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Alterações morfofisiologicas da gravidez

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OBJETIVOS
· Revisar as alterações morfofisiologicas relacionado a gravidez (aparelho genital e mamas, fatores hemodinâmicos, sistema gastrointestinais, urinário e metabolismo);
· Compreender o diagnóstico da gravidez (sinais de presunção, de probabilidade e sinais de certeza);
· Entender os métodos contraceptivos para prevenção da gravidez (mecanismo de ação do método contraceptivos orais tradicionais, DIU, diafragma e métodos contraceptivos de urgência).
ALTERAÇÕES MORFOFISIOLÓGICAS
APARELHO GENITAL
ÚTERO 
Na 12ª semana de gestação, o útero dilatado pode fazer com que o abdômen fique levemente saliente. 
O útero continua a aumentar durante toda a gravidez. Às 20 semanas, o útero aumentado atinge a altura do umbigo e, por volta da 36ª semana, a extremidade inferior da cavidade torácica.
A quantidade de secreção vaginal normal, que é transparente ou esbranquiçada, costuma aumentar. Esse aumento costuma ser normal.
Além dos sinais acima descritos, existe:
· O crescimento uterino decorrente de hiperplasia e hipertrofia das fibras musculares lisas.
· Alteração no muco cervical, que se torna mais viscoso, espesso e não cristaliza
· Redução da motilidade tubária
· Alteração no pH vaginal, que adquire característica mais ácida 
· A percepção de batimentos cardíofetais e de partes fetais ao exame físico.
MAMAS
Com 5 semanas de gravidez a paciente costuma relatar congestão mamária, aumento de volume mamário e mastalgia.
 Na oitava semana existe o aparecimento dos tubérculos de Montgomery, que são glândulas sebáceas especializadas hipertrofiadas. 
A rede venosa de Haller decorre do aumento da vascularização mamária e representa a visualização de maior trama vascular na mama, geralmente identificada a partir de 16 semanas. 
Com o decorrer da gravidez identifica-se o sinal de Hunter. Este decorre do aumento de pigmentação do complexo aréolo- papilar, originando a aparência de uma aréola secundária.
As mamas tendem a aumentar de tamanho, porque os hormônios (principalmente o estrogênio) as estão preparando para a produção de leite. Ocorre um aumento gradativo do número de glândulas que produzem leite e elas se tornam capazes de produzir leite. As mamas podem ficar firmes e sensíveis
Durante as últimas semanas de gestação, as mamas podem produzir uma fina secreção amarelada ou leitosa (colostro). O colostro é também produzido durante os primeiros dias depois do parto, antes da produção do leite. Esse líquido, rico em minerais e anticorpos, é o primeiro alimento do bebê amamentado.
FATORES HEMODINÂMICOS
As principais alterações hemodinâmicas que ocorrem no decorrer da gravidez são:
· Aumento da frequência cardíaca entre 10 e 15 batimentos por minuto, 
· Aumento do débito cardíaco (com pico entre 20 e 24 semanas)
· Aumento da pressão venosa, em função do crescimento uterino, causando compressão dos vasos pélvicos e da veia cava inferior. 
· Queda da resistência vascular periférica
· Queda da pressão arterial (queda de 3 a 4 mmHg na pressão sistólica e 10 a 15 mmHg na pressão diastólica)
· Queda do retorno venoso. O crescimento do útero afeta o retorno do sangue das pernas e da região pélvica ao coração. Sendo assim, inchaço (edema) é comum, sobretudo nas pernas. Podem surgir varizes nas pernas e na zona que circunda a abertura vaginal (vulva)
Durante a gestação, o coração da mulher trabalha mais porque, à medida que o feto cresce, ele precisa bombear mais sangue para o útero. 
No final da gestação, o útero recebe um quinto de todo o volume sanguíneo da gestante. 
Durante a gestação, a quantidade de sangue que o coração bombeia (débito cardíaco) aumenta de 30% a 50%. 
