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Adega - Edição 175 (2020-05)

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ENOTURISMO
20 REGIÕES PARA 
PLANEJAR 
SUA PRÓXIMA 
VIAGEM 
VINHO NATURAL
ENFIM UMA 
CLASSIFICAÇÃO?
ENÓLOGOS 
DISCUTEM
VINHO 
E PIZZA
HARMONIZAÇÕES IDEAIS 
PARA 32 SABORES
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emitidos nos textos publicados e assinados na revista ADEGA, por serem 
de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).
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Tudo 
natural
Os vinhos naturais sempre foram tema de discussões acaloradas. A França deu um passo ousado e colocou lenha no fogo, ao definir uma denominação e regras para qualificar estes vinhos. Fomos 
além, discutindo com produtores brasileiros os prós e contras destas regras e 
sua aplicabilidade por aqui, o que se traduziu em uma robusta matéria que 
temos orgulho de publicar nesta edição.
Falando em vinhos naturais, aproveitamos para trazer à tona duas 
das principais uvas (Rkatsiteli e Saperavi, anote esses nomes) da Geórgia, 
considerada o berço da vitivinicultura mundial e inspiração para os 
produtores “naturebas”. E dentro do tema “regaste de tradições”, Patricio 
Tapia explica a importância do Tannat da região de Las Violetas, no 
Uruguai.
Tradição também é abrir um vinho com a pizza, não? Pois bem, 
elencamos 32 possibilidades de sabores e diversas opções para combinar 
com eles. Enquanto você brinca com a arte da harmonização, pode 
conferir, em nossas páginas, as obras de arte da Bodega Otazu, na Espanha, 
com sua incrível arquitetura.
A Covid-19 nos fez refletir sobre o que valorizamos e sentimos falta. 
Um dos pontos, obviamente, são as viagens para regiões vinícolas ao redor 
do mundo. Belas paisagens, ótimos vinhos, gastronomia de alto nível, 
acomodações confortáveis, tudo isso (e muito mais) congregado torna essas 
experiências singulares. Por isso, ADEGA enumerou lugares que devem 
estar na sua lista assim que a pandemia acabar.
Outra carência nas nossas listas pessoais nessa época são os chefs e 
restaurantes que valorizam o vinho. Por isso, decidirmos investir e crescer. 
A partir desta edição, ADEGA conta com um novo caderno que destacará 
chefs, restaurantes, ingredientes, receitas e histórias saborosas. Para chefiar 
a edição deste caderno, escalamos nosso especialista em gastronomia 
Robert Halfoun, que já conduz a plataforma Sabor.club e, nos últimos 
meses, assumiu a condução do site e das redes sociais de ADEGA. Sob sua 
supervisão, em abril, ADEGA bateu recorde, ultrapassando organicamente 
os 238.000 leitores únicos. Além de editar o caderno Sabor e conduzir 
nossa pegada digital, Robert vai fazer parte do conselho editorial de 
ADEGA, unindo-se ao experiente jornalista Guilherme Velloso. Juntos 
vamos continuar ajudando o vinho a fazer sua magia e, ao mesmo tempo, 
aproveitar a vida com as pessoas de que mais gostamos.
 
Saúde,
Christian Burgos e Arnaldo Grizzo
EDITORIAL | 
62
26
44
26 ENOTURISMOUma seleção de lugares que
devem estar na sua lista para a
próxima viagem
40 ENOBUSINESSQuantos carrinhos de compras
de supermercado no Brasil
saem com vinho?
44
62
HARMONIZAÇÃO
Qual o vinho perfeito para sua 
pizza? Encontre sugestões para 
32 sabores
ESCOLA DO VINHO
Classificação francesa de vinho 
natural gera debate no mundo 
e também no Brasil
42 VINHO E SAÚDEEstudo indica como o resveratrol 
age e a importância da 
“socialização do vinho”
60 TENDÊNCIASLas Violetas e a essência do 
Tannat do Uruguai, na visão de 
Patricio Tapia
CONTEÚDO |
81
70
97
70 DOCRkatsiteli e Saperavi, as uvas
georgianas que você deveria
conhecer
TODO MÊS
| CARTAS
| ADEGA RESPONDE
| MUNDOVINO
| ENOCULTURA
| CAVE
| CLUBE ADEGA
| QUEM DISSE
6
8
10
24
97
107
114
76 ENOARQUITETURAA “catedral do vinho” da Bodega
Otazu e suas incríveis esculturas
gigantes
76
81 CADERNO SABOR.CLUB• Chef Ana Soares 
e a arte de comer em casa
• Simples assim: 
frutas assadas em especiarias
• O “azeitólogo” explica 
tudo sobre o óleo de oliva
• Clube Sabor.Club
ADEGA >> Edição 1756
CARTAS | E S C R E V A P A R A R E D A C A O @ R E V I S T A A D E G A . C O M . B RQuer ver sua foto publicada aqui? Siga @revistaadega e marque as imagens com #revistaadega
PRODUTOR
Sou assinante da revista ADEGA desde 2011. Sou apaixonado pela cultura de uva e 
vinho. Meu pai faz vinho há 60 anos na cidade de Campinas do Sul, região do Alto 
Uruguai. Meus amigos viviam insistindo para eu investir nessa cultura, mas como 
moro em Curitiba, e é um pouco distante da casa do meu pai, sempre ficava com 
um pé atrás. Mas ano passado resolvi me aventurar e acabei plantando as variedades 
casca dura e bordô. Quem sabe as próximas a serem plantadas sejam viníferas. Segue 
fotos do meu parreiral de agosto 2019 e abril 2020.
Renato Valentini
ANTIGUIDADE
Possuo em minha 
adega, deixada pelo 
meu pai, nascido em 
1910 em Turquel-
Alcobaça, uma 
garrafa de vinho 
meio-seco (selada 
original), titulada 
“Caves da Raposeira, 
Lamego, Portugal, 
vinho espumante 
natural, método 
champanês, reserva 
de 1906”. Tenho a 
curiosidade de saber 
se esta garrafa é uma 
raridade no mundo 
do vinho e, se a 
mesma está apta a ser 
degustada. Sou grato 
por vossa colaboração 
e orientação técnica.
JMonteiroRF
Certamente trata-se 
de uma raridade, 
embora não seja um 
tesouro do ponto 
de vista econômico. 
Em nossa opinião, 
existem três fins 
para esta garrafa. 
Ser exibida em sua 
adega, sobretudo se 
o estado da garrafa e 
rótulo estiver em boas 
condições. Oferecê-la 
para o produtor que 
poderá incorporá-
la à sua vinoteca. 
Ou, por curiosidade 
enófila, abri-la e ver 
como está o vinho. 
A probabilidade do 
vinho em si estar bom 
é pequena, e se estiver 
é um vinho para 
pessoas que apreciam 
vinhos muito 
evoluídos. Esperamos 
ter contribuído.
LOJA VIRTUAL
Moro em São Luís, no 
Maranhão, e faço 48 
anos no dia 9 de maio. 
Em virtude da atual 
situação que passamos por 
conta dessa pandemia, 
a grana anda muito 
curta. Também ainda 
não acho aconselhável 
uma festa. Por isso, estou 
tentando encontrar uma 
loja (na internet) onde 
eu possa comprar uma 
boa seleção de vinhos – 
umas oito ou 10 garrafas 
– variados, diferentes 
do que se encontra nos 
supermercados daqui e 
que sejam baratos. Se 
possível que também 
venda queijos para 
acompanhar os vinhos. 
É difícil saber que lojas 
são confiáveis e a oferta 
é muito grande. Ficaria 
extremamente agradecido 
por com uma indicação.
Luis Francisco Figueiredo
Entendemos a situação. 
Há diversas importadoras 
que entregam seus vinhos 
no Brasil todo, como 
World Wine, Mistral, 
Vinci, Winebrands,
Qualimpor, Domno, 
Adega Alentejana, entre 
várias outras (isso sem 
falar de produtores 
nacionais). Todas 
possuem catálogos vastos 
com vinhos dos mais 
variados preços e são 
todas confiáveis. Alguns 
sites como do grupo 
Pão de Açúcar também 
congregam vinhos das 
mais diversas importadoras 
pelos mais variados preços. 
Creio que uma busca 
nesses sites lhe ajudaria.
Fizemos algumas matérias sobre Chablis, que estão 
disponíveis em nosso site. Seria alguma dessas?
https://revistaadega.uol.com.br/artigo/chablis-terra-da-chardonnay_4144.html
https://revistaadega.uol.com.br/artigo/chablis-premier-cru-uma-questao-de-
climat_4772.html
https://revistaadega.uol.com.br/artigo/dicas-de-harmonizacao-com-chablis_12002.html
Qual é a edição 
que traz pesquisa sobre 
vinhos Chablis?”
Celio Finazzi
ADEGA >> Edição 1758
ADEGA RESPONDE E N V I E S U A S D Ú V I D A S P A R A R E D A C A O @ R E V I S T A A D E G A . C O M . B R
Esquentando
“O que é termovinificação? Só é uma técnica 
utilizada para a produção de vinhos mais simples?”, 
questiona o leitor Fabiano Morais
Termovinificação é o aquecimento de uvas a temperaturas entre 60 e 80°C antes da fermentação. É 
uma técnica antiga, cujo objetivo inicial 
é, antes de tudo, permitir a rápida extra-
ção de polifenóis e aromas, e, com isso, 
promover uma rápida rotação das uvas 
nas cubas de fermentação em grandes es-
truturas. 
Essa técnica existe há muito tempo (há pes-
quisas sobre isso desde o início do século XX) e é 
usada para aumentar a extração de cor e tanino de 
variedades relativamente deficientes nessas duas 
características, e ainda há quem use na tentativa 
de inibir a ação da Botrytis e da Brettanomyces, 
leveduras que podem comprometer o vinho.
O calor ajuda a quebrar as estruturas celulares, 
liberando pigmentos e taninos, e compostos voláteis 
sem a presença de etanol. Acredita-se que alguns 
compostos aromáticos ou seus precursores não são 
voláteis desprendendo-se apenas na fermentação, 
mas o calor os libertaria desde o início, tornando 
os vinhos mais frutados, mas menos complexos. 
Por isso, há quem defenda que a termovinifica-
ção diminui o caráter varietal dos vinhos.
Mas então essa técnica só seria usada 
para vinhos mais simples e padroniza-
dos? Nem sempre. Há produtores que 
usam a termovinificação em parte da sua 
produção, como por exemplo, em algu-
ma variedade específica que será incor-
porada a um blend. Há alguns ainda que 
usam métodos de aquecimento moder-
nos, especialmente uma técnica chamada 
de “Flash-Détente”, que aquece as uvas e 
volta a resfriá-las rapidamente em vácuo. Isso 
teoricamente maximiza a extração de componen-
tes sem tantas perdas quanto nos processos de ter-
movinificação convencionais.
Por fim, a discussão em torno de como e se a 
termovinificação deve ser usada em determinados 
tipos de vinho é latente. Ela ajuda os produtores 
de grandes volumes a extrair mais componentes e 
padronizar seus vinhos, mas nem todos utilizam. 
