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Sangramentos uterinos anormais 1 � Sangramentos uterinos anormais Padrão normal de sangramento é uma causa frequente de procura aos serviços de ginecologia Conceitos de normalidade: duração do ciclo: média de 28 dias (de 24 a 38 dias) Duração do fluxo: 4,5 a 8 dias (acima = prolongado/ abaixo = curto) Volume de sangramento a cada menstruação: 5 a 80 ml Duração curta Hipomenorreia Diminuição da duração Duração curta + fluxo leve → ACO Duração prolongada Hipermenorreia Aumento da duração Menstruações frequentes (<24 dias) Polimenorreia Ciclos muito curtos e intervalo muito pequeno entre uma menstruação e outra Causa: {-} fase proliferativa, muito comum na 1° fase do climatério Menstruações Oligomenorreia Ciclos muito Causa: anovulação Sangramentos uterinos anormais 2 infrequentes (>38 dias) longos e intervalo muito longo entre uma menstruação e outra (extremos da vida reprodutiva e SOP) Fluxo intenso Menorragia Aumento da quantidade menstrual > 80ml Amenorreia Amenorreia Ausência de menstruação por 3 ciclos ou por 6 meses Causas primárias e secundárias Spotting Sangramento de escape intermenstrual ACO de baixa dosagem, porque a dose de estrogênio é tão baixa que o endométrio não consegue proliferar direito SUA Todo e qualquer tipo de alteração do padrão usual do ciclo menstrual As alterações da ciclicidade e do tempo de sangramento são definidas na anamnese de acordo com o relato da paciente Etiopatogenia Infância: SUA anterior a menarca é anormal Vulvovaginites são as causas + frequentes de sangramento genital Condições dermatológicas, crescimento neoplásico, trauma por acidente, abuso sexual e corpo estranho Adolescência: SUA resulta de anovulação Defeitos na coagulação sanguínea Gestação, ISTs e abuso sexual devem ser avaliados Idade reprodutiva: Gravidez Sangramentos uterinos anormais 3 Alterações anatômicas do útero (leiomiomatose), adenomiose e pólipos endometriais Perimenopausa: Ciclos anovulatórios Avaliar possibilidade de neoplasias benignas e malignas Pós-menopausa: Atrofia do endométrio e vagina por ausência de estrogênio Pólipos endometriais, carcinoma endometrial*, tumor ovariano produtor de estrogênio e neoplasias ulcerativas vulvar, vaginal e cervical Principais causas de SUA gravidez, hiperplasia endometrial, pólipos endometriais, pólipos endocervicais, miomatose uterina, adenomiose, endometrite crônica, malformações arteriovenosas, DIU, contracepção hormonal, doença renal e hepática, coagulopatias, doença tireoidiana Quando as causas citadas são descartadas, investiga-se sangramento uterino por anovulação PALM Causas estruturais Pólipos podem causar SUA devido à fragilidade vascular, inflamação crônica e erosões na superfície são Dx por USGTV, histerossonografia ou histeroscopia (P-O) a histeroscopia cirúrgica fornece TTO simples e altamente efetivo Fatores de risco idade avançada obesidade uso de tamoxifeno na maioria das vezes são benignos, mas há transformações pré- maligna ou maligna em 0,5 a 3% dos casos Sangramentos uterinos anormais 4 💡 recomenda-se a polipectomia histeroscópica as pacientes: sintomáticas, assintomáticas com FR para transformação maligna (pólipo maior ou igual a 1,5cm, FR para CA de endométrio (obesidade, pós-menopausa, usuária de tamoxifeno, anovulação crônica, entre outros) o tamoxifeno é um modulador seletivo do receptor de estrogênio utilizado para TTO do CA mama (reduz ação do estrogênio no tecido mamário), mas estimula a proliferação endometrial, podendo causar hiperplasia endometrial, pólipos endometriais e carcinoma endometrial pólipos endocervicais são dx nos exame especular são assintomáticos, mas podem causar hemorragia, sangramento pós-coito e leucorreia vaginal sintomática em sua maioria benignos