Tamanho e Posição do Coração: O coração está aumentado na gravidez, devido à hipertrofia do músculo cardíaco e ao aumento do volume das câmaras. Nos últimos estágios da gestação, o crescimento uterino eleva o diafragma, deslocando o miocárdio para cima e rodando-o lateralmente. 
SÍNDROME DA HIPOTENSÃO SUPINA
Quando a gestante deita em decúbito dorsal (de barriga para cima), devido ao peso do útero, ocorre uma compressão da veia cava inferior que diminui o retorno venoso, o que dificulta a oxigenação do bebê. (Gestante deve optar por deitar de lado ao invés de deitar de barriga para cima).
SISTEMA GASTROINTESTINAL
Náusea e vômitos, sobretudo pela manhã (enjoos matinais), são comuns e surgem desde o início da gestação, atingindo o pico de intensidade por volta de 9 semanas e melhora dos sintomas em torno de 12 semanas. Isso talvez seja causado pela presença de uma alta concentração de estrogênio e gonadotrofina coriônica humana, dois hormônios que ajudam a manter a gestação.
O trato gastrointestinal é um dos aparelhos que mais apresentam alterações e acabam gerando sintomas na maior parte das gestantes.
A elevação fisiológica dos níveis de progesterona é responsável pela lentificação do esvaziamento gástrico e do trânsito intestinal, gerando e exacerbando queixas com náusea, vômitos, constipação e distensão abdominal.
A elevação da progesterona também proporciona relaxamento do esfíncter esofagiano inferior, isto, associado ao aumento da pressão abdominal (decorrente do desenvolvimento da gravidez), provoca o clássico quadro de pirose e refluxo. Existe também tendência à estase biliar e formação de cálculos biliares.
Obs: Azia e arrotos são comuns, possivelmente porque os alimentos passam mais tempo no estômago e porque o músculo em forma de anel que localizado na extremidade inferior do esôfago (esfíncter) tende a relaxar, permitindo o refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago. 
Obs: O estômago produz menos ácido durante a gestação. Assim, é muito raro surgirem úlceras durante a gestação e, em muitos casos, as que já existiam começam a cicatrizar.
Obs: As hemorroidas, um problema comum, podem ser causadas pela pressão exercida pelo útero dilatado ou pela constipação. 
Obs: A mulher pode também sentir desejos de comer alimentos incomuns ou substâncias não comestíveis (como amido ou argila).
SISTEMA URINARIO
Assim como o coração, os rins trabalham mais durante toda a gestação.
O volume de sangue filtrado pelos rins atinge seu máximo entre a 16ª e a 24ª semana, permanecendo assim até pouco antes do parto. Então, a pressão do útero dilatado pode diminuir levemente o fornecimento de sangue aos rins.
Ocorre aumento do fluxo plasmático renal (em torno de 60 a 80%) e da taxa de filtração glomerular (50%), resultando em hipertrofia e aumento do peso renal em torno de 30%. Pode haver dilatação ureteral e pielocalicial e por fim pode ocorrer hidronefrose em função do crescimento uterino.
Obs: A atividade dos rins normalmente aumenta quando a pessoa se deita e diminui quando a pessoa está de pé. Essa diferença se acentua durante a gestação, sendo um dos motivos pelos quais a gestante sente vontade de urinar com frequência enquanto tenta dormir. 
Obs: O útero exerce pressão sobre a bexiga e reduz o seu tamanho, de modo a encher-se de urina mais rapidamente que o habitual. Essa pressão faz com que a gestante sinta necessidade de urinar com mais frequência e urgência.