Ao mesmo tempo, pode ser útil para fazer ajus-
tes em algumas variedades que compõem blends 
de alta gama. Há quem opte por não fazer para 
não perder a tipicidade da casta e da sa-
fra. Enfim, as visões podem variar, assim 
como as técnicas.
 
ADEGA >> Edição 17510
MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O
Uma época de muito vinho
Descorchados e ProWine vão compor “semana do vinho” em outubro
DIA 19 DE OUTUBRO, 
segunda-feira - lançamento 
DIA 23 DE OUTUBRO, 
sexta-feira - lançamento 
 SÃO PAULO RIO DE JANEIRO SÃO PAULO
DIAS 20, 21 
E 22 DE OUTUBRO, 
terça a quinta-feira 
Diante do cenário ainda incerto 
sobre a pandemia de Covid-19, a 
organização do Descorchados 2020 
decidiu postergar mais uma vez a data 
do lançamento do principal guia de 
vinhos da América do Sul. Como se 
sabe, o lançamento do livro de Patricio 
Tapia seria feito em março, contudo, 
havia sido adiado para agosto, antes 
mesmo de o governo decretar estado 
de calamidade e instruir pela não 
realização de atividades que pudessem 
levar à aglomeração de pessoas. Agora, 
um novo adiamento foi necessário 
e o evento ocorrerá em outubro, na 
mesma semana da ProWine São 
Paulo.
“Estamos seguindo atentamente 
o desenvolvimento da Covid-19 no 
mundo, e em especial na América 
Latina. Como já sabem, antes mesmo 
de qualquer instrução do governo, 
tomamos a medida de mudar a data 
de nosso evento de lançamento em 
São Paulo e no Rio de Janeiro de 
março para agosto. Uma vez que o 
prazo para o fim da quarentena pelo 
Covid-19 segue indefinido, decidimos 
mover novamente a data dos eventos 
para 19 de outubro (São Paulo) e 23 
de outubro (Rio de Janeiro). Nesta 
mesma semana, realizamos outro 
grande evento, a ProWine São Paulo, 
de 20 a 22 de outubro, e, com isso, 
estamos criando a mais importante 
semana do ano para trabalharmos o 
mercado brasileiro”, afirma Christian 
Burgos, Publisher da Inner Editora e 
Eventos, responsável pela realização 
dos dois eventos.
Dessa forma, o calendário ficará o 
seguinte:
 
ADEGA >> Edição 17512
MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O
Ajuda na 
pandemia
Concha y Toro vai além 
de doar álcool em gel
Durante a crise causada pela Covid-19, 
a Viña Concha y Toro decidiu 
atuar firmemente no combate ao 
vírus. Assim como outras vinícolas 
pelo mundo, a empresa chilena 
também está doando álcool em gel 
e desinfetante, contudo, sua ação vai 
ainda mais longe e ela certificou seu 
laboratório de pesquisas para fazer o 
diagnóstico da doença.
O laboratório de biologia molecular 
do Centro de Pesquisa e Inovação (CII) da Viña 
Concha y Toro foi certificado pelo Laboratório 
de Pesquisa Biomédica da Universidade Católica 
de Maule (UCM) para operar sob a supervisão 
do Serviço de Saúde Maule e realizar testes para 
a detecção de SARS-Cov2 ou Covid-19, como 
parte da rede de laboratórios articulados pelo 
Ministério da Ciência, Inovação, Conhecimento 
e Tecnologia do Chile.
Os recursos do laboratório destacam-se pela 
robotização e automação de seus processos, 
incluindo, entre outros, um equipamento 
Hamilton Microlab STARLet que processa 2.300 
amostras diariamente e um qPCR Thermofisher 
QuantStudio 5 com capacidade de diagnóstico de 
768 amostras por dia.
“Queremos aproveitar para usar nossa 
capacidade de colaborar para superar 
conjuntamente essa crise, apoiando a prevenção 
e o diagnóstico precoce. Como parte de nossa 
contribuição para o Fundo Privado de Emergência 
em Saúde, juntamente com a doação de álcool 
em gel às autoridades, também disponibilizamos 
equipamentos de ponta e nossa equipe de 
profissionais do Centro de Pesquisa e Inovação. 
Esse marco completa uma primeira etapa que 
também incluiu a transferência de equipamentos 
para extração de RNA para a UCM e o Hospital de 
Talca”, disse Eduardo Guilisasti, gerente geral da 
Viña Concha y Toro.
A Viña Concha y Toro ainda fará uma doação 
de 50 mil litros de álcool em gel e desinfetante 
em diferentes formatos, o que permitirá alcançar 
pessoas e organizações que o necessitem. Entre 
eles, a rede de laboratórios de diagnóstico 
Covid-19, redes de saúde do Ministério da 
Saúde e outras comunidades. Destes, 40 mil 
litros correspondem ao álcool em gel fabricado 
com álcoois da empresa através da Winkler e 10 
mil litros de desinfetante fabricados na planta 
de Lontué na Viña Concha y Toro e que serão 
entregues ao escritório de administração da região 
de Maule para distribuição local.
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ADEGA >> Edição 17514
MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O
Trifeta
Casas de Vinho do Porto decidem
declarar Vintage pelo terceiro ano seguido
Os anos Vintage no Vinho do Porto 
são considerados excepcionais. 
Esses anos maravilhosos, em que 
o clima colabora de uma forma 
espetacular capacitando as vinícolas 
a produzirem seus melhores vinhos, 
são relativamente raros. De uma 
a três declarações de Vintage 
geralmente ocorrem por década e é 
muito incomum que ocorram anos 
consecutivos. Mas o que dizer quando 
isso acontece por três anos seguidos?
Pois bem, a safra de Vinho do 
Porto de 2018 está sendo amplamente 
anunciada, já que as principais casas 
começam a fazer suas declarações, 
isso após já terem declarado as safras 
de 2016 e 2017.
A Taylor’s, por exemplo, é uma das 
que anunciou seu terceiro Vintage 
seguido. “Embora uma declaração 
normalmente aconteça apenas cerca 
de três vezes por década, a sequência 
excepcional de anos significou que a 
Taylor pode fazer um terceiro Vintage 
consecutivo. Isso é muito incomum, 
mas nosso princípio é que apenas 
declaramos um Vintage clássico 
quando a qualidade está presente 
e isso é ditado pelo ano, e não por 
qualquer outra consideração”, disse 
Adrian Bridge, diretor administrativo 
da Taylor’s.
A Fonseca e a Croft, que como 
a Taylor’s são de propriedade da 
The Fladgate Partnership, também 
lançarão Vintage 2018. “A safra de 
2018 produziu excelentes Vintage, 
com a maior intensidade de cor das 
safras recentes, sempre um sinal 
de boa extração e longevidade”, 
afirmou David Guimaraens. A 
Fonseca lançará um Porto Vintage 
Guimaraens 2018; o primeiro 
engarrafamento com o selo 
Guimaraens desde 2015.
Single Quintas da Crof, como o 
Quinta da Roêda, e da Symington 
Estates, como o Quinta do Vesúvio, o 
Dow’s Quinta da Senhora da Ribeira, 
Dow's Quinta do Bomfim, Graham's 
Quinta dos Malvedos, Warow's 
Quinta da Cavadinha e Cockburn's 
Quinta dos Canais, também serão 
lançados. Os Symington, assim como 
a Taylor’s, fizeram sua primeira 
declaração geral consecutiva. 
A Quinta do Noval também 
declarou Vintage. O diretor 
administrativo Christian Seely 
comentou: “Talvez não seja de 
surpreender que declaremos o Porto 
Vintage da Quinta do Noval 2018. 
Como 2017, 2018 foi um ano de 
baixos rendimentos, mas por diferentes 
razões. 2017 foi um ano de seca 
extrema, enquanto 2018 foi marcado na 
primeira parte do ano por fortes chuvas. 
Posteriormente, no entanto, um longo 
verão quente e seco se seguiu”.
Confira as melhores safras de Vinho 
do Porto dos últimos 50 anos
https://revistaadega.uol.com.br/artigo/
o-melhor-do-vinho-do-porto_12095.
html
Tinto do rap
Snoop Dogg lança vinho 
californiano
O astro do rap Snoop Dogg 
colaborou com a marca de vinhos 
australiana 19 Crimes para criar 
um blend tinto da Califórnia. O 
Snoop Cali Red é uma mistura de 
65% Petite Syrah, 30% Zinfandel 
e 5% Merlot que será vendido nos 
Estados Unidos por US$ 12.
A Treasury Wine Estates, 
proprietária da marca 19 Crimes (e 
também da Penfolds), considerou 
Snoop Dogg um bom parceiro, 
pois ele “encarna o mesmo espírito 
de violação de regras, criação de 
cultura e superação de adversidades 
que inspiraram o elenco original de 
heróis rebeldes da 19 Crimes”.
Inspirada pelos “condenados 
que se tornaram colonos que 
construíram a Austrália”, a 19 
Crimes foi uma das primeiras 
marcas comerciais de vinho a exibir 
um rótulo de realidade aumentada. 
A marca presta homenagem aos
milhares de home
e mulheres britâni
que foram exilado
para a Austrália no
século XVII por
cometer um ou 
mais dos 19 
crimes apontados
pela corte inglesa
como passíveis de
tal punição, tais 
como bigamia 
ou até se passar 
por um egípcio 
(como eram 
conhecidos os 
ciganos durante 
um período da
história britânica)
ens
icos
s
o 
.
 
ADEGA >> Edição 17516
MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O
Granizo
Tempestade 
atingiu vinhedos 
de Bordeaux
No dia 17 de 
abril, uma enorme 
tempestade causou 
estragos na região 
de Bordeaux. Segundo 
estimativas preliminares, cerca 
de 600 a 800 hectares de vinhedos teriam sido 
atingidos com perdas de 80%, afirmou a Câmara de 
Agricultura da região de Gironde.
Um produtor de vinhos Bordeaux Supérieur em 
Entre-deux-Mers disse ao jornal Sud-Ouest que o 
granizo destruiu a safra deste ano em 27 de seus 30 
hectares. Em Saint-Émilion, Philippe Raymond, 
diretor técnico do conselho de vinhos de Saint-
Émilion (CVSE), disse que os danos causados pelo 
granizo foram irregulares.
Algumas propriedades relataram poucas perdas. 
“Tivemos sorte desta vez. Embora tenhamos 60 
hectares, fomos atingidos apenas na fronteira de 
Le Dôme – mas isso danificou as folhas e não os 
brotos", disse Jonathan Maltus, do Le Dôme e dono 
do Château Teyssier,
Martin Krajewski, proprietário de Clos 
Cantenac, no lado oeste de Saint-Émilion, disse 
que uma parcela de 1,5 hectare de videiras na 
comuna de St-Suplice-de-Faleyrens foi atingida. 
“Em geral, as perdas podem ser insignificantes, 
inferiores a 2 a 5%, pois as videiras dessa 
parcela também estavam bastante atrasadas no 
crescimento”, disse.
