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Adega - Edição 178 (2020-08)


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GUIA ADEGA 
PORTUGAL
O NEGÓCIO 
DO VINHO
DURANTE 
A PANDEMIA
BON JOVI, 
CAMERON DIAZ, 
JOHN MALKOVICH
FAMOSOS LANÇAM SEU ROSÉS
O VINHO DOS TEMPLÁRIOS
ENTREVISTA 
EXCLUSIVA 
COM O NOVO CEO 
DE ALMAVIVA
DOMAINE 
COCHE-DURY
O ÍCONE BRANCO 
DA BORGONHA
RAIO-X
FRANÇA
AS REGIÕES, DENOMINAÇÕES, 
CLASSIFICAÇÕES, UVAS E 
GRANDES PRODUTORES
OS DESTAQUES DO NOVO
AN
O 
XV
 - 
NO
 1
78
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Há 20 anos a Word Wine se dedica a pesquisar, em cada lugar do mundo, os melhores vinhos, aqueles capazes de 
transformar momentos comuns em experiências únicas. São mais de 1500 rótulos de 13 países produtores, para 
que você possa escolher aquele que melhor combina com seu estilo, companhia e momento. Para quem já nos 
conhece, ou ainda não, queremos ser a referência do mundo dos vinhos, verdadeiros curadores de experiências.
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limitado.
Bodega
Goulart
A história por
trás de vinhedos 
centenários
de Mendoza
Mendoza, a principal região vinícola da 
Argentina, é uma terra cheia de histórias. 
Entre elas, a da enóloga Erika Goulart, uma 
brasileira que se especializou em Malbec e 
produz ali vinhos premiados há duas décadas.
A história das terras da Bodega Goulart 
começa, porém, ainda em 1932, quando Gastão
Goulart comandou os voluntários da Legião
Negra que defenderam a democracia durante
a Revolução Constitucionalista. Exilado no
mesmo ano na Argentina por conta dos
E V I N O A M P L I A S E U P O R T F Ó L I O P R E M I U M D E V I N H O S S U L - A M E R I C A N O S 
C O M A E S T R E I A D E R E N O M A D O S V I N H O S A R G E N T I N O S
Goulart será uma das nossas grandes bandeiras 
em vinhos argentinos e estamos muito felizes 
com esta importante adição ao portfólio da Evino.
ARI GORENSTEIN, CO-CEO EVINO.
confl itos da época, Gastão garantiu os vinhedos 
que em 1997 foram descobertos e recuperados 
por sua neta, Erika Goulart. Assim nasceu
a Bodega Goulart.
Em julho, a linha de vinhos da enóloga chegou 
na Evino, e-commerce que se consolidou como 
a maior importadora de vinhos franceses, 
italianos e espanhóis do Brasil, mas agora 
está voltando os seus olhos para grandes 
produtores dos países vizinhos para fortalecer 
o portfólio sul-americano.
Entre os vinhos assinados por Erika, a Evino 
trouxe o orgânico Goulart M The Marshall 
Malbec Old Vines 2018, que remonta à história 
da vinícola com os sabores concentrados de 
um Malbec de vinhas velhas com 12 meses em 
barricas de carvalho.
A especialidade de Goulart também aparece no 
tinto Goulart W Winemaker Winehunter
e no Goulart Rosé Malbec, ambos orgânicos
e cultivados em Luján de Cuyo, em Mendoza.
Além dos Malbecs, a seleção traz o T Torrontés 
elaborado na pequena Salta; o R Reserva, um 
corte entre Malbec e Cabernet Sauvignon,
e o potente B Black Legion, que homenageia 
a Legião Negra de Gastão Goulart em um tinto 
de Malbec e Cabernet Franc.
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da seleção Goulart até 30/09.
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Revista ADEGA é uma publicação mensal da INNER Editora Ltda.
A Inner Editora não se responsabiliza por opiniões, ideias e conceitos 
emitidos nos textos publicados e assinados na revista ADEGA, por serem 
de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).
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O fator vinho
Assim que a epidemia do Coronavírus começou a se alastrar tornando-se uma pandemia, ceifando vidas e literalmente fechando mercados, impedindo desde o transporte de pessoas até o comércio, 
o cenário e as previsões nublaram. Com as sucessivas ampliações dos 
períodos de quarentena, sequer previsões alguns ousavam fazer. Como 
todo o comércio, o do vinho ficou em estado de alerta, esperando quedas 
vertiginosas, aumentos de preços devido às possíveis variações de câmbio, 
etc.
Contudo, inesperadamente, há uma boa notícia. O levantamento 
dos dados de comercialização de vinhos no Brasil mostra que houve um 
aumento de 11% no consumo nos últimos seis meses. Sim, contrariando 
qualquer prognóstico, o vinho vai superando a crise e mostrando que 
podemos um dia vislumbrar que ele realmente faça parte da nossa cultura. 
Então, nesta edição trazemos e analisamos os surpreendentes dados de 
mercado do primeiro semestre de 2020.
E se o consumo não parou, nós também não, tanto que, em breve, 
será lançada a primeira edição do Guia de Vinhos ADEGA Portugal, uma 
publicação em que nossa equipe avaliou centenas de rótulos portugueses, 
apontando os melhores, os destaques, mapeando as regiões, dando dicas 
enogastronômicas etc. Aqui, você terá um “aperitivo”, com os campeões 
deste ano.
De Portugal, vamos à França também para um guia, mas, desta vez, 
das sete principais regiões francesas. Para você que quer compreender 
os estilos de vinhos, as denominações, as classificações, as variedades de 
uvas de lugares como Alsácia, Bordeaux, Borgonha, Champagne, Loire, 
Provence e Rhône, trazemos um resumo didático.
Você sabe qual o custo para guardar um vinho em sua adega? Por um 
ano? Por 10 anos? Por 50 anos? Pois o leitor (que se tornou colaborador) 
Marcelo Martinelli fez essa curiosa conta e resolvemos compartilhar. 
Nesta edição tratamos ainda de assuntos tão diversos quanto o súbito 
interesse das celebridades em produzir rosés, uma entrevista com Manuel 
Louzada, o novo CEO de Almaviva, a história do Commandaria, o vinho 
dos templários, entre tantos outros temas. Desfrute, pois o conhecimento 
certamente fará com que seus vinhos fiquem ainda mais interessantes.
Saúde, 
Christian Burgos e Arnaldo Grizzo
EDITORIAL | 
14
38
50
14 ENTREVISTAUma conversa com Manuel
Louzada, o novo CEO de
Almaviva
32 NEGÓCIOS DO VINHOOs impressionantes números
de consumo de vinho no Brasil
durante a pandemia
38
50
ESPECIAL
Confira os melhores rótulos 
do Guia de Vinhos ADEGA 
Portugal
TENDÊNCIAS
Celebridades estão investindo 
na produção de vinhos rosés, 
por quê?
36 DROPSUm residencial de alto luxo com 
a temática do vinho em Balneário 
Camboriú
46 ESCOLA DO VINHOSabe quanto custa armazenar um 
vinho na sua adega por um ano? E 
por 10 anos? E por 50 anos?
CONTEÚDO |
70
74
95
54
74
DOC
Conheça as particularidades
das sete regiões
vinícolas mais
famosas da França
GRANDS CHÂTEAUX
Os segredos do Domaine
Coche-Dury, o grande nome
dos brancos borgonheses
TODO MÊS
| CARTAS
| ADEGA RESPONDE
| MUNDOVINO
| CAVE
| CLUBE ADEGA
| QUEM DISSE
10
12
20
95
107
114
70 CURIOSIDADESA história do cipriota 
Commandaria, o vinho dos 
cavaleiros templários
54
79 CADERNO SABOR.CLUB• Coq au vin
• Meles do Mbee
• O mestre ketchupeiro
• Camembert em crosta
• Mineirinho mundo afora
• Coquetelaria popular carioca
ADEGA >> Edição 17810
CARTAS | E S C R E V A P A R A R E D A C A O @ R E V I S T A A D E G A . C O M . B R
Quer ver sua foto publicada aqui?
Siga @revistaadega e marque 
as imagens com #revistaadega
Fernando Alves 
@fernando.alves_jf
Atualizando o 
banco de dados 
com a melhor 
#revistaadega
Uanderson Barbosa 
@wansommelier
Obrigado Jeová por 
me abençoar a cada 
dia. Mantenha o foco, 
rumo à certificação 
WSET2 #revistaadega
Rachel Alves M 
Nariyoshi @rachelalves.
professoravinhos
A pandemia continua, 
mas os membros da 
Câmara Setorial da 
Uva, Vinho e Derivados 
continuam trabalhando 
para o Setor. Hoje 
(08/07/2020) aconteceu 
da 53ª reunião ordinária. 
#revistaadega
Cleriston Oliveira 
@cleriston_so
O Café com Leitura de hoje 
é sobre a harmonização 
na hora de tomar um 
vinho. A @revistaadega 
digital traz uma excelente 
matéria. Aprendi também 
que o vinho, em tempos 
de isolamento social, nos 
transporta para diversos 
lugares pelo mundo. Ao 
beber um vinho, leia e 
pesquise a origem do 
mesmo. #revistaadega
Rodolfo Machado 
Moura @adega_do_
rodolfo
Corte de Sousão, 
Tinta Roriz, Touriga 
Franca e Touriga 
Nacional da Quinta da 
Cabreira, propriedade 
da Quinta do Crasto 
localizada junto a 
Castelo Melhor, no 
Douro Superior, o 
Crasto Superior Tinto 
2015 estagiou 12 
meses em barricas 
de carvalho francês 
e apresenta vibrante 
acidez e taninos 
de ótima textura, 
merecendo os 92 
pontos atribuídos por 
Eduardo Milan para 
a Revista Adega. 
#revistaadega
COMPRAR VINHOS NA INTERNET
Agradeço as dicas que deram na edição 176 sobre 
como comprar vinhos em sites. Como sempre 
comprei em lojas, nunca tinha dado atenção às 
importadoras. Descobri que vários vinhos que 
comprava nas lojas estavam com desconto para 
compra direta na importadora.
Rubens Ferreira
ERRATAS
• Na edição 177, o vinho Aurora Millésime 2017 
foi erroneamente publicado como pertencente 
ao portfólio da importadora Winebrands. 
Lamentamos o lapso.
• Na edição 177, na matéria “Bordeaux 2019 en 
primeur”, por um lapso, houve uma troca de 
referências das regiões das margens esquerda e 
direita de Bordeaux. O correto seria: “Em linhas 
gerais, na margem esquerda, destaques para a 
consistência de Pauillac, Saint Julien e Saint-
Estèphe. Já na margem direita, Pomerol, com 
Saint-Émilion logo em seguida. Confira, a seguir, 
a análise mais detalhada de cada sub-região.”
Ricardo Bruno @
ricardo.bruno.winelife
Uma boa dica para 
quem gosta de vinho 
é a revista Adega. 
Boas matérias, entre 
pequenas matérias 
de entretenimento e 
outras aprofundando 
no mundo do vinho. 
Junto com minha 
seleção de brancos 
veio um mimo, 
uma máscara na 
temática do vinho. 
