Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APG 05 - Giardíase e amebíase 1. Compreender a fisiopatologia, ciclo de vida, manifestações clínicas, diagnóstico, epidemiologia, etiologia, tratamento e transmissão da giardíase e da amebíase 2. Analisar o funcionamento das políticas de saneamento básico Giardíase A giardíase, infecção intestinal causada por um protozoário flagelado denominado Giardia lamblia (sin. Giardia duodenalis ou Giardia intestinalis), é uma das principais parasitoses encontradas em todos os países (subdesenvolvidos e desenvolvidos), principalmente naqueles de clima tropical e subtropical A doença é mais comum em crianças, principalmente aquelas de até 6 anos, o que aumenta a disseminação do parasito em locais propiciadores de aglomeração de pessoas, como instituições educacionais (creches). Entretanto, outros indivíduos têm predisposição para adquirir a doença, como aqueles que dispõem de alguma imunodeficiência (p. ex., infectados pelo vírus da imunodeficiência humana – HIV) e os portadores de fibrose cística, por apresentarem características que protegem o parasito das defesas do hospedeiro Ciclo de vida O parasito G. intestinalis apresenta um ciclo monoxênico, ou seja, há apenas um hospedeiro definitivo. O ciclo inicia-se, principalmente, pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados, e um número limitado de cistos (cerca de 10 a 100) é suficiente para causar doença O processo de desencistamento inicia-se no estômago, devido ao estímulo do baixo pH; no entanto, esse processo se completa no duodeno e no jejuno, os quais serão colonizados pelos trofozoítos, que estão em constante multiplicação (por divisão binária). Posteriormente, ocorre outro processo, o de encistamento, que pode ter início no baixo íleo, embora considere-se que o principal sítio seja o ceco. Pode ter como estímulos: o pH intestinal, a presença de sais biliares e o destacamento do trofozoíto da mucosa; este último ocorre, certamente, pela resposta imune local. Depois disso, os trofozoítos são recobertos por membrana resistente, que seria secretada pelo parasito e que tem quitina em sua composição Os cistos são resistentes, o que faz com que possam sobreviver em ambientes hostis, como água fria e variações na temperatura. Além disso, são eliminados em grande quantidade pelas fezes, o que pode corroborar seu poder infectante Fisiopatologia Alguns mecanismos ligados à patogenicidade da giardíase ainda não são bem conhecidos, apesar de todas as investigações desenvolvidas até o presente. Durante a análise de estudos histopatológicos, verificam-se algumas mudanças, principalmente na arquitetura da mucosa, que pode encontrar-se normal ou apresentar-se com atrofia parcial ou total das vilosidades. Também é possível ocorrer hiperplasia das criptas, o que pode reduzir a superfície disponível para absorção dos nutrientes. Há várias explicações para a ocorrência de tal fato; porém, a mais disseminada afirma que essa alteração decorra dos processos inflamatórios provocados pelo protozoário, devido à defesa imune do hospedeiro Este, quando em contato com macrófagos da mucosa intestinal, desencadeia o processo de ativação dos linfócitos T, os quais ativam os linfócitos B, que produzem as imunoglobulinas IgA e IgE. A IgE, por sua vez, amplifica esse processo, pois se conecta aos mastócitos (presentes na mucosa intestinal), dando início ao processo de degranulação de tais células e liberação de substâncias, como a histamina. Portanto, o conjunto dessas reações levam ao edema da mucosa e à contração dos músculos lisos, o que culmina no aumento da motilidade intestinal, que explicaria também o aumento da renovação dos enterócitos. Sendo assim, as vilosidades ficam compostas de células imaturas, causando dificuldades de absorção e diarreia Recentemente, acredita-se também que a prostaglandina possa estar envolvida no aparecimento da síndrome diarreica. Esse fato seria explicado pela liberação de prostaglandinas por mastócitos e monócitos ativados pela reação imune, aumentando diretamente a motilidade intestinal, ou por meio da ativação da adenilciclase presente na mucosa, levando