Várias propriedades de Saint-Émilion possuem 
sistemas de proteção antigranizo. O Château Croix 
de Labrie, propriedade Grand Cru de Saint-
Émilion no leste da denominação, faz parte de 
uma aliança de 16 vinícolas que usa um sistema 
que ajudou a limitar os danos. O Château Figeac 
também investiu em proteção contra granizo. 
“Com a ajuda e atenção da equipe, felizmente 
não houve danos às vinhas”, disse o gerente geral e 
enólogo, Frédéric Faye.
Top do top
Safras aclamadas de Yquem e Cheval Blanc 
são oferecidas pela LVMH para arrecadar 
fundos para a caridade
O grupo de artigos de luxo LVMH, dono de várias 
marcas de vinhos e bebidas destiladas, incluindo Krug e 
Yquem, lançou uma iniciativa de arrecadação de fundos 
para levantar dinheiro para membros de operações de 
hospitalidade no Reino Unido, França e Estados Unidos.
A empresa lançou uma caixa mista de edição
limitada com garrafas das mais conceituadas
vinícolas do grupo. Ela pretende vender o lo
por 2.000 libras cada para arrecadar dinheiro
para apoiar o comércio de restaurantes que
foi duramente atingido pela pandemia de 
Covid-19. Serão produzidas 300 caixas 
numeradas de seis garrafas – cada uma 
com a mensagem 
'Juntamente com 
a indústria da 
hospitalidade' – 
para arrecadar 
600.000 libras para 
três instituições 
de caridade: 
Hospitality Action 
(Reino Unido), La 
Fondation da França
e Restaurant Employee Relief 
Fund (Estados Unidos).
Cada caixa incluirá uma 
garrafa de: Château Cheval Blanc 
2009, Château Cheval Blanc 
2015, Clos des Lambrays 2016, 
Château d’Yquem 2017, Château 
d’Yquem 2015 e Château 
d'Yquem 2009.
Esta não é a primeira ação 
da LVMH durante a pandemia. 
Antes, suas fábricas de perfumes 
começaram a produzir gel 
desinfetante para hospitais 
franceses, e 12 oficinas da Louis 
Vuitton mudaram a produção 
para costurar máscaras de 
proteção.
OUTROS VINHOS
Um leilão de 
caridade criado 
por produtores de 
vinho, comerciantes 
e negociantes de 
Bordeaux servirá para 
expressar a gratidão 
aos profissionais de 
saúde. O leilão on-
line, coordenado pelo 
conselho de vinhos 
de Bordeaux (CIVB), 
será realizado nas 
datas inicialmente 
planejadas para a 
“Bordeaux fête le 
vin”, de 18 a 21 de 
junho e contará com 
lotes doados por 
profissionais do vinho 
de toda a região. No 
início de julho, todo o 
dinheiro arrecadado 
será destinado ao 
Hospital Universitário 
de Bordeaux 
para comprar 
equipamentos e 
melhorar as condições 
de trabalho da 
equipe de saúde 
dos hospitais de 
Gironde
afetados pela 
Covid-19
ç
te
o 
 
ADEGA >> Edição 17518
MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O
Diante da crise causada pela 
pandemia, restaurantes famosos 
dos Estados Unidos estão abrindo 
suas adegas para vender garrafas 
raras de vinhos clássicos. Diversos 
estabelecimentos tentam amenizar 
os efeitos do impacto econômico 
trazido pela Covid-19 dessa forma. 
Para aqueles com estoque, a venda 
de vinhos finos e raros forneceu 
receitas para ajudar a pagar 
funcionários.
Uma garrafa do Romanée 
St-Vivant do Domaine de la 
Romanée-Conti da safra de 2015 
está entre os vinhos premiados 
vendidos pelo restaurante 
três estrelas SingleThread, em 
Healdsburg, Califórnia, por 
exemplo. O coproprietário 
Kyle Connaughton disse que 
o restaurante também vendeu 
uma magnum de Meursault do 
Domaine Roulot safra de 1992, 
além de uma garrafa de Chablis 
Valmur do Domaine François 
Raveneau, de 1996.
Outro restaurante três estrelas 
na Califórnia, Manresa, havia 
vendido aproximadamente US$ 
50.000 em vinhos no começo de 
abril. Ele começou vendendo 
nomes como Roulot e Liger-Belair, 
da Borgonha, além da propriedade 
alemã Weingut Keller. “Na semana 
passada, vendemos algumas safras 
do Chablis Montée de Tonnerre da 
Raveneau, Produttori di Barbaresco 
Montestefano 2007, Domaine Marcel 
Lapierre Morgon 2011 e Arnot 
Roberts ’Clary Ranch’ Syrah 2014 de 
Arnot Roberts”, disse Jim Rollston, 
diretor de vinhos da Manresa.
No Napa, o famoso restaurante 
Press ofereceu vinhos de sua 
adega on-line. Um porta-voz do 
restaurante disse que safras raras 
da Califórnia vendidas até agora 
incluem: Dickerson Vineyard 
Zinfandel de Ravenswood Winery 
1989, Rutherford Hill Wines 
Zinfandel 1980, Bella Oaks 
Vineyard Cabernet Sauvignon 
Heitz Cellar 1981, Joseph Phelps 
Insignia 1997 etc.
O restaurante Atrium, no 
Brooklyn, Nova York, realizou um 
leilão on-line de vinhos e destilados 
raros. Um lote apresentava garrafas 
Joseph Phelps Insignia de 1989 
e 1990. As ofertas atingiram US$ 
700. Outro lote foi uma garrafa 
de Jean Cavé Bas Armagnac 
1972, com lances de US$ 150. 
“Estamos fazendo tudo o que 
podemos pensar apenas para ter 
um lugar onde nossos funcionários 
possam voltar”, disse Alex LaPratt, 
proprietário do Atrium.
Venda de vinhos em restaurantes
Para tentar amenizar impacto da crise, restaurantes 
consagrados vendem vinhos raros de suas adegas
Vinho da
quarentena
Atores lançam vinhos para
ajudar no combate à Covid-19
O casal de atores Ashton Kutcher e
Mila Kunis lançaram um Pinot Noir
“Quarentena” do Oregon e doarão 100%
dos lucros para instituições de caridade
que proporcionam alívio no combate
à Covid-19. Para isso, eles se uniram à
Nocking Point, com sede em Walla Walla,
que foi fundada pelo ator canadense
Stephen Amell e Andrew Harding,
proprietário da Source Audio.
A dupla de atores foi às redes sociais
para anunciar o lançamento do vinho, que
eles disseram ter sido inspirado em tomar
bebidas e fazer refeições virtuais com seus
amigos durante a quarentena. Mila teve a
ideia original e Kutcher conseguiu entrar
em contato com seu amigo Harding para
colocá-la em prática.
O Quarantine Pinot Noir 2018 é
feito a partir de uvas provenientes do
Willamette Valley, no Oregon, e foi
produzido pela enóloga Sarah Cabot,
da Battle Creek Vineyards. O preço é
de US$ 50 para duas garrafas, ou US$
40 para os membros do clube de vinhos
Nocking Point. O rótulo é quase todo
branco exatamente para que as pessoas
possam escrever mensagens aos amigos
enquanto desfrutam do vinho. Todos os
lucros da venda serão doados a quatro
instituições de caridade com as quais o
casal já está trabalhando.
Para quem quiser conhecer mais, acesse:
https://officialquarantinewine.com/
MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O
ADEGA >> Edição 17520
Recorde on-line
Dados da Christie’s registram aumento de interesse em leilão virtual
Compradores de 31 países dos cinco 
continentes participaram do leilão 
online da Christie's Wine & Spirits, 
sediado em Nova York, que durou 
duas semanas a partir de 24 de março. 
Isso marcou uma das maiores vendas 
on-line do grupo até o momento, com 
mais de 800 lotes oferecidos.
A Christie's também destacou 
um interesse muito maior do que é 
normalmente visto nas vendas on-line, 
com “observadores” em 118 países. 
“Esta venda recebeu um número sem 
precedentes de visitantes únicos, mais 
de 20% acima da média das vendas de 
vinhos on-line, e de todo o mundo”, 
disse Chris Munro, chefe de vinhos da 
Christie's Americas. A venda arrecadou 
US$ 1.116.075.
Houve um forte interesse em safras 
antigas de Bordeaux e da Califórnia. 
Os principais lotes incluíram uma 
caixa de 12 garrafas de Petrus 1990, 
que custou US$ 40.000, enquanto um 
lote de seis magnum da safra de 1985 
foi vendido por US$ 18.750. Uma 
caixa de 12 garrafas do Château Lafite 
Rothschild 2002, em sua caixa de 
madeira original, foi vendida por US$ 
7.500, enquanto um lote de 12 garrafas 
de 2005 foi vendido por US$ 6.875. Da 
Califórnia, uma seleção de vinhos da 
Harlan foi vendida por US$ 4.375, e um 
lote de Ridge Monte Bello Cabernet 
Sauvignon 1991 por US$ 6.875.
Outras casas de leilão também 
tiveram sucesso online recentemente. 
A Acker Merrell & Condit vendeu 
aproximadamente US$ 7 milhões em 
vinhos em Hong Kong e Nova York 
por meio de dois leilões realizados 
ao vivo on-line. “O mercado de 
vinhos finos é bastante saudável e 
surpreendentemente resistente no 
momento. As pessoas ainda querem 
o seu vinho!”, disse John Kapon, 
presidente da Acker Merrell & Condit.
“À medida que mais pessoas estão 
em casa, esperamos ver um aumento 
no consumo. Em vez de sair, as pessoas 
estão fazendo mais refeições em 
suas casas e provavelmente entrando 
em suas adegas para encontrar a 
harmonização adequada. O vinho 
deve ser apreciado, por isso, se nossa 
categoria puder ajudar a compartilhar 
alegria em momentos de incerteza, 
ficaremos felizes. E é difícil especular 
como isso afetará as compras futuras, 
mas acho que haverá uma curiosidade 
e interesse renovados no vinho que 
podem levar à coleção”, disse Munro.
Mais vinho, 
por favor
Idosa pedindo vinho na 
quarentena faz sucesso 
nas redes sociais
A imagem de uma senhora 
canadense, confinada, 
segurando uma placa 
exigindo “mais vinho” se 
tornou viral depois de ser 
compartilhada por sua filha 
nas redes sociais. Kelly 
Muller postou uma foto de 
sua mãe Annette, de 82 anos, 
no Facebook, depois que ela 
foi até sua casa para verificar 
se precisava de algo.
“Naquele dia, parei e dei 
uma buzinada para que ela 
soubesse que eu estava lá, e 
ela tinha uma placa pronta 
pedindo que eu pegasse mais 
vinho. Não fiquei chocada 
ao vê-la segurando uma 
placa feita à mão. Perguntei-
lhe que tipo de vinho e ela 
disse: ‘Tinto? Branco? Isso 
não importa para mim. 
Todos têm o mesmo sabor’”, 
disse Kelly.