#revistaadega
ADEGA50
51ADEGA
Apresentação do vinho no site
Um bom site de venda de vinhos online certamen
te vai ter
algumas preocupações A primeira, obviamente, é
mostrar
a imagem da garrafa A segunda, todos os detalhes
possíveis
tanto sobre aquele vinho em si quanto sobre o prod
utor A
apresentação do vinho deveria ter variedades de u
vas usadas,
descritivo de aromas e sabores, safra, dados do prod
utor, teor
alcoólico, métodos de elaboração, temperatura de
serviço,
opções de harmonização etc Há sites que, além do
produtor
e seus vinhos, ainda apresentam informações sobre
a região
onde aquele vinho é produzido e sobre a variedade
(ou
variedades) com as quais é feito Nessa hora, quant
o mais
informação você tiver, melhor Em alguns sites tam
bém, ao
selecionar um vinho, abrem se opções de outros ró
tulos fei
tos pelo mesmo produtor, ou da mesma região, ou
da mesma
uva, ou do mesmo estilo, ou da mesma faixa de pre
ço, etc ,
tudo para que você possa ter uma boa base de com
paração
1
2
3
4 5
6
7
Lojas confiáveis
Há diversos e commerce de vinhos e,
nos últimos tempos, estão surgindo mais
Antes de abrir aquele e mail marketing
ou aquele link patrocinado no Instagram,
veja primeiro de onde ele vem Pesquise
sobre a loja Veja se há avaliação da loja
e dos vinhos que ela oferece em outros
sites que não o da própria loja Veja se
há comentários de clientes satisfeitos ou
insatisfeitos (e se esses clientes são reais
e não fakes) Alguns “porto seguros” para
compra certamente são as lojas online de
importadores tradicionais Neles você en
contra os vinhos mais conhecidos e ainda
tem a garantia de uma empresa que já
atua no mercado há bastante tempo Há
ainda redes de lojas online e até mesmo
cadeias de supermercado que entregam
nacionalmente
Direto da
vinícola
Se estiver pensando em
adquirir vinhos nacionais,
uma boa alternativa é
checar diretamente nos
sites das próprias vinícolas
Diversas vinícolas brasilei
ras (desde as maiores até as
mais “artesanais”) oferecem
venda direta em seus sites
com entrega em todo (ou
quase todo) o Brasil Ao
comprar diretamente, você
pode encontrar preços mais
atraentes (nem sempre) e
produtos diretos da fonte
Consultoria online
Já não são raros os e commerce que
oferecem o serviço de “sommelier
online”, sem custos É um tipo auxílio
interessante Se você já possui algumas
referências, mas está em dúvida sobre
alguns vinhos, vale a pena ligar para falar
com alguém que conhece esses rótulos
mais a fundo e pode esclarecer dúvidas e
trazer novas possibilidades Há sites ain
da que mapeiam o seu perfil solicitando
informações básicas sobre seus gostos e
sugerindo algo que pode lhe agradar
Aposta em clássicos
Você tem receio de comprar algo sem nunca ter p
rova
do? Não se penitencie A maioria dos enófilos se a
pega
a algo familiar e, muitas vezes, compram várias ca
ixas
de um mesmo rótulo Se você é desses, não tema
ir
em busca dos nomes conhecidos Mesmo que voc
ê
não encontre o rótulo exato que costumava comp
rar,
grandes produtores tendem a ter linhas bastante c
on
sistentes, então, dá para apostar sem muito receio
Cuidado com
as promoções
mirabolantes
Com o canal de vendas concen
trado no online, é comum que
surjam “ofertas especiais” por
todos os lados Com certeza você
pode encontrar bons descon
tos, contudo, preste atenção
Em rótulos conhecidos, atente
para as safras Em casos graves,
podemos ter desde vinhos fora de
seu ponto ideal até contrabando
Quando se tratam de rótulos
desconhecidos, pesquise se já foi
bem avaliado por alguém con
fiável Costumamos brincar que
vinho ruim, mesmo com muito
desconto, continua ruim
Fique de olho nas safras
Entre os pontos importantes a serem observados
na hora da compra, além das informações sobre o
vinho em si e o produtor, fique de olho na safra q
ue
está sendo vendida A não ser que seja um site es
pecializado em vendas de vinhos clássicos com di
versas safras, ou então um produtor conhecido po
r
envelhecer seus vinhos por longos períodos antes
de
lançá los no mercado, ou ainda vinhos de regiões
específicas cujas regras determinam um bom pe
ríodo de estágio (como os Riserva de Brunello, qu
e
esperam seis anos no mínimo, ou os Gran Reserv
a
de Rioja, que ficam cinco anos aguardando para
serem lançados; entre outros), evite safras muito
antigas, especialmente para vinhos de entrada
49ADEGA
ESCOLA DO VINHO | p o r A R N A L D O G R I Z Z O
VINHO
NA NET
Dicas de como comprar
vinhos pela internet
ADEGA48
Escolher entre milhares de rótulos, comparar preços, verificaravaliações, descobrir informações sobre o produtor, sobre asuvas, sobre o vinhedo, sobre a
safra, tudo isso na distância de alguns poucos
cliques Sim, comprar vinhos pela internet
tem diversas vantagens Agora então, que a
pandemia de Covid 19 deixou o mundo todo
em “modo
de espera”, colocando negócios
tradicionais em xeque, um dos setores que
tem crescido durante a crise é, obviamente, o
de vendas na internet e isso abre espaço para
ainda mais oportunidades
Com os muitos canais de distribuição li
teralmente fechados (como restaurantes, por
exemplo), importadores têm apostado no e
commerce Mesmo os que não vendiam onli
ne para consumidor final, começaram a criar
ferramentas de venda direta durante a crise O
mesmo se deu com varejistas que só tinham
loja física E consumidores que antes busca
vam suas garrafas em lojas especializadas ou
então desfrutavam de seu vinho em restauran
tes, passaram a olhar para o online para abas
tecer suas adegas
Então, diante do novo cenário, a venda
de vinhos assume novos contornos Comprar
vinho na internet certamente será um hábito
que permanecerá, pois, como já apontamos,
tem comodidades como poder comparar pre
ços de um mesmo rótulo em lojas diferen
tes, receber em casa, conferir avaliações etc
Além disso, esse certamente é um momento
interessante para as compras, pois pode sig
nificar adquirir vinhos que ainda não foram
reajustados (devido ao aumento súbito do
dólar), ter acesso a rótulos que antes iam só
para outros canais (como restaurantes ou lo
jas físicas, por exemplo), enfim, desfrutar de
um bom vinho no conforto de casa
Então, pensando em quem agora está se
voltando para os vinhos online, elencamos
algumas dicas úteis para você comprar com
segurança e assertividade
ADEGA >> Edição 17812
ADEGA RESPONDE E N V I E S U A S D Ú V I D A S P A R A R E D A C A O @ R E V I S T A A D E G A . C O M . B R
Rolha quebradiça, 
vinho estragado?
“Tenho encontrado garrafas lacradas com cera e não com a cápsula 
de alumínio. Minha dúvida é se, nesse caso, os vinhos envelhecem mais 
lentamente do que com cápsula de alumínio? Diminui a micro-oxigenação 
ou não faz diferença?”, questiona o leitor Elcio H. Sato
Oestado da rolha pode dar indícios de que o vinho dentro da garrafa não está em perfeitas condições. A cortiça pode estar 
ressecada, quebradiça, inchada, encolhida etc., 
por diversos fatores, como alterações de tempera-
tura, manutenção em locais com umidade abaixo
do recomendado, calor ou frio extremos, en-
tre outros. É por isso que devemos sem-
pre ficar atentos a alterações na rolha.
No entanto, isso nem sempre quer
dizer que um vinho está estragado.
A cortiça é um material “vivo”. 
Ela possui sua elasticidade natu-
ral, preenchendo os espaços para 
vedar a bebida sem que o ar pos-
sa entrar na garrafa (o oxigênio 
que “entra” é o que já estava den-
tro das células da cortiça que são 
pressionadas – segundo estudos 
científicos, a “permeabilidade” da 
rolha é um mito). Para manter essa 
elasticidade e capacidade de vedação,
a rolha deve ser mantida em um ambien-
te com temperatura estável (e relativamente
baixa), além de umidade presente e constante.
Caso haja pouca umidade, a rolha tende a ficar 
ressecada. Já reparou que, em vinhos guardados 
durante muito tempo na geladeira (cujo sistema 
de refrigeração ajuda a retirar a umidade interna), 
a rolha quase sempre fica quebradiça? Vinhos nes-
sas condições, mesmo que a rolha se quebre ao ser 
retirada, dificilmente estarão estragados.
Já vinhos correntes de safras não tão recen-
tes (como no caso citado), que podem ter sido 
mantidos em locais de pouca umidade, com al-
terações de temperatura, etc., podem, sim, não 
estar em seu melhor momento para beber. Um 
vinho de 2010, por exemplo, pode ter passado 
por diversas situações que levaram ao resse-
camento da rolha. A cor “estranha” e a 
falta de aromas frutados, nesse caso, 
certamente devem-se ao envelhe-
cimento, pois um vinho (princi-
palmente os feitos para serem 
consumidos rapidamente) com 
10 anos provavelmente já não 
apresentará aromas frutados, 
mas sim, terciários (do enve-
lhecimento na garrafa, que 
podem lembrar frutas secas, 
compotas, especiarias, café, ma-
deira etc.) e não terá uma cor tão 
intensa, mas mais esmaecida, com 
tons alaranjados.
Tudo isso não quer dizer que o 
vinho esteja estragado. Ele pode apenas 
estar mais evoluído do que se espera. Isso 
também não quer dizer que ele esteja em um 
bom momento para ser apreciado, pois vinhos 
demasiadamente evoluídos (especialmente os 
que não são pensados para serem guardados) não 
oferecem grandes experiências de degustação, 
servindo apenas como curiosidade.
ENTREVISTA | p o r C H R I S T I A N B U R G O S
15Edição 178 >> ADEGA
Homem do 
MUNDO
Desde criança, Manuel Louzada já sabia o seu des-tino. Pertencente à família portuguesa proprietária das tradicionais Caves Messias, o vinho estava em seu sangue. Ele chegou a trabalhar na empresa da família durante um tempo, mas decidiu se aventu-
rar em outras vinícolas com a ideia de conhecer, aprender e, quem 
sabe, aplicar posteriormente “em casa”. Contudo, desde 1997, 
quando ele decidiu dar esse passo, o mundo lhe abriu as portas.
Ele ficou 18 anos trabalhando em diversos projetos do grupo 
LVMH, dono de inúmeras vinícolas de luxo ao redor do planeta. 
Atuou não somente como enólogo, mas em muitas áreas, estando 
por trás dos vinhos de Numanthia, em Toro, quando eles recebe-
ram 100 pontos de Robert Parker na safra 2004, por exemplo. Em 
2015, tornou-se CEO do grupo Tenute del Mondo, que inclui, en-
tre outros nomes, Bodegas Arínzano, Ornellaia, Achaval-Ferrer etc.
Com tamanha experiência acumulada, em dezembro de 2019, 
Louzada foi chamado por Almaviva para ser seu CEO, assumindo o 
lugar de Felipe Larrain – que deve se dedicar mais à gestão do patri-
mônio familiar. Só para lembrar, Almaviva é a joint-venture entre a 
Concha y Toro, de propriedade das família famílias Guilisasti e Lar-
rain, e a família Rothschild, dona do Château Mouton-Rothschild, 
iniciada em 1997.