METABOLISMO
As alterações metabólicas são inúmeras, sendo as mais significativas:
· Retenção hídrica (aproximada de 8 a 10 litros, havendo aumento do volume plasmático e dos volumes intra e extra celular. O principal envolvido no aumento da retenção hídrica é o hiperaldosteronismo secundário da gravidez, que eleva a retenção de sódio e de tal modo “puxa” a água. O aumento do volume circulante acaba por gerar queda da osmolaridade plasmática, da pressão oncótica e do limiar de sede)
· O ganho ponderal (O ganho ponderal adequado para uma grávida depende do seu estado nutricional pré-gestacional)
· As alterações do metabolismo glicídico (O metabolismo da glicose é profundamente alterado pela gravidez, sendo a mesma, um estado diabetogênico. Ocorre fisiologicamente hipoglicemia de jejum, hiperglicemia pós-prandial e hiperinsulinemia, com objetivo de permitir concentrações mais elevadas de glicose plasmática e maior oferta de glicose ao feto. Esses efeitos no metabolismo glicídico ocorrem devidoa atuação de hormônios contrarreguladores da insulina, dentre eles o Hormônio Lactogênio Placentário, a progesterona e o cortisol)
DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Atualmente, é considerado o melhor método para o diagnóstico de gravidez incipiente. O diagnóstico laboratorial se baseia na detecção hormonal da gonadotrofina coriônica humana (hCG), no plasma ou na urina materna.
DOSAGEM DE GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA (HCG)
A molécula do hCG possui duas subunidades distintas: alfa e beta. A subunidade alfa é comum a vários hormônios, como LH, FSH e TSH, enquanto a subunidade beta é específica da gonadotrofina coriônica. Por isso, a dosagem laboratorial é feita a partir da subunidade beta, que além de possuir menor reação cruzada com o hormônio luteinizante, apresenta grande sensibilidade e é quantificável, permitindo uma estimativa da idade gestacional a partir dos resultados.
Existem 3 tipos de testes para a identificação do hCG:
· Imunológicos
· Radioimunológicos (RIA)
· Enzima imunoensaio (ELISA)
TESTES IMUNOLÓGICOS (URINÁRIOS)
Para que sejam realizados, o aconselhável é que o atraso menstrual ultrapasse 10 a 14 dias, aumentando a sensibilidade dos exames. A dosagem é apenas qualitativa. São eles:
· Prova de Inibição da Aglutinação do Látex
· Prova de Inibição da Hemaglutinação
Alguns fatores podem determinar resultados falso-positivos, como o uso de psicotrópicos, proteinúria e mulheres no climatério. Da mesma forma, resultados falso-negativos podem ocorrer em urinas de baixa densidade ou nas primeiras duas semanas de atraso menstrual.
Recentemente, surgiu o teste de Hemaglutinação Passiva Reversa, uma variante com maior sensibilidade e que pode ser realizada com apenas 1 a 3 dias de atraso menstrual.
TESTES RADIOIMUNOLÓGICOS:
A grande limitação seria a reação cruzada com o LH hipofisário, o que é corrigido com a dosagem da subunidade beta, que permite o diagnóstico precoce, com 10 a 18 dias da concepção. Os resultados são obtidos em aproximadamente 4 horas e a sensibilidade do teste é de 5mUI/mL, o que significa dizer que resultados acima desse valor são considerados positivos.
TESTE ELISA
Possui a mesma base teórica dos RIA, com a vantagem de apresentar um maior tempo de vida útil, por não conter radioisótopos de atividade limitada. Níveis de beta-hCG acima de 1000mUI/mL asseguram a presença de gestação em 95% dos casos.
DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO
A ultrassonografia obstétrica pode ser realizada por via transabdominal ou transvaginal. Atualmente, a preferência é pela transvaginal, que permite uma melhor visualização das estruturas ovulares.