21Edição 175 >> ADEGA
Força no on-line
As vendas on-line de bebidas alcoólicas nos Estados 
aumentaram quase cinco vezes em período de pandemia
Vitória 
bordalesa
Empresa chinesa perde caso 
por uso da marca Bordeaux
PENFOLDS NA CHINA
Após uma década de litígios, a
Treasury Wine Estates (TWE) anunciou
que registrou com êxito a marca Ben
Fu, marca chinesa da Penfolds. Em
1995, o então agente da Penfolds na
China solicitou à Administração Estatal
da Indústria e Comércio o registro de
Ben Fu. Mas, após a Penfolds encerrar
a parceria com o agente, a marca
não foi renovada e ficou disponível
novamente. Assim, ao longo dos
últimos 25 anos, a Penfolds tem sido
vítima de imitadores.
Uma pessoa registrou a marca “Ben
Fu” em 2009 e a Penfolds conseguiu
invalidar o processo em 2019 e
agora, enfim, todos
os recursos foram
esgotados. Após
quase 10 anos de
ação judicial, a
TWE finalmente
venceu a ação e é
a proprietária dos
registros de marca
“Ben Fu” em relação ao
vinho vendido na China e na Austrália.
Segundo a consultoria Nielsen, as 
vendas on-line de bebidas alcoólicas 
nos Estados Unidos aumentaram 
cinco vezes nas duas primeiras
semanas de abril, em comparação 
com o mesmo período de 2019. 
Em relatório, a empresa destacou 
como os consumidores regulares 
aumentaram as vendas on-line 
de álcool desde que medidas de 
restrição de circulação começaram 
em meados de março no país.
Observando as vendas totais de 
álcool do início de março até 18 
de abril, a Nielsen registrou que 
as vendas no varejo de comércio 
eletrônico dobraram em comparação 
com um ano atrás (+ 234%) e 
aumentaram quase cinco vezes nas 
últimas duas semanas do período.
Em termos de categorias, a 
maior taxa de crescimento nas 
vendas on-line foi observada 
nos destilados, embora o vinho 
continue a ter de longe a maior 
fatia do comércio eletrônico, 
comandando quase 70% das vendas 
na Internet.
Considerando essa tendência, 
Danelle Kosmal, representante 
de bebidas alcoólicas da Nielsen, 
sugeriu que o crescimento 
nas vendas de bebidas on-line 
estava sendo impulsionado por 
consumidores que visitavam bares 
e restaurantes regularmente, mas 
que agora obviamente não podem. 
“Compreender como o consumidor 
frequente de bebidas está adquirindo 
álcool em canais externos agora 
será cada vez mais importante, 
principalmente porque fornecedores, 
restaurantes e cervejarias se apoiam 
em maneiras criativas de envolver 
esse grupo de consumidores”, disse.
O Conselho Interprofissional do 
Vinho de Bordeaux (CIVB) venceu 
um processo contra uma empresa de 
vinho chinesa por violação de marca 
registrada no Tribunal Popular da 
Província de Shandong. No ano 
passado, o Penglai Yunque Chateau, 
de Shandong, foi acusado pelo CIVB 
de violar a marca registrada coletiva 
“Bordeaux”.
Foi relatado que a empresa estava 
vendendo produtos vitivinícolas que 
não eram feitos da região vinícola 
designada, no entanto, ostentavam 
rótulos com "Bordeaux", e eram 
falsamente anunciados como 
“importados diretamente da região 
com qualidade garantida”.
O tribunal decidiu que o 
uso indevido da marca levou à 
concorrência desleal. Portanto, a 
CIVB entrou com o processo para 
interromper a infração e compensar 
suas perdas. Como resultado, o 
tribunal declarou que o Penglai 
Yunque Chateau deve à CIVB cerca 
de R$ 400 mil.
MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O
ADEGA >> Edição 17522
Estoque parado
Entidades alertam para um bilhão de 
litros de vinho que pode se perder na Europa
O deputado europeu Eric Andrieu alertou que um 
bilhão de litros de vinho produzido na Europa poderia 
desaparecer devido à falta de armazenamento após 
o fechamento de bares, restaurantes e lojas em todo 
o continente, e queda nas exportações. Ele pediu à 
Comissão Europeia que intervenha, afirmando que a 
situação pode ter “sérias repercussões” no emprego, 
principalmente entre as pequenas empresas.
Jean-Marie Barillère, presidente do Comitê Européen 
des Entreprises Vins (CEEV), disse: “Com o canal 
HoReCa (hotéis, restaurantes, cafés) fechado em quase 
todos os lugares, estimamos que 30% em volume e 50% 
em valor do mercado de vinhos da União Europeia 
estejam bloqueados. Além disso, e após alguns sinais 
de estocagem no início de março, as vendas caíram 
novamente nos supermercados no final do mês, 
reforçando a tendência negativa do mercado”.
O CEEV declarou que todos os seus membros, que 
representam mais de 90% das exportações europeias 
de vinho, relataram uma queda nas exportações desde 
janeiro. O órgão montou um plano de emergência 
chamado Covid-19 Wine Package, que inclui medidas 
para fortalecer as finanças das empresas, além de 
recuperar e reconstruir o mercado.
Ignacio Sánchez Recarte, secretário geral do CEEV, 
afirmou: “Para apoiar a recuperação dos mercados de 
vinho, solicitamos maior flexibilidade para programas 
promocionais, imposto temporariamente reduzido 
para produtos vitivinícolas e a adoção de uma estrutura 
moderna para venda à distância. É fundamental que o 
setor vitivinícola se recupere nos mercados de exportação. 
Para isso, é necessária uma rápida resolução da disputa 
comercial com os Estados Unidos, além de esforços 
adicionais para obter acesso a outros mercados”.
Uma das preocupações com os vinhos estocados 
sem destinação é a possível falta de espaço nas vinícolas 
para a safra 2020 que deverá ser colhida em poucos 
meses. Alguns então propõem que esse estoque seja 
destilado e vendido para, entre outras coisas, produção 
de álcool em gel.
Um construtor australiano 
resolveu transformar uma escada 
de sua casa em uma adega de 
vinhos capaz de conter 156 
garrafas. Murray Berrill, de 
Victoria, construiu as escadas 
a um custo de 4.500 dólares 
australianos e publicou o 
resultado no Facebook.
Cada degrau está equipado 
com uma gaveta com fendas 
para colocar as garrafas lado a 
lado. Berrill disse que as gavetas 
são bem isoladas e montadas em 
uma laje de concreto na base, 
em vez de nas próprias escadas, a 
fim de evitar vibrações.
“Odeio o espaço morto ao 
reformar uma casa, pois você 
está basicamente pagando por 
nada. Por isso, pensamos em 
colocar o vinho nas gavetas dos 
degraus da escada e não atrás 
dela. Tivemos que descobrir 
como todas as garrafas se 
encaixariam e garantir que 
todo o design fosse forte o 
suficiente”, afirmou. O trabalho 
supostamente levou apenas 
uma semana e meia para ser 
concluído. Que tal tentar em 
casa?
Adega na escada
Homem transforma a escada 
de sua casa em adega
23Edição 175 >> ADEGA
Foto do ano
Premiação revela a melhor foto 
com tema de vinho do ano
O concurso fotográfico ligado à alimentação 
Pink Lady tem, entre suas categoria, uma 
ligada ao vinho (patrocinada pela Viña 
Errázuriz). E, em 2020, o fotógrafo alemão 
David Weimann ganhou como fotógrafo 
de vinhos do ano, além da categoria 
“Pessoas”, com seu retrato de Meike e Dorte 
Näkel, enólogas da Meyer Näkel, em Ahr, 
Alemanha. 
O norte-americano Tom Hyland venceu 
a categoria “Lugares” com sua paisagem 
invernal de Castiglione Falletto na região 
de Langhe, no Piemonte. E o fotógrafo 
francês Patrick Desgraupes venceu a 
categoria “Produto” por sua imagem de 
um trabalhador no Clos St-Patrice em 
Châteauneuf-du-Pape.
A cerimônia de premiação foi realizada 
on-line pela primeira vez desde o início da 
competição em 2011, com os vencedores 
anunciados em um evento ao vivo na noite 
de 28 de abril. O renomado fotógrafo de 
alimentos David Loftus foi o presidente dos 
jurados.
"O mundo está nas garras do Covid-19 
e a vida normal, seja qual for, parou 
para todos nós. Mas fotos como essas nos 
lembram os caminhos e hábitos culturais 
que significam muito para nós e nos unem. 
Todos somos iguais”, afirmou Caroline 
Kenyon, fundadora do prêmio Pink Lady 
Food Photographer of the Year.
Prédio vivo
Vinícola norte-americana recebe certificado 
inédito de sustentabilidade
A Silver Oak, vinícola de Alexander 
Valley, Estados Unidos, tornou-se 
a primeira a ganhar certificação de 
sustentabilidade Challenge Living 
Building. Ela atendeu a rigorosos 
requisitos de eficiência energética, 
uso de água e design ecológico; e é 
a maior instalação de fabricação do 
mundo a ganhar o status de Living 
Building Ela foi certificada pelo 
International Living Future Institute 
(ILFI), sendo a primeira vinícola e 
apenas o 25º projeto de qualquer tipo 
do mundo a receber a designação. 
Fundada em 1972, ela é gerida 
pela terceira geração da família 
Duncan, que agora está solidificando 
sua reputação como líder em 
vinificação sustentável e ecológica. 
Suas instalações em Napa e Alexander 
Valley já haviam recebido a prestigiada 
certificação LEED Platinum 
anteriormente. “Receber a notícia 
foi emocionante, porque realmente 
definimos essa meta em 2012, quando 
compramos a propriedade. Então, 
estamos nessa há oito anos”, disse 
David Duncan.
Os padrões da certificação 
recebida são codificados em sete 
“tópicos” de design e função: água, 
energia, materiais, local, saúde e 
felicidade, equidade e beleza. Um 
edifício certificado recicla e reutiliza o 
máximo de água possível, produz mais 
energia do que gasta, é construído
sem materiais ambientalmente 
perigosos e fornece um local de 
trabalho confortável e atraente para 
os funcionários. O que talvez mais 
distinga a certificação é que o edifício 
deve demonstrar aos observadores 
da ILFI que pode operar nos níveis 
de água, energia e emissões que seu 
projeto promete por 12 meses.
Para energia, os Duncans cobriram 
a maioria dos telhados da instalação 
com painéis solares, quase 2.600 deles, 
instalando uma bateria de fosfato 
de íon de lítio para armazenamento 
de energia. Eles acabaram gerando 
104% das necessidades de energia da 
vinícola. Os painéis e as bombas de 
calor de CO2, em vez das caldeiras 
típicas de propano, aquecem a água 
necessária para a higienização.
A água usada no processo de 
vinificação, para tarefas como prensas 
de lavagem e tanques de limpeza, é 
tratada com um dispositivo chamado 
biorreator de membrana e desinfetada 
com tecnologia ultravioleta e filtro de 
carvão; e pode então ser reutilizada 
para banheiros e irrigar as vinhas.
