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CÁLCULO – CONCEITOS AULA 6 Prof. Ricardo Zanardini 2 CONVERSA INICIAL Olá! Na aula de hoje vamos tratar de funções compostas e de funções inversas. Falaremos também sobre ponto de equilíbrio. Assista ao vídeo do professor Ricardo sobre os conteúdos da aula acessando o material on-line! CONTEXTUALIZANDO Em muitos momentos de nossas vidas, precisamos tomar decisões, no campo profissional e também no pessoal. Mas você já parou para pensar em como tomamos decisões? O processo de tomada de decisões segue critérios previamente estabelecidos. Para comprarmos uma roupa, por exemplo, podemos estabelecer alguns critérios tais como o modelo, o tamanho e o preço. Se as três condições são satisfeitas, concretizamos a compra. Se pelo menos um desses critérios não estiver de acordo com o esperado, a compra não é realizada. É claro que os critérios são muitas vezes subjetivos e podem variar de acordo com quem está tomando a decisão ou de acordo com o contexto em que esses critérios se encontram. A matemática pode ser muito útil no processo de tomada de decisões. Estudos comprovam que a falta de conhecimento matemático pode provocar muitos prejuízos em situações que envolvem quantidades. Ao escolhermos uma operadora de telefonia celular, por exemplo, temos diversos planos disponíveis e com preços variados. Vamos supor que temos dois planos de telefonia celular que mais chamaram a atenção e que estão de acordo com as expectativas. O primeiro plano tem uma mensalidade de R$ 39,90 com 50 minutos de ligações. Ultrapassando esses 50 minutos, cada minuto adicional tem um custo de R$ 0,79. O outro plano tem uma mensalidade de R$ 49,90 também com 50 minutos para ligações e cada minuto adicional tem um custo de R$ 0,69. 3 Se formos utilizar no máximo 50 minutos por mês, o primeiro plano é o mais adequado, pois tem uma mensalidade menor. No entanto, se ultrapassarmos esses 50 minutos, iremos pagar pelo tempo adicional de conversa. Mesmo tendo uma mensalidade mais barata, os minutos adicionais do primeiro plano são mais caros do que os do segundo plano. Nesse caso, o primeiro plano será vantajoso até um certo ponto. Depois disso, o segundo plano será mais viável financeiramente. Mas que ponto é esse? Até quantos minutos adicionais o primeiro plano é melhor? A partir de quantos minutos o segundo plano é melhor? Isso e muito mais é o que veremos nessa aula! TEMA 1 – FUNÇÕES COMPOSTAS As funções compostas estão relacionadas a problemas onde temos grandezas associadas entre si por duas ou mais leis de composição. Por exemplo, a receita de uma empresa está associada à produção e essa produção está associada à demanda. Nesse caso, podemos dizer que a receita está associada à demanda. Conhecendo a relação entre a receita e a produção e entre a produção e a demanda, é possível estabelecer a relação que há entre a receita e a demanda. E é isso que veremos a seguir. Para iniciarmos nossos estudos, vamos assistir ao seguinte vídeo sobre funções compostas. https://www.youtube.com/watch?v=P1Y5Sh8sw7A Podemos dizer, então, que uma função composta: f(g(x)) é constituída pelas funções f(u) e g(x) onde substituímos u por g(x) na expressão de f(u). Para entendermos melhor, vamos ver agora um exemplo relacionado à aplicação de funções compostas. 