ao aparecimento da diarreia Manifestações clínicas Após um período de incubação, que varia de 5 a 25 dias (média de 7 a 10 dias), a sintomatologia da doença pode surgir. Entretanto, na maioria dos casos, a giardíase é assintomática ou oligossintomática, podendo manifestar-se com amplo espectro clínico em populações infantis e em adultos jovens A sintomatologia pode surgir de maneira abrupta ou gradual e permanecer por um longo período de tempo, caracterizando doença crônica. O principal sintoma ligado a essa enfermidade é a diarréia, a qual pode ser aguda e autolimitante, com duração de poucos dias, ou ter caráter crônico, provocando piores consequências, como a síndrome de má absorção. Normalmente, a diarreia é do tipo aquoso, explosiva e com odor fétido, podendo ser acompanhada de gases e distensão abdominal. A forma disentérica, caracterizada pela presença de muco e sangue nas fezes, raramente acontece. A diarreia aguda da giardíase pode confundir-se com as diarreias bacterianas e virais; contudo, na giardíase, a doença tem maior duração, além de provocar perda de peso A enfermidade também pode apresentar outros sintomas menos comuns, dentre eles perda de peso, flatulência, náuseas, anorexia, fadiga, calafrios, esteatorreia, plenitude gástrica pós-prandial, eructações e anemia, além do surgimento de uma síndrome pseudoulcerosa caracterizada por epigastralgia ou pirose, que melhora com a ingestão de alimentos e reaparece com o jejum Diagnóstico Como a clínica da doença é inespecífica, alguns ensaios laboratoriais são utilizados para o diagnóstico de giardíase, tais como: pesquisa de cistos ou trofozoítos nas fezes; coleta do fluido duodenal e biopsia duodenal por meio de endoscopia; pesquisa de antígenos nas fezes por meio da técnica de ELISA; detecção do ácido desoxirribonucleico (DNA) em amostra de fezes pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR); imunosseparação magnética acoplada à imunofluorescência (IMS-IFA); e outros métodos complementares. O exame parasitológico de fezes (EPF) apresenta baixa sensibilidade, o que pode ser explicado pela eliminação intermitente dos cistos nas fezes, chamada de “período negativo”. Além disso, outros fatores podem influenciar o resultado, como carga parasitária reduzida e inexperiência dos técnicos de laboratório Em casos de amostras de fezes sequencialmente negativas, como em pacientes com diarreia crônica ou com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), recomenda-se a realização da coleta do fluido duodenal e da biopsia duodenal por meio de endoscopia. Geralmente, utiliza-se uma amostra fresca, visualizando-se os trofozoítos em lâminas ou pelo método chamado entero-test (teste do barbante), no qual o muco obtido da amostra duodenal é examinado microscopicamente. A biopsia duodenal, por ser um método invasivo, fica reservada aos casos em que é necessário fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças, o que possibilita a análise microscópica e detalhada do material retirado Tratamento O tratamento das infecções por protozoários intestinais se faz, na maioria das vezes, com o uso de nitroimidazólicos, entre eles: secnidazol, metronidazol e tinidazol O metronidazol é utilizado para giardíase, quando ativado, liga-se ao DNA do protozoário, interrompendo sua cadeia respiratória, o que o leva à morte. A nitazoxanida é uma nova substância antiparasitária aprovada para o tratamento de criptosporidíase e giardíase. Apresenta eficácia de 80%, mas provoca mais efeitos adversos comparados aos nitroimidazólicos. Seu principal efeito adverso é a dor abdominal, que pode ser recorrente; além disso, esse medicamento tem elevado custo e risco de menor adesão dos pacientes. Epidemiologia A infecção por G. duodenalis ocorre em todo o mundo. Grupos de alto risco incluem bebês, crianças pequenas, adotados internacionais, viajantes, indivíduos imunocomprometidos e pacientes com fibrose cística. Giardia foi incluída na Iniciativa de DoençasNegligenciadas da Organização Mundial da Saúde em 2006. A giardíase é especialmente comum em áreas com condições sanitárias precárias e instalações de tratamento de água