosidade de saber se esta garrafa é uma raridade no mundo do vinho e, se a mesma está apta a ser degustada. Sou grato por vossa colaboração e orientação técnica. JMonteiroRF Certamente trata-se de uma raridade, embora não seja um tesouro do ponto de vista econômico. Em nossa opinião, existem três fins para esta garrafa. Ser exibida em sua adega, sobretudo se o estado da garrafa e rótulo estiver em boas condições. Oferecê-la para o produtor que poderá incorporá- la à sua vinoteca. Ou, por curiosidade enófila, abri-la e ver como está o vinho. A probabilidade do vinho em si estar bom é pequena, e se estiver é um vinho para pessoas que apreciam vinhos muito evoluídos. Esperamos ter contribuído. LOJA VIRTUAL Moro em São Luís, no Maranhão, e faço 48 anos no dia 9 de maio. Em virtude da atual situação que passamos por conta dessa pandemia, a grana anda muito curta. Também ainda não acho aconselhável uma festa. Por isso, estou tentando encontrar uma loja (na internet) onde eu possa comprar uma boa seleção de vinhos – umas oito ou 10 garrafas – variados, diferentes do que se encontra nos supermercados daqui e que sejam baratos. Se possível que também venda queijos para acompanhar os vinhos. É difícil saber que lojas são confiáveis e a oferta é muito grande. Ficaria extremamente agradecido por com uma indicação. Luis Francisco Figueiredo Entendemos a situação. Há diversas importadoras que entregam seus vinhos no Brasil todo, como World Wine, Mistral, Vinci, Winebrands, Qualimpor, Domno, Adega Alentejana, entre várias outras (isso sem falar de produtores nacionais). Todas possuem catálogos vastos com vinhos dos mais variados preços e são todas confiáveis. Alguns sites como do grupo Pão de Açúcar também congregam vinhos das mais diversas importadoras pelos mais variados preços. Creio que uma busca nesses sites lhe ajudaria. Fizemos algumas matérias sobre Chablis, que estão disponíveis em nosso site. Seria alguma dessas? https://revistaadega.uol.com.br/artigo/chablis-terra-da-chardonnay_4144.html https://revistaadega.uol.com.br/artigo/chablis-premier-cru-uma-questao-de- climat_4772.html https://revistaadega.uol.com.br/artigo/dicas-de-harmonizacao-com-chablis_12002.html Qual é a edição que traz pesquisa sobre vinhos Chablis?” Celio Finazzi ADEGA >> Edição 1758 ADEGA RESPONDE E N V I E S U A S D Ú V I D A S P A R A R E D A C A O @ R E V I S T A A D E G A . C O M . B R Esquentando “O que é termovinificação? Só é uma técnica utilizada para a produção de vinhos mais simples?”, questiona o leitor Fabiano Morais Termovinificação é o aquecimento de uvas a temperaturas entre 60 e 80°C antes da fermentação. É uma técnica antiga, cujo objetivo inicial é, antes de tudo, permitir a rápida extra- ção de polifenóis e aromas, e, com isso, promover uma rápida rotação das uvas nas cubas de fermentação em grandes es- truturas. Essa técnica existe há muito tempo (há pes- quisas sobre isso desde o início do século XX) e é usada para aumentar a extração de cor e tanino de variedades relativamente deficientes nessas duas características, e ainda há quem use na tentativa de inibir a ação da Botrytis e da Brettanomyces, leveduras que podem comprometer o vinho. O calor ajuda a quebrar as estruturas celulares, liberando pigmentos e taninos, e compostos voláteis sem a presença de etanol. Acredita-se que alguns compostos aromáticos ou seus precursores não são voláteis desprendendo-se apenas na fermentação, mas o calor os libertaria desde o início, tornando os vinhos mais frutados, mas menos complexos. Por isso, há quem defenda que a termovinifica- ção diminui o caráter varietal dos vinhos. Mas então essa técnica só seria usada para vinhos mais simples e padroniza- dos? Nem sempre. Há produtores que usam a termovinificação em parte da sua produção, como por exemplo, em algu- ma variedade específica que será incor- porada a um blend. Há alguns ainda que usam métodos de aquecimento moder- nos, especialmente uma técnica chamada de “Flash-Détente”, que aquece as uvas e volta a resfriá-las rapidamente em vácuo. Isso teoricamente maximiza a extração de componen- tes sem tantas perdas quanto nos processos de ter- movinificação convencionais. Por fim, a discussão em torno de como e se a termovinificação deve ser usada em determinados tipos de vinho é latente. Ela ajuda os produtores de grandes volumes a extrair mais componentes e padronizar seus vinhos, mas nem todos utilizam. Ao mesmo tempo, pode ser útil para fazer ajus- tes em algumas variedades que compõem blends de alta gama. Há quem opte por não fazer para não perder a tipicidade da casta e da sa- fra. Enfim, as visões podem variar, assim como as técnicas. ADEGA >> Edição 17510 MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O Uma época de muito vinho Descorchados e ProWine vão compor “semana do vinho” em outubro DIA 19 DE OUTUBRO, segunda-feira - lançamento DIA 23 DE OUTUBRO, sexta-feira - lançamento SÃO PAULO RIO DE JANEIRO SÃO PAULO DIAS 20, 21 E 22 DE OUTUBRO, terça a quinta-feira Diante do cenário ainda incerto sobre a pandemia de Covid-19, a organização do Descorchados 2020 decidiu postergar mais uma vez a data do lançamento do principal guia de vinhos da América do Sul. Como se sabe, o lançamento do livro de Patricio Tapia seria feito em março, contudo, havia sido adiado para agosto, antes mesmo de o governo decretar estado de calamidade e instruir pela não realização de atividades que pudessem levar à aglomeração de pessoas. Agora, um novo adiamento foi necessário e o evento ocorrerá em outubro, na mesma semana da ProWine São Paulo. “Estamos seguindo atentamente o desenvolvimento da Covid-19 no mundo, e em especial na América Latina. Como já sabem, antes mesmo de qualquer instrução do governo, tomamos a medida de mudar a data de nosso evento de lançamento em São Paulo e no Rio de Janeiro de março para agosto. Uma vez que o prazo para o fim da quarentena pelo Covid-19 segue indefinido, decidimos mover novamente a data dos eventos para 19 de outubro (São Paulo) e 23 de outubro (Rio de Janeiro). Nesta mesma semana, realizamos outro grande evento, a ProWine São Paulo, de 20 a 22 de outubro, e, com isso, estamos criando a mais importante semana do ano para trabalharmos o mercado brasileiro”, afirma Christian Burgos, Publisher da Inner Editora e Eventos, responsável pela realização dos dois eventos. Dessa forma, o calendário ficará o seguinte: ADEGA >> Edição 17512 MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O Ajuda na pandemia Concha y Toro vai além de doar álcool em gel Durante a crise causada pela Covid-19, a Viña Concha y Toro decidiu atuar firmemente no combate ao vírus. Assim como outras vinícolas pelo mundo, a empresa chilena também está doando álcool em gel e desinfetante, contudo, sua ação vai ainda mais longe e ela certificou seu laboratório de pesquisas para fazer o diagnóstico da doença. O laboratório de biologia molecular do Centro de Pesquisa e Inovação (CII) da Viña Concha y Toro foi certificado pelo Laboratório de Pesquisa Biomédica da Universidade Católica de Maule (UCM) para operar sob a supervisão do Serviço de Saúde Maule e realizar testes para a detecção de SARS-Cov2 ou Covid-19, como parte da rede de laboratórios articulados pelo Ministério da Ciência, Inovação, Conhecimento e Tecnologia do Chile. Os recursos do laboratório destacam-se pela robotização e automação de seus processos, incluindo, entre outros, um equipamento Hamilton Microlab STARLet que processa 2.300 amostras diariamente e um qPCR Thermofisher QuantStudio 5 com capacidade de diagnóstico de 768 amostras por dia. “Queremos aproveitar para usar nossa capacidade de colaborar para superar conjuntamente essa crise, apoiando a prevenção e o diagnóstico precoce. Como parte de nossa contribuição para o Fundo Privado de Emergência em Saúde, juntamente com a doação de álcool em gel às autoridades, também disponibilizamos equipamentos de ponta e nossa equipe de profissionais do Centro de Pesquisa e Inovação. Esse marco completa uma primeira etapa que também incluiu a transferência de equipamentos para extração de RNA para a UCM e o Hospital de Talca”, disse Eduardo Guilisasti, gerente geral da Viña Concha y Toro. A Viña Concha y Toro ainda fará uma doação de 50 mil litros de álcool em gel e desinfetante em diferentes formatos, o que permitirá alcançar pessoas e organizações que o necessitem. Entre eles, a rede de laboratórios de diagnóstico Covid-19, redes de saúde do Ministério da Saúde e outras comunidades. Destes, 40 mil litros correspondem ao álcool em gel fabricado com álcoois da empresa através da Winkler e 10 mil litros de desinfetante fabricados na planta de Lontué na Viña Concha y Toro e que serão entregues ao escritório de administração da região de Maule para distribuição local. Seguindo todos protocolos de segurança, para sua conveniência a Mistral reforçou o atendimento por telefone, email, mensagens e, claro, pelo site www.mistral.com.br — onde vc encontra os vinhos dos produtores mais premiados. Se desejar a orientação de um de nossos