Em 2020, Almaviva está lançando sua 20ª safra (ano 2018 – sen-
do que a primeira foi em 1998) e o sempre irrequieto Louzada se 
diz esperançoso de que possa viajar pelo mundo para divulgar mais 
uma excelente vindima desse ícone chileno. Enquanto não pode, 
ADEGA conversou com ele sobre seus planos. Confira.
Manuel Louzada assume como CEO de Almaviva e revela 
seu desafios para fortalecer a marca
ADEGA >> Edição 17816
Sua família é portuguesa, mas você viveu na Espanha 
por muitos anos, não?
Aos 13 anos, minha mãe decidiu ir para Ma-
drid, o que a princípio me pareceu o fim do 
mundo, mas acabou por abrir as portas a uma 
forma de vida completamente diferente. An-
tes vivia perto da empresa familiar e, viver na 
Espanha, digamos que quebrou essas raízes 
que temos para olhar o mundo de forma dife-
rente. Dos 13 até os 23 anos vivi em Madrid e 
me especializei em enologia.
Quando decidiu que sua vida seria ligada ao vinho?
Eu diria que já criança. A minha família é 
proprietária das Caves Messias. Meu avô, José 
Dias Vigário, quando eu tinha cinco anos, já 
me colocava no mundo dos vinhos, dando vi-
nho para provar (muito pouco!). Ele acredita-
va, e eu também, que o vinho é parte da nossa 
cultura, razão pela qual deve ser parte tam-
bém da nossa educação. Então, desde peque-
nino, ele me deixava provar um pouco para 
descobrir essa complexidade, esses aromas, as 
sensações, foi plantando a semente que me le-
vou a dedicar ao mundo do vinho.
Onde começou a trabalhar?
Quando acabei a universidade, queria fixar 
os conhecimentos teóricos com os práticos, 
então estive mais de três anos na Estação Vi-
tivinícola da Bairrada e, de alguma forma co-
mecei, a fazer os primeiros ensaios. A primeira 
safra mais séria já foi na Messias. Fiz já quase 
três milhões de quilos de uvas logo de cara. Fo-
ram 33 dias em que dormi, em média, 4 horas 
por dia e sequer foram 4 horas seguidas, mas 
fiquei feliz da vida.
E por que decidiu sair?
Vi um anúncio no jornal: “procura-se diretor 
de produção para uma empresa de Vinho do 
Porto - empresa que pertencia ao maior gru-
po de luxo do mundo”. Gostei e decidi que 
deveria tentar. Mandei o currículo e fui sele-
cionado para ser o diretor de produção da Bo-
degas
Rozès, que pertencia ao grupo LVMH. 
Depois de dois anos, perguntaram-me: “não 
quer ir para a Argentina? Ficar à frente dos 
espumantes?” Não tinha ideia do que era a 
Chandon Argentina – foi a primeira filial, em 
1958. “Pensamos que queríamos lhe dar essa 
Ele [meu avô] 
acreditava, e 
eu também, 
que o vinho 
é parte da 
nossa cultura, 
razão pela 
qual deve ser 
parte também 
da nossa 
educação
17Edição 178 >> ADEGA
oportunidade”. Se são tão arrojados para me 
oferecer, obviamente vou aceitar. Fiquei 10 
anos na Chandon, ajudei a montar o projeto 
Terrazas, o projeto Cheval des Andes, e quan-
do em 2008, o grupo comprou Numanthia, na 
Espanha, era natural ter a oportunidade de ir. 
Era um projeto fantástico. Ter oportunidade 
de o Numanthia 2004 ser um dos cinco pri-
meiros vinhos 100 pontos por Parker foi incrí-
vel, chamou muita atenção para as vinhas do 
Toro. Foi incrível fazer um vinho com elegân-
cia numa zona com níveis de concentração 
descomunais. É apaixonante ver um vinhedo 
de 140 anos de idade que dá 900 quilos por 
hectare, menos de um quilo de uva por vinha.
Foram 18 anos, até que saiu novamente e agora foi 
chamado para ser CEO de Almaviva...
Comecei a trabalhar em setembro de 2019 em 
Almaviva e oficialmente a partir de dezembro. 
Mas antes estive à frente da Achaval Ferrer 
na Argentina, Arínzano na Espanha, Tenute 
di Toscana (Ornellaia, Masseto, Luce della 
Vite etc.), e essa diversidade permitiu uma 
aprendizagem espetacular. Depois disso, ter 
oportunidade de entrar em um projeto como 
Almaviva é um sonho. Conheci Almaviva des-
de o princípio, pois, quando começamos Che-
val des Andes, um dos benchmark era sempre 
Almaviva. Encontrar esse lugar onde se con-
segue a perfeita maturação do Cabernet Sau-
vignon, isso só há em muito poucos lugares, 
como Pauillac, Napa Valley, Margaret River, e 
Puente Alto, aqui com 360 hectares de vinhas 
apenas.
A que se deve o êxito de Almaviva?
Tem vários elementos. O trabalho de Michel 
Friou tem sido incrível, desde o conhecimen-
to da vinha, separação para vinificação, o en-
tender de cada um dos vinhos, com 70, 75% 
de carvalho novo, o equilíbrio perfeito, o as-
semblage que atinge um nível estratosférico...
Qual seu desafio na gestão de Almaviva?
Nessa vida, uma das grandes virtudes das pes-
soas é ser agradecida. Acho que cheguei a um 
projeto que é um sonho, desde a gestão. Você 
olha e reconhece o trabalho com uma visão 
muito coerente desde o princípio, uma visão 
de longo prazo. Há muitas oportunidades para 
comprometer a visão de longo prazo para se 
obter resultado mais rapidamente, mas uma 
das grandes linhas de Almaviva foi manter 
essa visão de longo prazo e ser feito de forma 
consistente. O que posso trazer? Dar continui-
dade a essa visão, trabalhar com Michel na 
procura da excelência e alcançar os resultados 
de qualidade. No processo comercial, tem um 
desafio importante que é estar mais perto dos 
nossos clientes e dar um serviço mais próxi-
mo, pois, dentro dessa forma de comercializa-
ção, precisamos nos atualizar e acompanhar 
os clientes.
“Foi incrível fazer um vinho 
com elegância numa zona 
com níveis de concentração 
descomunais. É apaixonante 
ver um vinhedo de 140 anos 
de idade que dá 900 quilos 
por hectare, menos de um 
quilo de uva por vinha” [sobre 
seu trabalho na região de Toro]
ADEGA >> Edição 17818
Almaviva é vendido pela Place de Bordeaux. Um dos 
mercados que mais aprecia Almaviva é o Brasil. Então 
o vinho vai para a Europa para depois voltar, sendo
que é produzido aqui do lado. Essa parte logística não 
poderia ser facilitada?
O cliente do Almaviva é o mesmo dos vinhos 
de Bordeaux, razão pela qual tem todo sentido 
que a distribuição seja feita pela Place de Bor-
deaux. Nos últimos 20 anos, o trabalho tem 
sido fortalecer o serviço dos negociantes. E 
um dos meus objetivos é ver como poder aju-
dar. Se podemos, logisticamente e pensando 
no meio ambiente, junto com os negociantes, 
ver a possibilidade de não ir para Europa e vol-
tar. Isso não pode ser feito em todos os merca-
dos, mas, quem sabe no Brasil, que tem uma 
relação mais próxima, que é o nosso “mercado 
local”, com parte importante das nossas ven-
das. Mas isso é um trabalho em processo.
E o Epu, que durante alguns 
anos só vinha para o Brasil?
É o nosso principal mercado. Epu nasceu sem 
uma ligação, pois enquanto os grandes Châ-
teaux tinham os “second vin”, aqui talvez não 
havia esse conhecimento. Epu ficou concen-
trado em dois ou três mercados, e hoje esta-
mos analisando, pois pensamos que tem uma 
oportunidade. O segundo vinho é abastecido 
de vinhas mais jovens e, de alguma forma, é 
uma maneira de utilizar esse vinho com um 
objetivo bem claro, ou seja, representar a por-
ta de entrada para o primeiro vinho.
O clima do Chile ajuda a alcançar 
a excelência na vinificação?
Aqui temos muita sorte de ter condições incrí-
veis que permitem que você tenha um inter-
valo prolongado para fazer a safra. E o Michel 
toma a decisão de forma mais tranquila. Isso 
é uma vantagem para conseguir esse nível 
de precisão de vindima. Muita gente não dá 
importância para a data de safra, mas quan-
do você corta o cacho, aí cessa a interação da 
“Como transformar o fruto de 
um ano de esforço de uma vinha 
num vinho que vai ter potencial 
de envelhecimento? Esse desafio 
é fantástico”
Confira a entrevista 
completa em:
19Edição 178 >> ADEGA
VINHOS AVALIADOS
ALMAVIVA 2015
Almaviva, Maipo,
Chile (VCT R$ 1.950
para a safra 2017).
Composto de 69%
Cabernet Sauvignon,
24% Carménère, 5%
Cabernet Franc e
2% Petit Verdot, com
estágio de 18 meses
em barricas novas de
carvalho francês. Ano
mais clássico, como
o 2007. Muito jovem
e exuberante, mostra
ameixas e groselhas
acompanhadas de
notas florais, de cedro
e de especiarias
doces. Sem dúvidas,
é realmente muito
elegante, com taninos
finíssimos, mas
apresentando estilo
mais cheio e opulento,
tudo pautado por muita
qualidade de fruta,
precisão e harmonia.
Álcool 14,5%. EM
ALMAVIVA 2016
Almaviva, Maipo,
Chile (VCT R$ 1.950
para a safra 2017).
Menos álcool que os
últimos anos (13,8%).
Vibrante fruta fresca
e pimenta negra, com
bastante equilíbrio e
bela acidez; e ainda
um final medicinal.
O nariz tem flor azul,
ervas, cerejas e mirtilo.
Taninos gentis. Reflete
a maceração mais
curta e menos tempo
em barrica. Aproveite
sua curva de evolução
seguramente até 2028,
mas está pronto para
ser saboreado hoje.
Corte com 66% de
Cabernet Sauvignon,
24% de Carménère,
8% de Cabernet Franc
e 2% de Petit Verdot.
CB
ALMAVIVA 2017
Almaviva, Maipo,
Chile (VCT R$ 1.950).
Este ano o blend foi 65% 
Cabernet Sauvignon,
23% Carménère, 5%
Cabernet Franc, 5% Petit 
Verdot e 2% Merlot, com 
14,5% de álcool. O nariz 
é exuberante, com muita 
fruta que, em boca, revela-
se mais madura que no 
nariz, graças ao frescor
de mentol, cassis e um
mocha da madeira, típico 
de um vinho ainda jovem 
em garrafa. A boca é uma 
festa com muita fruta.
Ameixa madura, opulenta 
e vibrante. O Merlot volta 
ao corte após anos, mas 
é o Petit Verdot que sela 
este vinho com sua maior 
participação histórica,
contribuindo para a
carnosidade característica 
que marca o meio e o fim 
de boca. Além da explosão 
de frutas, a textura de
taninos musculosos e
ao mesmo tempo doces 
encantam neste vinho,
juntamente com um perfil 
profundamente salino, que 
contribui para fazer dele 
um vinho com esta força, 
um grande parceiro da
boa mesa. CB
AD
94
AD
96
AD
95
Quer ver
avaliações de
outras safras
de Almaviva?