4 O nível de monóxido de carbono em uma pequena cidade é de: m(p)=0,7p+1 Partes por milhão quando a população corresponde a p mil habitantes. Estima-se que daqui a t anos, a partir da data atual, a população será de p(t)=45+0,2t2 mil habitantes. a) Qual é a função que relaciona o nível de monóxido de carbono com o tempo? Nesse caso, temos a relação entre o nível de monóxido de carbono e a população, dada por m(p)=0,7p+1 e temos também a relação entre a população e o tempo, dada por p(t)=45+0,2t2. Precisamos relacionar o nível de monóxido de carbono com o tempo. Para isso, na função m(p)=0,7p+1, vamos substituir a variável p pela expressão 45+0,2t2, pois p(t)=45+0,2t2. m(p(t))=0,7(45+0,2t2)+1 Vamos agora aplicar a lei distributiva, multiplicando 0,7 por 45 e também 0,7 por 0,2t2 m(p(t))=31,5+0,14t2+1 Somando 31,5 com 1, temos m(p(t))=32,5+0,14t2 Que é a relação entre o nível de monóxido de carbono e o tempo. b) Qual é o nível atual de monóxido de carbono? Sabemos que a relação entre o nível de monóxido de carbono e o tempo é dada por: m(p(t))=32,5+0,14t2 Para sabermos o nível atual de monóxido de carbono, vamos substituir a variável t por 0. m(p(0))=32,5+0,14(0)2 m(p(0))=32,5+0,14(0) m(p(0))=32,5+0 5 m(p(10))=32,5 ppm Portanto, o nível atual de monóxido de carbono é de 32,5 partes por milhão. c) Qual será o nível de monóxido de carbono daqui a 10 anos? Para determinarmos o nível de monóxido de carbono daqui a 10 anos, basta substituirmos t por 10 na expressão m(p(t))=32,5+0,14t2, O que resulta em m(p(10))=32,5+0,14(10)2 m(p(10))=32,5+0,14(100) m(p(10))=32,5+14 m(p(10))=46,5 ppm Sendo assim, o nível de monóxido de carbono daqui a 10 anos será de 46,5 partes por milhão. Seja as funções f(t)=2t2-5t e t(x)=4x+1. Escreva a função f(t(x)). Resolução: Sabemos que f(t)=2t2-5t e que t(x)=4x+1. Para encontrarmos f(t(x)), basta substituirmos 4x+1 no lugar de t na função f(t)=2t2-5t: f(t(x))=2(4x+1)2-5(4x+1). Em primeiro lugar precisamos resolver a potência (4x+1)2. f(t(x))=2(16x2+8x+1)-5(4x+1) Vamos agora efetuar as multiplicações: f(t(x))=32x2+16x+2-20x-5 Somando os termos semelhantes, temos: f(t(x))=32x2-4x-3 6 que é a função procurada. Vamos assistir o professor Ricardo e suas explicações sobre as funções compostas? Para isso, acesse o material on-line! EXEMPLOS COM FUNÇÕES COMPOSTAS Agora que já sabemos o que são funções compostas, vamos resolver alguns exemplos relacionados a esse assunto. O primeiro deles consiste em, dadas duas funções f e g, determinarmos a função composta fog. 1. Determine f(g(x)) onde f(u)=3u+5 e g(x)=x2+1. Substituindo x2+1 no lugar da variável u, na função f(u)=3u+5, temos: f(g(x))=3(x2+1)+5 f(g(x))=3x2+3+5 f(g(x))=3x2+8 O segundo exemplo mostra que é possível utilizarmos o que aprendemos até aqui para realizarmos a decomposição de funções. 