ADEGA >> Edição 17524
ENOCULTURA 
Notas de rebeldia
Filme mostra um mundo de sonhos em torno do vinho
Lançado em março deste ano no ca-nal de streaming Netflix, o filme “Uncorked”, cuja tradução para o 
português ficou como “Notas de Rebeldia”, 
conta a história de um jovem negro de clas-
se média que descobre o mundo do vinho e 
sonha em se tornar um Master Sommelier 
– honraria criada em 1969 e que menos de 
300 pessoas possuem no mundo até hoje. 
A “dramaticidade” do título em português 
vem do fato de Elijah (nome do protagonis-
ta interpretado pelo ator Mamoudou Athie) 
precisar desafiar a família para tentar algo 
diferente do esperado para seu futuro.
A trama se passa ao redor de uma famí-
lia de Memphis que vive em função de um 
restaurante (típica churrascaria do centro-
-oeste norte-americano) herdado pelo pai 
do protagonista no qual quase todos os 
membros da família trabalham, inclusive o 
jovem Elijah, que faz meio período numa 
loja de vinhos. O pai, obviamente, quer 
que o filho dê continuidade ao legado da 
família e ainda planeja expandir os negó-
cios. O jovem, contudo, mostra-se avesso a 
essa possibilidade e titubeante em relação 
ao seu futuro.
Elijah, então, decide encarar o desa-
fio de se especializar na área do vinho e 
ingressar no dificílimo curso para tentar o 
título de Master Sommelier – quem qui-
ser conhecer mais sobre as dificuldades da 
prova há uma série de documentários sobre 
o tema chamada “Somm”, que esteve em 
cartaz na Netflix, mas não faz mais parte da 
grade. Para isso, ele desafia o pai, mas tem 
suporte da mãe e da namorada (a quem ele 
encanta fazendo uma comparação entre vi-
nho e estilos musicais).
Apesar da narrativa um pouco pre-
visível e do fim estilo Netflix, o filme 
tem uma boa levada e mostra o vinho 
de forma glamorosa, capaz de abrir a 
mente, apresentar uma nova cultura e 
um ambiente de sofisticação. O vinho 
acaba perpassando as diversas situações, 
às vezes sendo o contraponto esnobe, às 
vezes a porta de entrada para algo maior, 
às vezes como forma de ligar duas coi-
sas distintas (assim como o “selo de paz” 
entre pai e filho através de uma garrafa 
especial) etc.
O filme mostra especialmente como 
funciona o mundo de quem sonha em se 
tornar um Master Sommelier, em que a 
pessoa precisa ser obcecada por vinho, es-
tudar, provar, estudar, provar... Várias cenas 
mostram degustações às cegas em que os 
estudantes precisam não somente apontar 
as características do vinho, mas dizer com 
precisão qual rótulo estão degustando.
Mas há também vários momentos de 
glamour, como uma visita ao Domaine 
Long-Depaquit, de Albert Bichot, e po-
de-se dizer que o mote se resume a uma 
divagação do protagonista sobre o mo-
mento em que começou a se apaixonar 
pelo mundo do vinho: “Quando recebo 
um vinho, como da França ou da Espa-
nha, sinto que estou lá”.
Serviço:
Título: Notas de Rebeldia (Uncorked)
Diretor: Prentice Penny
Duração: 1 hora 44 minutos
ENOTURISMO | p o r A R N A L D O G R I Z Z O
ADEGA >> Edição 17526
Hotel Entre Cielos, Mendoza
Dicas de atrações enoturísticas em 20 regiões 
“clássicas” e “alternativas”, e também nacionais
Assim que o mundo “abrir” após a pande-mia, qual seria o destino de enoturismo que você gostaria de conhecer? Quem sabe realizar um sonho de visitar algum produtor famoso em um região tradicio-
nal? Talvez algo menos corriqueiro e partir para se 
aventurar em regiões menos badaladas em busca de 
descobertas? Ou ainda fazer um tour nacional? En-
fim, a COVID19 adiou os planos de multas pessoas 
e agora só resta esperar para que a situação “volte ao 
normal” pelo menos no que tange ao deslocamento 
de pessoas e abertura de hotéis, restaurantes e viní-
colas para realizar aquele passeio maravilhoso que os 
enófilos gostam tanto de planejar.
Convenhamos, enófilo de carteirinha “tira 
férias” em região vitivinícola, arruma desculpa 
para, durante uma viagem, passar por alguma vi-
nícola, tenta descobrir bons locais para comprar 
vinhos, pesquisa por restaurantes respeitados por 
sua enogastronomia, etc. Então, para quem está 
apenas aguardando o momento para aproveitar o 
melhor do que o mundo do vinho pode propor-
cionar em termos de experiência de enoturismo, 
fizemos uma seleção de 20 destinos, sendo 10 
“clássicos imperdíveis” e 10 “ótimas alternativas”, 
além de dicas da Serra Gaúcha e Catarinense. 
Venha viajar conosco!
27Edição 175 >> ADEGA
ADEGA >> Edição 17528
Toscana, Itália
Ao pensar na Toscana, não há como não 
se imaginar degustando um vinho obser-
vando o pôr do sol em meios às bucólicas 
montanhas ao redor de Firenze e Siena. 
Dali surgem os vinhos mais célebres da 
Itália, de denominações como Chianti 
e Brunello, que congregam alguns dos 
produtores mais tradicionais, e ainda há os 
famosos Supertoscanos. É difícil resumir 
o que há de melhor para se ver na região, 
visitas aos clássicos Antinori, Biondi Santi, 
Ricasoli, Banfi etc., são quase obrigatórias. 
A beleza de lugares como Castiglion del 
Bosco (do grupo Ferragamo), Castello di 
Ama (com suas obras de arte), Antinori 
(com sua arquitetura fenomenal), Castello 
di Nipozzano, Le Macchiole, Col d’Orcia 
etc., fazem com que estadias de poucos 
dias tragam sérias dúvidas sobre as viníco-
las mais interessantes para visitar. Isso sem 
contar as cidades da região como Firenze 
e Siena, mas também San Gimignano, 
Pienza etc.
Douro, Portugal
A terra onde nasce o Vinho do Porto é má-
gica. O rio Douro corta o norte português, 
cuja geografia é magnífica. Não à toa, um 
dos passeios mais fantásticos é o de barco. 
Há trajetos curtos, de algumas horas, 
apenas para apreciar a paisagens das mon-
tanhas durienses com seus vinhedos em 
terraços, mas também há alguns cruzeiros 
que sobem e descem o rio em alguns pe-
ríodos do ano. A lista de produtores consa-
grados é gigantesca, mas algumas dicas de 
visitas infalíveis certamente são Quinta do 
Crasto, Quinta do Vallado, Quinta do Sei-
xo, Quinta da Pacheca (onde você pode se 
hospedar em barricas) etc. Há ainda locais 
ótimos para se hospedar como o Douro 
Six Senses, o Vila Galé Colection Douro, 
The Vintage House, A Casa do Rio etc, 
isso sem falar no imperdível restaurante 
DOC do chef Rui Paula.
“Clássicas”
29Edição 175 >> ADEGA
Alentejo, Portugal
Saindo de Lisboa, indo para o interior, a 
caminho de Évora, a paisagem alentejana 
lhe abraça. Com cidades com história 
riquíssima, castelos e fortes, e, obviamen-
te, grandes vinhos, é a terra onde nasceu 
o clássico Pera Manca. Dessa forma, não 
há como não listar a Fundação Eugênio 
de Almeida (que produz o ícone citado) 
como visita obrigatória, mas há ainda a 
Herdade do Esporão (com seu restauran-
te top e diversas opções de programas), 
Herdade da Malhadinha Nova, Herdade 
dos Grous, Herdade dos Coelheiros, 
L’And, Mouchão, entre tantos outros que 
devem ser visitados. A histórica cidade de 
Évora também é imperdível, com restau-
rantes tradicionais como Fialho, e com 
hotéis maravilhosos como o Convento do 
Espinheiro.
Reguengos de Monsaraz é 
outro passeio obrigatório.
Bordeaux, França
A “Meca” do mundo do vinho, 
visitar Bordeaux é quase uma obri-
gação. Ali estão os “templos” que 
guardam alguns dos mais prestigia-
dos vinhos do planeta. Em poucos 
metros, é possível passar de um 
Château a outro, de uma sub-região 
a outra, “venerando” cada palmo 
de terra que cria essas maravilhas 
vínicas. Bordeaux não é só a terra 
dos “cinco grandes”, Mouton, La-
tour, Lafite, Margaux e Haut-Brion, 
mas também de uma infinidade de 
nomes consagrados como Yquem, 
Cheval-Blanc, Petrus, Angelus, 
Valandraud, etc. O restauran-
te Lalique, dentro do Château 
Lafaurie-Peyraguey, assim como o 
La Chapelle, no Château Guiraud, 
são referências gastronômicas. Além 
da cidade de Bordeaux, obviamen-
te, visitar Saint-Émilion e arredores 
deve estar na sua lista.
Herdade dos Grous
Château Margaux
ADEGA >> Edição 17530
Borgonha, França
A “essência do terroir” em cada garrafa, cada
taça, cada gota de vinho. A Borgonha tem a
aura e a mística de ser uma “terra sagrada”, onde
as uvas Pinot Noir e Chardonnay produzem
néctares divinos. É onde nasce nada menos que
Romanée-Conti. Mas há muito mais do que esse
mítico vinhedo (ao qual todos vão para bater
uma foto em frente à cruz que o delimita) na re-
gião que compreende os entornos de Dijon até
Lyon. Aqui, apesar de também haver produtores
célebres, as pessoas costumam visitar vinhedos,
mas se você quiser ir além dos parreirais, pode
dar uma passada pelo Domaine Long-Depaquit,
as históricas Caves Patriarche, a cooperativa
La Chablisienne, Domaine Faiveley, Clos de
Vougeot etc.
Champagne, França
Não muito distante de Paris, Cham-
pagne é a região das borbulhas por 
excelência. Tendo a bela cidade de 
Reims como ponto central e Eper-
nay como ponto de encontro das 
maiores Maisons, Champagne é um 
lugar mágico, em que os principais 
passeios são subterrâneos. Sim, um 
dos maiores atrativos dos grandes 
produtores são suas caves escavadas 
em pedra calcária sob as cidades 
e vilarejos. São tantos os túneis e 
garrafas neles guardadas que fica 
difícil eleger quais os mais interes-
santes. Alguns como Pommery, por 
exemplo, criaram interferências 
artísticas, outros como Taittinger 
possuem bases históricas longín-
quas, casas como Deutz e Bollinger 
montam trajetos surpreendentes que 
culminam em salas de degustação 
deslumbrantes. Vale ainda pode vi-
sitar os nomes mais cultuados como 
Veuve Clicquot, Moët & Chandon, 
Lanson, assim como pesquisar 
pequenos como Roger Coulon, 
Jacques Selosse, etc.
Domaine Long-Depaquit
Champagne Pommery
Rioja, Espanha
No norte da Espanha, ao redor de Logroño, 
acompanhando o rio Ebro, a região de La 
Rioja é famosa pelos Tempranillos, mas 
também por seu enoturismo de primeira. 