Acesse:
AD
94
AD
95
planta com a uva. Como transformar 
o fruto de um ano de esforço de uma
vinha num vinho que vai ter poten-
cial de envelhecimento? Esse desafio 
é fantástico.
Você cita sempre 
a importância da criatividade...
Na vida, a energia mais forte é a 
criatividade, que nos faz crescer 
como pessoa. Qual vai ser essa fonte? 
Como as pessoas expressam isso? Al-
gumas pintam, outras cantam, outras 
tocam... No meu caso é a enologia. 
É conhecer profundamente todos os 
materiais com os quais trabalhamos,
conhecer o terroir, a variedade, a evo-
lução, o momento da colheita, é fa-
zer a vinificação, mas tudo isso com 
uma ideia daquilo que se quer alcan-
çar. Você não tem a certeza absoluta 
do resultado. É um exercício vivo.
AD
96
 
ADEGA >> Edição 17820
MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O
Aula on-line
ABS-RS realiza aula sobre vinhos com o 
maior número de participantes do mundo
A Associação Brasileira de Sommeliers do Rio 
Grande do Sul (ABS-RS) realizou a aula de 
vinhos com o maior número de participantes 
do mundo. O Worskshop sobre Terroir de 
Vinhos teve 517 participantes simultâneos 
no primeiro encontro realizado no dia 22 
de junho. “Procuramos e não encontramos 
registro de nenhuma aula sobre vinhos com 
mais participantes do que esta, tanto que 
vamos solicitar a inclusão no Guinness World 
Records, o livro dos recordes”, destaca o 
presidente da ABS-RS, Orestes de Andrade 
Jr. “Já tivemos mais de 5 mil visualizações 
nas três aulas do workshop. As outras duas 
aulas também registraram mais de 450 alunos 
simultâneos”, informa.
Desde o início da pandemia do coronavírus, 
em meados de março, a ABS-RS cancelou 
todos os seus cursos presenciais e lançou o 
Movimento Bella Ciao, uma série de aulas, 
palestras e debates gratuitos feitos pelo canal do 
YouTube da entidade. O curso on-line Workshop 
sobre Terroir de Vinhos foi uma formação com 
inscrição gratuita, material didático e certificado, 
ministrado pelos professores Marcelo Vargas 
e Júlio César Kunz, ambos com mestrado 
internacional. “O Worskshop sobre Terroir de 
Vinhos foi uma demanda dos nossos alunos 
e associados, que queriam se aprofundar 
nesse tema tão rico e importante. Juntar mais 
de 500 pessoas pela internet para estudar e 
trocar experiências foi uma vivência incrível e 
emocionante”, afirma Kunz.
Champagne com rabanete?
Sindicato lança campanha de marketing para incentivar 
consumo do famoso espumante francês
Com que você costuma 
desfrutar seu Champagne? 
Queijos? Ostras? Camarões? 
Que tal rabanetes? O sindicato 
dos produtores de Champagne 
(SGV) relançou recentemente 
uma campanha publicitária 
doméstica com um pôster 
mostrando uma taça de 
Champagne ao lado de uma 
sacola de rabanetes acima do 
slogan “Champagne: reservado 
para todas as ocasiões”.
Houve uma preocupação 
em todo o setor com a queda 
na demanda em 2020, e a SGV 
se juntou a outros sindicatos 
de produtores de vinho da 
Borgonha, Alsácia e Loire para 
exigir mais apoio do governo 
francês, principalmente para 
marketing e promoção. Segundo 
Didier Depond, presidente das 
casas Delamotte e Salon, a ideia 
da harmonização foi do professor 
Jacques Puisais.
Puisais falou sobre isso na 
Vinexpo em Bordeaux cerca de 
duas décadas atrás. “Eu pensei, 
ele está brincando ou não? 
Comecei a experimentar e a 
combinação é simplesmente 
incrível”, disse Depond, que 
também gosta de caviar, mas 
agora cultiva rabanetes em seu 
jardim e come rabanete com 
Champagne “toda semana”. 
Puisais, hoje com 90 anos, 
é um respeitado enólogo e 
químico que fundou o Taste 
Institute (Institut du Goût) na 
França na década de 1970 e 
escreveu um guia abrangente 
para combinar comida com os 
muitos vinhos da França. Ele 
explicou que uma das razões 
para combinar Champagne e 
rabanete é o caráter picante de 
ambos – o dióxido de carbono 
na bebida traz um caráter 
efervescente ao vinho, além de 
outros aromas complexos.
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B
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ADEGA >> Edição 17822
MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O
Nova “caixa”
As famosas caixas de embalagem especiais se tornarão ecológicas? Para Ruinart, sim
Os Domaines Barons de Rothschild 
(DBR) anunciaram uma mudança 
na equipe de vinificação do Château 
Lafite e também a nomeação de um 
novo diretor técnico para o Château 
L'Evangile em Pomerol. Eric Kohler 
assumiu uma nova função como 
diretor técnico exclusivamente do 
Château Lafite Rothschild e do 
Château Duhart-Milon em Pauillac. 
Com 25 anos de casa, ele substituiu 
Charles Chevallier como diretor 
técnico de todas as propriedades de 
Bordeaux do grupo.
“Como as duas propriedades 
continuam sua transição para 
operações orgânicas, é mais 
importante do que nunca que 
sua liderança técnica seja capaz 
de dedicar uma atenção maior 
aos detalhes e ao gerenciamento 
meticuloso diariamente”, afirmou o 
grupo.
Além disso, o grupo nomeou 
Olivier Trégoat como diretor técnico 
do Château L'Evangile em Pomerol. 
Ele passou vários anos como diretor 
técnico das propriedades da DBR 
fora de Bordeaux e agora também 
assumirá a gerência técnica no 
Château Rieussec, em Sauternes, 
e no Château Paradis Casseuil, em 
Entre-Deux-Mers. Ele continuará a 
supervisionar a vinificação da DBR 
na vinícola do grupo na China, Long 
Dai, além do Domaine d'Aussières 
no Languedoc, Los Vascos no Chile 
e Bodegas Caro na Argentina. Por 
fim, Guillaume Deglise, ex-CEO da 
Vinexpo, ingressou recentemente na 
DBR como diretor 
internacional.
A casa Ruinart lançou uma alternativa 
ecológica às caixas especiais de 
Champagne, uma espécie de 
“segunda pele” 100% reciclável para 
seus Champagnes Rosé e Blanc 
de Blancs. A novidade 
parte de uma iniciativa 
de sustentabilidade da 
Ruinart, que inclui a 
introdução de painéis 
solares e iluminação 
LED, uma política de 
frete aéreo zero carbono e 
um registro de reciclagem 
de resíduos de 98,7%.
A nova embalagem, 
que levou dois anos para 
ser desenvolvida, é feita 
de fibras de madeira 
naturais provenientes de 
florestas europeias gerenciadas de 
forma sustentável. Ela é nove vezes 
mais leve que a embalagem anterior 
e reduz a pegada de carbono da 
embalagem substituída em 60%. A 
aparência é inspirada nas cavernas 
de giz (crayères) que Ruinart e outras 
casas de Champagne possuem, 
e também na maneira como um 
guardanapo branco é enrolado em 
uma garrafa de Champagne quando 
servido em muitos restaurantes. 
Adaptado à refrigeração, o estojo 
também aguenta várias horas em um 
balde de gelo sem deteriorar e ajuda 
a proteger as garrafas transparentes 
contra a luz.
“No passado, o luxo estava 
associado a muitas embalagens, mas 
achamos que os consumidores estão 
prontos para adotar uma abordagem 
mais minimalista”, disse o chef de 
cave de Ruinart, Frédéric Panaïotis. 
Reorganização empresarial
Lafite passa por mudanças
 
ADEGA >> Edição 17824
MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O
Tony Terlato
Faleceu um dos maiores nomes da indústria do vinho americano
Aos 86 anos, morreu Tony 
Terlato, uma das maiores figuras 
da indústria vinícola dos Estados 
Unidos. Ele dedicou sua vida a 
levar vinhos para os consumidores 
americanos como varejista, 
distribuidor, importador e 
proprietário de uma vinícola.
Como fundador e presidente 
do Terlato Wine Group, com 
sede em Chicago, importador 
que comercializa os principais 
produtores, incluindo Gaja, M. 
Chapoutier, Piper-Heidsieck e 
Nino Franco, Tony apresentou 
aos americanos vinhos de 
alta qualidade por décadas, 
principalmente italianos. Diz-se 
que ele colocou o Pinot Grigio no 
mapa nos Estados Unidos.
Nos anos 1990, a empresa 
de Terlato também se tornou 
produtora de vinhos, adquirindo 
vinícolas da Califórnia como 
Rutherford Hill, Chimney 
Rock e Sanford, estabelecendo 
marcas como Federalist e Seven 
Daughters e fazendo parceria com 
Michel Chapoutier em vinícolas 
na França e na Austrália.
Nascido e criado no Brooklyn, 
Nova York, Terlato tinha 21 anos 
quando sua família se mudou 
para Chicago em 1955 e seu 
pai Salvatore abriu uma loja de 
bebidas. Era uma época em que 
vinhos como Bolla, Lancers, Blue 
Nun e Mateus dominavam a 
indústria nos Estados Unidos, mas 
os interesses de Terlato estavam em 
outro lugar: os vinhos de qualidade 
de Bordeaux que seu pai estocava.
Em 1956, Terlato casou-se com 
JoJo Paterno e, em poucos anos, 
ingressou no negócio do sogro 
Anthony, uma grande empresa 
de engarrafamento
de Chicago. 
Os produtores da Califórnia 
enviavam vinho a granel para 
ser engarrafado e vendido 
regionalmente pela Paterno. Mas 
esse negócio estava acabando e 
Terlato convenceu Paterno de 
que o futuro da empresa estava no 
atacado.
No início dos anos 1960, a 
empresa de Terlato fazia negócios 
com pioneiros do setor, como 
Alexis Lichine, em Bordeaux, e o 
importador Frank Schoonmaker, 
especializado em Borgonha e na 
Alemanha. Havia vinhos com 
preços acessíveis, mas Terlato 
focou-se cada vez mais em vinhos 
artesanais. 
Em 2002, a Terlato vendeu a 
divisão de distribuição da empresa 
para se concentrar em marketing, 
importação e produção. Hoje, 
sua empresa possui sete vinícolas 
na Califórnia e é parceira em 
quatro na Austrália, Itália, França 
e Estados Unidos. Sua empresa 
será administrada pelos filhos Bill 
e John.
ADEGA >> Edição 17826
MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O
Garrafa de papel
A primeira garrafa feita de papelão reciclado
Uma garrafa de vinho feita de papelão reciclado foi 
lançada pela empresa Frugalpac no Reino Unido. 
Ela foi batizada como “Garrafa Frugal” e apresentada 
como uma alternativa mais leve e ambientalmente 
amigável ao vidro. Com 83 gramas, ela é até cinco 
vezes mais leve que uma garrafa de vidro comum. E a 
pegada de carbono total é até seis vezes menor, com 
base em análises do grupo Intertek.