sommeliers para encontrar o vinho perfeito, entre em contato conosco também por telefone, por email ou aplicativos de mensagens, com toda facilidade. OS MELHORES VINHOS DO MUNDO ESTÃO AQUI, NA MISTRAL, E TAMBÉM NA SUA CASA. OS MELHORES VINHOS DO MUNDO CHEGAM RÁPIDO EM SUA CASA Compre pelo telefone: (11) 3174-1000 Consulte www.mistral.com.br/atendimento para receber a consultoria de um sommelier especializado, ou acesse nosso site: www.mistral.com.br FR ET E GRÁTIS F R ETE G RÁ TI S Receba seus vinhos favoritos em sua casa com segurança, conforto, rapidez — e frete grátis para todo o Brasil nas compras acima de R$99. ADEGA >> Edição 17514 MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O Trifeta Casas de Vinho do Porto decidem declarar Vintage pelo terceiro ano seguido Os anos Vintage no Vinho do Porto são considerados excepcionais. Esses anos maravilhosos, em que o clima colabora de uma forma espetacular capacitando as vinícolas a produzirem seus melhores vinhos, são relativamente raros. De uma a três declarações de Vintage geralmente ocorrem por década e é muito incomum que ocorram anos consecutivos. Mas o que dizer quando isso acontece por três anos seguidos? Pois bem, a safra de Vinho do Porto de 2018 está sendo amplamente anunciada, já que as principais casas começam a fazer suas declarações, isso após já terem declarado as safras de 2016 e 2017. A Taylor’s, por exemplo, é uma das que anunciou seu terceiro Vintage seguido. “Embora uma declaração normalmente aconteça apenas cerca de três vezes por década, a sequência excepcional de anos significou que a Taylor pode fazer um terceiro Vintage consecutivo. Isso é muito incomum, mas nosso princípio é que apenas declaramos um Vintage clássico quando a qualidade está presente e isso é ditado pelo ano, e não por qualquer outra consideração”, disse Adrian Bridge, diretor administrativo da Taylor’s. A Fonseca e a Croft, que como a Taylor’s são de propriedade da The Fladgate Partnership, também lançarão Vintage 2018. “A safra de 2018 produziu excelentes Vintage, com a maior intensidade de cor das safras recentes, sempre um sinal de boa extração e longevidade”, afirmou David Guimaraens. A Fonseca lançará um Porto Vintage Guimaraens 2018; o primeiro engarrafamento com o selo Guimaraens desde 2015. Single Quintas da Crof, como o Quinta da Roêda, e da Symington Estates, como o Quinta do Vesúvio, o Dow’s Quinta da Senhora da Ribeira, Dow's Quinta do Bomfim, Graham's Quinta dos Malvedos, Warow's Quinta da Cavadinha e Cockburn's Quinta dos Canais, também serão lançados. Os Symington, assim como a Taylor’s, fizeram sua primeira declaração geral consecutiva. A Quinta do Noval também declarou Vintage. O diretor administrativo Christian Seely comentou: “Talvez não seja de surpreender que declaremos o Porto Vintage da Quinta do Noval 2018. Como 2017, 2018 foi um ano de baixos rendimentos, mas por diferentes razões. 2017 foi um ano de seca extrema, enquanto 2018 foi marcado na primeira parte do ano por fortes chuvas. Posteriormente, no entanto, um longo verão quente e seco se seguiu”. Confira as melhores safras de Vinho do Porto dos últimos 50 anos https://revistaadega.uol.com.br/artigo/ o-melhor-do-vinho-do-porto_12095. html Tinto do rap Snoop Dogg lança vinho californiano O astro do rap Snoop Dogg colaborou com a marca de vinhos australiana 19 Crimes para criar um blend tinto da Califórnia. O Snoop Cali Red é uma mistura de 65% Petite Syrah, 30% Zinfandel e 5% Merlot que será vendido nos Estados Unidos por US$ 12. A Treasury Wine Estates, proprietária da marca 19 Crimes (e também da Penfolds), considerou Snoop Dogg um bom parceiro, pois ele “encarna o mesmo espírito de violação de regras, criação de cultura e superação de adversidades que inspiraram o elenco original de heróis rebeldes da 19 Crimes”. Inspirada pelos “condenados que se tornaram colonos que construíram a Austrália”, a 19 Crimes foi uma das primeiras marcas comerciais de vinho a exibir um rótulo de realidade aumentada. A marca presta homenagem aos milhares de home e mulheres britâni que foram exilado para a Austrália no século XVII por cometer um ou mais dos 19 crimes apontados pela corte inglesa como passíveis de tal punição, tais como bigamia ou até se passar por um egípcio (como eram conhecidos os ciganos durante um período da história britânica) ens icos s o . ADEGA >> Edição 17516 MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O Granizo Tempestade atingiu vinhedos de Bordeaux No dia 17 de abril, uma enorme tempestade causou estragos na região de Bordeaux. Segundo estimativas preliminares, cerca de 600 a 800 hectares de vinhedos teriam sido atingidos com perdas de 80%, afirmou a Câmara de Agricultura da região de Gironde. Um produtor de vinhos Bordeaux Supérieur em Entre-deux-Mers disse ao jornal Sud-Ouest que o granizo destruiu a safra deste ano em 27 de seus 30 hectares. Em Saint-Émilion, Philippe Raymond, diretor técnico do conselho de vinhos de Saint- Émilion (CVSE), disse que os danos causados pelo granizo foram irregulares. Algumas propriedades relataram poucas perdas. “Tivemos sorte desta vez. Embora tenhamos 60 hectares, fomos atingidos apenas na fronteira de Le Dôme – mas isso danificou as folhas e não os brotos", disse Jonathan Maltus, do Le Dôme e dono do Château Teyssier, Martin Krajewski, proprietário de Clos Cantenac, no lado oeste de Saint-Émilion, disse que uma parcela de 1,5 hectare de videiras na comuna de St-Suplice-de-Faleyrens foi atingida. “Em geral, as perdas podem ser insignificantes, inferiores a 2 a 5%, pois as videiras dessa parcela também estavam bastante atrasadas no crescimento”, disse. Várias propriedades de Saint-Émilion possuem sistemas de proteção antigranizo. O Château Croix de Labrie, propriedade Grand Cru de Saint- Émilion no leste da denominação, faz parte de uma aliança de 16 vinícolas que usa um sistema que ajudou a limitar os danos. O Château Figeac também investiu em proteção contra granizo. “Com a ajuda e atenção da equipe, felizmente não houve danos às vinhas”, disse o gerente geral e enólogo, Frédéric Faye. Top do top Safras aclamadas de Yquem e Cheval Blanc são oferecidas pela LVMH para arrecadar fundos para a caridade O grupo de artigos de luxo LVMH, dono de várias marcas de vinhos e bebidas destiladas, incluindo Krug e Yquem, lançou uma iniciativa de arrecadação de fundos para levantar dinheiro para membros de operações de hospitalidade no Reino Unido, França e Estados Unidos. A empresa lançou uma caixa mista de edição limitada com garrafas das mais conceituadas vinícolas do grupo. Ela pretende vender o lo por 2.000 libras cada para arrecadar dinheiro para apoiar o comércio de restaurantes que foi duramente atingido pela pandemia de Covid-19. Serão produzidas 300 caixas numeradas de seis garrafas – cada uma com a mensagem 'Juntamente com a indústria da hospitalidade' – para arrecadar 600.000 libras para três instituições de caridade: Hospitality Action (Reino Unido), La Fondation da França e Restaurant Employee Relief Fund (Estados Unidos). Cada caixa incluirá uma garrafa de: Château Cheval Blanc 2009, Château Cheval Blanc 2015, Clos des Lambrays 2016, Château d’Yquem 2017, Château d’Yquem 2015 e Château d'Yquem 2009. Esta não é a primeira ação da LVMH durante a pandemia. Antes, suas fábricas de perfumes começaram a produzir gel desinfetante para hospitais franceses, e 12 oficinas da Louis Vuitton mudaram a produção para costurar máscaras de proteção. OUTROS VINHOS Um leilão de caridade criado por produtores de vinho, comerciantes e negociantes de Bordeaux servirá para expressar a gratidão aos profissionais de saúde. O leilão on- line, coordenado pelo conselho de vinhos de Bordeaux (CIVB), será realizado nas datas inicialmente planejadas para a “Bordeaux fête le vin”, de 18 a 21 de junho e contará com lotes doados por profissionais do vinho de toda a região. No início de julho, todo o dinheiro arrecadado será destinado ao Hospital Universitário de Bordeaux para comprar equipamentos e melhorar as condições de trabalho da equipe de saúde dos hospitais de Gironde afetados pela Covid-19 ç te o ADEGA >> Edição 17518 MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O Diante da crise causada pela pandemia, restaurantes famosos dos Estados Unidos estão abrindo suas adegas para vender garrafas raras de vinhos clássicos. Diversos estabelecimentos tentam amenizar os efeitos do impacto econômico trazido pela Covid-19 dessa forma. Para aqueles com estoque, a venda de vinhos finos e raros forneceu receitas para ajudar a pagar funcionários. Uma garrafa do Romanée St-Vivant do Domaine de la Romanée-Conti da safra de 2015 está entre os vinhos premiados vendidos pelo restaurante três estrelas SingleThread, em Healdsburg, Califórnia, por exemplo. O coproprietário Kyle Connaughton disse que o restaurante também vendeu uma magnum de Meursault do Domaine Roulot safra de 1992, além de uma garrafa de Chablis Valmur do Domaine François Raveneau, de 1996. Outro restaurante três estrelas na Califórnia, Manresa, havia