Uma lista de visitas não pode deixar de 
fora locais como a magnífica Marquês 
de Riscal, a histórica Bodegas López de 
Heredia Viña Tondonia, o incrível museu 
da Bodega Vivanco, além de muitas outras 
“bodegas” com arquitetura singular como 
Ysios, Baigorri, Muga etc. Lá estão produ-
tores de renome (além dos já citados) como 
Marques de Caceres, Marques de Murrieta, 
CVNE, Ramón Bilbao, Muriel, Carlos Ser-
res, Ontañón (que também possui um belo 
museu) etc. Há mais de 600 vinícolas na 
região, uma das mais prestigiadas do país, 
juntamente com Ribera del Duero. Para 
ajudar no planejamento de visitas, a região 
é dividida em três e o conselho regulador 
tem sugestões de passeios.
Maipo, Chile
No Chile, não é preciso ir muito além
de Santiago para desfrutar do que de
melhor é produzido no país. Sim,
há diversas regiões vitivinícolas, cada
uma com suas belezas, a maioria com
opções de turismo de alto padrão,
mas, no Maipo estão as vinícolas mais
tradicionais do país. Quase sem sair
da capital chilena, pode-se visitar a
Concha y Toro (produtor dos clássicos
Casillero del Diablo e Don Melchor),
Santa Rita, Santa Carolina, Errázuriz
(que produz os ícones Seña e Don Ma-
ximiano), Aquitania, Undurraga, Haras
de Pirque (com sua arquitetura singular
em forma de ferradura de cavalo), Perez
Cruz, Almaviva (a joint-venture entre
Concha y Toro e Mouton Rothschild),
El Principal, Cousino Macul, Casas del
Bosque, Odfjell (de família noruegue-
sa) etc. Opções de estadia de altíssimo
padrão não faltam, como Las Majadas
de Pirque, Hotel Casa Real, The Singu-
lar, entre outros.
Haras de Pirque
Marques de Murrieta
ADEGA >> Edição 17532
Mendoza, Argentina
A cada ano que passa, Mendoza vai se
tornando um destino obrigatório para os
enófilos brasileiros. As vinícolas, cada vez 
mais, oferecem ótimas opções de passeios e, 
principalmente, hospedagem e gastronomia 
para os visitantes. Os voos diretos facilitam 
a presença brasileira por lá. Para quem ficar 
na cidade (há opções como Hyatt e Diplo-
matic, entre outras), é possível contratar um 
motorista para visitar em toda a região, in-
clusive no mais distante vale de Uco, onde 
a Zuccardi é parada obrigatória, por exem-
plo. Mas, mais próximo, há Catena Zapata, 
Susana Balbo, Trivento, Norton, Terrazas 
de los Andes etc., quase todas com gran-
des opções de gastronomia. Outro ponto 
obrigatório é El Enemigo, com o ambiente 
incrível de seu restaurante. A verdade é que 
tem sido difícil escolher roteiros ruins para 
fazer por lá e vale a pena revisitar a região 
de tempos em tempos.
Napa Valley, 
Estados Unidos
Desde os anos 1970, mais especifica-
mente após o famoso “Julgamento de 
Paris”, os vinhos da costa oeste norte-
-americana passaram a ser cultuados. A 
região do Napa transformou-se no ponto 
de ebulição das novidades vitivinícolas 
mundiais. De repente, o mundo todo 
passou a olhar para lá. Os investimentos 
pipocaram e o local hoje tem opções de 
enoturismo para todos os gostos. Lá se 
encontram os nomes mais tradicionais 
da vitivinicultura dos Estados Unidos 
como Mondavi, Stag’s Leap, Chateau 
Montelena etc., assim como também 
fica a mítica Opus One, parceria entre 
Mondavi e os Rothschild. A lista de 
visitas é sempre complicada, pois há de 
tudo para apreciar como, por exemplo, 
arquitetura estilo bizantino na Darioush, 
ou um castelo medieval na Castello di 
Amorosa, ou o estilo clássico da Ingle-
nook, restaurada por ninguém menos 
que Francis Ford Coppola, ou as gran-
des obras de arte na Artesa, ou a impo-
nência da Domaine Carneros, enfim, o 
Napa é a Disneylândia do enófilo.
Opus One
Zuccardi Piedra Infinita
33Edição 175 >> ADEGA
“Alternativas”
Penedès, Espanha
No nordeste da Espanha, perto de 
Barcelona, fica a denominação 
de Penedès, região nem sempre 
lembrada pelos enófilos quando 
vão à Espanha. Mas, devido à 
proximidade com Barcelona, dar 
uma esticada para visitar vinícolas 
e outras atrações na região é fácil. 
Ali ficam produtores importantes 
como a família Torres, mas também 
expoentes da produção de espu-
mantes como Gramona, Codorníu 
e Freixenet. Há ainda vinícolas 
charmosas como Albet i Noya, Jean 
Leon, Finca Viladellops, Llopart, 
Agusti Torello Mata, por exemplo. É 
possível se hospedar em Barcelona e 
sair para visitas nas proximidades (50 
quilômetros em média para alcançar 
as vinícolas da região), mas se quiser 
ficar em Penedès, as vinícolas Mas 
Tinell e Can Bonastre, por exemplo, 
possuem opções de estadia.
Sicília, Itália
Na ponta da bota, a Sicília é um 
local a ser descoberto. Terra dos ci-
clopes na mitologia, a verdade é que 
a paisagem singular da ilha italiana 
é fascinante, especialmente pelo 
vulcão Etna, que caracteriza, de cer-
ta forma, desde o povo até o vinho. 
A cultura é riquíssima, com in-
fluências fenícias, gregas, romanas, 
cartaginesas, bizantinas, normandas 
etc., todas misturadas. Algumas 
boas indicações para visitar são as 
vinícolas Planeta, Donna Fugata, 
Tasca d’Almerita, Baglio di Pianetto, 
Nicosia, Feudi del Pisciotto, Tenuta 
Delle Terre Nere etc. Mas a ilha é 
repleta de história e pontos turísticos 
para intercalar com os vinhos, como 
o teatro romano em Taormina, a 
catedral de Palermo, o porto de 
Siracusa, as praias, e vale até uma 
esticada
à ilha de Pantelleria.
Bodegas Torres
ADEGA >> Edição 17534
Alsácia, França
Quando se fala em visitas a regiões vinícolas 
francesas, a Alsácia certamente não aparece 
entre as primeiras opções. No entanto, essa 
rica região na fronteira da França com a 
Alemanha (que aliás já dominou essas terras 
em diversas oportunidades, daí a influência na 
cultura regional), oferece enormes atrativos 
para o enófilo, especialmente os que apreciam 
vinhos brancos. Partindo da belíssima Estras-
burgo, ou da charmosa Colmar, é possível 
visitar uma infinidade de produtores como 
os consagrados Zind-Humbrecht, Domaine 
Weinbach (no histórico mosteiro Clos des Ca-
pucins, em Kaysersberg), Trimbach, Marcel 
Deiss, Hugel, Paul Blanck etc. É encantador 
sair à caça dos produtores pelas estradas da 
região passando por vilarejos como Riquewihr, 
Ribeauville, Bergheim, visitar o Château du 
Haut-Koenigsbourg, um castelo medieval nas 
montanhas de Vosges, etc.
Patagônia, 
Argentina
O “Fim do Mundo” tem sido um 
destino cada vez mais buscado 
por turistas. A região de Ushuaia, 
El Calafate e Neuquén, o que se 
considera a Patagônia Argentina, 
possui atrativos únicos, entre eles 
o Perito Moreno, glaciar conside-
rado patrimônio da humanidade. 
Os hotéis na região são sensacio-
nais como o Explora, o Resort 
Los Cauquenes e o Arakur. 
Como a região é muito extensa 
territorialmente, as cidades mais 
ao sul são “fora de mão” para 
quem pretende visitar vinícolas, 
mas os “aventureiros” podem 
ficar em Neuquén ou San Pa-
tricio del Chañar, por exemplo, 
onde terão acesso mais fácil a 
vinícolas como Família Schroe-
der, Malma, Fin del Mundo, 
Patritti, Coteaux de Trumao, por 
exemplo.
A vila de Riquewihr
35Edição 175 >> ADEGA
Santorini, Grécia
A idílica ilha grega de Santorini, 
famosa por suas incríveis fotos do 
pôr do sol no Mediterrâneo, é outro 
ponto enoturístico menos usual. Pois 
é, com ótimas opções de hospeda-
gens, vistas deslumbrantes, excelente 
gastronomia, a parte do vinho acaba 
ficando em segundo plano. Mas, todo 
bom enófilo vai querer conhecer os 
segredos desse paraíso, cuja produção 
tem características próprias, com vi-
nhas centenárias, sistemas de cultivo 
singulares e uvas nativas pouco co-
nhecidas, principalmente a Assyrtiko. 
E não são tão poucas assim as opções 
de visitas a vinícolas na ilha. Em sua 
lista você deve considerar o Domaine 
Sigalas, a Koutsoyannopoulos (com 
seu museu), a Boutari, a Art Space, 
a Gaia, a Vassaltis, a Venetsanos, a 
Santowines etc.
Central Otago, 
Nova Zelândia
Para se ter uma ideia da diversi-
dade da natureza, das paisagens, 
do deslumbre que é a região de 
Central Otago, na Nova Zelân-
dia, basta dizer que a trilogia do 
filme “Senhor dos Anéis” usou a 
maioria de suas locações lá. Mas 
além de servir de pano de fundo 
para esse épico do cinema, a 
região abriga uma vitivinicultura 
espetacular, onde se destacam os 
vinhos de Pinot Noir. Aqui pode-
-se ter acesso a produtores como 
Rippon, Quartz Reef, Carrick, 
Felton Road, Akarua etc. O 
lugar é incrível para quem quer 
mesclar enoturismo e turismo de 
aventura, com trilhas de tirar o 
fôlego (no bom sentido) em uma 
natureza totalmente ímpar.
ADEGA >> Edição 17536
Maldonado,
Uruguai
O Uruguai é outro país com tradi-
ção vitivinícola que raramente fi-
gura na lista de visitas dos enófilos,
mas deveria. O enoturismo está em
franco crescimento por lá e a pro-
ximidade com o Brasil faz com que
seja um destino fácil e atraente. O
país tem fama por seus Tannats,
mas há muito mais que isso sendo
produzido. A região mais visitada
é Maldonado, especialmente pelo
balneário de Punta del Este. E é
exatamente ao redor da cidade que
ficam algumas das vinícolas mais
charmosas. Por lá, vale a visita à
Bodega Garzón (empreendimento
espetacular do bilionário Alejandro
Bulgheroni), à Viña Eden (com
excelente restaurante), à Jose Igna-
cio Bodega Oceanica (com linda
arquitetura), à Alto de la Ballena
(com sua linda vista) etc.