A garrafa é feita de papelão reciclado 94%, com 
um revestimento plástico de qualidade alimentar 
para conter o vinho, semelhante em conceito do 
bag-in-box. Embora haja algum plástico envolvido, a 
empresa disse que sua garrafa usa “até 77% menos” 
do que uma garrafa de plástico e que o revestimento 
de plástico é reciclável.
O primeiro vinho lançado com ela foi o Cantina 
Goccia 3T 2017, um blend de Sangiovese, Merlot 
e Cabernet, da Úmbria. “Tivemos um feedback 
fantástico de pessoas que experimentaram a Garrafa 
Frugal. Além dos benefícios ambientais superiores, 
parece e não se parece com nenhuma outra garrafa 
que você já viu”, disse Malcolm Waugh, CEO da 
Frugalpac.
O primeiro ano
Penfolds Grange 1951 bate recorde de leilão
VENDA
NA RDC DE
HALLIDAY
O recorde do leilão
Penfolds ocorreu na mesma
semana em que a Langton
vendeu 246 garrafas de
Domaine de la Romanée-Conti
da adega do renomado crítico
de vinhos australiano
James Halliday.
Um comprador não relevado pagou 
mais de US$ 82 mil (quase 500 
mil reais) por uma garrafa do 
Penfolds Grange de 1951, 
estabelecendo um novo 
recorde como o valor 
mais alto já pago por 
um vinho australiano. 
Menos de 20 garrafas do 
ano de 1951 – a primeira 
safra de Penfolds Grange 
(então chamada Bin 1) – 
estão em circulação no mundo.
O recorde anterior era de US$ 
81.555 – também para o Grange 1951 
– estabelecido no leilão da Penfolds em 
dezembro de 2019. Na mesma venda, um 
conjunto de Grange de 1951 a 2015 foi 
vendido por US$ 372.800.
Peter Gago – quarto enólogo 
do principal vinho da 
Penfolds (Max Schubert 
foi o criador) – disse 
que, se o comprador o 
provasse, o ano de 1951 
ainda teria a “doçura 
da fruta no palato e um 
final suave”.
No entanto, é 
improvável que o vinho seja 
aberto, disse Tamara Grischy, 
chefe de leilões de Langton, a casa que 
vendeu a garrafa. “Os vinhos Grange do 
início dos anos 1950 são muito raros. Os 
colecionadores as buscam para completar 
suas coleções de todas as safras”, apontou.
Quando chega a estação mais fria do ano, um bom
vinho cai ainda melhor. Prepare sua adega com os
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ADEGA >> Edição 17828
MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O
World of Wine aberto
Empreendimento milionário no Porto abriu em agosto
Cos “de 
Provence”
Michel Reybier, dono de Cos 
d’Estournel comprou vinícola na 
Provence
O Château La Mascaronne, uma 
propriedade de 100 hectares (60 
hectares de vinhedo), foi comprada 
pelo proprietário do Cos d'Estournel, 
Michel Reybier por valores não 
revelados. Ele disse que adquiriu a 
propriedade depois de ser “conquistado 
pela qualidade dos vinhos e pelo 
potencial do terroir de La Mascaronne, 
que hoje se beneficia do notável esforço 
de restauração realizado na vinha por 
Tom Bove por 20 anos”.
Bove administrava a propriedade 
desde 1999, bem como a propriedade 
vizinha Château Miraval, antes que ela 
fosse vendida em 2012 para Angelina 
Jolie e Brad Pitt. Em La Mascaronne, 
Bove supervisionou a reforma da 
mansão do século XVIII e seus antigos 
terraços de pedra, replantou vinhas e 
converteu-as à agricultura orgânica – 
obtendo certificação em 2016.
Além de La Mascaronne e Cos 
d'Estournel, Reybier possui uma casa 
de Champagne e Hétszölö, na região 
de Tokaj, na Hungria, além do grupo 
de hotéis butique La Reserve, com 
propriedades em Paris, Provence, 
Genebra e Zurique.
Um grande centro de atração 
de visitantes e cultural no Porto, 
chamado “World of Wine” 
(WOW), começou a funcionar 
no verão europeu, depois de mais 
de cinco anos de planejamento 
e 105 milhões de euros de 
investimento. O empreendimento 
abrange 55.000 m2 de armazéns 
restaurados e pretende ser uma 
das principais atrações turísticas 
e centro cultural da cidade 
portuguesa, ao lado das famosas 
casas portuárias da região.
“Nosso objetivo no WOW 
é ajudar a definir o Porto como 
um destino cultural, contando a 
história não apenas do vinho pelo 
qual a cidade é mundialmente 
famosa, mas também da cidade, 
seu povo e suas aventuras ao 
longo dos tempos”, disse Adrian 
Bridge, CEO da World of Wine, 
que também é CEO do The 
Fladgate Partnership (proprietário 
de algumas das mais importantes 
casas de Vinho do Porto como 
Taylor’s, por exemplo), que liderou 
o projeto.
Os visitantes encontrarão 
restaurantes e bares de vinho 
no complexo, que é construído 
em torno de armazéns de vinho 
reformados e inclui uma praça ao ar 
livre com vista para o Porto. O local 
conta com espaço para exposições 
como “O planeta cortiça”, que 
inclui uma réplica de um sobreiro 
gigante, “Porto através dos tempos”, 
além de uma escola que sediará 
cursos credenciados pelo Wine & 
Spirit Education Trust (WSET), 
oficinas de gastronomia, espaços 
para eventos e um museu de moda 
e tecidos. Enquanto isso, o espaço 
da “história do chocolate” inclui 
uma fábrica para permitir que os 
visitantes assistam ao chocolate 
sendo feito. Também sediará 
degustações e workshops.
 
ADEGA >> Edição 17830
MUNDOVINO | E V E N T O S D O M U N D O D O V I N H O
Os mais 
vendidos
Os vinhos de Bordeaux
de 2019 que mais 
venderam en primeur
Com uma campanha en 
primeur prejudicada pela 
pandemia da Covid-19, 
Bordeaux viu quedas 
de preços em até 30% 
em relação aos últimos 
anos. Segundo a Liv-ex, 
a campanha deste ano 
provou ser um “sucesso 
surpreendente”, pois as 
expectativas eram baixas 
após o cancelamento 
da semana oficial de 
degustação em abril e as 
previsões de uma recessão econômica 
global devido à crise de saúde pública.
“Apesar do aumento da demanda 
neste ano, muitos Châteaux optaram 
por ignorar a oportunidade de vender 
volumes maiores”, apontou Liv-ex. Os 
preços caíram em média 21% em relação 
aos lançamentos de 2018 e isso ajudou 
a campanha. Algumas propriedades – 
incluindo Mouton Rothschild, Pontet-
Canet, Haut-Brion e Figeac – reduziram 
os preços em mais de 30%.
“Os cortes de preços em Bordeaux 
2019 foram um aceno ao estresse do 
mercado”, revelou a Liv-ex, observando 
que críticos foram muito positivos sobre a 
qualidade geral da safra. Os 20 principais 
comerciantes do Reino Unido viram a 
receita
de vendas cair 10%, em média, 
em relação à campanha de 2018, embora 
as vendas em volume tenham aumentado 
15%. “Os principais destaques, de acordo 
com os membros pesquisados, incluíram 
Pontet-Canet, Lynch-Bages, Mouton 
Rothschild, Mission Haut-Brion, Pichon 
Lalande e Clinet”, reportou a Liv-ex.
Chegou e saiu
Dominique Demarville vai deixar 
a Champagne Laurent-Perrier
Menos de um ano depois de deixar a Veuve Clicquot e ingressar 
na Laurent-Perrier, o chef de cave Dominique Demarville já saiu. 
Em julho, Arnaud Richard, diretor de marketing e comunicação 
da casa de Champagne, disse que Demarville estava partindo de 
comum acordo e por “razões pessoais”. “Respeitamos as decisões 
pessoais, por isso não as comentamos”, afirmou.
Demarville juntou-se à Laurent-Perrier no ano passado, depois 
de passar uma década como chef de cave da Veuve Clicquot. Ele 
deveria tomar as rédeas no lugar de Michel Fauconnet, que estava 
prestes a se aposentar. Richard de Laurent-Perrier indicou que 
Fauconnet continuará no papel por enquanto. “Michel Fauconnet 
nunca deixou de ser o chef de cave durante este período”, disse.
Dormindo 
em Jerez
Marca Tío Pepe abre 
hotel temático na cidade 
espanhola de Jerez
González Byass, nome forte de Jerez, abriu o Hotel Bodega Tío 
Pepe, um hotel butique com 27 quartos em sua vinícola do século 
XIX, no coração de Jerez. Ele é dito como o primeiro hotel com 
tema de vinho Jerez do mundo e ocupa edifícios renovados que 
antes eram casas de trabalhadores vinícolas. Ele está situado 
na parte histórica da cidade de Jerez, em frente ao alcázar e à 
catedral.
Os 27 quartos do local estão divididos em espaços Classic, 
Premium, Deluxe, além de três suítes: Oloroso Alfonso y 
Amontillado Viña AB Junior Suite; Superior Palo Cortado Leonor 
Junior Suite; e Fino Tío Pepe Presidential Suite.
O hotel possui três espaços para refeições – a sala de café da 
manhã Sala La Reservada; o espaço para almoço Restaurante 
Gran Bodega; e a área de refeições do Restaurante Villa Ricardo, 
que serve pratos sazonais juntamente com toda a gama de vinhos 
do portfólio González Byass.
31Edição 178 >> ADEGA
TENDÊNCIAS | p o r A R N A L D O G R I Z Z O
Bouchonné 
acabou mesmo?
Produtor de cortiça afirma ter descoberto técnica que 
garante rolhas com total neutralidade sensorial
Não é de hoje que vemos produtores de cortiça garan-tindo que, em breve, as rolhas naturais não apresen-tarão mais qualquer possibilidade de contaminarem 
o vinho com o famoso TCA (tricloroanizol), composto que 
deixa a bebida com um aroma que lembra mofo e papelão 
molhado, o chamado bouchonné. Mas, recentemente, uma 
delas afirmou que chegou a essa conquista.
A Cork Supply aponta que conseguiu uma inovação 
técnica que eliminará quaisquer aromas ou sabores que afe-
tam um vinho. Segundo a empresa, dois processos técnicos 
complexos e sequenciais garantem que as rolhas naturais 
não abriguem mais nenhum componente do TCA e te-
nham total neutralidade sensorial. No primeiro, chamado 
PureCork, as rolhas são aquecidas a 85°C em um ciclo 24 
horas. A destilação a vapor remove o TCA e outros aromas. 
Depois, a fase InnoCork, que, em um ciclo de uma hora, 
as rolhas são novamente aquecidas a 65°C usando vapor e 
um destilado de etanol, removendo as partículas residuais.