vendido aproximadamente US$ 50.000 em vinhos no começo de abril. Ele começou vendendo nomes como Roulot e Liger-Belair, da Borgonha, além da propriedade alemã Weingut Keller. “Na semana passada, vendemos algumas safras do Chablis Montée de Tonnerre da Raveneau, Produttori di Barbaresco Montestefano 2007, Domaine Marcel Lapierre Morgon 2011 e Arnot Roberts ’Clary Ranch’ Syrah 2014 de Arnot Roberts”, disse Jim Rollston, diretor de vinhos da Manresa. No Napa, o famoso restaurante Press ofereceu vinhos de sua adega on-line. Um porta-voz do restaurante disse que safras raras da Califórnia vendidas até agora incluem: Dickerson Vineyard Zinfandel de Ravenswood Winery 1989, Rutherford Hill Wines Zinfandel 1980, Bella Oaks Vineyard Cabernet Sauvignon Heitz Cellar 1981, Joseph Phelps Insignia 1997 etc. O restaurante Atrium, no Brooklyn, Nova York, realizou um leilão on-line de vinhos e destilados raros. Um lote apresentava garrafas Joseph Phelps Insignia de 1989 e 1990. As ofertas atingiram US$ 700. Outro lote foi uma garrafa de Jean Cavé Bas Armagnac 1972, com lances de US$ 150. “Estamos fazendo tudo o que podemos pensar apenas para ter um lugar onde nossos funcionários possam voltar”, disse Alex LaPratt, proprietário do Atrium. Venda de vinhos em restaurantes Para tentar amenizar impacto da crise, restaurantes consagrados vendem vinhos raros de suas adegas Vinho da quarentena Atores lançam vinhos para ajudar no combate à Covid-19 O casal de atores Ashton Kutcher e Mila Kunis lançaram um Pinot Noir “Quarentena” do Oregon e doarão 100% dos lucros para instituições de caridade que proporcionam alívio no combate à Covid-19. Para isso, eles se uniram à Nocking Point, com sede em Walla Walla, que foi fundada pelo ator canadense Stephen Amell e Andrew Harding, proprietário da Source Audio. A dupla de atores foi às redes sociais para anunciar o lançamento do vinho, que eles disseram ter sido inspirado em tomar bebidas e fazer refeições virtuais com seus amigos durante a quarentena. Mila teve a ideia original e Kutcher conseguiu entrar em contato com seu amigo Harding para colocá-la em prática. O Quarantine Pinot Noir 2018 é feito a partir de uvas provenientes do Willamette Valley, no Oregon, e foi produzido pela enóloga Sarah Cabot, da Battle Creek Vineyards. O preço é de US$ 50 para duas garrafas, ou US$ 40 para os membros do clube de vinhos Nocking Point. O rótulo é quase todo branco exatamente para que as pessoas possam escrever mensagens aos amigos enquanto desfrutam do vinho. Todos os lucros da venda serão doados a quatro instituições de caridade com as quais o casal já está trabalhando. Para quem quiser conhecer mais, acesse: https://officialquarantinewine.com/ MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O ADEGA >> Edição 17520 Recorde on-line Dados da Christie’s registram aumento de interesse em leilão virtual Compradores de 31 países dos cinco continentes participaram do leilão online da Christie's Wine & Spirits, sediado em Nova York, que durou duas semanas a partir de 24 de março. Isso marcou uma das maiores vendas on-line do grupo até o momento, com mais de 800 lotes oferecidos. A Christie's também destacou um interesse muito maior do que é normalmente visto nas vendas on-line, com “observadores” em 118 países. “Esta venda recebeu um número sem precedentes de visitantes únicos, mais de 20% acima da média das vendas de vinhos on-line, e de todo o mundo”, disse Chris Munro, chefe de vinhos da Christie's Americas. A venda arrecadou US$ 1.116.075. Houve um forte interesse em safras antigas de Bordeaux e da Califórnia. Os principais lotes incluíram uma caixa de 12 garrafas de Petrus 1990, que custou US$ 40.000, enquanto um lote de seis magnum da safra de 1985 foi vendido por US$ 18.750. Uma caixa de 12 garrafas do Château Lafite Rothschild 2002, em sua caixa de madeira original, foi vendida por US$ 7.500, enquanto um lote de 12 garrafas de 2005 foi vendido por US$ 6.875. Da Califórnia, uma seleção de vinhos da Harlan foi vendida por US$ 4.375, e um lote de Ridge Monte Bello Cabernet Sauvignon 1991 por US$ 6.875. Outras casas de leilão também tiveram sucesso online recentemente. A Acker Merrell & Condit vendeu aproximadamente US$ 7 milhões em vinhos em Hong Kong e Nova York por meio de dois leilões realizados ao vivo on-line. “O mercado de vinhos finos é bastante saudável e surpreendentemente resistente no momento. As pessoas ainda querem o seu vinho!”, disse John Kapon, presidente da Acker Merrell & Condit. “À medida que mais pessoas estão em casa, esperamos ver um aumento no consumo. Em vez de sair, as pessoas estão fazendo mais refeições em suas casas e provavelmente entrando em suas adegas para encontrar a harmonização adequada. O vinho deve ser apreciado, por isso, se nossa categoria puder ajudar a compartilhar alegria em momentos de incerteza, ficaremos felizes. E é difícil especular como isso afetará as compras futuras, mas acho que haverá uma curiosidade e interesse renovados no vinho que podem levar à coleção”, disse Munro. Mais vinho, por favor Idosa pedindo vinho na quarentena faz sucesso nas redes sociais A imagem de uma senhora canadense, confinada, segurando uma placa exigindo “mais vinho” se tornou viral depois de ser compartilhada por sua filha nas redes sociais. Kelly Muller postou uma foto de sua mãe Annette, de 82 anos, no Facebook, depois que ela foi até sua casa para verificar se precisava de algo. “Naquele dia, parei e dei uma buzinada para que ela soubesse que eu estava lá, e ela tinha uma placa pronta pedindo que eu pegasse mais vinho. Não fiquei chocada ao vê-la segurando uma placa feita à mão. Perguntei- lhe que tipo de vinho e ela disse: ‘Tinto? Branco? Isso não importa para mim. Todos têm o mesmo sabor’”, disse Kelly. 21Edição 175 >> ADEGA Força no on-line As vendas on-line de bebidas alcoólicas nos Estados aumentaram quase cinco vezes em período de pandemia Vitória bordalesa Empresa chinesa perde caso por uso da marca Bordeaux PENFOLDS NA CHINA Após uma década de litígios, a Treasury Wine Estates (TWE) anunciou que registrou com êxito a marca Ben Fu, marca chinesa da Penfolds. Em 1995, o então agente da Penfolds na China solicitou à Administração Estatal da Indústria e Comércio o registro de Ben Fu. Mas, após a Penfolds encerrar a parceria com o agente, a marca não foi renovada e ficou disponível novamente. Assim, ao longo dos últimos 25 anos, a Penfolds tem sido vítima de imitadores. Uma pessoa registrou a marca “Ben Fu” em 2009 e a Penfolds conseguiu invalidar o processo em 2019 e agora, enfim, todos os recursos foram esgotados. Após quase 10 anos de ação judicial, a TWE finalmente venceu a ação e é a proprietária dos registros de marca “Ben Fu” em relação ao vinho vendido na China e na Austrália. Segundo a consultoria Nielsen, as vendas on-line de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos aumentaram cinco vezes nas duas primeiras semanas de abril, em comparação com o mesmo período de 2019. Em relatório, a empresa destacou como os consumidores regulares aumentaram as vendas on-line de álcool desde que medidas de restrição de circulação começaram em meados de março no país. Observando as vendas totais de álcool do início de março até 18 de abril, a Nielsen registrou que as vendas no varejo de comércio eletrônico dobraram em comparação com um ano atrás (+ 234%) e aumentaram quase cinco vezes nas últimas duas semanas do período. Em termos de categorias, a maior taxa de crescimento nas vendas on-line foi observada nos destilados, embora o vinho continue a ter de longe a maior fatia do comércio eletrônico, comandando quase 70% das vendas na Internet. Considerando essa tendência, Danelle Kosmal, representante de bebidas alcoólicas da Nielsen, sugeriu que o crescimento nas vendas de bebidas on-line estava sendo impulsionado por consumidores que visitavam bares e restaurantes regularmente, mas que agora obviamente não podem. “Compreender como o consumidor frequente de bebidas está adquirindo álcool em canais externos agora será cada vez mais importante, principalmente porque fornecedores, restaurantes e cervejarias se apoiam em maneiras criativas de envolver esse grupo de consumidores”, disse. O Conselho Interprofissional do Vinho de Bordeaux (CIVB) venceu um processo contra uma empresa de vinho chinesa por violação de marca registrada no Tribunal Popular da Província de Shandong. No ano passado, o Penglai Yunque Chateau, de Shandong, foi acusado pelo CIVB de violar a marca registrada coletiva “Bordeaux”. Foi relatado que a empresa estava vendendo produtos vitivinícolas que não eram feitos da região vinícola designada, no entanto, ostentavam rótulos com "Bordeaux", e eram falsamente anunciados como “importados diretamente da região com qualidade garantida”. O tribunal decidiu que o uso indevido da marca levou à concorrência desleal. Portanto, a CIVB entrou com o processo para interromper a infração e compensar suas perdas. Como resultado, o tribunal declarou que o Penglai Yunque Chateau deve à CIVB