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Questionário Geral sobre Psicologia Hospitalar

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Após a leitura dos textos indicados e de acordo com tudo aquilo que foi apresentado em sala de aula, 
responda às questões abaixo: 
 
1. De acordo com o capítulo ‘O hospital: sua história, funções, imagem e significado institucional’, o 
autor relata que um desejável terceiro momento na evolução dos hospitais seria aquele em que os 
hospitais devem atuar em todos os níveis de saúde, desde a prevenção até a reabilitação, e os 
seus cuidados devem se estender a população como um todo. Entretanto, o que vemos é o 
exponencial crescimento da demanda populacional pela procura dos serviços médicos hospitalares, 
ou seja, num fluxo inverso. Assim considerado, responda: 
 
a) De que maneira você, psicólogo hospitalar, poderia colaborar para oferecer dentro de sua 
especialidade a oferta de cuidados de saúde à população que busca nos hospitais a possibilidade 
de alcançar a saúde? 
 
O processo de hospitalização e o tratamento não fazem parte dos planos de vida das pessoas, ocorre 
de repente, sem aviso, e sempre carrega uma grande angústia, pois coloca em xeque sua própria 
existência e dá-se um processo de despersonalização do paciente, devido aos procedimentos invasivos 
da medicina e enfermagem. O sujeito deixa de ser reconhecido pelo seu próprio nome e torna-se um 
número de quarto/leito, ou até mesmo pelo nome de sua patologia; segue-se “uma total reformulação de 
seus valores e conceitos […] Deixa de ter significado próprio para significar a partir de diagnósticos.” 
(ANGERAMI-CAMON, 2011). 
O papel do psicólogo hospitalar se insere nesse contexto, para auxiliar na ressignificação da própria 
existência, devido a sua compreensão da condição humana; essa atuação contribui para uma prática de 
humanização hospitalar, reestabelecendo a dignidade existencial do indivíduo. Conhecendo os princípios 
do atendimento psicológico; levar o paciente ao autoconhecimento e cura de determinados sintomas 
físicos e psíquicos; é compreensível a sua importância no contexto hospitalar, para conduzir o sujeito por 
um processo de libertação existencial. (ANGERAMI-CAMON, 2011). 
Todavia, sem caprichos e romantizações, a atuação do psicólogo possui uma série de obstáculos 
para que a atuação seja feita da maneira esperada. Um destes obstáculos está na falta de um setting 
terapêutico adequado dentro do hospital; quartos compartilhados, interferências da equipe médica, 
resistência do paciente, presença de acompanhantes etc. 
É demandado uma transformação das formas de atuação dentro de contextos que não se 
enquadram na prática clínica convencional, o psicólogo precisa entender os limites de sua atuação para 
que não se transforme em mais um estressor dentro do processo. Dessa forma, surgem outras 
oportunidades de atuação que vão além do sujeito acamado; a Psicologia Hospitalar se estende aos 
acompanhantes, aos médicos, enfermeiros, corpo administrativo e demais especialidades. O objetivo final 
da atuação, é a humanização do hospital. 
Psicologia Hospitalar 
Exercício Avaliativo 
 
Prof. Dr. Fábio Rezeck 
 
Laura Pereira da Encarnação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Poderíamos concordar com a afirmação do autor, ao escrever que o hospital é um centro de 
investigação biopsicossocial? Por quê? 
 