Através da ultrassonografia transvaginal podemos identificar, de acordo com a idade gestacional, estruturas importantes:
· 4 semanas – Saco Gestacional
· 5 e 6 semanas – Vesícula vitelina
· 6 e 7 semanas – Eco fetal com batimentos cardiofetais
· 11 a 12 semanas – Cabeça fetal
· 12 semanas – Placenta
Também é possível estimar a idade gestacional por meio da avaliação ultrassonográfica, sendo a época mais precisa da 6ª até a 12ª semana de gravidez, na qual o parâmetro utilizado é o comprimento cabeça-nádega.
A partir da 14ª semana, a acurácia da ultrassonografia para estimar a idade gestacional diminui progressivamente e os parâmetros empregados são o diâmetro biparietal e o comprimento do fêmur. Neste momento, o útero começa a sair da pelve e o transdutor vaginal fica distante do feto, tornando a ultrassonografia transabdominal superior.
PRESUNÇÃO (DIAGNÓSTICO CLÍNICO)
Os sintomas da gravidez podem ser divididos em sinais de presunção, sinais de probabilidade e sinais de certeza:
· Sinais de Presunção:
· 4 semanas – Amenorréia: é o sinal mais precoce!
· 5 semanas – Náuseas e Congestão Mamária
· 6 semanas – Polaciúria
· 8 semanas – A aréola primária se torna mais pigmentada e surgem os Tubérculos de Montgomery (projeções secundárias representadas por glândulas mamárias acessórias e glândulas sebáceas hipertrofiadas)
· 16 semanas – Produção de colostro e surgimento da Rede de Haller (aumento da circulação venosa)
· 20 semanas – Sinal de Hunter (surge a aréola secundária, que aumenta a pigmentação em volta do mamilo)
Tuberculos de Montegomery.
· Sinais de Probabilidade:
· 6-12 semanas – Alterações do muco cervical: o aumento na concentração de progesterona, típico do início da gestação, reduz a quantidade de sódio presente no muco cervical, que perde o aspecto arboriforme quando cristalizado por desidratação.
· 8 semanas – Sinal de Hégar (útero adquire consistência cística, elástico-pastosa, principalmente no istmo); Sinal de Piskacek (assimetria uterina: o útero se desenvolve mais no ponto de implantação); Sinal de Nobile-Budin (ocupação do fundo de saco vaginal, perceptível pelo toque bimanual); Sinal de Osiander (percepção dos batimentos do pulso vaginal nos fundos de saco); Sinal de Jacquemier ou de Chadwick (coloração violácea da mucosa da vulva); Sinal de Kluge (coloração violácea da mucosa da vagina)
· 12 semanas – Aumento do volume uterino: o útero gravídico se torna palpável logo acima da sínfise púbica
· 16 semanas – Aumento do volume abdominalnais de Certeza:
· 14 semanas – Sinal de Puzos (rechaço fetal intrauterino após impulsionar o feto com os dedos no fundo de saco anterior)
· 18 semanas – Percepção e palpação dos movimentos ativos do feto e dos segmentos fetais pelo médico
· 20 semanas – Ausculta dos batimentos cardiofetais através do estetoscópio de Pinard. A ausculta já é possível a partir de 10 semanas através do sonar Doppler, e é considerada o mais fidedigno dos sinais de gravidez.
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS PARA PREVENÇÃO DA GRAVIDEZ
MÉTODO ANTICONCEPCIONAL COMPORTAMENTAIS
Busca verificar o período fértil através da observação de sinais e sintomas para que as relações sexuais sejam evitadas durante esse período. 
Esses métodos possuem alguns benefícios por serem baratos, naturais, sem efeitos adversos. Porém, possuem altas taxas de falhas, pois requerem longos períodos de abstinência sexual e estão susceptíveis à irregularidade menstrual.
A TABELINHA OU MÉTODO DE OGINO-KNAUS
Para ser usado, a mulher deve registrar o número de dias de cada ciclo menstrual começando pelo primeiro dia da menstruação. 
O ideal é observar esses ciclos por pelo menos seis meses. Esse método não pode ser usado em casos que a mulher tenha ciclos menstruais irregulares com diferença maior que 10 dias entre os ciclos. 