cerca de R$ 400 mil. MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O ADEGA >> Edição 17522 Estoque parado Entidades alertam para um bilhão de litros de vinho que pode se perder na Europa O deputado europeu Eric Andrieu alertou que um bilhão de litros de vinho produzido na Europa poderia desaparecer devido à falta de armazenamento após o fechamento de bares, restaurantes e lojas em todo o continente, e queda nas exportações. Ele pediu à Comissão Europeia que intervenha, afirmando que a situação pode ter “sérias repercussões” no emprego, principalmente entre as pequenas empresas. Jean-Marie Barillère, presidente do Comitê Européen des Entreprises Vins (CEEV), disse: “Com o canal HoReCa (hotéis, restaurantes, cafés) fechado em quase todos os lugares, estimamos que 30% em volume e 50% em valor do mercado de vinhos da União Europeia estejam bloqueados. Além disso, e após alguns sinais de estocagem no início de março, as vendas caíram novamente nos supermercados no final do mês, reforçando a tendência negativa do mercado”. O CEEV declarou que todos os seus membros, que representam mais de 90% das exportações europeias de vinho, relataram uma queda nas exportações desde janeiro. O órgão montou um plano de emergência chamado Covid-19 Wine Package, que inclui medidas para fortalecer as finanças das empresas, além de recuperar e reconstruir o mercado. Ignacio Sánchez Recarte, secretário geral do CEEV, afirmou: “Para apoiar a recuperação dos mercados de vinho, solicitamos maior flexibilidade para programas promocionais, imposto temporariamente reduzido para produtos vitivinícolas e a adoção de uma estrutura moderna para venda à distância. É fundamental que o setor vitivinícola se recupere nos mercados de exportação. Para isso, é necessária uma rápida resolução da disputa comercial com os Estados Unidos, além de esforços adicionais para obter acesso a outros mercados”. Uma das preocupações com os vinhos estocados sem destinação é a possível falta de espaço nas vinícolas para a safra 2020 que deverá ser colhida em poucos meses. Alguns então propõem que esse estoque seja destilado e vendido para, entre outras coisas, produção de álcool em gel. Um construtor australiano resolveu transformar uma escada de sua casa em uma adega de vinhos capaz de conter 156 garrafas. Murray Berrill, de Victoria, construiu as escadas a um custo de 4.500 dólares australianos e publicou o resultado no Facebook. Cada degrau está equipado com uma gaveta com fendas para colocar as garrafas lado a lado. Berrill disse que as gavetas são bem isoladas e montadas em uma laje de concreto na base, em vez de nas próprias escadas, a fim de evitar vibrações. “Odeio o espaço morto ao reformar uma casa, pois você está basicamente pagando por nada. Por isso, pensamos em colocar o vinho nas gavetas dos degraus da escada e não atrás dela. Tivemos que descobrir como todas as garrafas se encaixariam e garantir que todo o design fosse forte o suficiente”, afirmou. O trabalho supostamente levou apenas uma semana e meia para ser concluído. Que tal tentar em casa? Adega na escada Homem transforma a escada de sua casa em adega 23Edição 175 >> ADEGA Foto do ano Premiação revela a melhor foto com tema de vinho do ano O concurso fotográfico ligado à alimentação Pink Lady tem, entre suas categoria, uma ligada ao vinho (patrocinada pela Viña Errázuriz). E, em 2020, o fotógrafo alemão David Weimann ganhou como fotógrafo de vinhos do ano, além da categoria “Pessoas”, com seu retrato de Meike e Dorte Näkel, enólogas da Meyer Näkel, em Ahr, Alemanha. O norte-americano Tom Hyland venceu a categoria “Lugares” com sua paisagem invernal de Castiglione Falletto na região de Langhe, no Piemonte. E o fotógrafo francês Patrick Desgraupes venceu a categoria “Produto” por sua imagem de um trabalhador no Clos St-Patrice em Châteauneuf-du-Pape. A cerimônia de premiação foi realizada on-line pela primeira vez desde o início da competição em 2011, com os vencedores anunciados em um evento ao vivo na noite de 28 de abril. O renomado fotógrafo de alimentos David Loftus foi o presidente dos jurados. "O mundo está nas garras do Covid-19 e a vida normal, seja qual for, parou para todos nós. Mas fotos como essas nos lembram os caminhos e hábitos culturais que significam muito para nós e nos unem. Todos somos iguais”, afirmou Caroline Kenyon, fundadora do prêmio Pink Lady Food Photographer of the Year. Prédio vivo Vinícola norte-americana recebe certificado inédito de sustentabilidade A Silver Oak, vinícola de Alexander Valley, Estados Unidos, tornou-se a primeira a ganhar certificação de sustentabilidade Challenge Living Building. Ela atendeu a rigorosos requisitos de eficiência energética, uso de água e design ecológico; e é a maior instalação de fabricação do mundo a ganhar o status de Living Building Ela foi certificada pelo International Living Future Institute (ILFI), sendo a primeira vinícola e apenas o 25º projeto de qualquer tipo do mundo a receber a designação. Fundada em 1972, ela é gerida pela terceira geração da família Duncan, que agora está solidificando sua reputação como líder em vinificação sustentável e ecológica. Suas instalações em Napa e Alexander Valley já haviam recebido a prestigiada certificação LEED Platinum anteriormente. “Receber a notícia foi emocionante, porque realmente definimos essa meta em 2012, quando compramos a propriedade. Então, estamos nessa há oito anos”, disse David Duncan. Os padrões da certificação recebida são codificados em sete “tópicos” de design e função: água, energia, materiais, local, saúde e felicidade, equidade e beleza. Um edifício certificado recicla e reutiliza o máximo de água possível, produz mais energia do que gasta, é construído sem materiais ambientalmente perigosos e fornece um local de trabalho confortável e atraente para os funcionários. O que talvez mais distinga a certificação é que o edifício deve demonstrar aos observadores da ILFI que pode operar nos níveis de água, energia e emissões que seu projeto promete por 12 meses. Para energia, os Duncans cobriram a maioria dos telhados da instalação com painéis solares, quase 2.600 deles, instalando uma bateria de fosfato de íon de lítio para armazenamento de energia. Eles acabaram gerando 104% das necessidades de energia da vinícola. Os painéis e as bombas de calor de CO2, em vez das caldeiras típicas de propano, aquecem a água necessária para a higienização. A água usada no processo de vinificação, para tarefas como prensas de lavagem e tanques de limpeza, é tratada com um dispositivo chamado biorreator de membrana e desinfetada com tecnologia ultravioleta e filtro de carvão; e pode então ser reutilizada para banheiros e irrigar as vinhas. ADEGA >> Edição 17524 ENOCULTURA Notas de rebeldia Filme mostra um mundo de sonhos em torno do vinho Lançado em março deste ano no ca-nal de streaming Netflix, o filme “Uncorked”, cuja tradução para o português ficou como “Notas de Rebeldia”, conta a história de um jovem negro de clas- se média que descobre o mundo do vinho e sonha em se tornar um Master Sommelier – honraria criada em 1969 e que menos de 300 pessoas possuem no mundo até hoje. A “dramaticidade” do título em português vem do fato de Elijah (nome do protagonis- ta interpretado pelo ator Mamoudou Athie) precisar desafiar a família para tentar algo diferente do esperado para seu futuro. A trama se passa ao redor de uma famí- lia de Memphis que vive em função de um restaurante (típica churrascaria do centro- -oeste norte-americano) herdado pelo pai do protagonista no qual quase todos os membros da família trabalham, inclusive o jovem Elijah, que faz meio período numa loja de vinhos. O pai, obviamente, quer que o filho dê continuidade ao legado da família e ainda planeja expandir os negó- cios. O jovem, contudo, mostra-se avesso a essa possibilidade e titubeante em relação ao seu futuro. Elijah, então, decide encarar o desa- fio de se especializar na área do vinho e ingressar no dificílimo curso para tentar o título de Master Sommelier – quem qui- ser conhecer mais sobre as dificuldades da prova há uma série de documentários sobre o tema chamada “Somm”, que esteve em cartaz na Netflix, mas não faz mais parte da grade. Para isso, ele desafia o pai, mas tem suporte da mãe e da namorada (a quem ele encanta fazendo uma comparação entre vi- nho e estilos musicais). Apesar da narrativa um pouco pre- visível e do fim estilo Netflix, o filme tem uma boa levada e mostra o vinho de forma glamorosa, capaz de abrir a mente, apresentar uma nova cultura e um ambiente de sofisticação. O vinho acaba perpassando as diversas situações, às vezes sendo o contraponto esnobe, às vezes a porta de entrada para algo maior, às vezes como forma de ligar duas coi- sas distintas (assim como o “selo de paz” entre pai e filho através de uma garrafa especial) etc. O filme mostra especialmente como funciona o mundo de quem sonha em se tornar um Master Sommelier, em que a pessoa precisa ser obcecada por vinho, es- tudar, provar, estudar, provar... Várias