De acordo com a Cork Supply, após a cortiça ter pas-
sado pelos dois processos, as rolhas mostraram 99,85% de 
isenção de TCA e aromas, um número que nunca foi al-
cançado anteriormente. Hoje, todas as rolhas naturais da 
Cork Supply passam por ambos os processos. Mas ainda é 
possível dar um passo adiante e a empresa criou mais dois 
sistemas, o DS100 e o DS100 +. Neles, cada cortiça indivi-
dual é testada e analisada quanto ao TCA por pessoas com 
órgãos olfativos hipersensíveis (cuja precisão não pode ser 
superada), no caso do DS100, ou por meio de um progra-
ma de computador altamente sensível, no caso do DS100 
+. Depois de concluir esses procedimentos, a Cork Supply 
emite a “Garantia de recompra de garrafas”, ou seja, se uma 
cortiça com defeito for descoberta, a empresa comprará a 
garrafa de volta pelo preço de varejo.
Fundada em 1981 pelo alemão Jochen Michalski, a Cork 
Supply realiza mais de meio milhão de testes e inspeções 
todos os anos, desde o monitoramento dos sobreiros (árvore 
cuja casca dá origem à cortiça) até as rolhas propriamente 
ditas. “Fomos pioneiros em práticas de analise sensorial em 
rolhas, o que nos trouxe um domínio neste tema e nos deu 
avanço bastante grande para conseguirmos fornecer rolhas 
com garantias individuais”, afirmou Monika Michalski, ge-
rente de marca da Cork Supply, em entrevista à ADEGA há 
dois anos, quando outro grande player da indústria de cor-
tiça, a Amorim, anunciou uma tecnologia de detecção de 
TCA por meio de cromatografia, a NDTech, que também 
garantia rolhas 100% livres de bouchonné.
NEGÓCIOS DO VINHO | p o r C H R I S T I A N B U R G O S - C O M D A D O S D A I D E A L C O N S U L T O R I A
O mundo parou, 
o VINHO FLUIU
Consumo de vinho aumentou durante a crise da Covid-19
“sobrevivemos em março, mas agora deve pio-
rar”. Depois: “abril também foi bom, mas o pior 
estava por vir...” O pior pode estar por vir, e como 
cidadãos ninguém está feliz com o mundo em 
que estamos vivendo, todos perdemos amigos ou 
temos pessoas queridas doentes (quando não nós 
mesmos), mas a resiliência do vinho deve ser reco-
nhecida positivamente.
Mais consumo
A curva dos números de importação mais vendas 
de produtos nacionais vinha em queda de dezem-
bro a março como normalmente acontece, mas, 
em março, ao invés da leve ascendente tivemos 
um tiro para cima ao atingirmos movimentação 
de 60 milhões de litros no trade em junho. Feli-
pe Galtaroça, o mais confiável nome do Brasil 
para dados de mercado, já avisava, em maio, que 
o recorde do consumo per capta estava no forno. 
Quando fechou o número do consumo per capta 
no semestre, passou dos comemorados 2,13 litros 
em dezembro 2019 para 2,374 litros em junho de 
2020, um crescimento de 11%.
Enorme parte desse volume se deu no vinho 
de mesa nacional (39%), mas o vinho fino na-
cional cresceu 50% e, mesmo com a pressão do 
câmbio (e muito vinho parado no porto), a im-
portação cresceu 8%. Isso também comprova que 
estávamos certos ao dizer que um pedido de pro-
teção à indústria nacional por meio de barreiras 
à importação neste momento era descabido de 
argumentos visto que a indústria nacional vendeu 
Como fazemos normalmente, a cada semestre apresentamos e ana-lisamos os números da Ideal Con-sultoria sobre o comportamento do mercado de vinhos. Mas a norma-
lidade acaba aí. Atravessamos um semestre como 
nunca poderíamos ter previsto em nossa análise 
em dezembro do ano passado. Naquele momento 
falávamos de economia da experiência, multicha-
nel e até omnichanel. Até mesmo os e-commerces 
puros agiam para abrir lojas e atacar o on-trade.
Na verdade, enfrentamos (e estamos enfrentan-
do) uma quarentena, a paralização dos canais de 
restaurantes, turismo e hotéis, tudo em operação 
mínima, sem eventos, sem viagens de produtores 
apresentando vinhos, além de duty free e viagens 
fora do jogo (com isso também o vinho que entra-
va no Brasil legalmente, ou não, com os viajantes), 
lojas fechadas e até o contrabando parou... por um 
tempo (pois não atende regras fiscais, nem sanitá-
rias). Como se tudo isso não bastasse, o câmbio 
nas alturas também contribuiu para o turbilhão.
Se você parar a leitura por aqui imaginará, um 
cenário apocalíptico para a indústria. Entretanto, 
todos sentíamos que o interesse pelo vinho seguia 
firme. Indicadores de nossa própria empresa mos-
travam crescimento de assinaturas, recorde de lei-
tura nos nossos sites, crescimento do nosso clube 
e e-commerce. Conversando com importadores, 
sentia que alguns enfrentavam dificuldades reais, 
mas outros, com algum constrangimento, estavam 
em franca ascensão. Nos primeiros dias, diziam: 
1.800,0
1.600,0
1.400,0
1.200,0
1.000,0
800,0
600,0
400,0
200,0
JAN
914,8
824,7
918,2 882,9
1.229,0
1.171,8
FEV MAR ABR MAI
2017 2018 2019 2020
JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
0,0
VOLUME (JAN/JUN)
VOLUME TOTAL (1.000 CX-9L) - MENSAL
(VINHOS, ESPUMANTES E CHAMPAGNES)
1.000 CXS-9L
2017
5.312,8
2018
5.578,3
2019
5.533,1
2020
5.941,4
% 19/20
7,4%
27,8%
jan/jun 2019 a 
jan/jun 2020
120,0
100,0
Mercado de vinhos no Brasil
QUARENTENA
Comercialização de vinhos brasileiros + importados
(Volume em milhões de litros)
80,0
60,0
40,0
23,5 20,6 22,4
27,4
30,5 32,2
35,7 35,9
37,1
47,7
42,0
29,0 28,7
23,5 21,3
26,6
39,8
60,0
20,0
jan
/19
fev
/19
ma
r/1
9
ab
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9
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i/1
9
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/19
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/19
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9
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ou
t/1
9
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v/1
9
de
z/1
9
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/20
fev
/20
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0
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r/2
0
ma
i/2
0
jun
/20
0,0
50% mais vinho neste semestre comparado com o 
mesmo período no ano passado e ganhou 8% de 
participação do mercado.
Importados
No âmbito dos importados, tivemos apenas abril e 
maio abaixo dos volumes mensais de importação 
do ano passado, sendo que maio de 2020 quase 
empatou com 2019. Pelo visto, quando o câmbio 
deu um respiro, os importadores aproveitaram para 
nacionalizar produtos que estavam “no porto”.
Era esperado que os supermercados e as .COM 
fossem muito impulsionados neste momento, mas 
competentes importadores “tradicionais” foram 
precisos e com grande agilidade e flexibilidade re-
modelaram seus negócios para capturar mercado 
onde havia mercado. Lojas viraram televendas e 
centros de pick up, e-commerces foram turbina-
dos, interiorização e off-trade receberam foco, re-
presentantes comerciais ganharam peso e perdas 
em alguns canais foram compensadas por outros. 
Ganharam as marcas consolidadas e estruturas 
azeitadas. O preço FOB médio do vinho importa-
do caiu como é sempre a reação quando o câmbio 
sobe muito, sobretudo num período em que os 
produtores estão dispostos a espremer um pouco 
as margens para exportar, e foi de US$ 27,8 para 
US$ 25,7% a caixa de 9 litros (12 garrafas). En-
tretanto, em reais, este FOB médio subiu 15,3% 
indo de R$ 109,60 para R$ 126,40. Os vinho com 
caixa FOB até US$ 30 capturaram o grosso do 
crescimento, mas é muito interessante ver o gráfi-
co de volume versus participação de mercado que 
a Ideal Consultoria apresentou a seus clientes e 
nos permitiu compartilhar. Este gráfico é tão bem 
montado que dispensa análises.
50.000,0
45.000,0
40.000,0
35.000,0
30.000,0
25.000,0
20.000,0
15.000,0
10.000,0
5.000,0
0,0
Vinho de mesa Fino Importado
jan
/19
fev
/19
ma
r/1
9
ab
r/1
9
ma
i/1
9
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/19
jul
/19
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9
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9
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9
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z/1
9
jan
/20
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/20
ma
r/2
0
ab
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0
ma
i/2
0
jun
/20
4,00
3,50
3,00
2,50 2,13
2,37
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
2019 (JAN/DEZ) 2019/2020 (JUL/JUN)
11%
TOTAL DO VOLUME COMERCIALIZAD0 DE VINHOS E ESPUMANTES BRASILEIROS, 
INCLUINDO VINHO DE MESA E IMPORTAÇÃO.
VOLUME EM LITROS POR HABITANTE MAIOR DE 18 ANOS SEGUNDO O IBGE.
Volume em 1.000 litros
Queremos apresentar também um ranking com-
parativo de posições entre os 30 principais importa-
dores do Brasil em relação ao acumulado de 2019.
Existem várias razões para não importar, nível
de estoques, gestão de caixa, expectativa cambial,
queda de vendas, etc... Mas existe uma razão ra-
cional para aumentar a importação e esta é cres-
cimento.
IMPORTADOR POSIÇÃO MUDANÇA
VCT 1 =
Grupo Pão de Açúcar 2 =
Wine.com.br 3 +1
Evino 4 +2
Interfood 5 -2
World Wine/La Pastina 6 +1
Casa Flora 7 -2
Wal Mart Brasil 8 +3
Cantu Importadora 9 +3
Mistral 10 -1
Grupo Zaffari 11 -1
Grand Cru 12 -4
Carrefour 13 +7
Adega Alentejana 14 +2
Grupo Angeloni 15 +3
Épice 16 -3
Moet Hennessy 17 entra no TOP 30
Qualimpor 18 +6
Supermercado Verdemar 19 +3
Festval 20 +7
Domazzi 21 +7
Super Mercado Zona Sul 22 -5
Decanter 23 -8
Decminas 24 -10
Supermercados Condor 25 entra no TOP 30
Grupo Fartura 26 entra no TOP 30
Zahil 27 -6
Massimex Trading 28 -3
Grupo Cencosud 29 entra no TOP 30
Obra Prima 30 -4
O QUE ACONTECEU COM OS 
PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES:
PAÍS VOLUME VALOR
CHILE
PORTUGAL
ARGENTINA
ITÁLIA
FRANÇA
ESPANHA
URUGUAI
ESTADOS UNIDOS 
Novo mundo
Os memes são uma representação humorística 
do sentimento social e quando recebemos um 
dizendo que “Está na hora de reabrirem os bares 
porque estou bebendo mais com eles fechados” 
era claro que estávamos experimentando, no mí-
nimo, um aumento da frequência de consumo. A 
taça diária no almoço e no jantar com a família 
virou parte da rotina da quarentena, bem como 
os happy hours via Zoom com a turma do traba-
lho. A taça de vinho trouxe uma dose de felicida-
de, aconchego e mesmo requinte num mundo 
sem salões de beleza e com muita roupa (ultra)
confortável. 
Ciente de que ainda teremos muita tristeza 
relacionada à Covid-19, e com a culpa de que 
está análise parecia muito positiva, na véspera de 
concluir este texto, não sem receio, foi sozinho al-
moçar em um restaurante. Foi a primeira vez em 
três meses. Não tive que esperar para sentar, mas 
estava longe de estar vazio como esperava. E das 
mesas presentes a minha era a única sem vinho. 