Para calcular o período em que se deve adotar a abstinência sexual, basta subtrair 18 da duração do seu ciclo mais curto para saber o primeiro dia de seu período fértil e subtrair 11 dias do ciclo mais longo, que corresponde ao último dia de seu período fértil.
Por exemplo:
A paciente que teve o seu ciclo mais curto de 25 dias e o mais longo de 30 dias deverá ficar em abstinência sexual no 7° ao 19° dias do ciclo.
MÉTODO DA CURVA DE TEMPERATURA BASAL
Neste método, avalia-se a temperatura corporal basal, buscando identificar o provável dia de ovulação. Isso ocorre porque, depois da ovulação, há um aumento da progesterona liberada pelo corpo lúteo, a qual atinge o centro termorregulador do hipotálamo, levando ao aumento da temperatura corporal em 0,2 a 0,5 graus. A mulher precisa verificar sua temperatura diariamente, de preferência com o mesmo termômetro, no mesmo local do corpo e no mesmo horário, de preferência pela manhã antes de sair da cama. O período de abstinência deve ser desde o primeiro dia do ciclo menstrual até três dias após a elevação da temperatura basal.
O problema desse método é que necessita de grande disciplina da mulher, além de ter um longo período de abstinência. Outra questão que limita o seu uso é que nem todas as pacientes possuem esse efeito termorregulador com a liberação da progesterona.
MÉTODO DO MUCO CERVICAL OU DE BILLINGS
Tem como objetivo analisar as características do muco cervical sob ação estrogênica, durante período ovulatório. Nesse período, o muco cervical torna-se filante, como clara de ovo, permitindo ao espermatozoide a sobrevivência e locomoção. Depois da ovulação, sob ação progesteronao muco fica espesso e escasso. Para o uso deste método, a mulher precisa observar as características do muco, examinando diariamente sua secreção. O período de abstinência vai do primeiro dia de percepção do muco até o quarto dia de percepção máxima da umidade. Vale ressaltar que o sêmen e produtos vaginais, como lubrificantes e pomadas, prejudicam a observação do muco.
MÉTODO SINTOTÉRMICO
Combina o método da temperatura basal com o método do muco cervical, associado a sinais e sintomas que podem ocorrer durante a ovulação, como sensibilidade mamária, dor pélvica e mudanças de humor. 
Nesse caso, o período de abstinência sexual vai desde o primeiro dia do ciclo até o quarto dia após o pico das secreções cervicais ou o terceiro dia após a elevação da temperatura. Sendo que, na ocorrência do primeiro fator, deve-se usar o segundo para ter relação sexual.
COITO INTERROMPIDO
Ocorre com a retirada do pênis da vagina antes da ejaculação. Para isso, requer grande atenção do homem durante o ato sexual. Além disso, apesar de incomum, o fluido seminal que precede a ejaculação pode conter espermatozoides, causando uma possível gestação indesejada. Logo, esse método possui altas taxas de falhas, cerca de 25% ao ano.
LACTAÇÃO
Durante o aleitamento materno ocorre alterações hormonais no eixo hipotálamo-hipófise-ovário, levando à anovulação. Esse método, além de não ter custos, promove inúmeros benefícios para a mulher e para o bebê. Esse método não tem contraindicações, desde que a amamentação seja exclusiva. Porém, algumas mulheres ovulam em torno do terceiro mês de pós-parto, mesmo amamentando. Isso pode levar ao risco de gravidez não planejada.
MÉTODOS DE BARREIRA
São métodos que formam uma barreira entre os espermatozoides e a cavidade uterina, impedindo a fecundação. 
O nível de eficiência desses métodos varia entre 2 a 6%, a depender se seu uso é correto. Todos os métodos de barreira, além do efeito contraceptivo, também reduzem a transmissão de ISTs.