cenas mostram degustações às cegas em que os estudantes precisam não somente apontar as características do vinho, mas dizer com precisão qual rótulo estão degustando. Mas há também vários momentos de glamour, como uma visita ao Domaine Long-Depaquit, de Albert Bichot, e po- de-se dizer que o mote se resume a uma divagação do protagonista sobre o mo- mento em que começou a se apaixonar pelo mundo do vinho: “Quando recebo um vinho, como da França ou da Espa- nha, sinto que estou lá”. Serviço: Título: Notas de Rebeldia (Uncorked) Diretor: Prentice Penny Duração: 1 hora 44 minutos ENOTURISMO | p o r A R N A L D O G R I Z Z O ADEGA >> Edição 17526 Hotel Entre Cielos, Mendoza Dicas de atrações enoturísticas em 20 regiões “clássicas” e “alternativas”, e também nacionais Assim que o mundo “abrir” após a pande-mia, qual seria o destino de enoturismo que você gostaria de conhecer? Quem sabe realizar um sonho de visitar algum produtor famoso em um região tradicio- nal? Talvez algo menos corriqueiro e partir para se aventurar em regiões menos badaladas em busca de descobertas? Ou ainda fazer um tour nacional? En- fim, a COVID19 adiou os planos de multas pessoas e agora só resta esperar para que a situação “volte ao normal” pelo menos no que tange ao deslocamento de pessoas e abertura de hotéis, restaurantes e viní- colas para realizar aquele passeio maravilhoso que os enófilos gostam tanto de planejar. Convenhamos, enófilo de carteirinha “tira férias” em região vitivinícola, arruma desculpa para, durante uma viagem, passar por alguma vi- nícola, tenta descobrir bons locais para comprar vinhos, pesquisa por restaurantes respeitados por sua enogastronomia, etc. Então, para quem está apenas aguardando o momento para aproveitar o melhor do que o mundo do vinho pode propor- cionar em termos de experiência de enoturismo, fizemos uma seleção de 20 destinos, sendo 10 “clássicos imperdíveis” e 10 “ótimas alternativas”, além de dicas da Serra Gaúcha e Catarinense. Venha viajar conosco! 27Edição 175 >> ADEGA ADEGA >> Edição 17528 Toscana, Itália Ao pensar na Toscana, não há como não se imaginar degustando um vinho obser- vando o pôr do sol em meios às bucólicas montanhas ao redor de Firenze e Siena. Dali surgem os vinhos mais célebres da Itália, de denominações como Chianti e Brunello, que congregam alguns dos produtores mais tradicionais, e ainda há os famosos Supertoscanos. É difícil resumir o que há de melhor para se ver na região, visitas aos clássicos Antinori, Biondi Santi, Ricasoli, Banfi etc., são quase obrigatórias. A beleza de lugares como Castiglion del Bosco (do grupo Ferragamo), Castello di Ama (com suas obras de arte), Antinori (com sua arquitetura fenomenal), Castello di Nipozzano, Le Macchiole, Col d’Orcia etc., fazem com que estadias de poucos dias tragam sérias dúvidas sobre as viníco- las mais interessantes para visitar. Isso sem contar as cidades da região como Firenze e Siena, mas também San Gimignano, Pienza etc. Douro, Portugal A terra onde nasce o Vinho do Porto é má- gica. O rio Douro corta o norte português, cuja geografia é magnífica. Não à toa, um dos passeios mais fantásticos é o de barco. Há trajetos curtos, de algumas horas, apenas para apreciar a paisagens das mon- tanhas durienses com seus vinhedos em terraços, mas também há alguns cruzeiros que sobem e descem o rio em alguns pe- ríodos do ano. A lista de produtores consa- grados é gigantesca, mas algumas dicas de visitas infalíveis certamente são Quinta do Crasto, Quinta do Vallado, Quinta do Sei- xo, Quinta da Pacheca (onde você pode se hospedar em barricas) etc. Há ainda locais ótimos para se hospedar como o Douro Six Senses, o Vila Galé Colection Douro, The Vintage House, A Casa do Rio etc, isso sem falar no imperdível restaurante DOC do chef Rui Paula. “Clássicas” 29Edição 175 >> ADEGA Alentejo, Portugal Saindo de Lisboa, indo para o interior, a caminho de Évora, a paisagem alentejana lhe abraça. Com cidades com história riquíssima, castelos e fortes, e, obviamen- te, grandes vinhos, é a terra onde nasceu o clássico Pera Manca. Dessa forma, não há como não listar a Fundação Eugênio de Almeida (que produz o ícone citado) como visita obrigatória, mas há ainda a Herdade do Esporão (com seu restauran- te top e diversas opções de programas), Herdade da Malhadinha Nova, Herdade dos Grous, Herdade dos Coelheiros, L’And, Mouchão, entre tantos outros que devem ser visitados. A histórica cidade de Évora também é imperdível, com restau- rantes tradicionais como Fialho, e com hotéis maravilhosos como o Convento do Espinheiro. Reguengos de Monsaraz é outro passeio obrigatório. Bordeaux, França A “Meca” do mundo do vinho, visitar Bordeaux é quase uma obri- gação. Ali estão os “templos” que guardam alguns dos mais prestigia- dos vinhos do planeta. Em poucos metros, é possível passar de um Château a outro, de uma sub-região a outra, “venerando” cada palmo de terra que cria essas maravilhas vínicas. Bordeaux não é só a terra dos “cinco grandes”, Mouton, La- tour, Lafite, Margaux e Haut-Brion, mas também de uma infinidade de nomes consagrados como Yquem, Cheval-Blanc, Petrus, Angelus, Valandraud, etc. O restauran- te Lalique, dentro do Château Lafaurie-Peyraguey, assim como o La Chapelle, no Château Guiraud, são referências gastronômicas. Além da cidade de Bordeaux, obviamen- te, visitar Saint-Émilion e arredores deve estar na sua lista. Herdade dos Grous Château Margaux ADEGA >> Edição 17530 Borgonha, França A “essência do terroir” em cada garrafa, cada taça, cada gota de vinho. A Borgonha tem a aura e a mística de ser uma “terra sagrada”, onde as uvas Pinot Noir e Chardonnay produzem néctares divinos. É onde nasce nada menos que Romanée-Conti. Mas há muito mais do que esse mítico vinhedo (ao qual todos vão para bater uma foto em frente à cruz que o delimita) na re- gião que compreende os entornos de Dijon até Lyon. Aqui, apesar de também haver produtores célebres, as pessoas costumam visitar vinhedos, mas se você quiser ir além dos parreirais, pode dar uma passada pelo Domaine Long-Depaquit, as históricas Caves Patriarche, a cooperativa La Chablisienne, Domaine Faiveley, Clos de Vougeot etc. Champagne, França Não muito distante de Paris, Cham- pagne é a região das borbulhas por excelência. Tendo a bela cidade de Reims como ponto central e Eper- nay como ponto de encontro das maiores Maisons, Champagne é um lugar mágico, em que os principais passeios são subterrâneos. Sim, um dos maiores atrativos dos grandes produtores são suas caves escavadas em pedra calcária sob as cidades e vilarejos. São tantos os túneis e garrafas neles guardadas que fica difícil eleger quais os mais interes- santes. Alguns como Pommery, por exemplo, criaram interferências artísticas, outros como Taittinger possuem bases históricas longín- quas, casas como Deutz e Bollinger montam trajetos surpreendentes que culminam em salas de degustação deslumbrantes. Vale ainda pode vi- sitar os nomes mais cultuados como Veuve Clicquot, Moët & Chandon, Lanson, assim como pesquisar pequenos como Roger Coulon, Jacques Selosse, etc. Domaine Long-Depaquit Champagne Pommery Rioja, Espanha No norte da Espanha, ao redor de Logroño, acompanhando o rio Ebro, a região de La Rioja é famosa pelos Tempranillos, mas também por seu enoturismo de primeira. Uma lista de visitas não pode deixar de fora locais como a magnífica Marquês de Riscal, a histórica Bodegas López de Heredia Viña Tondonia, o incrível museu da Bodega Vivanco, além de muitas outras “bodegas” com arquitetura singular como Ysios, Baigorri, Muga etc. Lá estão produ- tores de renome (além dos já citados) como Marques de Caceres, Marques de Murrieta, CVNE, Ramón Bilbao, Muriel, Carlos Ser- res, Ontañón (que também possui um belo museu) etc. Há mais de 600 vinícolas na região, uma das mais prestigiadas do país, juntamente com Ribera del Duero. Para ajudar no planejamento de visitas, a região é dividida em três e o conselho regulador tem sugestões de passeios. Maipo, Chile No Chile, não é preciso ir muito além de Santiago para desfrutar do que de melhor é produzido no país. Sim, há diversas regiões vitivinícolas, cada uma com suas belezas, a maioria com opções de turismo de alto padrão, mas, no Maipo estão as vinícolas mais tradicionais do país. Quase sem sair da capital chilena, pode-se visitar a Concha y Toro (produtor dos clássicos Casillero del Diablo e Don Melchor), Santa Rita, Santa Carolina, Errázuriz (que produz os ícones Seña e Don Ma- ximiano), Aquitania, Undurraga, Haras de Pirque (com sua arquitetura singular em forma de ferradura de cavalo), Perez Cruz, Almaviva (a joint-venture entre Concha y Toro e Mouton Rothschild), El Principal, Cousino Macul, Casas del Bosque, Odfjell (de família noruegue- sa) etc. Opções de estadia de altíssimo padrão não faltam, como Las Majadas de Pirque, Hotel Casa Real, The Singu- lar, entre outros. Haras de Pirque Marques de Murrieta ADEGA >> Edição 17532 Mendoza, Argentina A cada ano que passa, Mendoza vai se tornando um destino obrigatório para os