2. Seja 22 2 12 1 3 x x xf , faça, convenientemente, a decomposição da função f. Sabendo que 22 2 12 1 3 x x xf , podemos escrever f(x) como: 22 3 u u uf Onde 12 xu . A seguir, dois vídeos apresentando exercícios resolvidos relacionados às funções compostas. https://www.youtube.com/watch?v=NKIuiSk4zSs https://www.youtube.com/watch?v=Dfy6Eov80SY 7 1. Considere as funções dadas a seguir denotadas por f(x) e g(x). Determine o domínio destas funções. Determine as expressões (equações) das funções compostas (f+g)(x), (f-g)(x), (g-f)(x), (f.g)(x), (f/g)(x), (g/f)(x), (fog)(x) e (gof)(x) e os domínios destas funções. a) 𝒇(𝒙) = 𝒙𝟐 + 𝟑𝒙 e 𝒈(𝒙) = √𝒙 − 𝟏 b) 𝒇(𝒙) = 𝒆𝒙 e 𝒈(𝒙) = √𝒙 c) 𝒇(𝒙) = 𝟒. 𝒙𝟐 + 𝟐 e 𝒈(𝒙) = 𝐥𝐧 (𝒙) Resolução: a) Para a função 𝑓(𝑥) = 𝑥2 + 3𝑥 tem-se: 𝐷𝑓 = {𝑅} pois não ocorrem restrições nesta função. Em relação a função e 𝑔(𝑥) = √𝑥 − 1 ocorre uma raiz de índice par, fazendo com que no radicando somente sejam aceitos valores não negativos, ou 𝑥 − 1 ≥ 0 ou ainda 𝑥 ≥ 1 resultando 𝐷𝑔 = [1; +∞). As expressões resultantes e os correspondentes domínios, para as funções compostas serão: (𝑓 + 𝑔)(𝑥) = 𝑥2 + 3𝑥 + √𝑥 − 1 𝐷𝑓+𝑔 = [1; +∞) (𝑓 − 𝑔)(𝑥) = 𝑥2 + 3𝑥 − √𝑥 − 1 𝐷𝑓−𝑔 = [1; +∞) (𝑔 − 𝑓)(𝑥) = √𝑥 − 1 − 𝑥2 − 3𝑥 𝐷𝑔−𝑓 = [1; +∞) (𝑓. 𝑔)(𝑥) = (𝑥2 + 3𝑥). √𝑥 − 1 = 𝑥2. √𝑥 − 1 + 3𝑥. √𝑥 − 1 𝐷𝑓.𝑔 = [1; +∞) (𝑓/𝑔)(𝑥) = 𝑥2+3𝑥 √𝑥−1 𝐷𝑓/𝑔 = (1; +∞) (Para a situaçãode divisão deve-se excluir valores que zerem o denominador, neste caso x=1 deve ser excluído) ( 𝑔 𝑓 ) (𝑥) = √𝑥−1 𝑥2+3𝑥 = √𝑥−1 𝑥.(𝑥+3) 𝐷𝑔/𝑓 = [1; +∞) (Para a situação de divisão deve-se excluir valores que zerem o denominador, neste caso x=0 e x=-3 devem ser excluídos, porém estes valores não pertencem ao domínio de sobreposição das funções originais, restando então o domínio informado) 8 (𝑓𝑜𝑔)(𝑥) = (√𝑥 − 1) 2 + 3. √𝑥 − 1 = 𝑥 − 1 + 3√𝑥 − 1 𝐷𝑓𝑜𝑔 = [1; +∞) (O domínio de fog(x) são todos os valores do domínio de g(x) cujo conjunto imagem contenha os valores do domínio de f(x)) (𝑔𝑜𝑓)(𝑥) = √𝑥2 + 3𝑥 − 1 (O domínio de gof(x) são todos os valores do domínio de f(x) cujo conjunto imagem contenha os valores do domínio de g(x), ou onde 𝑥2 + 3𝑥 − 1 ≥ 0. Resolvendo esta inequação tem-se as raízes (fórmula quadrática) calculados como: 𝑥1,2 = −𝑏 ± √𝑏2 − 4𝑎𝑐 2𝑎 = −3 ± √32 − 41. (−1) 2.1 = −3 ± √13 2 = −3 ± 3,6 2 Resultando 𝑥1 ≅ 0,3 e 𝑥2 ≅ −3,3 . Considerando-se que é desejado valores maiores ou iguais a zero, deve-se tomar os intervalos fora das raízes, de forma a obter 𝐷𝑔𝑜𝑓 = (−∞; −3,3] ∪ [0,3; +∞) b) Considerando as funções 𝑓(𝑥) = 𝑒𝑥 e 𝑔(𝑥) = √𝑥 . Para a função 𝑓(𝑥) = 𝑒𝑥 tem-se: 𝐷𝑓 = {𝑅} pois não ocorrem restrições nesta função. Em relação a função e 𝑔(𝑥) = √𝑥 ocorre uma raiz de índice par, fazendo com que no radicando somente sejam aceitos valores não negativos, ou 𝑥 ≥ 0 resultando 𝐷𝑔 = [0; +∞). As expressões resultantes e os correspondentes domínios, para as funções compostas serão: (𝑓 + 𝑔)(𝑥) = 𝑒𝑥 + √𝑥 𝐷𝑓+𝑔 = [0; +∞) (𝑓 − 𝑔)(𝑥) = 𝑒𝑥 − √𝑥 𝐷𝑓−𝑔 = [0; +∞) (𝑔 − 𝑓)(𝑥) = √𝑥 − 𝑒𝑥 𝐷𝑔−𝑓 = [0; +∞) (𝑓. 𝑔)(𝑥) = 𝑒𝑥. √𝑥 𝐷𝑓.