Não. Em tese, o modelo biopsicossocial é visto como uma revolução na forma de se tratar os 
pacientes no ambiente hospitalar e vê-se avanços nas tentativas de implementar esse modelo nos 
hospitais, principalmente por parte de alunos de graduação em estágio e recém-formados. Ao longo dos 
anos, vê-se uma transformação nas formas de atuar no âmbito da medicina, enfermagem e no próprio 
ambiente hospitalar, visando a humanização dos processos, em que a doença deixa de ser o foco e 
promove-se a saúde, buscando aprimorar a qualidade geral de vida dos pacientes no decorrer do 
tratamento e da internação, afetando também os funcionários da instituição, equipe responsável pelas 
alas e acompanhantes. 
No entanto, a prática ainda é uma realidade distante, devido a precarização da saúde brasileira, 
superlotação dos hospitais, falta de medicações e em última instância, a não valorização da atuação de 
psicólogos e assistentes sociais dentro do hospital. É de extrema importância que se tenha uma atenção 
verdadeiramente humanizada com o paciente que faz uso das dependências do hospital; os profissionais, 
muitas vezes, vão até o local prontos para investigar, escutar e fornecer apoio para os pacientes, mas 
enfrentam desdém da equipe de enfermagem/médica, que não respeitam o espaço de fala/escuta e por 
vezes chegam a intervir no meio de uma conversa para realizar procedimentos. Falta diálogo entre as 
equipes e planos de intervenção humanizada multiprofissional para que os hospitais possam adotar o 
modelo biopsicossocial e adentrar a fundo em investigações e pesquisas a fim de trazer melhorias para 
os processos. 
 
c) Lima Gonçalves (1983) afirma que, de certa maneira o hospital reflete a humanidade, no que se 
refere aos anseios, angústias, dificuldades, desejos e alegrias. Seria possível atribuir esses 
sentimentos à instituição hospitalar, como agente transformador da sociedade? Por quê? 
 
Quem se adéqua às transformações da sociedade é o hospital, e não o contrário. A atenção 
humanizada tem sido requerida pelos sujeitos, pois o modelo atual possui foco apenas na doença e não 
na pessoa; por este motivo, o processo de hospitalização torna-se um grande catalisador de ansiedade e 
angústia, provocando traumas e pânico. É necessário compreender o processo completo da doença e 
não apenas os sintomas físicos, dentro de toda queixa existem fatores sociais, mentais, culturais etc. 
Nesse sentido, a atenção à saúde precisa se atualizar de acordo com as demandas atuais dos sujeitos, 
que buscam um atendimento integral e completo, não apenas diagnósticos e medicalização de sintomas. 
 
d) Por que os psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas etc. representariam 
apenas o quarto poder dentro do hospital? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pois são vistos como serviços adicionais, de apoio, em vez de possuírem sua real importância e 
papel de destaque para complementar os tratamentos. Além do fato de, como não são áreas diretamente 
ligadas à medicina, são vistas como menos urgentes no contexto de internação. 
 
2. No texto ‘Saúde e Doença: a doença, o doente, o adoecer e a morte’, o autor afirma que existem 
diferenças sobre o entendimento da doença entre as culturas do ocidente e do oriente. 
Considerando os entendimentos apresentados, responda: 
 
a) Qual seria um modo mais adequado para tratar as doenças? 
 
O modo que mais se aproxima da visão da Psicologia sobre os processos saúde doença, é o modelo 
oriental, que realiza uma investigação completa em todas as esferas do bem-estar; espiritual, físico, 
mental, psicológico e emocional; para compreender a doença e principalmente o doente. O cuidado 
oriental contribui para um aproveitamento maior dos recursos públicos e maior qualidade de vida dos 
pacientes, proporcionando um atendimento mais humanizado. 
 
b) Haveria diferenças significativas entre esses modelos de tratamento? Se sim, quais seriam? 
 
O modelo oriental é mais integrativo e investiga o sujeito que possui a doença como um todo para, 
assim, compreender todos os aspectos de sua vida que estão implicados no processo. O modelo ocidental 
é característico biomédico, com foco nos sintomas da doença e como tratá-la de forma pontual e objetiva, 
recorrendo a prescrição de medicamentos que geram efeito imediato no local da queixa, sem levar em 
considerações as questões intrínsecas do sujeito. 
 
c) Sendo a doença um acontecimento cuja origem pode estar relacionada a fatores idênticos, por que 
o autor chega a afirmar que a experiência de estar doente é sentida sempre de forma única por 
cada pessoa? Explique. 
 