o CA de colo de útero pode se apresentar na forma de massa polipoide, assim pode haver confusão entre ambos. por isso, se faz a retirado do pólipo cervical no consultório com pinça fórcipe em anel ou extratora de pólipos o pólipo é pinçado e torcido junto à sua ase para estrangular seus vasos superiores, seguida da avaliação histológica do material a recorrência está entre 6 a 15% Adenomiose infiltração de tecido endometrial no miométrio pode desenvolver-se a partir da invaginação endometrial do endométrio além do SUA, podem apresentar dismenorreia Dx USGTV apresenta útero aumentado de volume, ecotextura miometrial heterogênea, podendo ou não ter a descrição d Sangramentos uterinos anormais 5 diminutos cistos miometriais TTO uso contínuo de progestogênio ACO contínuo e outros métodos hormonais DIU com liberação de levonorgestrel histerectomia - TTO definitivo Leiomioma → duração prolongada e fluxo intenso leiomiomatose uterina 💡 é a causa estrutural + comum de SUA nas pacientes portadoras de miomas uterinos o SUA é a principal manifestação clínica A MAIORIA DAS PACIENTES COM MIOMATOSE UTERINA NÃO APRESENTAM SUA os que causam SUA são aqueles com componentes submucoso, miomas submucosos e intramurais grandes que distendem o endométrio adjacente 💡 os miomas subserosos não invadem a cavidade uterina, porntando, não provocam sangramento a compressão inferior e o trauma pela fricção intracavitária na superfície epitelial causam inflamação crônica focal ou ulceração, resultando em sangramento pode ainda haver erosão e ruptura de vasos superficiais o dx é feito por USGTV (tamanho, número e localização) TTO cirúrgicos são geralmente reservados para sintomáticos miomas submucosos únicos: miomectomia histeroscópica (PRESERVAM A FERTILIDADE) Sangramentos uterinos anormais 6 miomas submucosos múltiplos e grandes: miomectomia histeroscópica. Requerem maior experiência técnica e podem evoluir com sinéquias intrauterinas que causam INFERTILIDADE miomatose intramural: miomectomia por abordagem abdominal por laparoscopia ou laparotomia (ou ainda histerectomia). são indicações de histerectomia: SUA, miomas grandes e múltiplos e ausência de interesse em gravidez Malignidade hiperplasia endometrial: resultado da estimulação estrogênica crônica do endométrio sem a oposição da progesterona. sendo comum em ciclos anovulatórios crônicos. pode ser com ou sem atipias. o dx pode ser suspeitado por USGTV com espessamento endometrial o dx definitivo é por histeroscopia com bx de endométrio hiperplasia sem atipias glândulas dilatadas sem ramificações ou ramificações ocasionais ou glândulas endometriais mais próximas entre si, com menos estroma interposto, com ramificações. Suas células podem ou não exibir mitoses o tto consiste em progestogênios (acetato de medroxiprogesterona 5 ou 10 mg/dl por 14 dias por mês, por 3 a 6 meses ou noretindrona 5mg no mesmo esquema. a melhor opção é o DIU com liberação de levonorgestrel hiperplasia com atipias elevado risco de progressão para adenocarcinoma (10- 30%) e são consideradas lesões pré-malignas tto preferencial é a histerectomia nas mulheres que desejam manter a fertilidade pode-se tentar o progestogênio por VO com bx sequenciais de Sangramentos uterinos anormais 7 endométrio para monitorizar a resposta ao tto em 3 e 6 meses. entretanto, a melhor opção é a inserção de DIU com a liberação de levonorgestrel CA de endométrio: é + frequente em pacientes pós-menopausa classicamente se manifesta por sangramento pós-menopausa a principal causa de sangramento pós-menopausa é atrofia endometrial (o nível de estrogênio são tão baixos que tornam o endométrio atrófico). essa atrofia deixa o tecido friável → possibilidade de sangramento toda paciente com sangramento pós-menopausa deve ser submetida a