PRESERVATIVOS (CAMISINHA)
Dentre os métodos de barreira, os preservativos são os mais utilizados. Existem preservativos masculinos e femininos. 
Sua taxa de falha geralmente está ligada ao uso incorreto. Além do efeito contraceptivo, é o método mais eficaz de prevenção de ISTs. Além disso, está associado a redução de neoplasias do colo do útero pela diminuição da transmissão do papilomavírus humano. Sendo, por isso, indicado o seu uso em associação com outros métodos.
DIAFRAGMA
O diafragma é um disco de borracha ou látex introduzido dentro da vagina, recobrindo colo do útero para impedir a entrada de espermatozoides. 
Tem vários tamanhos e, por isso, antes do início do uso, é necessária uma consulta com o ginecologista para ser indicado o tamanho mais adequado para a paciente. 
Geralmente é usado em associação aos espermicidas, adquirindo em conjunto um bom índice de efetividade. 
O espermicida é colocado no centro do dispositivo e mantido em contato com o colo do útero.
ESPERMICIDA
Os espermicidas são substâncias em forma de tabletes de espuma, geleia ou creme que provocam a ruptura da membrana das células dos espermatozoides, matando-os ou retardando sua passagem pelo canal cervical. 
É recomendado o seu uso apenas em associação com outros métodos contraceptivos, como o diafragma. 
Não deve ser usada com preservativos masculinos, pois pode aumentar o risco de contaminação pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).
DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS (DIUs)
Os DIUs, junto com o implante de etonogestrel são os contraceptivos de longa duração. Consistem em um objeto de formato variável que é inserido na cavidade uterina. Eles são amplamente difundidos como métodos contraceptivos reversível, possuem pequenas taxas de falha e descontinuidade, poucas contraindicações e têm um ótimo custo-benefício. 
Existem basicamente dois tipos de DIUs:
· DIU mais antigo (de cobre), 
· DIU hormonal (Mirena). 
MECANISMO DE AÇÃO DO COBRE:
 O DIU de cobre libera pequenas quantidades de cobre no útero, o que provoca alterações no endométrio, impedindo à implantação do óvulo no útero, além de também interferir no tempo de sobrevivência do espermatozoide. Este tipo de DIU fornece uma proteção durante um período de aproximadamente 10 anos.
MECANISMO DE AÇÃO DO MIRENA:
Apesar de conter hormônio (levonorgestrel, um tipo de progesterona), o Mirena libera a substância no útero causando atrofia de sua camada interna (endométrio), sendo que a quantidade de hormônio absorvida para o organismo é muito baixa, bem inferior a qualquer outro anticoncepcional hormonal (pílulas, anel vaginal, adesivo, injetáveis, implante etc). Por esse motivo, os possíveis efeitos colaterais com o Mirena são mínimos, e é também o método hormonal mais seguro em relação ao risco de trombose.
DIFERENÇA ENTRE OS DOIS:
A principal diferença entre eles está no efeito sobre a menstruação. Enquanto o DIU de cobre aumenta o fluxo menstrual (podendo causar ou piorar a cólica menstrual), o DIU hormonal (Mirena) deixa a mulher sem menstruar.
CONTRACEPÇÃO HORMONAL
Os contraceptivos hormonais são métodos extremamente difundidos e eficazes. No entanto, na prática, seu índice de falhas aumenta consideravelmente decorrente do uso incorreto
MECANISMO DE AÇÃO GERAL:
Os Contraceptivos orais (COs) mimetizam hormônios ovarianos. Depois de ingeridos, eles inibem a liberação do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) pelo hipotálamo, inibindo assim a liberação dos hormônios da hipófise que estimulam a ovulação.
Dentre esses contraceptivos, os mais conhecidos são: 
CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS
São pílulas que contêm baixas doses de dois hormônios—um progestógeno e um estrógeno—similares aos hormônios naturais progesterona e estrógeno existentes no corpo da mulher.