Tasmânia, Austrália
Localizada na costa sul da Austrália e 
banhada por três oceanos, a vitivinicultura 
da ilha se destaca por seus espumantes e 
Pinot Noirs. Tassie (como é carinhosamente 
conhecida) mantém 42% do seu território 
preservado em reservas naturais. As me-
lhores opções estão ao redor das cidades 
de Launceston e Hobart, sua capital. Na 
primeira, a casa Jansz Tasmânia e a House 
of Arras são visitas obrigatórias. Na região 
fica o Cataract Gorge, um parque localizado 
a apenas 10 minutos de carro do centro da 
cidade e lugar ideal para fazer piquenique, 
caminhada e, no final da trilha, ao lado do 
rio, há uma piscina gigante. Já em Hobart, 
os destaques são a vinícola Stefano Lubiana, 
de produção biodinâmica, a Pooley Wines 
e a Moorilla, dentro do MoNa - Museum 
of Old and New Art, empreendimentos de 
David Walsh, apostador profissional, cole-
cionador de arte e empresário.
Bodega Garzón
Moorilla
37Edição 175 >> ADEGA
Oregon, 
Estados Unidos
A vitivinicultura da costa oeste 
norte-americana não se resume à 
Califórnia. Cada vez mais os vinhos 
do Oregon vêm chamando a aten-
ção. Além disso, as belezas naturais 
da região são capazes de atrair 
turistas que, além das paisagens, 
podem desfrutar de ótimos vinhos, 
especialmente os Pinot Noirs. Para 
se ter ideia do quanto os Pinots de 
lá estão em voga, os borgonheses 
da família Joseph Drouhin criaram 
lá uma base com seu Domaine 
Drouhin Oregon, que, obviamente, 
vale a visita. Mas você também pode 
visitar o Domaine Serene, Eyrie Vi-
neyards, Ken Wright Cellars, King 
Estate, Archery Summit, Argyle, J.K. 
Carriere, Willamette Valley Vine-
yards, etc.
Stellenbosch, 
África do Sul
Quando alguém diz que vai viajar 
para a África, logo pensamos em 
safari, certo? No entanto, há muito 
mais do que ver animais selvagens 
em seus habitats. A África do Sul 
tem um vitivinicultura tradicional 
e regiões impressionantes, com 
infraestrutura de primeira. Stellen-
bosch não fica muito distante da 
Cidade do Cabo e reúne alguns dos 
mais conceituados produtores sul-
-africanos. Waterford Estate, Dor-
nier Wines, Delaire Graff Estate, 
Kanonkop, Tokara, Lanzerac, Spier 
Wine Farm, etc. Você pode ficar 
na capital e partir para as vinícolas, 
que geralmente ficam a cerca de 
meia hora de distância. E não se 
engane pensando que Pinotage é o 
que de melhor se produz em solo 
sul-africano, pois isso está muito 
longe de ser verdade.
ADEGA >> Edição 17538
Serra Gaúcha
Muitos dos que planejam passeios
enoturísticos acabam esquecendo
de incluir a Serra Gaúcha entre os
locais para visitar. A região vitiviní-
cola do sul do Brasil é de fácil acesso
e tem opções das mais variadas.
Locais como o hotel Spa do Vinho,
Dall’Onder, Villa Michelon, assim
como o mais intimista Vila Valduga,
todos em Bento Gonçalves, ofere-
cem conforto para os mais exigentes.
Restaurantes como o Valle Rustico,
Mamma Gema, Casa Madeira etc.,
destacam a culinária tradicional
gaúcha sem perder os toques de
requinte. Visitas guiadas pela Aurora,
Miolo, Salton, Valduga etc., são
capazes de mostrar um panorama
dos produtos da região, assim como
é possível visitar produtores menores
pelos caminhos sinuosos, como os
Caminhos de Pedra, passear pelo
Vale do Rio das Antas, esticar até
Gramado e Canela.
Serra Catarinense
Ainda não é um local de grande atração 
para os enófilos, mas a Serra Catari-
nense tem seus encantos. A região de 
São Joaquim é maravilhosa, com seu 
parque nacional, não muito distante da 
famosa Serra do Rio do Rastro, ou seja, 
paraísos naturais. Ali, cada vez mais vão 
surgindo empreendimentos vinícolas 
que trazem opções para os enófilos que 
por lá se aventuram. A Leone di Vene-
zia, por exemplo, com sua arquitetura 
de influência italiana, chama a atenção, 
assim como a Pericó, empreendimento 
que atraiu os holofotes para a serra nos 
últimos anos. Mas lá pode-se visitar outras 
tantas vinícolas charmosas como a Thera, 
Villaggio Bassetti, Villa Francioni, Monte 
Agudo etc. Vale lembrar que, nos meses 
de inverno, a região é a única do
Brasil 
em que a neve chega a cair, tornando a 
paisagem ainda mais deslumbrante.
Brasil
Leone di Venezia
Hotel Spa do Vinho
ENOBUSINESS | p o r C H R I S T I A N B U R G O S , C O M I N F O R M A Ç Õ E S D O S I S T E M A H O R U S ( W W W . E H O R U S . C O M . B R )
Em tempo real
Vendas de vinho crescem perto 
de 50% em supermercados
Nos últimos anos, a venda de vinho em supermercados tornou-se um dos principais drivers da nossa in-dústria. Estes executam não só o papel de distribuidores, mas tam-
bém de grandes importadores. No mundo cada 
vez mais fluido e com fronteiras borradas são, ao 
mesmo tempo, parceiros e concorrentes dos im-
portadores e produtores, criam marcas próprias, 
importam, distribuem, avançam também no e-
-commerce e na especialização.
E não é à toa: no dia 4 de maio de 2020, uma 
compra no supermercado teve o valor médio de 
R$ 60,70 e 12,2 itens, mas compras que tiveram 
vinho no carrinho tiveram o valor médio de R$ 
187,40 e 35 itens. Esta informação parece mágica, 
não? Sobretudo se considerarmos que 4 de maio 
foi ontem (em relação ao momento que estou es-
crevendo, dia 5 de maio de 2020!)
Compreender a compra de vinhos em super-
mercados com delay de 1 dia com incrível nível 
de detalhamento, infinitas associações, no Brasil 
ou em cada unidade da federação (com exceção 
de Santa Catarina, que não instituiu a nota fiscal 
eletrônica) é um feito neste país em que faltam 
dados e sistemas inteligentes de informações, so-
bretudo no sell-out.
E esse é o poder do sistema Horus, que coleta 
os dados de 7 a 10 milhões de notas fiscais ao mês, 
o que permite oferecer informações com rigor es-
tatístico, sobretudo o que se compra em supermer-
cados e atacarejos, dos alimentos até produtos para 
hemorroidas, que aliás, nos meses de março e abril 
só apareceram em cestas de quem não comprou 
vinho (risos).
Em ADEGA celebramos a parceria com a Ho-
rus, cujo sistema foi desenvolvido por uma seleção 
brasileira de estatísticos e cientistas de dados, para 
compreender melhor esta parte vital da cadeia de 
vendas e contribuir para que as informações obtidas 
sejam cada vez mais relevantes para nossa indústria.
41Edição 175 >> ADEGA
Outras inferências interessantes (no mês de abril) brotam da riqueza de informações do sistema:
NÚMEROS
Pudemos comparar as cestas (que no jargão do setor significa 
cada compra nos supermercados) de vinhos entre os meses de 
março e abril e os números são impressionantes:
As marcas de vinhos finos que mais 
aparecem nas cestas de abril foram:
- Concha y Toro
- Santa Carolina
- G7 (Viña del Pedregal)
Em março, o vinho estava presente em 
1,43% das cestas no Brasil, porcentual 
que subiu para 2,13% das cestas em 
abril, um crescimento de 49%.
A média de unidades de vinho 
nas cestas que compraram 
vinho também subiu de 1,24 
para 1,34 unidade.
Com o auxílio da Horus, vamos continuar fornecendo informações valiosas sobre 
nosso mercado em ADEGA e acompanhar o papel cada vez mais forte deste canal 
para o crescimento do consumo e para a atração de novos consumidores.
33%
14,2%
30,3%
13%
17,7%
7,8%
das cestas que compram vinho também 
compram molho de tomate, versus 
8% na média geral, ou seja, 77,50% a 
mais.
das cestas que compram vinho também 
compram queijos, versus 7% na média 
geral, ou seja, quase o dobro.
das cestas que compram vinho também 
compram azeite, versus 2,5% na média 
geral, ou seja, praticamente três vezes 
mais.
das cestas que compram vinho também 
compram legumes, versus 24% na média 
geral, ou seja, 37,5% a mais.
das cestas que compram vinho também 
compram frutas, versus 22% na média geral, 
ou seja, 37,73% a mais.
das cestas que compram vinho 
também compram massas, versus 
9,9% na média geral, ou seja, 
78,79% a mais.
ADEGA >> Edição 17542
Estudo dá novos indícios de como o componente 
age no corpo e previne o envelhecimento
VINHO E SAÚDE |
Em um estudo pela University College Lon-don, o pesquisador Henry Bayele encon-trou uma explicação interessante para o 
potencial do resveratrol como substância antien-
velhecimento. Sua equipe descobriu que o com-
posto presente no vinho pode imitar o hormônio 
estrogênio no corpo humano para ativar proteínas 
antienvelhecimento chamadas sirtuínas, que po-
dem ajudar a prevenir problemas de saúde rela-
cionados à idade.
O estudo, publicado no Scientific Reports, 
explora os compostos ativadores da sirtuína na
dieta, incluindo o resveratrol. As sirtuínas
se tornaram um alvo promissor para pes-
quisadores interessados em retardar o
processo de envelhecimento, pois são 
proteínas produzidas pelo organis-
mo que parecem impactar o meta-
bolismo e protegem contra várias 
condições, incluindo obesidade, 
diabetes tipo 2, câncer e doenças 
cardiovasculares e neurodegenerati-
vas. Aprender o que estimula o corpo 
a produzir sirtuínas tem sido objetivo
comum dos cientistas focados na longe-
vidade nas últimas duas décadas.
Bayele e sua equipe trataram células he-
páticas humanas in vitro com diferentes tipos 
de compostos e descobriram que o resveratrol 
ativava os sinais de sirtuína através dos recepto-
res de estrogênio, imitando o hormônio. Embo-
ra o estrogênio seja comumente definido como 
um hormônio feminino, homens e mulheres o 
produzem, e pode ajudar a proteger contra as 
mesmas coisas que as sirtuínas impedem, como 
doenças cardíacas.
Os resultados também mostraram que o resvera-
trol imita o estrogênio em doses baixas, mas se torna 
antiestrogênico em concentrações mais altas, con-
A ação do 
RESVERATROL
sequentemente suprimindo os sinais de sirtuína. 
“A ingestão excessiva pode de fato ser contraprodu-
cente porque, em altas doses, o estudo descobriu 
que o resveratrol inibe a ativação da sirtuína dos 
receptores de estrogênio. Portanto, as baixas doses 
de resveratrol encontradas em um copo comum de 
vinho tinto devem ser suficientes para ativar as sir-
tuínas. Simplificando, para vinho tinto ou resvera-
trol para melhorar a saúde, menos é mais”, afirma 
o pesquisador.
Bayele explica que uma taça de vinho con-
tém cerca de 0,5 a 1 miligrama de resveratrol. “É 
importante notar que essas concentrações são 
semelhantes àquelas em que o resveratrol 
se comporta como o estrogênio para in-
duzir a sinalização máxima de sirtuína 
através dos receptores de estrogênio”, 
disse.