uma avaliação endometrial para excluir a possibilidade de CA em mulheres no menacme pode se manifestar por SUA dx definitivo é realizado preferencialmente por histeroscopia com bx endometrial sob visualização direta 💡 a principal causa de sangramento em mulheres pós- menopausa é atrofia em toda paciente com esta queixadeve-se excluir a possibiliade de CA de endométrio COEIN Causas não estruturais Coagulopatia doença de von willebrand é a anormalidade hematológica que mais afeta as mulheres suspeita: sangramentos excessivos ocorrem na puberdade, logo na menarca e nas primeiras menstruações queixa comum: sangramentos excessivos em fluxo e duração Sangramentos uterinos anormais 8 investigação: solicitação do fator de von willebrand, fator XIII e cofator ristocetina Ovulação- disfunções anovulação pode gerar o aumento da duração do ciclo menstrual levando ao quadro de menstruações infrequentes é comum nos extremos da vida reprodutiva na adolescência a imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise- ovariano leva a ciclos anovulatórios os pulsos de GnRH ainda não são suficientes para produzir níveis adequados de FSH com consequente pico de estradiol e de LH → portanto, a ovulação não ocorre a ausência de de progesterona leva a períodos de estimulação endometrial estrogênica isoladamente → queixam-se de ciclos longos e sangramentos excessivos quando ocorrem, algumas vezes podem gerar instabilidade hemodinâmica a anovulação é a principal causa de SUA em adolescentes apresentam-se por sangramentos de fluxo intenso e duração prolongada subsequente a longos períodos sem menstruar os ciclos anovulatórios também são frequentes no climatério, mais especificamente na última fase, antes da ocorrência da menopausa o esgotamento folicular leva à ineficiência do estradiol gerar pico de LH → sem ovulação pacientes apresentam ciclos menstruais mais longos com consequentes sangramentos excessivos em fluxo e em tempo de duração das causas patológicas de anovulação a principal delas é a SOP a ausência de pico de LH leva ao quadro de anovulação pacientes apresentam menstruações infrequentes podendo ser seguidas por sangramentos excessivos em fluxo e duração Endometriais Sangramentos uterinos anormais 9 a endometrite crônica pode resultar de infecções (clamídia, TB, micoplasma) em 1/3 das pacientes não é possível identificar o fator causal podem apresentar-se assintomáticas ou sintomáticas: dor a mobilização do colo uterino (sintoma mais comum), SUA (intermenstrual ou pós-coito) e dor pélvica vaga do tipo cólica geralmente a endometrite não é a causa direta do SUA, mas é a causa indireta ou contribuinte dele Iatrogênicas inserção de DIU, prescrição de contraceptivos hormonais ou terapias hormonais e a indicação de anticoagulantes DIU pode causar desequilíbrio entre prostaglandinas e tromboxano ocorre aumento da vascularização endometrial, congestão e degeneração do tecido endometrial conduta: discutir com paciente sua retirada contracepção hormonal e terapia de reposição hormonal pode ocorrer com métodos contraceptivos de progesterona apenas, além de sangramentos de escape irregulares e leves na contracepção hormonal combinada é comum sangramento de escape, principalmente no 1° mês de uso da medicação, sendo atribuído à proliferação insuficiente ou atrofia endometrial conduta: tranquilizar a paciente e substituir o método por outro com dose mais elevada de estrogênio, avaliando a necessidade em cada caso a terapia de reposição hormonal provoca SUA irregular, mas quando persiste por mais de 6 meses após seu início → descartar patologia que o justifique uso de anticoagulantes conduta: consiste em reavaliar a indicação e individualizar cada caso Sangramentos uterinos anormais 10 Não classificadas ainda causas não