𝑔 = [0; +∞) (𝑓/𝑔)(𝑥) = 𝑒𝑥 √𝑥 𝐷𝑓/𝑔 = (0; +∞) 9 (Para a situação de divisão deve-se excluir valores que zerem o denominador, neste caso x=0 deve ser excluído) ( 𝑔 𝑓 ) (𝑥) = √𝑥 𝑒𝑥 𝐷𝑔/𝑓 = [0; +∞) (Para a situação de divisão deve-se excluir valores que zerem o denominador, neste caso no denominador ocorre a função exponencial que NUNCA se anula, restando apenas a observação do numerador que envolve a radiciação, onde o radicando deve ser não negativo). (𝑓𝑜𝑔)(𝑥) = √𝑒𝑥 𝐷𝑓𝑜𝑔 = {𝑅} (O domínio de fog(x) são todos os valores do domínio de g(x) cujo conjunto imagem contenha os valores do domínio de f(x). A variável x pode assumir qualquer valor real, ocasionando em 𝑒𝑥 valores sempre positivos, ou seja, o radicando será sempre positivo que é a condição de existência de raízes de índice par). (𝑔𝑜𝑓)(𝑥) = 𝑒√𝑥 (O domínio de gof(x) são todos os valores do domínio de f(x) cujo conjunto imagem contenha os valores do domínio de g(x), ou onde: 𝑥 ≥ 0 𝐷𝑔𝑜𝑓 = [0; +∞) c) Para a função 𝑓(𝑥) = 4. 𝑥2 + 2 tem-se: 𝐷𝑓 = {𝑅} pois não ocorrem restrições nesta função. Em relação a função e 𝑔(𝑥) = ln (𝑥) ocorre uma situação de logaritmo, fazendo com que no logaritmando somente sejam aceitos valores positivos, ou 𝑥 > 0 resultando 𝐷𝑔 = (0 ; +∞). As expressões resultantes e os correspondentes domínios, para as funções compostas serão: (𝑓 + 𝑔)(𝑥) = 4. 𝑥2 + 2 + ln (𝑥) 𝐷𝑓+𝑔 = (0 ; +∞) (𝑓 − 𝑔)(𝑥) = 4. 𝑥2 + 2 − ln (𝑥) 𝐷𝑓−𝑔 = (0 ; +∞) (𝑔 − 𝑓)(𝑥) = ln(𝑥) − 4. 𝑥2 − 2 𝐷𝑔−𝑓 = (0 ; +∞) (𝑓. 𝑔)(𝑥) = (4x2 + 2). ln (𝑥) 𝐷𝑓.𝑔 = ( 0 ; +∞) 10 (𝑓/𝑔)(𝑥) = 4x2+2 ln (𝑥) 𝐷𝑓/𝑔 = (0; 1) ∪ (1; +∞) (Para a situação de divisão deve-se excluir valores que zerem o denominador, neste caso x=1 deve ser excluído pois o ln(1)=0): ( 𝑔 𝑓 ) (𝑥) = ln (𝑥) 4𝑥2+2 𝐷𝑔/𝑓 = (0 ; +∞) (Para a situação de divisão deve-se excluir valores que zerem o denominador, neste caso no denominador sempre ocorrerão valores positivos, restando apenas a observação do numerador que envolve o logaritmo, onde o logaritmando deve ser positivo). (𝑓𝑜𝑔)(𝑥) = 4. (ln(𝑥))2 + 2 𝐷𝑓𝑜𝑔 = (0 ; +∞) (O domínio de fog(x) são todos os valores do domínio de g(x) cujo conjunto imagem contenha os valores do domínio de f(x). A variável x pode assumir qualquer valor real positivo devido estar no logaritimando). (𝑔𝑜𝑓)(𝑥) = ln (4𝑥2 + 2) (O domínio de gof(x) são todos os valores do domínio de f(x) cujo conjunto imagem contenha os valores do domínio de g(x), ou seja, são todos os valores reais): 𝐷𝑔𝑜𝑓 = (−∞; +∞) Para fixarmos melhor o que aprendemos até aqui, vamos assistir ao vídeo do professor Ricardo sobre a resolução de problemas sobre funções compostas! Para isso, acesse o material on-line! TEMA 2 – FUNÇÕES INVERSAS Além das funções compostas, um estudo útil e importante é sobre funções inversas. Para podermos determinar a função inversa de uma dada função, precisaremos, primeiro, saber o que são funções injetoras, sobrejetoras e bijetoras. Para isso, vamos assistir ao vídeo a seguir. 