limitadas. Em ambientes com recursos limitados, a prevalência de giardíase foi relatada como sendo de 20 a 40 por cento; nesses ambientes, a taxa de infecção é mais alta entre crianças <5 anos. Em todo o mundo, G. lamblia é o terceiro agente mais comum de doença diarreica em crianças <5 (depois de rotavírus e Cryptosporidium spp); >300 milhões de casos são notificados anualmente. Em contextos de recursos limitados, a giardíase pode estar associada ao crescimento atrofiado em crianças, mesmo na ausência de diarreia aguda Um estudo de caso-controle nos Estados Unidos identificou os seguintes fatores de risco para giardíase esporádica: viagens internacionais (razão de chances ajustada [aOR] 13,9) beber água de um rio, lago, córrego ou nascente (aOR 6,5), nadar em água natural corpo de água (aOR 3,3), comportamento sexual masculino-masculino (aOR 45,7), contato com crianças em fraldas (aOR 1,6), uso de antibióticos (aOR 2,5) e presença de doença gastrointestinal crônica (aOR 1,8). As infecções por Giardia são comumente observadas em animais domésticos e selvagens, com animais jovens em particular demonstrando uma alta prevalência de infecção. Amebíase A amebíase é uma infecção cujo agente causal – Entamoeba histolytica – é um dos protozoários mais conhecidos. O parasito pode colonizar o lúmen intestinal do indivíduo acometido de maneira assintomática, como ocorre em 90% dos casos, ou pode se manifestar de maneira mais grave, levando a grande instabilidade orgânica. A infecção está, muitas vezes, associada aos hábitos de higiene do indivíduo e a doença manifesta-se, geralmente, com um quadro de diarreia e dor abdominal, embora também possa apresentar-se com quadro extraintestinal Existem sete espécies de amebas que vivem em simbiose com o organismo humano, mas somente a E. histolytica exerce ação patogênica no homem. Ciclo de vida A E. histolytica pode apresentar duas formas evolutivas: o cisto multinucleado ou o trofozoíto móvel e uninucleado. Os cistos são encontrados na água e nos alimentos contaminados com fezes, são resistentes à acidez gástrica e assumem a forma de trofozoítos, no intestino grosso. Os trofozoítos são uninucleados e possuem uma dupla camada na sua membrana externa, onde é encontrado o glicocálix. Eles são extremamente móveis e, por não contarem com mitocôndrias, a energia necessária para o seu metabolismo é proveniente de reação anaeróbica. Os cistos são estruturas redondas, com quatro núcleos e inertes, e o processo de encistamento é ativo, ou seja, com consumo de energia O ciclo da E. histolytica é monoxênico. No hospedeiro humano, o parasito desenvolve-se quando o indivíduo ingere cistos maduros presentes em água, alimento e mãos sujas. A prática de sexo anal/oral é também uma fonte de aquisição dessas formas evolutivas. Os cistos são resistentes ao suco gástrico, e somente no intestino delgado começam a sofrer modificações, mais especificamente na região ileocecal. Nesse local, ocorre o processo de desencistamento (saída do metacisto por uma fenda na parede cística), favorecido por temperatura compatível e meio anaeróbio. O metacisto sofre, então, diversas divisões celulares, formando quatro e, posteriormente, oito trofozoítos metacísticos uninucleares. Chegando ao intestino grosso, essas estruturas se desenvolvem e originam os trofozoítos, que ali permanecem aderidos. Por um processo ainda não muito bem esclarecido, tais formas sofrem desidratação, formando os pré-cistos. Por último, esses agentes recém-formados secretam uma membrana cística, dando origem ao cisto, que será eliminado nas fezes, continuando o ciclo. Assim, o ciclo biológico da E. histolytica envolve quatro estágios: cisto, metacisto, trofozoíto e pré-cisto Fisiopatologia Um dos fatores que diferencia a cepa patogênica da não patogênica e que, por isso, influencia seu mecanismo patológico, é a presença da lectina de aderência, encontrada na superfície da cepa patogênica. Trata-se de uma adesina essencial para a função citolítica, de aderência e reconhecimento da E. histolytica, pela célula-alvo. Além disso, essa molécula constitui importante marcador laboratorial no diagnóstico da doença