identificadas de sangramento Mulheres em idade fértil com vida sexual podem ter algum sangramento relacionado às causas gestacionais, sobretudo as não usuárias de métodos contraceptivos e as que usam de forma irregular os sangramentos do 1° trimestre podem estar presentes em 15 a 20% das gestações deve-se estar atento às possibilidades de ameaça de abortamento ou abortamento de fato, gestação ectópica e mola hidatiforme algumas doenças sistêmicas podem causar SUA: doença renal e hepática: pode ser acompanhada de hipoestrogenismo, amenorreia e infertilidade, possivelmente devido a desregulação hipotalâmica da secreção de GnRH. Há piora da anemia dessas pacientes com o fluxo menstrual doença tireoidiana: no hiper pode haver hipomenorreia e amenorreia. No hipo observam-se anovulação, amenorreia e defeito de hemostasia por redução em fatores de coagulação. O tto consiste em reverter o quadro de hipo ou hiper. Sangramento uterino por anovulação → Infrequentes Definição é o sangramento vaginal devido às alterações nos mecanismos neuroendócrinos que controlam o ciclo menstrual é um tipo de sangramento de duração prolongada e/ou fluxo intenso são comuns nos extremos reprodutivos e SOP muitas mulheres com anovulação apresentam amenorreia de semanas a meses, seguida de sangramento intenso, irregular e prolongado, devido ao estímulo endometrial pelo estrogênio sem ação da progesterona (fase proliferativa) → isquemia → sangramento intenso e duração prolongada alterações ponderais excessivas aumentam o tecido gorduroso, que é produtor de estrogênios e provoca resistência insulínica, ambos relacionados com anovulação Sangramentos uterinos anormais 11 na adolescência: imaturidade do eixo hormonal menacme: SOP, hiperprolactinemia, insuficiência ovariana e estresse climatério: insuficiência ovariana por esgotamento folicular Apresentação clínica Conduta Tratamento Sangramento pós-menopausa Principal causa: atrofia → endométrio fica friável Descartar sempre CA de endométrio → fazer USG para ver espessamento do endométrio → se tiver aumentada indicar histeroscopia para ver se não é CA → Bx Sinusorragia Sangramento pós-relação sexual → pensar em Colo É a principal causa epidemiologicamente→ Ectopia → exposição do tecido glandular → muito friável → sangra Benigno, não precisa fazer nada CA de colo uterino → sempre excluir! Apesar de não ser a principal causa 💡 A principal causa de SUA em adolescentes é a anovulação Conduta Anamnese detalhada (método contraceptivo, medicações em uso…) Excluir gestação (beta-HCG) Exame físico Especular Toque vaginal Laboratório → hemograma + beta-HCG USGTV Sangramentos uterinos anormais 12 Tratamento Causas estruturais Pólipo: no colo do útero retira com a pinça, se for endometrial faz polipectomia por histeroscópica → remove Adenomiose: USGTV → ecotextura miometrial heterogênea → progestogênio, DIU de levonorgestrel, histerectomia (tto definitivo) Leiomioma: ♀ Miomatose uterina Malignidade Causas não estruturais Coagulopatia → especialista hemato → doença de Von Willebrand Ovulatória Progesterona por 14 dias (~é prático) ACO Progestogênio isolado DIU liberador de levonorgestrel TTO ~hormonal: AINEs → ibuprofeno; ou ácido tranexâmico (anti-fibrinolítico) → muito top o resultado Endometrial → endometrite → azitromicina + ceftriaxona Iatrogênica → remover a causa Não especificada → investigar Emergência SUA IPC Tratamento agudo Estabilização Descartar gestação (causa + frequente é aborto) Estrogênio EV → vai proliferar o endométrio rapidamente → cessa sangramento https://www.notion.so/Miomatose-uterina-3f0694e21a3446fe8c9048d771130f24 Sangramentos uterinos anormais 13 Pode usar o VO em altas doses, mas o EV é melhor Ácido tranexâmico AINEs
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