enófilos brasileiros. As vinícolas, cada vez mais, oferecem ótimas opções de passeios e, principalmente, hospedagem e gastronomia para os visitantes. Os voos diretos facilitam a presença brasileira por lá. Para quem ficar na cidade (há opções como Hyatt e Diplo- matic, entre outras), é possível contratar um motorista para visitar em toda a região, in- clusive no mais distante vale de Uco, onde a Zuccardi é parada obrigatória, por exem- plo. Mas, mais próximo, há Catena Zapata, Susana Balbo, Trivento, Norton, Terrazas de los Andes etc., quase todas com gran- des opções de gastronomia. Outro ponto obrigatório é El Enemigo, com o ambiente incrível de seu restaurante. A verdade é que tem sido difícil escolher roteiros ruins para fazer por lá e vale a pena revisitar a região de tempos em tempos. Napa Valley, Estados Unidos Desde os anos 1970, mais especifica- mente após o famoso “Julgamento de Paris”, os vinhos da costa oeste norte- -americana passaram a ser cultuados. A região do Napa transformou-se no ponto de ebulição das novidades vitivinícolas mundiais. De repente, o mundo todo passou a olhar para lá. Os investimentos pipocaram e o local hoje tem opções de enoturismo para todos os gostos. Lá se encontram os nomes mais tradicionais da vitivinicultura dos Estados Unidos como Mondavi, Stag’s Leap, Chateau Montelena etc., assim como também fica a mítica Opus One, parceria entre Mondavi e os Rothschild. A lista de visitas é sempre complicada, pois há de tudo para apreciar como, por exemplo, arquitetura estilo bizantino na Darioush, ou um castelo medieval na Castello di Amorosa, ou o estilo clássico da Ingle- nook, restaurada por ninguém menos que Francis Ford Coppola, ou as gran- des obras de arte na Artesa, ou a impo- nência da Domaine Carneros, enfim, o Napa é a Disneylândia do enófilo. Opus One Zuccardi Piedra Infinita 33Edição 175 >> ADEGA “Alternativas” Penedès, Espanha No nordeste da Espanha, perto de Barcelona, fica a denominação de Penedès, região nem sempre lembrada pelos enófilos quando vão à Espanha. Mas, devido à proximidade com Barcelona, dar uma esticada para visitar vinícolas e outras atrações na região é fácil. Ali ficam produtores importantes como a família Torres, mas também expoentes da produção de espu- mantes como Gramona, Codorníu e Freixenet. Há ainda vinícolas charmosas como Albet i Noya, Jean Leon, Finca Viladellops, Llopart, Agusti Torello Mata, por exemplo. É possível se hospedar em Barcelona e sair para visitas nas proximidades (50 quilômetros em média para alcançar as vinícolas da região), mas se quiser ficar em Penedès, as vinícolas Mas Tinell e Can Bonastre, por exemplo, possuem opções de estadia. Sicília, Itália Na ponta da bota, a Sicília é um local a ser descoberto. Terra dos ci- clopes na mitologia, a verdade é que a paisagem singular da ilha italiana é fascinante, especialmente pelo vulcão Etna, que caracteriza, de cer- ta forma, desde o povo até o vinho. A cultura é riquíssima, com in- fluências fenícias, gregas, romanas, cartaginesas, bizantinas, normandas etc., todas misturadas. Algumas boas indicações para visitar são as vinícolas Planeta, Donna Fugata, Tasca d’Almerita, Baglio di Pianetto, Nicosia, Feudi del Pisciotto, Tenuta Delle Terre Nere etc. Mas a ilha é repleta de história e pontos turísticos para intercalar com os vinhos, como o teatro romano em Taormina, a catedral de Palermo, o porto de Siracusa, as praias, e vale até uma esticada à ilha de Pantelleria. Bodegas Torres ADEGA >> Edição 17534 Alsácia, França Quando se fala em visitas a regiões vinícolas francesas, a Alsácia certamente não aparece entre as primeiras opções. No entanto, essa rica região na fronteira da França com a Alemanha (que aliás já dominou essas terras em diversas oportunidades, daí a influência na cultura regional), oferece enormes atrativos para o enófilo, especialmente os que apreciam vinhos brancos. Partindo da belíssima Estras- burgo, ou da charmosa Colmar, é possível visitar uma infinidade de produtores como os consagrados Zind-Humbrecht, Domaine Weinbach (no histórico mosteiro Clos des Ca- pucins, em Kaysersberg), Trimbach, Marcel Deiss, Hugel, Paul Blanck etc. É encantador sair à caça dos produtores pelas estradas da região passando por vilarejos como Riquewihr, Ribeauville, Bergheim, visitar o Château du Haut-Koenigsbourg, um castelo medieval nas montanhas de Vosges, etc. Patagônia, Argentina O “Fim do Mundo” tem sido um destino cada vez mais buscado por turistas. A região de Ushuaia, El Calafate e Neuquén, o que se considera a Patagônia Argentina, possui atrativos únicos, entre eles o Perito Moreno, glaciar conside- rado patrimônio da humanidade. Os hotéis na região são sensacio- nais como o Explora, o Resort Los Cauquenes e o Arakur. Como a região é muito extensa territorialmente, as cidades mais ao sul são “fora de mão” para quem pretende visitar vinícolas, mas os “aventureiros” podem ficar em Neuquén ou San Pa- tricio del Chañar, por exemplo, onde terão acesso mais fácil a vinícolas como Família Schroe- der, Malma, Fin del Mundo, Patritti, Coteaux de Trumao, por exemplo. A vila de Riquewihr 35Edição 175 >> ADEGA Santorini, Grécia A idílica ilha grega de Santorini, famosa por suas incríveis fotos do pôr do sol no Mediterrâneo, é outro ponto enoturístico menos usual. Pois é, com ótimas opções de hospeda- gens, vistas deslumbrantes, excelente gastronomia, a parte do vinho acaba ficando em segundo plano. Mas, todo bom enófilo vai querer conhecer os segredos desse paraíso, cuja produção tem características próprias, com vi- nhas centenárias, sistemas de cultivo singulares e uvas nativas pouco co- nhecidas, principalmente a Assyrtiko. E não são tão poucas assim as opções de visitas a vinícolas na ilha. Em sua lista você deve considerar o Domaine Sigalas, a Koutsoyannopoulos (com seu museu), a Boutari, a Art Space, a Gaia, a Vassaltis, a Venetsanos, a Santowines etc. Central Otago, Nova Zelândia Para se ter uma ideia da diversi- dade da natureza, das paisagens, do deslumbre que é a região de Central Otago, na Nova Zelân- dia, basta dizer que a trilogia do filme “Senhor dos Anéis” usou a maioria de suas locações lá. Mas além de servir de pano de fundo para esse épico do cinema, a região abriga uma vitivinicultura espetacular, onde se destacam os vinhos de Pinot Noir. Aqui pode- -se ter acesso a produtores como Rippon, Quartz Reef, Carrick, Felton Road, Akarua etc. O lugar é incrível para quem quer mesclar enoturismo e turismo de aventura, com trilhas de tirar o fôlego (no bom sentido) em uma natureza totalmente ímpar. ADEGA >> Edição 17536 Maldonado, Uruguai O Uruguai é outro país com tradi- ção vitivinícola que raramente fi- gura na lista de visitas dos enófilos, mas deveria. O enoturismo está em franco crescimento por lá e a pro- ximidade com o Brasil faz com que seja um destino fácil e atraente. O país tem fama por seus Tannats, mas há muito mais que isso sendo produzido. A região mais visitada é Maldonado, especialmente pelo balneário de Punta del Este. E é exatamente ao redor da cidade que ficam algumas das vinícolas mais charmosas. Por lá, vale a visita à Bodega Garzón (empreendimento espetacular do bilionário Alejandro Bulgheroni), à Viña Eden (com excelente restaurante), à Jose Igna- cio Bodega Oceanica (com linda arquitetura), à Alto de la Ballena (com sua linda vista) etc. Tasmânia, Austrália Localizada na costa sul da Austrália e banhada por três oceanos, a vitivinicultura da ilha se destaca por seus espumantes e Pinot Noirs. Tassie (como é carinhosamente conhecida) mantém 42% do seu território preservado em reservas naturais. As me- lhores opções estão ao redor das cidades de Launceston e Hobart, sua capital. Na primeira, a casa Jansz Tasmânia e a House of Arras são visitas obrigatórias. Na região fica o Cataract Gorge, um parque localizado a apenas 10 minutos de carro do centro da cidade e lugar ideal para fazer piquenique, caminhada e, no final da trilha, ao lado do rio, há uma piscina gigante. Já em Hobart, os destaques são a vinícola Stefano Lubiana, de produção biodinâmica, a Pooley Wines e a Moorilla, dentro do MoNa - Museum of Old and New Art, empreendimentos de David Walsh, apostador profissional, cole- cionador de arte e empresário. Bodega Garzón Moorilla 37Edição 175 >> ADEGA Oregon, Estados Unidos A vitivinicultura da costa oeste norte-americana não se resume à Califórnia. Cada vez mais os vinhos do Oregon vêm chamando a aten- ção. Além disso, as belezas naturais da região são capazes de atrair turistas que, além das paisagens, podem desfrutar de ótimos vinhos, especialmente os Pinot Noirs. Para se ter ideia do quanto os Pinots de lá estão em voga, os borgonheses da família Joseph Drouhin criaram lá uma base com seu Domaine Drouhin Oregon, que, obviamente, vale a visita. Mas você também pode visitar o Domaine Serene, Eyrie Vi- neyards, Ken Wright Cellars, King Estate, Archery Summit, Argyle, J.K. Carriere, Willamette Valley Vine- yards, etc. Stellenbosch, África do Sul Quando alguém diz que vai viajar para