11 https://www.youtube.com/watch?v=tQ7o3EezYo8 Para sabermos como encontrar a inversa de uma função, temos um vídeo bem interessante. https://www.youtube.com/watch?v=mRIW3fFw3eE Sabemos que uma função f relaciona valores de y a partir de certos valores de x. Mas será que temos como fazer o processo inverso, ou seja, conhecendo y, saber qual é o valor de x? ? xy yx Caso exista essa possibilidade, temos uma situação onde é feita a inversão de uma função. Para podermos determinar a inversa de uma função f, essa função f deve ser bijetora. Mas o que é uma função bijetora? Uma função bijetora é uma função que atende a seguinte condição: para )()( 2121 xfxfxx e ffCD Im , Ou seja, cada valor de y deve estar associado a um único valor de x e todos os valores do contradomínio devem estar associados aos elementos do domínio de f. Bom, agora que sabemos o que é uma função bijetora, podemos definir o que é uma função inversa. Se f é uma função bijetora com domínio A e imagem B, então f-1 (função inversa de f) é a função com domínio em B e imagem em A definida por f-1(b)=a se e somente se f(a)=b. Podemos visualizar o que é uma função inversa observando a imagem a seguir. 12 Se f relaciona s elementos do conjunto A com os elementos do conjunto B, a inversa f- 1 relaciona esses elementos de B com os elementos do conjunto A. É bom ressaltar que nem todas as funções possuem inversa. 1. Para as funções dadas a seguir, faça a representação gráfica e utilize o teste da linha horizontal para verificar se a função terá inversa. a) 𝑓(𝑥) = 𝑦 = 3𝑥 + 1 b) 𝑓(𝑥) = 𝑦 = 2 𝑥 c) 𝑓(𝑥) = 𝑦 = ln(𝑥) d) 𝑓(𝑥) = 𝑦 = 𝑥2 + 4 e) 𝑓(𝑥) = 𝑦 = √𝑥 f) 𝑓(𝑥) = 𝑦 = 𝑥3 g) 𝑓(𝑥) = 𝑦 = 𝑥 𝑥−3 Resolução: O teste da linha horizontal consiste em imaginar linhas horizontais para verificar se cortam o gráfico em uma única posição (função bijetora que admitirá inversa), ou em mais de uma posição (função não admitirá inversa). a) Admite inversa 13 b) Admite inversa c) Admite inversa d) Não admite inversa 14 e) Admite inversa f) Admite inversa g) Admite inversa 15 Vamos assistir ao professor Ricardo falando um pouco mais sobre as funções inversas? Acesse o material on-line! EXEMPLOS RELACIONADOS ÀS FUNÇÕES INVERSAS Em diversas situações práticas podemos fazer uso das funções inversas. Por exemplo, se temos o lucro em função das vendas dado por L=1,5x-2000 É possível estimarmos as vendas em função do lucro: 5,1 2000 20005,1 20005,1 20005,1 L x Lx Lx xL Por exemplo, se o lucro mensal foi de R$ 8.500,00, o número de unidades vendidas foi igual a 7.000, pois 7000 5,1 10500 5,1 20008500 5,1 2000 x xx L x Esse é um exemplo da utilização de funções inversas em situações reais. O exemplo nos mostra como podemos determinar a inversa de uma determinada função. Seja 1 )( x x xf . Determine )( 1 xf . Considerando a função 1 )( x x xf , com o intuito de simplificarmos a notação utilizada, podemos fazer )(xfy . Logo 1 x x y 16 Vamos agora escrever y no lugar de x e x no lugar de y 1 y y x O nosso objetivo é isolar y para que tenhamos a função inversa. Para isso vamos multiplicar os dois membros por y+1 yyx )1( Multiplicando x por y e x por 1, temos: yxxy Subtraindo x e subtraindo y dos dois membros, temos: xyxy Vamos agora colocar y em evidência: xxy )1( O próximo passo é dividir ambos