Outros componentes estudados 
foram melhores que o resveratrol na 
ativação de sirtuínas, como a isoliquiri-
tigenina, encontrada no alcaçuz. Mas, 
segundo Bayele, o resveratrol atraiu 
mais atenção devido à sua acessibilidade 
no vinho tinto, combinado com sua prote-
ção demonstrável contra doenças metabóli-
cas, cardiovasculares e neurodegenerativas.
Bayele diz que quando os humanos conso-
mem resveratrol, apenas pequenas quantidades 
são absorvidas rapidamente, enquanto uma gran-
de proporção é metabolizada no intestino del-
gado, o que complica a validade dos dados. Em 
resumo, ainda não está claro como a ingestão de 
resveratrol afetaria a sinalização de sirtuína, mas 
Bayele está confiante de que esses compostos ali-
mentares são tesouros ocultos. “Embora o papel 
do resveratrol na regulação do envelhecimento / 
tempo de vida permaneça controverso, sua contri-
buição para a saúde não está em dúvida”, afirma.
43Edição 175 >> ADEGA
Maior benefício do vinho à saúde de idosos 
pode estar ligado à socialização
Um estudo sugere que beber vinho com os amigos oferece mais benefícios à saúde do que beber sozinho. Uma equipe de pesqui-
sadores da Universidade da Flórida Central (UCF), 
em Orlando, recentemente tentou determi-
nar se existem benefícios intrínsecos ao
consumo moderado de álcool para
adultos mais velhos ou se esses re-
sultados positivos para a saúde
podem ser um subproduto
de outros fatores.
Eles questionaram se
os estudos publicados
sobre os benefícios
do consumo mode-
rado de álcool para 
a população idosa 
poderiam ser atribuí-
dos ao estilo de vida 
adotado por esses be-
bedores moderados, e 
não ao próprio álcool 
como substância.
Sua
teoria era que o consu-
mo moderado se correla-
cionava com a frequência
com que os entrevistados se
socializavam e que esse aumento
nas atividades sociais era o que produ-
zia resultados positivos para a saúde.
Para testar sua teoria, os cientistas exami-
naram dados do Health and Retirement Study 
(HRS), um banco de dados abrangente que ras-
treia as tendências sociais e de saúde, incluindo 
Beber com 
os AMIGOS
hábitos de consumo, de adultos americanos de 
1992 a 2018. O banco de dados tem cerca 20.000 
adultos com mais de 50 anos que vivem nos Esta-
dos Unidos.
Os pesquisadores da UCF abordaram: taxas 
relatadas de depressão, níveis funcionais 
relatados na vida diária, consumo de 
álcool e padrões de socialização. 
Eles então analisaram as res-
postas dos questionários des-
tinados a medir os níveis de 
depressão e socialização 
dos participantes e, como 
esperavam, o grupo de 
consumo moderado 
exibiu taxas mais baixas 
de depressão do que o 
grupo abstêmio. Mas 
eles também notaram 
que o grupo dos mo-
derados tinha uma taxa 
de socialização muito 
maior. “Beber moderada-
mente foi associado a con-
tatos mais frequentes com 
amigos”, eles observaram.
Quando o efeito mediador 
da socialização é removido dos 
dados, o consumo de álcool por si só 
não afeta a taxa de depressão. Os autores 
concluíram que os idosos que bebem modera-
damente tendem a ter uma vida social mais ativa 
e teorizam que a socialização é o fator chave para 
afastar a depressão.
HARMONIZAÇÃO | p o r A R N A L D O G R I Z Z O
Vai bem 
com tudo
Dicas para você harmonizar vinho com os 
mais diversos sabores de pizza
ADEGA >> Edição 17544
 
ADEGA >> Edição 17546
Pizza é uma unanimidade. Quem não aprecia aquela massa quentinha sain-do do forno coberta com os mais va-riados ingredientes? “Invenção” napo-litana, a pizza é hoje uma instituição 
mundial e, em alguns países, como o Brasil, por 
exemplo, ela foi “aprimorada”, ganhando não so-
mente sabores que extrapolaram e muito a tradi-
cionalíssima margherita (tida como provavelmen-
te a receita mais antiga de pizza de que se tem 
notícia), mas também ganhando adornos e outras 
particularidades que a tornam um dos pratos mais 
ecléticos do planeta.
Atualmente, não se pode dizer que há um jeito 
certo de fazer pizza, seja no que tange a massa, 
seja no “recheio”. As receitas tradicionais italianas, 
centenárias, há muito já foram deixadas para trás, 
aperfeiçoadas, transformadas, burladas, fragmen-
tadas etc., para se transformarem no que hoje en-
contramos no mercado, ou mesmo quando faze-
mos em casa. Cada um tem sua receita, cada um 
tem seu ingrediente preferido, cada um tem um 
jeito de assar. Há quem prefira massa fina, quem 
goste de usar fermento natural, quem opte por pre-
paros veganos, quem ache que o molho de tomate 
é imprescindível, quem acredite que queijo é dis-
pensável, quem excomungue sabores doces, quem 
experimente ingredientes pouco convencionais... 
No universo da pizza, há espaço para todos e para 
tudo.
E nesse mundo tão saboroso e tão eclético, ob-
viamente também há espaço para o vinho. Diante 
de tantas variações, é possível combinar os mais 
diversos tipos de vinho, em um campo de com-
binações quase infinitas, em que um ingrediente 
pode fazer toda a diferença. Sim, harmonizar vi-
nho e pizza é uma experiência deliciosa, e com 
um vasto campo para descobertas. ADEGA então 
se propôs a dar algumas indicações para lhe ajudar 
nesse deliciosa tarefa. Separamos as pizzas por in-
gredientes dominantes e também por receitas tra-
dicionais e oferecemos algumas combinações que 
certamente você vai apreciar. Experimente junto 
conosco.
47Edição 175 >> ADEGA
HISTÓRIA
MASSA EM CASA
INGREDIENTES
• 6 xícaras de chá de 
farinha de trigo (750
gramas)
• 2 colheres de sopa de 
fermento biológico seco
(20 gramas)
• 2 colheres de chá de
açúcar (300 gramas)
• 2 colheres de chá de sal
(300 gramas)
• 2 e 1/2 xícaras de chá
de água morna (600 ml)
• 1/4 xícara de chá de 
azeite (60 ml)
Preparo
• Misture o fermento 
e o açúcar em um 
recipiente. Coloque 
água morna e misture 
bem para dissolver. 
Deixe em temperatura 
ambiente até o fermento 
agir – 5 minutos. Na 
batedeira, misture a 
farinha e o sal, e deixe 
um espaço no meio. 
Reserve outro recipiente 
untado para que caiba a
massa que crescerá.
• Depois de 5 minutos, 
despeje a mistura de 
fermento no centro da 
batedeira com farinha. 
Adicione azeite e
misture para incorporar.
• Sove a massa na 
batedeira em velocidade 
baixa por 5 minutos 
e vá aumentando a 
velocidade deixando 
sovar por mais 15
minutos até ficar lisa.
• Coloque a massa no
recipiente untado, cubra
e deixe descansar por
uma hora, para crescer.
• Terminada de crescer, 
coloque a massa em 
uma bancada polvilhada 
de farinha, divida-a em 
quatro partes. Abra 
cada parte para fazer 
um disco de pizza. 
Coloque-o em uma 
assadeira e recheie a 
gosto. Leve a um forno 
pré-aquecido a 250ºC 
e deixe por 15 minutos 
aproximadamente.
Fatias de pão cobertas com molho e outros 
ingredientes é algo muito antigo na história 
da humanidade. Mas a história da pizza 
“moderna” tem suas origens na região 
de Campania, no sudoeste da Itália, onde 
fica Nápoles. Durante séculos, a cidade foi 
entreposto comercial importante e também um 
reino independente, com um dos portos mais 
movimentados do Mediterrâneo. Acredita-se 
que a maioria dos trabalhadores napolitanos, 
estivadores pobres, tendia a consumir algo 
barato e que fosse prático, pois não podiam 
perder tempo. Daí a “pizza”, pães com varias 
coberturas terem proliferado ali. Historiadores 
apontam que guarnições como tomate, queijo, 
óleo, anchovas e alho eram as mais comuns, e 
vendidas por ambulantes.
Anos mais tarde, o rei Umberto I e a 
rainha Margherita visitaram Nápoles em 1889. 
Diz a lenda que o casal pediu a Raffaele 
Esposito que preparasse algo diferente do 
usual para comer. Ele preparou três tipos de 
tortas: uma coberta com banha de porco, 
queijo caciocavallo e manjericão; outra com 
cecenielli (uma espécie de peixe); e a terceira 
com tomate, Mozzarella e manjericão. Diz-se 
que a última foi a preferida da rainha, e assim 
batizada de pizza Margherita.
A pizza, contudo, permaneceu pouco 
conhecida na Itália além das fronteiras de 
Nápoles até a década de 1940, quando as 
guerras, imigrações e o turismo espalharam a 
cozinha napolitana para o mundo. As primeiras 
pizzarias fora da Itália, contudo, existiram antes 
disso, chegando aos Estados Unidos em 1905 
e ao Brasil em 1910, por exemplo.
ADEGA >> Edição 17548
Calabresa
Considerando o “peso” da 
calabresa na harmonização, 
pode-se optar por vinhos 
tintos mais estruturados. Não 
tenha medo de testar um 
Cabernet Sauvignon, um 
Sangiovese ou um Cabernet 
Franc. Se a calabresa tiver 
tons levemente picantes, 
tente um Syrah ou vá para 
um espumante leve.
AD 90 pontos 
SANTA CRISTINA ROSSO 2017
Antinori, Toscana, Itália 
(Winebrands R$ 123). 
Frutas vermelhas lem-
brando cerejas e fram-
boesas, notas florais, 
de couro, de terra, de 
ervas e de especiarias 
doces, que se confir-
mam na boca. EM
AD 91 pontos 
SOPHENIA ESTATE 
RESERVE CABERNET 
SAUVIGNON 2018
Finca Sophenia, Men-
doza, Argentina (World 
Wine R$ 169). Amável e 
frutado, mas também 
com muita tensão 
e fruta fresca, notas 
especiadas e de ervas, 
tudo num contexto 
de vibrante acidez 
e taninos de ótima 
textura. EM
Portuguesa
A pizza portuguesa costuma 
ter, além do queijo, presunto, 
ovo, tomate, cebola, ervilhas e 
azeitonas. Um vinho que possa 
amalgamar tantos sabores 
distintos precisa ter bastante 
acidez, mas não pode ser 
muito potente para simples-
mente se sobrepor e achatar o 
paladar. Experimente um rosé, 
com diversas nuances, ou tente 
um Malbec não muito estrutu-
rado, ou um Vinho Verde.
AD 90 pontos 
CHARMES ROSÉ 2018
Château Les Mesclan-
ces, Provence, França 
(PNR Group R$ 155). 
Cheio de frutas bran-
cas e de caroço.. Leve 
e vibrante, tem ótima 
acidez, gostosa textu-
ra e final agradável e

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