Pode ser coincidência ou sorte, mas prefiro acredi-
tar que é o vinho a fazendo sua mágica.
ADEGA >> Edição 17836
DROPS | p o r A R N A L D O G R I Z Z O
Além do 
“VINHO EM CASA”
Vinícola Pericó lança projeto residencial 
singular em Balneário Camboriú
Aqui em ADEGA já falamos sobre quanto custa ter o seu próprio vinhedo e fazer o seu vinho (veja box com link). Mas, se sua 
paixão não chega a esses extremos, e se, ainda as-
sim, você se deliciaria em viver em um lugar cujo 
foco fosse o vinho (e de frente para o mar), talvez 
Balneário Camboriú tenha uma resposta para os 
seus anseios. A vinícola Pericó, de São Joaquim, 
Santa Catarina, em parceria com a Pioneira Em-
preendimentos, decidiu lançar um empreendi-
mento residencial singular.
O Pericó Residence é um projeto voltado para 
os amantes de vinho que querem viver e respirar 
essa cultura. “Tudo foi pensado para o vinho, para 
os apaixonados por vinho, para que desfrutem de 
um ambiente que motiva suas paixões”, diz entu-
siasmado Diego Censi, um dos proprietários da 
vinícola. Este é o primeiro empreendimento resi-
dencial de alto luxo com tema do vinho brasileiro 
(em Camboriú já há outros temáticos como Lam-
borghini e Pininfarina.
Serão 46 unidades residenciais, sendo quatro 
coberturas e a área comercial, com uma loja exclu-
siva para a comercialização de vinhos (não somen-
te da Pericó, mas de todo o mundo). O residencial 
terá dois apartamentos por andar (de três ou quatro 
suítes) e plantas que incluem ou não sacada e um 
diferencial no primeiro andar, que terá terraço com 
jacuzzi externa. As quatro coberturas serão duplex.
“A ideia do residencial é justamente trazer para 
o litoral o aconchego e a elegância do terroir da 
Pericó. Por isso, cada detalhe será arquitetado com 
alguma referência ao universo dos vinhos”, conta 
Censi. A área comercial terá espaços para seis lojas 
térreas e uma exclusiva para vinhos, localizada no 
subsolo com aproximadamente 1.200 m². Assim, 
a cave estará abaixo do solo, neste caso, abaixo do 
nível do mar.
Cada apartamento (todos terão vista definitiva 
para o mar e para as marinas) contará com uma 
adega privativa e as coberturas serão nomeadas 
em homenagem a um rótulo de renome da Pe-
ricó. A área de lazer também será batizada e ar-
quitetada com referências do universo do vinho 
e contará com spa, espaço relax, sauna, piscina, 
hidro e piscina aquecida, espaço kids, cozinha 
gourmet, quadra, academia, espaço dog, quadra 
de bocha, salão de festas e espaço de jogos.
A arquitetura externa foi pensada para que as 
curvas remetam a garrafas e taças. A Pericó sepa-
rou um lote especial da safra 2020 para que evolua 
no mesmo tempo das obras do empreendimento. 
Quando estas forem finalizadas, a bebida será en-
garrafada e o rótulo exclusivo será o presente de 
boas-vindas aos investidores das 46 unidades. 
Quanto custa ter um 
vinhedo próprio?
37Edição 178 >> ADEGA
Todos os 
ambientes 
terão 
arquitetura 
e decoração 
ligadas ao 
mundo do 
vinho
Pericó Residence, em 
Balneário Camboriú, 
será o primeiro 
residencial de alto luxo 
com tema do vinho 
nacional, vinculado à 
Vinícola Pericó, de São 
Joaquim
ADEGA >> Edição 17838
ESPECIAL | p o r A R N A L D O G R I Z Z O
Os cantos 
portugueses
Confira os melhores vinhos do Guia de 
Vinhos ADEGA Portugal 2020
D
esde 2011, ADEGA pu-
blica o Guia ADEGA de 
Vinhos do Brasil. Nesse 
tempo, o livro se tornou a 
principal referência de vi-
nhos feitos no país, avaliando milhares de 
rótulos, contemplando dezenas de viníco-
las de todas as regiões, enaltecendo o que 
há de melhor na produção nacional. Indo 
para sua 10 edição em 2020, ele é funda-
mental para quem quer compreender a 
trajetória do vinho por aqui, saber como es-
tamos evoluindo e quais rótulos comprar.
Bem enraizada não só no Brasil, mas na 
América do Sul com a parceria com o Guia 
Descorchados, de Patricio Tapia (que avalia 
vinhos de Argentina, Chile e Uruguai, além 
do Brasil), ADEGA decidiu então que era o 
momento de se lançar em outras aventuras. 
E com o espírito dos antigos e destemidos 
navegadores portugueses, fizemos o cami-
nho contrário e fomos bater em terras lusas. 
Assim, em 2020, ADEGA lança o seu pri-
meiro guia de vinhos portugueses.
O Brasil é um dos principais mercados 
para os vinhos de Portugal. Nossos víncu-
los linguísticos e históricos certamente fa-
cilitam esse intercâmbio e a boa aceitação 
dos produtos lusitanos por aqui. Importa-
doras, lojas, supermercados estão repletos 
de excelentes opções. Sendo assim, feito 
seguindo os mesmos parâmetros que nor-
teiam todas as publicações vinculadas à 
ADEGA, o Guia de Vinhos ADEGA Por-
tugal 2020 traz centenas de rótulos ava-
liados das principais regiões vitivinícolas 
portuguesas (que são detalhadas no início 
do livro) com um ranking dos melhores. 
Mas o guia vai além e, sabendo que o vi-
nho é um veículo que nos transporta para 
lugares incríveis, apresenta dicas culturais 
para quem, inspirado pelos grandes vi-
nhos listados, quiser visitar Portugal.
Enfim, vamos dar um pequeno resu-
mo dos vinhos vencedores em suas cate-
gorias do guia. Desfrute.
Primeira edição do Guia de Vinhos 
ADEGA Portugal traz um pouco do que 
há de melhor na produção portuguesa 
em suas mais diversas regiões
ADEGA >> Edição 17840
Melhor tinto
(e melhor do Douro)
O tinto vencedor da primeira edição do 
guia é fruto da parceria entre as famílias 
Prats, de Bordeaux, e Symington, tradicio-
nal do Douro. O projeto que deu origem 
ao Chryseia nasceu em 1998, quando 
os Symington convidaram Bruno Prats 
(que havia gerenciado o Château Cos 
d’Estournel por 30 anos) a vir ao Douro 
produzir um tinto não fortificado. O 
primeiro Chryseia (cujo significado em 
grego antigo é “dourado”) foi elaborado na 
safra do ano 2000 e já estreou como um 
dos grandes tintos portugueses. Em 2002, a 
parceria criou ainda o Post Scriptum. Pos-
teriormente, eles adquiriram a Quinta de 
Roriz e passaram a produzir outros tintos, 
assim como Vinho do Porto.
Melhor branco
(e melhor da Bairrada)
A história do Palácio do Buçaco é riquíssima, remetendo 
à época do convento dos Carmelitas Descalços no século 
XVII, passando pelas invasões napoleônicas, chegando às 
fases finais do reino de Portugal. O Hotel Palácio do Bu-
çaco recebeu a última festa da monarquia portuguesa, em 
setembro de 1910, quando D. Manuel II celebrou os 100 
anos da Batalha do Buçaco. Alexandre de Almeid
após visitar hotéis de luxo na França e perceber
que todos ostentavam adegas, decidiu criar um
vinho do hotel, em 1917, para que seus hóspedes
pudessem se deleitar durante suas estadias por lá
Desde então, o vinho do Buçaco é uma lenda,
considerado um dos mais longevos de Portugal, 
e quase só vendido no próprio hotel.
BUÇACO RESERVADO BRANCO 2014
Palácio do Buçaco, Bairrada, Portugal 
(Mistral US$ 160). Branco composto de 
Encruzado, Maria Gomes e Bical, com estágio 
em grandes barris de carvalho. Um dos melhores 
brancos de Portugal, um clássico. Aqui madurez, 
untuosidade e cremosidade caminham juntas 
com tensão, frescor e firmeza, tudo em meio a 
acidez refrescante, ótima textura e final cheio e 
persistente, com toques florais, de ervas frescas, 
de especiarias doces e de camomila. Preciso, 
fluido e com longa vida pela frente. Álcool 13%.
CHRYSEIA 2015
Prats & Symington, Douro, 
Portugal (Mistral US$ 230). Tinto 
composto de 65% Touriga Nacional 
e 35% Touriga Franca, com estágio 
de 14 meses em barris de carvalho 
francês de 400 litros. Aqui a palavra 
de ordem é precisão. A Touriga 
Nacional diz a que veio, num 
tinto que esbanja equilíbrio entre 
fruta negra de qualidade, acidez 
refrescante e taninos tensos e de 
grãos finíssimos. Cheio de camadas 
e de profundidade, tem final com 
toques de grafite e de violetas, que 
pedem um segundo gole. Um bebê, 
que tem tudo para ficar ainda melhor 
no decorrer dos próximos 15 anos. 
Álcool 14%.
AD
96
AD
96
da, 
s
.
41Edição 178 >> ADEGA
Melhor espumante
Foi após uma viagem de João Carvalho 
Maia, produtor de vinhos da região do 
Douro, para o Napa Valley que surgiu 
a ideia das Caves Transmontanas. 
Durante sua estada nos Estados Unidos, 
trabalhou nas colheitas da Schrams-
berg Vineyards, focada na produção 
de espumantes de método tradicional. 
Maia então convidou o proprietário 
Jack Davies, a visitar Portugal para 
conhecer o potencial do Douro. Um 
ano depois, eles começaram a experi-
mentar e, em 1989, criaram-se as Caves 
Transmontanas. Os rótulos Vértice, em 
pouco, tempo, tornaram-se referência 
em espumantes em Portugal.
Melhor rosé
Em 1974, João António Cerdeira, com o apoio 
de seu pai, António Esteves Ferreira, plantou a 
primeira vinha de Alvarinho e, em 1982, criou 
a primeira marca de Alvarinho em Melgaço 
– uma das primeiras marcas de Alvarinho na 
sub-região de Monção e Melgaço. A Soalheiro 
não apenas é uma das pioneiras, mas uma das 
principais referências em Alvarinho no Minho, 
explorando a casta como ninguém. No caso 
deste rosé, mesclando a com a Pinot Noir.
SOALHEIRO ROSÉ ALVARINHO & PINOT NOIR 2018
Soalheiro, Minho, Portugal (Mistral US$ 
50). Delicioso corte de Alvarinho (70%) e Pinot 
Noir (30%) de um produtor especializado 
na primeira. A cor lembra a de um rosé da 
Provence. Os aromas, delicados, revelam, 
além da esperada fruta vermelha (morangos/
framboesas), a nota mineral característica da 
Alvarinho. A ótima acidez, que garante o frescor, 
é compensada apenas o suficiente para que 
fique macio em boca pelo final quase off dry. 