a África, logo pensamos em safari, certo? No entanto, há muito mais do que ver animais selvagens em seus habitats. A África do Sul tem um vitivinicultura tradicional e regiões impressionantes, com infraestrutura de primeira. Stellen- bosch não fica muito distante da Cidade do Cabo e reúne alguns dos mais conceituados produtores sul- -africanos. Waterford Estate, Dor- nier Wines, Delaire Graff Estate, Kanonkop, Tokara, Lanzerac, Spier Wine Farm, etc. Você pode ficar na capital e partir para as vinícolas, que geralmente ficam a cerca de meia hora de distância. E não se engane pensando que Pinotage é o que de melhor se produz em solo sul-africano, pois isso está muito longe de ser verdade. ADEGA >> Edição 17538 Serra Gaúcha Muitos dos que planejam passeios enoturísticos acabam esquecendo de incluir a Serra Gaúcha entre os locais para visitar. A região vitiviní- cola do sul do Brasil é de fácil acesso e tem opções das mais variadas. Locais como o hotel Spa do Vinho, Dall’Onder, Villa Michelon, assim como o mais intimista Vila Valduga, todos em Bento Gonçalves, ofere- cem conforto para os mais exigentes. Restaurantes como o Valle Rustico, Mamma Gema, Casa Madeira etc., destacam a culinária tradicional gaúcha sem perder os toques de requinte. Visitas guiadas pela Aurora, Miolo, Salton, Valduga etc., são capazes de mostrar um panorama dos produtos da região, assim como é possível visitar produtores menores pelos caminhos sinuosos, como os Caminhos de Pedra, passear pelo Vale do Rio das Antas, esticar até Gramado e Canela. Serra Catarinense Ainda não é um local de grande atração para os enófilos, mas a Serra Catari- nense tem seus encantos. A região de São Joaquim é maravilhosa, com seu parque nacional, não muito distante da famosa Serra do Rio do Rastro, ou seja, paraísos naturais. Ali, cada vez mais vão surgindo empreendimentos vinícolas que trazem opções para os enófilos que por lá se aventuram. A Leone di Vene- zia, por exemplo, com sua arquitetura de influência italiana, chama a atenção, assim como a Pericó, empreendimento que atraiu os holofotes para a serra nos últimos anos. Mas lá pode-se visitar outras tantas vinícolas charmosas como a Thera, Villaggio Bassetti, Villa Francioni, Monte Agudo etc. Vale lembrar que, nos meses de inverno, a região é a única do Brasil em que a neve chega a cair, tornando a paisagem ainda mais deslumbrante. Brasil Leone di Venezia Hotel Spa do Vinho ENOBUSINESS | p o r C H R I S T I A N B U R G O S , C O M I N F O R M A Ç Õ E S D O S I S T E M A H O R U S ( W W W . E H O R U S . C O M . B R ) Em tempo real Vendas de vinho crescem perto de 50% em supermercados Nos últimos anos, a venda de vinho em supermercados tornou-se um dos principais drivers da nossa in-dústria. Estes executam não só o papel de distribuidores, mas tam- bém de grandes importadores. No mundo cada vez mais fluido e com fronteiras borradas são, ao mesmo tempo, parceiros e concorrentes dos im- portadores e produtores, criam marcas próprias, importam, distribuem, avançam também no e- -commerce e na especialização. E não é à toa: no dia 4 de maio de 2020, uma compra no supermercado teve o valor médio de R$ 60,70 e 12,2 itens, mas compras que tiveram vinho no carrinho tiveram o valor médio de R$ 187,40 e 35 itens. Esta informação parece mágica, não? Sobretudo se considerarmos que 4 de maio foi ontem (em relação ao momento que estou es- crevendo, dia 5 de maio de 2020!) Compreender a compra de vinhos em super- mercados com delay de 1 dia com incrível nível de detalhamento, infinitas associações, no Brasil ou em cada unidade da federação (com exceção de Santa Catarina, que não instituiu a nota fiscal eletrônica) é um feito neste país em que faltam dados e sistemas inteligentes de informações, so- bretudo no sell-out. E esse é o poder do sistema Horus, que coleta os dados de 7 a 10 milhões de notas fiscais ao mês, o que permite oferecer informações com rigor es- tatístico, sobretudo o que se compra em supermer- cados e atacarejos, dos alimentos até produtos para hemorroidas, que aliás, nos meses de março e abril só apareceram em cestas de quem não comprou vinho (risos). Em ADEGA celebramos a parceria com a Ho- rus, cujo sistema foi desenvolvido por uma seleção brasileira de estatísticos e cientistas de dados, para compreender melhor esta parte vital da cadeia de vendas e contribuir para que as informações obtidas sejam cada vez mais relevantes para nossa indústria. 41Edição 175 >> ADEGA Outras inferências interessantes (no mês de abril) brotam da riqueza de informações do sistema: NÚMEROS Pudemos comparar as cestas (que no jargão do setor significa cada compra nos supermercados) de vinhos entre os meses de março e abril e os números são impressionantes: As marcas de vinhos finos que mais aparecem nas cestas de abril foram: - Concha y Toro - Santa Carolina - G7 (Viña del Pedregal) Em março, o vinho estava presente em 1,43% das cestas no Brasil, porcentual que subiu para 2,13% das cestas em abril, um crescimento de 49%. A média de unidades de vinho nas cestas que compraram vinho também subiu de 1,24 para 1,34 unidade. Com o auxílio da Horus, vamos continuar fornecendo informações valiosas sobre nosso mercado em ADEGA e acompanhar o papel cada vez mais forte deste canal para o crescimento do consumo e para a atração de novos consumidores. 33% 14,2% 30,3% 13% 17,7% 7,8% das cestas que compram vinho também compram molho de tomate, versus 8% na média geral, ou seja, 77,50% a mais. das cestas que compram vinho também compram queijos, versus 7% na média geral, ou seja, quase o dobro. das cestas que compram vinho também compram azeite, versus 2,5% na média geral, ou seja, praticamente três vezes mais. das cestas que compram vinho também compram legumes, versus 24% na média geral, ou seja, 37,5% a mais. das cestas que compram vinho também compram frutas, versus 22% na média geral, ou seja, 37,73% a mais. das cestas que compram vinho também compram massas, versus 9,9% na média geral, ou seja, 78,79% a mais. ADEGA >> Edição 17542 Estudo dá novos indícios de como o componente age no corpo e previne o envelhecimento VINHO E SAÚDE | Em um estudo pela University College Lon-don, o pesquisador Henry Bayele encon-trou uma explicação interessante para o potencial do resveratrol como substância antien- velhecimento. Sua equipe descobriu que o com- posto presente no vinho pode imitar o hormônio estrogênio no corpo humano para ativar proteínas antienvelhecimento chamadas sirtuínas, que po- dem ajudar a prevenir problemas de saúde rela- cionados à idade. O estudo, publicado no Scientific Reports, explora os compostos ativadores da sirtuína na dieta, incluindo o resveratrol. As sirtuínas se tornaram um alvo promissor para pes- quisadores interessados em retardar o processo de envelhecimento, pois são proteínas produzidas pelo organis- mo que parecem impactar o meta- bolismo e protegem contra várias condições, incluindo obesidade, diabetes tipo 2, câncer e doenças cardiovasculares e neurodegenerati- vas. Aprender o que estimula o corpo a produzir sirtuínas tem sido objetivo comum dos cientistas focados na longe- vidade nas últimas duas décadas. Bayele e sua equipe trataram células he- páticas humanas in vitro com diferentes tipos de compostos e descobriram que o resveratrol ativava os sinais de sirtuína através dos recepto- res de estrogênio, imitando o hormônio. Embo- ra o estrogênio seja comumente definido como um hormônio feminino, homens e mulheres o produzem, e pode ajudar a proteger contra as mesmas coisas que as sirtuínas impedem, como doenças cardíacas. Os resultados também mostraram que o resvera- trol imita o estrogênio em doses baixas, mas se torna antiestrogênico em concentrações mais altas, con- A ação do RESVERATROL sequentemente suprimindo os sinais de sirtuína. “A ingestão excessiva pode de fato ser contraprodu- cente porque, em altas doses, o estudo descobriu que o resveratrol inibe a ativação da sirtuína dos receptores de estrogênio. Portanto, as baixas doses de resveratrol encontradas em um copo comum de vinho tinto devem ser suficientes para ativar as sir- tuínas. Simplificando, para vinho tinto ou resvera- trol para melhorar a saúde, menos é mais”, afirma o pesquisador. Bayele explica que uma taça de vinho con- tém cerca de 0,5 a 1 miligrama de resveratrol. “É importante notar que essas concentrações são semelhantes àquelas em que o resveratrol se comporta como o estrogênio para in- duzir a sinalização máxima de sirtuína através dos receptores de estrogênio”, disse. Outros componentes estudados foram melhores que o resveratrol na ativação de sirtuínas, como a isoliquiri- tigenina, encontrada no alcaçuz. Mas, segundo Bayele, o resveratrol atraiu mais atenção devido à sua acessibilidade no vinho tinto, combinado com sua prote- ção demonstrável contra doenças metabóli- cas, cardiovasculares e neurodegenerativas. Bayele diz que quando os humanos conso- mem resveratrol, apenas pequenas quantidades são absorvidas rapidamente, enquanto uma gran- de proporção é metabolizada no intestino del- gado, o que complica a validade dos dados. Em resumo, ainda não está claro como a ingestão de resveratrol afetaria a sinalização de sirtuína, mas Bayele está confiante de que esses compostos ali- mentares são tesouros ocultos. “Embora o papel do resveratrol na regulação do envelhecimento / tempo de vida permaneça controverso, sua contri- buição para a saúde não está em dúvida”, afirma. 