Cada sujeito possui sua forma subjetiva de lidar com esse momento, baseado em sua história de 
vida, visão demundo, apoio familiar, além da forma como são tratados por toda a equipe hospitalar 
durante o tempo em que ficam no hospital. O processo de adoecimento é rodeado de angústias, e esse 
sentimento é internalizado e volta a esfera de forma distorcida, como sintomas únicos, que nada ou tudo 
tem a ver com a patologia apresentada. O sujeito pode estar fisicamente curado, mas as condições 
emocionais podem prolongar o tempo de sua internação; ou o contrário, uma consideração positiva sobre 
o processo pode auxiliar numa recuperação mais rápida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
d) Maria Júlia Kovács (1987) afirma que a morte é uma das únicas experiências universais do homem, 
mas, ao mesmo tempo, reveste-se de características muito particulares para cada ser humano. 
Como a psicologia poderia ser aplicada a esse pensamento? 
 
De acordo com Boss (1981 apud Campos, 1995), cada homem tem que morrer a sua própria morte; 
logo, cada indivíduo enfrentará essa passagem de uma forma única. Seja devido à gravidade da doença, 
um diagnóstico inesperado ou um acidente, assim como todas as outras experiências da vida, só o sujeito 
que está vivendo pode dizer como se sente e como isso lhe afeta. 
O fim da vida traz à tona uma angústia que há muito tempo vem se revirando em suas entranhas, a 
constatação de que a vida é finita, e com ela, surgem os questionamentos, a vontade de fazer o que não 
teve tempo, de recuperar relacionamentos, perdoar, dizer que ama, o medo de que cada momento seja o 
último e do que vem depois da morte etc. As sensações de cada um devem ser entendidas na sua 
individualidade 
O psicólogo entra nesse contexto como um facilitador, auxiliando a manter o estado emocional 
controlado, pois isto interfere no prognóstico. Acompanhá-lo durante esse momento de crise, e fazê-lo 
ressignificar a morte, uma vez que o indivíduo está enfrentando a paralisação da continuidade de seu 
projeto de vida. A psicologia fornece apoio, no sentido de abrir o horizonte para o sujeito, fazer com que 
esse perceba a morte como mais um estágio de sua vida, reconectar-se com sua espiritualidade e garantir 
a paz de espírito para enfrentar essa jornada. 
 
e) O autor desse capítulo ensina que ‘A saúde é um processo a ser adquirido e conquistado em todos 
os momentos da vida.’ De que modo a psicologia (incluindo seu ramo hospitalar) poderia colaborar 
para que isso possa acontecer entre os pacientes? 
 
A psicoterapia é uma ferramenta que auxilia o indivíduo na manutenção de sua saúde durante todo 
o percurso de sua vida, buscando sanar suas angústias, trilhar o caminho do autoconhecimento e 
crescimento pessoal. Embora o processo necessite da intenção do paciente para obter sucesso, é 
importante que todos busquem esse tipo de atendimento para fazer desabrochar seu inconsciente de 
forma sadia, evitando assim, que este retorne de forma distorcida, causando patologias ou agravando as 
existentes. 
 
f) Poderíamos aplicar esse pensamento também aos profissionais da saúde que atuam na área 
hospitalar? Comente. 
 
Sim. Profissionais da área de saúde necessitam elaborar todas as questões delicadas a que são 
constantemente expostos, como a morte, processo de doença, solidão, descaso etc., para que possam 
exercer sua profissão de forma sadia e humana, em vez de adotar a persona fria. Para tanto, se faz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
necessário a extensão da atuação do psicólogo para além dos leitos, buscando propiciar um bem-estar 
para toda a equipe entrelaçada em um Hospital. 
 
• Referências: 
 
ANGERAMI-CAMON, V. A. et. al. Psicologia hospitalar: teoria e prática. São Paulo: pioneira. 2011. 
 
CAMPOS, T. Psicologia hospitalar: a atuação do psicólogo em hospitais. São Paulo: EPU. 1995.

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