Leve, mas muito equilibrado. O ideal é bebê-
lo logo, puro ou acompanhando uma salada 
niçoise, para lembrar sua fonte de inspiração. 
Se resistir, dá para guardá-lo por mais um ano. 
Álcool 12,5%.
AD
93
VÉRTICE MILLÉSIME BRUT 2011
Caves Transmontanas, Douro, 
Portugal (Adega Alentejana R$ 273). 
Espumante brut elaborado pelo 
método tradicional, somente em safras 
excepcionais, a partir Touriga Franca, 
Gouveio, Malvasia Fina e Viosinho, além 
de toques de Touriga Nacional, Rabigato, 
Arinto e Códega, com 36 meses de 
amadurecimento sobre as leveduras. 
Muito bem feito nesse estilo mais vinoso 
e estruturado, com as notas tostadas, 
de padaria e de frutos secos envolvendo 
toda sua fruta branca e tropical madura. 
Tem pulsante acidez, muita cremosidade, 
ótimo volume de boca e final persistente 
e amanteigado, com toques salinos e 
cítricos. Álcool 12,5%.
AD
92
ADEGA >> Edição 17842
Melhor Vinho do Porto
A Croft Port é uma das mais antigas empresas em ativi-
dade do mundo, com mais de 430 anos de atividades. 
Ela nasceu em York, na Inglaterra, mas se desenvolveu 
no Porto. A tradição nos vinhos é tanta que John Croft 
II foi autor do primeiro livro sobre o Vinho do Porto, 
publicado em 1788. Hoje a Croft pertencente ao
grupo The Fladgate Partnership, dono das marc
Taylor’s, Fonseca e Krohn. O enólogo e diretor
técnico é o reputado David Guimaraens, que
considera a Quinta da Roêda
como a alma da c
Croft, cujas primeiras videiras foram plantadas e
1811 e são banhadas pelo sol da manhã. A safra
2017, juntamente com 2016 e 2018, formaram
uma rara “trinca” de vintages excepcionais.
CROFT VINTAGE PORT 2017
Croft, Douro, Portugal (La Patina R$ 
1.356). Tinto fortificado doce elaborado a partir de 
diversas castas típicas do Douro, com estágio em 
barris de carvalho. Violetas, algo de especiarias 
doces, sútil esteva, tudo em meio a muitas frutas 
negras lembrando ameixas e amoras. Chama 
atenção pela acidez vibrante, pelos taninos 
firmes, mas principalmente pela profundidade 
e persistência. Misto da elegância e frescor do 
2016, com a opulência e intensidade do 2011. 
Álcool 20%.
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cas
casa
em 
Melhor do Alentejo
A Herdade do Rocim é um projeto 
da Movicortes S.A, com sede em 
Leiria, iniciado no ano 2000. A pro-
priedade tem cerca de 120 hectares, 
dos quais 70 são de vinha, entre Vi-
digueira e Cuba, no Baixo Alentejo. 
Pedro Ribeiro é um enólogo que se 
apaixonou pela ânfora e está se tor-
nando um embaixador internacional 
dos vinhos estagiados nesse material 
(criando até mesmo um Amphora 
Day). A Herdade do Rocim é uma 
das principais referências nesse estilo 
de vinho hoje e um dos grandes 
produtores alentejanos.
HERDADE DO ROCIM 
CLAY AGED TINTO 2017
Herdade do Rocim, 
Alentejo, Portugal (World 
Wine R$ 600). Este corte 
tem Alicante Bouschet, 
Petit Verdot, Trincadeira 
e Tannat. Estagia 16 
meses em talhas de 
140 litros. Tem uma 
profundidade granítica, 
taninos poderosos e acidez 
vibrante. Pimenta, amoras 
e ervas secas. Incrível 
força em um vinho que vai 
durar para sempre, apesar 
de delicioso e instigante 
hoje. A mais pura definição 
de um vinho crossfit.
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43Edição 178 >> ADEGA
Melhores do Dão
Um dos principais nomes do vinho do Dão, 
Álvaro de Castro herdou a propriedade da 
Quinta da Pellada em 1980 e decidiu se 
dedicar exclusivamente a ela, restabele-
cendo a tradição familiar na produção de 
vinho, que havia sido interrompida há duas 
gerações. Seu primeiro vinho surgiu então 
com a safra de 1989. De personalidade 
forte, seus vinhos são feitos segundo suas 
intuições, muitas vezes fora do que se 
consideraria convencional em termos 
de vinificação, ao mesmo tempo que é 
um defensor das tradições locais, valori-
zando as castas indígenas. Seu trabalho 
é uma referência no Dão.
CARROCEL 2012
Quinta da Pellada, Dão,
Portugal (Mistral US$ 225). Tinto
elaborado exclusivamente a partir
de Touriga Nacional, com estágio de
14 meses em barricas de carvalho
francês. Num estilo de frutas
vermelhas e negras mais maduras,
mas também fresco, tenso, vibrante,
chamando atenção pela acidez e
taninos de ótima textura. Longo,
profundo, com toques salinos e de
grafite. Um grande vinho. Ótimo
exemplo de tinto opulento, untuoso
e também elegante. Álcool 13%.
PRIMUS 2015
Quinta da Pellada, Dão, Portu
(Mistral US$ 129). Branco compost
de mais de 20 castas autóctones,
entre elas Encruzado, Bical e Cercia
todas advindas de vinhas de mais
de 65 de idade, com fermentação
e estágio em barricas de carvalho
francês. Sempre entre os melhores
brancos do Dão e de Portugal,
nessa safra esbanja frutas
brancas e de caroço maduras,
seguidas de notas florais, de
ervas e de especiarias doces.
Mas, é na boca que merece
atenção, com sua acidez
vibrante, sua textura tensa e
firme, e seu final carnudo e
profundo, com toques cítricos e
salinos, que pedem um segundo
gole. Tenha paciência com ele na
taça para que mostre todo seu
potencial. Álcool 13,5%.
Melhores do Douro
Depois do Chryseia, eleito o melhor tinto do Guia em 2020, dois outros vinhos 
se destacaram no Douro (recebendo a mesma pontuação). Um pertencente ao
grupo Esporão, um dos maiores nomes do Alentejo, mas que, com sua Quin-
ta dos Murças, também vem se destacando no norte de Portugal. Depois, há
ainda o Xisto, vinho singular da parceria entre a família Roquette, da Quinta
do Crasto, e dos Cazes, do Château Lynch-Bages, em Bordeaux.
gal
o
al,
QUINTA DOS MURÇAS VV47 2013
Quinta dos Murças, Douro, 
Portugal (Qualimpor R$ 840). 
Tinto elaborado a partir de Vinhas 
Velhas (field blend de diversas 
castas autóctones) advindas 
exclusivamente da vinha vertical 
mais antiga do Douro (vinhedos 
ao alto), plantada em 1947. É 
fermentado através de leveduras 
indígenas em lagares de pisa-
a-pé, com estágio de 12 
meses em barricas usadas 
de carvalho francês. Ainda 
muito jovem, impressiona pela 
vibrante acidez e pelos taninos 
firmes e de grãos finos, que 
trazem equilíbrio a toda sua 
fruta madura, lembrando 
cassis e ameixas. Muito 
preciso, nítido e compacto, 
tem final carnudo e profundo, 
com toques de alcaçuz e de 
grafite, aliando magistralmente 
potência, força, tensão e 
finesse. Álcool 14,5%.
ROQUETTE & CAZES XISTO 2015
Roquette & Cazes, Douro, Portugal 
(Qualimpor R$ 1.350). Tinto composto 
de Touriga Nacional, Touriga 
Franca, Tinta Roriz e Vinhas 
Velhas, com estágio de 
20 meses em barricas de 
carvalho francês. Chama 
atenção pela finesse, 
harmonia e precisão do 
conjunto. Mostra cerejas, 
ameixas e amoras envoltas 
por notas especiadas, de 
violetas e de ervas, além 
de toques de tabaco e de 
alcaçuz. Mas, é na boca 
que merece atenção, com 
seus taninos finíssimos, 
sua acidez vibrante e seu 
final fluido, profundo e 
preciso, que convida a 
uma segunda taça. Está 
jovem e deve ficar ainda 
melhor nos próximos 10 
anos. Provavelmente o 
melhor Xisto elaborado até 
o momento. Álcool 14,5%.
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ADEGA >> Edição 17844
COVELA FANTÁSTICO 
BRANCO 2014
Quinta de Covela, Minho, 
Portugal (Winebrands R$ 
734). Elaborado somente 
em anos excepcionais, o 
enólogo Rui Cunha não 
revela as variedades da 
segunda edição desse 
branco, com fermentação 
e estágio de 19 meses 
em barricas de carvalho 
americano e austríaco. 
Apesar de ainda estar muito 
jovem, chama atenção pela 
ótima acidez e por sua 
deliciosa e cremosa textura, 
que trazem sustentação e 
firmeza ao conjunto. Tem 
final longo e complexo, 
com toques amanteigados, 
de especiarias doces e de 
camomila. Álcool 13,5%.
Melhor de Lisboa
Localizada na região de Lisboa, a Quinta do Mon-
te d’Oiro tem história que remonta ao século XVII. 
Foi adquirida em 1986 por José Bento dos Santos, 
que replantou as vinhas – após anos de estudos – 
com as castas que melhor se adaptaram. Dos 42 
hectares, apenas 15,5 foram replantados com as
variedades Syrah, Viognier e Petit Verdot e com
cepas portuguesas Touriga Nacional e Tinta Ror
Desde 2006, a propriedade se converteu para a
agricultura biológica.
QUINTA DO MONTE D’OIRO RESERVA 2010
Quinta do Monte d’Oiro, Lisboa, 
Portugal (Mistral US$ 114). Tinto 
composto a partir de 95% Syrah e 5% 
Viognier, cofermentados e com estágio de 
18 meses em barricas novas de carvalho 
francês. Refinado e classudo, mostra 
notas especiadas, florais, defumadas 
e de couro envolvendo toda sua fruta, 
lembrando ameixas e amoras maduras. 
Mas, é na boca que merece atenção, com 
sua boa acidez e seus taninos firmes e de 
grãos finos. Tem final longo e complexo, 
com toques terrosos, especiados e de 
figos secos. Está em seu auge e deve 
permanecer assim pelos próximos 5 anos. 
Álcool 13,5%.
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as
riz.
Melhor do Minho
A Quinta de Covela, na região de 
Vinhos Verdes, foi a casa de Ma-
noel de Oliveira, o grande nome 
do cinema português até o final 
dos anos 1980. Os primeiros vinhos 
com a marca só vieram depois, 
mas a empresa acabou falindo. O 
ressurgimento ocorreu recentemen-
te pelas mãos de um empresário 
brasileiro, Marcelo Faria de Lima, e 
do jornalista britânico, Tony Smith, 
que compraram a propriedade em 
2011. Desde então, com ajuda 
do criativo enólogo Rui Cunha, a 
Quinta de Covela vem se tornando 
uma referência na região de Vinhos 
Verdes, com produtos que vão mui-
to além do que nos acostumamos a 
ver naquela região.
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A PIONEIRA NAS PRINCIPAIS 
CERTIFICAÇÕES INTERNACIONAIS 
 NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA
Nossa missão é ampliar o conhecimento 
e promover a cultura

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