os membros por x-1: 1 x x y Como a variável x está no numerador com o sinal negativo, podemos ainda simplificar essa expressão. Para isso, vamos colocar, no denominador, o sinal negativo em evidência: )1( x x y Finalmente, comparando os sinais do numerador e do denominador, temos a função inversa dada por: x x y 1 Vamos ver agora diversos exemplos de funções e, caso existam, suas respectivas inversas. )(xf )( 1 xf 17 15 x 5 1x 1 1 x x 1 1 x x 2x A função f(x)=x2 não possui i inversa, pois f não é bijetora. C Contra-exemplo: f(2)=4 e f(-2)=4. 3x 3 x xe xln 23 x 3 2 , 3 22 x x 1. Calcule as funções inversas das funções dadas. a) 𝒇(𝒙) = 𝒚 = 𝟑𝒙 + 𝟏 b) 𝒇(𝒙) = 𝒚 = 𝟐 𝒙 c) 𝒇(𝒙) = 𝒚 = 𝐥𝐧(𝒙) d) 𝒇(𝒙) = 𝒚 = √𝒙 e) 𝒇(𝒙) = 𝒚 = 𝒙 𝒙−𝟑 Resolução: a) Para a função: 𝑦 = 3𝑥 + 1 faz-se 𝑥 = 3𝑦 + 1 e isolando y vem 𝑥 − 1 = 3𝑦 ou 𝑦 = 𝑥−1 3 . A seguir o gráfico das duas funções, a original e a inversa. 18 b) Para a função 𝑦 = 2 𝑥 faz-se 𝑥 = 2 𝑦 e isolando y vem 𝑦 = 2 𝑥 que é a mesma função original. c) Para a função: 𝑦 = ln(𝑥) faz-se 𝑥 = ln (𝑦) e isolando y vem 𝑒𝑥 = 𝑒ln(𝑦) = 𝑦 ou 𝑦 = 𝑒𝑥. A seguir os gráficos das duas funções, a original e a inversa: d) Para a função: 𝑓(𝑥) = 𝑦 = √𝑥 faz-se 𝑥 = √𝑦 e elevando ao quadrado tem- se 𝑥2 = 𝑦 e isolando 𝑦 = 𝑥2 . A seguir os gráficos das duas funções, a original e a inversa: 19 e) Para a função: 𝑓(𝑥) = 𝑦 = 𝑥 𝑥−3 faz-se a troca de variáveis obtendo-se 𝑥 = 𝑦 𝑦−3 e invertendo as frações tem-se 1 𝑥 = 𝑦−3 𝑦 = 1 − 3 𝑦 que pode ser reescrito 1 𝑥 − 1 = − 3 𝑦 ou 1 − 1 𝑥 = 3 𝑦 . Aplicando mmc no lado esquerdo vem 𝑥−1 𝑥 = 3 𝑦 e finalmente invertendo as frações tem-se 𝑦 = 3𝑥 𝑥−1 . Acesse o material on-line e confira a apresentação do professor Ricardo sobre diversos problemas envolvendo funções inversas! TEMA 3 – PONTO DE EQUILÍBRIO Para finalizarmos, vamos falar sobre ponto de equilíbrio. Matematicamente, quando pensamos em ponto de equilíbrio, estamos pensando em igualdade entre funções. Essas igualdades podem estar relacionadas a equilíbrio entre oferta e demanda, entre receitas e despesas... O vídeo a seguir está relacionado ao ponto de equilíbrio. https://www.youtube.com/watch?v=Z-ydL91brmI Vamos ver agora um exemplo prático que nos mostra a importância do ponto de equilíbrio. Uma empresa comercializa um determinado produto a um preço de R$ 50,00. Logo, a receita total dessa empresa consiste em ganhos relacionados diretamente à venda desses produtos. A função receita é R(x)=50x 20 Onde R indica a receita total e x indica a quantidade de produtos comercializados. Temos ainda que cada produto tem um custo de R$ 30,00 e também que, mensalmente, essa empresa possui custos fixos que totalizam R$ 5.000,00. Logo, a função que associa o custo C com a quantidade de produtos vendidos x é C(x)=30x+5000. Para determinarmos o ponto de equilíbrio dessa empresa ou, nesse caso, o número de unidades que devem ser vendidas para que essa empresa consiga pagar os seus custos e também qual é a receita referente a esse volume de vendas precisamos escrever uma expressão onde a receita R deve ser igual ao custo C e, em seguida, isolarmos o valor e x. 250 20 5000 500020 50003050 50003050 x x x xx xx Com isso, sabemos que a empresa precisa vender 250 unidades do seu produto para que possa pagar os seus custos. Vamos agora determinar qual é essa receita, em reais. Como R(x)=50x, R(250)=50(250). Logo, R(250)=12.500. Do mesmo modo, C(250)=12.500. Graficamente, o ponto de equilíbrio consiste na intersecção dos gráficos das funções R(x)=50x e C(x)=30x+5000. 