43Edição 175 >> ADEGA Maior benefício do vinho à saúde de idosos pode estar ligado à socialização Um estudo sugere que beber vinho com os amigos oferece mais benefícios à saúde do que beber sozinho. Uma equipe de pesqui- sadores da Universidade da Flórida Central (UCF), em Orlando, recentemente tentou determi- nar se existem benefícios intrínsecos ao consumo moderado de álcool para adultos mais velhos ou se esses re- sultados positivos para a saúde podem ser um subproduto de outros fatores. Eles questionaram se os estudos publicados sobre os benefícios do consumo mode- rado de álcool para a população idosa poderiam ser atribuí- dos ao estilo de vida adotado por esses be- bedores moderados, e não ao próprio álcool como substância. Sua teoria era que o consu- mo moderado se correla- cionava com a frequência com que os entrevistados se socializavam e que esse aumento nas atividades sociais era o que produ- zia resultados positivos para a saúde. Para testar sua teoria, os cientistas exami- naram dados do Health and Retirement Study (HRS), um banco de dados abrangente que ras- treia as tendências sociais e de saúde, incluindo Beber com os AMIGOS hábitos de consumo, de adultos americanos de 1992 a 2018. O banco de dados tem cerca 20.000 adultos com mais de 50 anos que vivem nos Esta- dos Unidos. Os pesquisadores da UCF abordaram: taxas relatadas de depressão, níveis funcionais relatados na vida diária, consumo de álcool e padrões de socialização. Eles então analisaram as res- postas dos questionários des- tinados a medir os níveis de depressão e socialização dos participantes e, como esperavam, o grupo de consumo moderado exibiu taxas mais baixas de depressão do que o grupo abstêmio. Mas eles também notaram que o grupo dos mo- derados tinha uma taxa de socialização muito maior. “Beber moderada- mente foi associado a con- tatos mais frequentes com amigos”, eles observaram. Quando o efeito mediador da socialização é removido dos dados, o consumo de álcool por si só não afeta a taxa de depressão. Os autores concluíram que os idosos que bebem modera- damente tendem a ter uma vida social mais ativa e teorizam que a socialização é o fator chave para afastar a depressão. HARMONIZAÇÃO | p o r A R N A L D O G R I Z Z O Vai bem com tudo Dicas para você harmonizar vinho com os mais diversos sabores de pizza ADEGA >> Edição 17544 ADEGA >> Edição 17546 Pizza é uma unanimidade. Quem não aprecia aquela massa quentinha sain-do do forno coberta com os mais va-riados ingredientes? “Invenção” napo-litana, a pizza é hoje uma instituição mundial e, em alguns países, como o Brasil, por exemplo, ela foi “aprimorada”, ganhando não so- mente sabores que extrapolaram e muito a tradi- cionalíssima margherita (tida como provavelmen- te a receita mais antiga de pizza de que se tem notícia), mas também ganhando adornos e outras particularidades que a tornam um dos pratos mais ecléticos do planeta. Atualmente, não se pode dizer que há um jeito certo de fazer pizza, seja no que tange a massa, seja no “recheio”. As receitas tradicionais italianas, centenárias, há muito já foram deixadas para trás, aperfeiçoadas, transformadas, burladas, fragmen- tadas etc., para se transformarem no que hoje en- contramos no mercado, ou mesmo quando faze- mos em casa. Cada um tem sua receita, cada um tem seu ingrediente preferido, cada um tem um jeito de assar. Há quem prefira massa fina, quem goste de usar fermento natural, quem opte por pre- paros veganos, quem ache que o molho de tomate é imprescindível, quem acredite que queijo é dis- pensável, quem excomungue sabores doces, quem experimente ingredientes pouco convencionais... No universo da pizza, há espaço para todos e para tudo. E nesse mundo tão saboroso e tão eclético, ob- viamente também há espaço para o vinho. Diante de tantas variações, é possível combinar os mais diversos tipos de vinho, em um campo de com- binações quase infinitas, em que um ingrediente pode fazer toda a diferença. Sim, harmonizar vi- nho e pizza é uma experiência deliciosa, e com um vasto campo para descobertas. ADEGA então se propôs a dar algumas indicações para lhe ajudar nesse deliciosa tarefa. Separamos as pizzas por in- gredientes dominantes e também por receitas tra- dicionais e oferecemos algumas combinações que certamente você vai apreciar. Experimente junto conosco. 47Edição 175 >> ADEGA HISTÓRIA MASSA EM CASA INGREDIENTES • 6 xícaras de chá de farinha de trigo (750 gramas) • 2 colheres de sopa de fermento biológico seco (20 gramas) • 2 colheres de chá de açúcar (300 gramas) • 2 colheres de chá de sal (300 gramas) • 2 e 1/2 xícaras de chá de água morna (600 ml) • 1/4 xícara de chá de azeite (60 ml) Preparo • Misture o fermento e o açúcar em um recipiente. Coloque água morna e misture bem para dissolver. Deixe em temperatura ambiente até o fermento agir – 5 minutos. Na batedeira, misture a farinha e o sal, e deixe um espaço no meio. Reserve outro recipiente untado para que caiba a massa que crescerá. • Depois de 5 minutos, despeje a mistura de fermento no centro da batedeira com farinha. Adicione azeite e misture para incorporar. • Sove a massa na batedeira em velocidade baixa por 5 minutos e vá aumentando a velocidade deixando sovar por mais 15 minutos até ficar lisa. • Coloque a massa no recipiente untado, cubra e deixe descansar por uma hora, para crescer. • Terminada de crescer, coloque a massa em uma bancada polvilhada de farinha, divida-a em quatro partes. Abra cada parte para fazer um disco de pizza. Coloque-o em uma assadeira e recheie a gosto. Leve a um forno pré-aquecido a 250ºC e deixe por 15 minutos aproximadamente. Fatias de pão cobertas com molho e outros ingredientes é algo muito antigo na história da humanidade. Mas a história da pizza “moderna” tem suas origens na região de Campania, no sudoeste da Itália, onde fica Nápoles. Durante séculos, a cidade foi entreposto comercial importante e também um reino independente, com um dos portos mais movimentados do Mediterrâneo. Acredita-se que a maioria dos trabalhadores napolitanos, estivadores pobres, tendia a consumir algo barato e que fosse prático, pois não podiam perder tempo. Daí a “pizza”, pães com varias coberturas terem proliferado ali. Historiadores apontam que guarnições como tomate, queijo, óleo, anchovas e alho eram as mais comuns, e vendidas por ambulantes. Anos mais tarde, o rei Umberto I e a rainha Margherita visitaram Nápoles em 1889. Diz a lenda que o casal pediu a Raffaele Esposito que preparasse algo diferente do usual para comer. Ele preparou três tipos de tortas: uma coberta com banha de porco, queijo caciocavallo e manjericão; outra com cecenielli (uma espécie de peixe); e a terceira com tomate, Mozzarella e manjericão. Diz-se que a última foi a preferida da rainha, e assim batizada de pizza Margherita. A pizza, contudo, permaneceu pouco conhecida na Itália além das fronteiras de Nápoles até a década de 1940, quando as guerras, imigrações e o turismo espalharam a cozinha napolitana para o mundo. As primeiras pizzarias fora da Itália, contudo, existiram antes disso, chegando aos Estados Unidos em 1905 e ao Brasil em 1910, por exemplo. ADEGA >> Edição 17548 Calabresa Considerando o “peso” da calabresa na harmonização, pode-se optar por vinhos tintos mais estruturados. Não tenha medo de testar um Cabernet Sauvignon, um Sangiovese ou um Cabernet Franc. Se a calabresa tiver tons levemente picantes, tente um Syrah ou vá para um espumante leve. AD 90 pontos SANTA CRISTINA ROSSO 2017 Antinori, Toscana, Itália (Winebrands R$ 123). Frutas vermelhas lem- brando cerejas e fram- boesas, notas florais, de couro, de terra, de ervas e de especiarias doces, que se confir- mam na boca. EM AD 91 pontos SOPHENIA ESTATE RESERVE CABERNET SAUVIGNON 2018 Finca Sophenia, Men- doza, Argentina (World Wine R$ 169). Amável e frutado, mas também com muita tensão e fruta fresca, notas especiadas e de ervas, tudo num contexto de vibrante acidez e taninos de ótima textura. EM Portuguesa A pizza portuguesa costuma ter, além do queijo, presunto, ovo, tomate, cebola, ervilhas e azeitonas. Um vinho que possa amalgamar tantos sabores distintos precisa ter bastante acidez, mas não pode ser muito potente para simples- mente se sobrepor e achatar o paladar. Experimente um rosé, com diversas nuances, ou tente um Malbec não muito estrutu- rado, ou um Vinho Verde. AD 90 pontos CHARMES ROSÉ 2018 Château Les Mesclan- ces, Provence, França (PNR Group R$ 155). Cheio de frutas bran- cas e de caroço.. Leve e vibrante, tem ótima acidez, gostosa textu- ra e final agradável e
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