O anticoncepcional hormonal combinado oral (AHCO) ou pílula anticoncepcional são um comprimido que contém uma combinação de hormônios, geralmente estrogênio e progesterona sintéticos, que inibe a ovulação. O anticoncepcional oral também modifica o muco cervical, tornando-o hostil ao espermatozoide.
CONTRACEPTIVOS CONTENDO APENAS PROGESTOGÊNIO
O modelo hormonal age no organismo ao liberar apenas a progesterona diretamente no útero e na região pélvica. Com isso, altera a mucosa da região cervical, a motilidade das tubas uterinas e o endométrio, impedindo a gravidez. 
CONTRACEPTIVOS COM ESTROGÊNIOS E/OU PROGESTOGÊNIOS DE USO SISTÊMICO POR INJEÇÃO
O anticoncepcional injetável possui o mesmo mecanismo de ação das pílulas, pois ele suspende a ovulação, reduz a espessura endometrial e espessa o muco cervical. 
O fluxo menstrual pode diminuir devido a maior quantidade de hormônios no contraceptivo.
ADESIVO TRANSDÉRMICO
O adesivo transdérmico ou “patch” anticoncepcional é um método contraceptivo hormonal que apresenta uma ação bastante semelhante à pílula anticoncepcional, pois libera dois hormônios importantes para o controle da ovulação: o estrogênio e a progesterona. 
Os hormônios (estrogênio e progesterona) liberados pelo adesivo são capazes de bloquear a ovulação e deixar o muco cervical mais espesso, evitando que os espermatozoides consigam chegar até o útero, diminuindo as chances de gravidez
ANEL INTRAVAGINAL
O anel vaginal é feito de um tipo de silicone que contém hormônios sintéticos femininos, de progestágenos e estrogênios. Estes dois hormônios são liberados ao longo de 3 semanas e agem inibindo a ovulação, evitando a fecundação e, consequentemente, uma possível gravidez. Eles impedem a liberação do óvulo pelos ovários. Se nenhum óvulo é liberado, você não pode engravidar.
CONTRACEPTIVO DE EMERGÊNCIA
A Anticoncepção de Emergência (AE) é um método anticonceptivo que pode evitar a gravidez após a relação sexual. O método, também conhecido por “pílula do dia seguinte”, utiliza compostos hormonais concentrados e por curto período de tempo, nos dias seguintes da relação sexual.
MECANISMO DE AÇÃO:
O levonorgestrel atua impedindo ou retardando a ovulação, dificultando a passagem dos espermatozoides pelo útero e sua chegada na tuba uterina e dificultando reações de fecundação.Essas ações vão variar de acordo com a fase do ciclo menstrual em que a mulher está quando ingere a pílula:
· Antes da ovulação, a alta dose de progesterona impede que a hipófise libere o LH (hormônio luteinizante), responsável por desencadear a liberação do ovócito, assim retarda de 96 a 120 horas a ovulação.
· Os espermatozoides alojam-se no colo uterino e são capazes de penetrar o útero e as tubas uterinas cerca de até 5 dias após a ejaculação. Mas, o levonorgestrel aumenta a viscosidade do muco cervical e impede a penetração e movimentação dos espermatozoides no útero. Assim, na segunda fase do ciclo, caso não tenha sido possível atrasar ou impedir a ovulação, a pílula cria um ambiente inóspito para os espermatozoides dificultando a fecundação.
· O levonorgestrel estimula a secreção de glicodelina-A pelo endométrio, essa substância diminui a aderência do espermatozoide à zona pelúcida do ovócito, também dificultando ou impedindo a fecundação.
Obs: A pílula do dia seguinte não possui efeito abortivo, pois não altera a camada do endométrio e, ainda, caso tenha ocorrido a fecundação e a implantação, o seu hormônio atua na manutenção da gravidez, ao invés de interrompê-la ou causar danos ao bebê.

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