21 Uma grande empresa pretende terceirizar o serviço de manutenção de computadores e tem dois possíveis contratos que estão em análise. No primeiro contrato a empresa prestadora de serviço cobra uma taxa mensal de R$ 1.200,00 mais R$ 50,00 para cada computador que precisou de manutenção. No segundo contrato não há taxa mensal, mas o custo por computador que precisou de manutenção é de R$ 100,00. Sob o ponto de vista financeiro, qual dos dois contratos é mais vantajoso em relação ao número de computadores que precisam mensalmente de manutenção? Resolução: fA=50x+1200 fB=100x fA=fB 50x+1200=100x 50x-100x=-1200 -50x=-1200 x(-1) 50x=1200 x=1200/50 x=24 Para até 24 computadores mensais, o contrato B é mais vantajoso. Para 24 computadores ou mais por mês, o contrato A é mais vantajoso. No material on-line, o professor Ricardo aborda os principais conteúdos relacionados ao ponto de equilíbrio. Não deixe de acessar! APLICAÇÕES Vamos agora ver que podemos utilizar os conhecimentos adquiridos para que possamos tomar decisões em problemas reais. Como exemplo, vamos considerar uma empresa de planos de saúde que oferece duas opções para os seus clientes: 22 Plano A: mensalidade de R$ 100,00 mais R$ 50,00 por consulta. Plano B: mensalidade de R$ 150,00 mais R$ 25,00 por consulta. Supondo que as demais coberturas tais como exames, cirurgias, internamentos e atendimentos de emergência são iguais para os dos planos, qual é o plano que mais se adapta às características de um determinado cliente, em função do número de consultas mensais? Para que possamos determinar qual é a melhor escolha, vamos, primeiro, escrever as funções que relacionam o valor mensal a ser pago pelo cliente com o número de consultas realizadas. Para isso, basta, para cada plano, multiplicarmos o valor de cada consulta por x, que corresponde ao número de consultas por mês e, em seguida, somarmos esse valor ao preço da mensalidade, que é constante. A: f(x)=50x+100 B: g(x)=25x+150 Para determinarmos o ponto de equilíbrio, vamos igualar as funções f e g e em seguida determinar o valor de x. 2 25 50 5025 1001502550 1502510050 x x x xx xx Chegamos à conclusão que o ponto de equilíbrio ocorre quando x é igual a 2, ou seja, quando temos duas consultas por mês os dois panos têm o mesmo custo para o cliente. Precisamos agora determinar qual plano é financeiramente mais vantajoso para quem tem, em média, até duas consultas por mês e para quem tem mais do que duas consultas mensais. O plano que tem uma mensalidade menor é mais vantajoso para quem tem poucas consultas por mês, ou seja, o plano A é maisvantajoso para até duas consultas mensais. Por outro lado, o plano B é mais vantajoso para mais do que duas consultas mensais, pois esse apresenta um valor menor por consulta, mesmo tendo uma mensalidade maior do que a mensalidade cobrada pelo plano A. 23 Graficamente, temos a seguinte situação: O valor a ser pago, tanto no plano A quanto no plano B, para duas consultas corresponde a R$ 200,00. Para chegarmos a esse valor, basta substituirmos x por 2 na função f(x)=50x+100 ou na função g(x)=25x+150. Podemos entender melhor essa aplicação assistindo ao vídeo do professor Ricardo no material on-line! NA PRÁTICA Lembra-se do problema colocado no início da aula? Precisamos decidir sob o ponto de vista financeiro qual dos dois planos de telefonia celular é mais viável. Sabemos que o primeiro plano tem uma mensalidade de R$ 39,90 e que cada minuto adicional tem um custo de R$ 0,79. O segundo plano tem uma mensalidade de R$ 49,90 e cada minuto adicional custa R$ 0,69. Como o primeiro plano tem uma mensalidade menor, é mais viável para poucos minutos adicionais. O segundo plano tem um custo menor por minuto adicional. Logo, até quantos minutos adicionais o primeiro plano é melhor? A partir de quantos minutos o segundo plano é melhor? Resolução Para podermos resolver esse problema, precisamos encontrar o ponto de equilíbrio, que é o ponto onde os custos mensais dos dois planos são iguais para um certo número de minutos adicionais. 24 Primeiro, vamos escrever a função que relaciona o custo total do primeiro plano com o número de minutos adicionais: y=0,79x+39 Onde y é o custo total por mês e x é o número de minutos adicionais. Em relação ao segundo plano, a função que relaciona o custo mensal y com os minutos adicionais x é dada por: y=0,69x+49 Podemos encontrar o ponto de equilíbrio igualando as duas funções: 0,79x+39=0,69x+49 Agora precisamos colocar no primeiro membro os termos que contêm a variável x e no segundo membro os termos independentes: 0,79x-0,69x=49-39 Efetuando as subtrações, temos: 0,1x=10 Dividindo ambos os membros por 0,1, temos: 0,1x/0,1=10/0,1 Logo: x=100 Portanto, o valor de x que iguala o custo dos dois planos é 100, ou seja, até 100 minutos adicionais o primeiro plano é mais vantajoso e a partir de 100 minutos adicionais o segundo plano é mais vantajoso. Observe que nesse caso não estamos considerando outros planos, mas poderíamos comparar esse resultado com planos de 100 ou mais minutos para verificar o que é mais vantajoso. SÍNTESE Nessa aula tratamos de funções compostas e de funções inversas. Vimos que elas podem ser muito úteis na resolução de problemas práticos. Tratamos também de ponto de equilíbrio e da importância desse tema no processo de tomada de decisões. Para saber mais, a sugestão é a leitura dos capítulos 13 e 14 da obra Pré-Cálculo dos autores Franklin D. Demana, Bert K. Waits, Gregory D. Foley e Daniel Kennedy, 2a edição, editora Pearson. 25 REFERÊNCIA DEMANA, F.D.; WAITS, B.K.; FOLEY, G.D.; KENNEDY, D. Pré-Cálculo. 2a Ed, São Paulo, Pearson, 2013.
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