Ao entrar em contato com a superfície epitelial intestinal, a lectina é inibida pela galactose ali presente, estimulando uma resposta T supressora, inibindo a formação de uma resposta celular efetiva e favorecendo o braço humoral Th2 (imunoglobulina G [IgG]-específica), podendo ocorrer a amebíase aguda. Entretanto, considerando o estímulo contínuo da imunidade celular e humoral, o processo invasivo pode ser limitado, posteriormente. O contato do agente etiológico (por meio da lectina) com a superfície epitelial leva à citólise, processo no qual as membranas epiteliais são destruídas e, os restos celulares fagocitados pela E. histolytica, mais precisamente pelos seus trofozoítos, dando início a um processo de ulceração. Ocorre, então, um afastamento das células, formando um espaço intercelular denominado foco de adesão. Todo esse mecanismo ocorre devido à presença de cisteíno-proteinases, hemolisinas e fosfolipases, as quais degradam elastina, colágeno e fibronectina. O processo inflamatório estabelecido e intensificado na região infectada atrai ainda mais células imunes, como neutrófilos, macrófagos, e eleva a produção de citocinas como interleucina 1 (IL-1) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), aumentando ainda mais o processo ulcerativo da parede intestinal. Esse processo contínuo e invasivo pode permitir aos trofozoítos alcançarem vasos sanguíneos e acometer órgãos como fígado e pulmão. Com a evolução da doença, pode ser observado um tecido granulomatoso, caracterizado pela angiogênese, o que demonstra a cura da lesão Manifestações clínicas As manifestações clínicas da amebíase são condicionadas por fatores que envolvem a virulência do agente etiológico associada à resposta do indivíduo infectado (principalmente a sua resposta inata), o que pode resultar em uma doença intestinal ou extraintestinal, além da infecção assintomática, que corresponde a 80 a 99% dos casos. A doença pode manifestar-se de maneira aguda (amebíase aguda) ou crônica (colite crônica) Inicialmente, nas lesões intestinais, os trofozoítos infectam o epitélio da superfície mucosa; entretanto, com a reação inflamatória, tais formas evolutivas podem alcançar níveis mais profundos do tecido conjuntivo e suas glândulas. Esse processo de lesão progressiva produz áreas de necrose e úlceras distribuídas ao longo da parede intestinal, sendo mais comumente encontradas na região cecal, no sigmoide e no reto, caracterizando a colite crônica. A amebíase não costuma cursar com febre, e os sintomas que aparecem com maior frequência são: disenteria, enterorragia, tenesmo, dor abdominal em cólica, perda de peso, anorexia, náuseas, vômitos e mal-estar geral. O período de incubação varia de 7 dias a 4 meses. A amebíase intestinal, se não tratada, pode cursar com complicações como perfuração intestinal, peritonite, apendicite e hemorragias A amebísase pode afetar o fígado (principalmente o lobo direito), insidiosamente, e neste órgão causar abscessos e lesões difusas. Clinicamente, o paciente apresenta-se com icterícia e, em um pequeno número de [casos, desconforto no hipocôndrio direito, hepatimetria alterada e sintomas inespecíficos, como febre, náuseas e vômitos. (sinal Torres-homem?) No pulmão, pode ocorrer a denominada amebíase pleuropulmonar, caracterizada por dor torácica, tosse e expectoração com cheiro e odor de “molho de tomate”, chocolate ou até mesmo gelatina, podendo ocorrer também derrame pleural. Essas lesões podem ocorrer ainda no cérebro, embora sejam raras Diagnóstico A pesquisa de trofozoítos e cistos nas fezes continua sendo o método mais empregado para o diagnóstico. Contudo, para aumentar a sensibilidade do exame, é preconizada a coleta múltipla de fezes, ou seja,obtenção de material fecal em pelo menos 3 dias diferentes. Casos as fezes estejam líquidas, o método direto é o mais recomendado para a observação de trofozoítos, que permanecem viáveis entre 15 e 30 minutos, enquanto os cistos são mais frequentemente identificados nas fezes formadas. Os testes sorológicos por ELISA indireto não são indicados, principalmente em áreas endêmicas, visto que não são capazes de diferenciar infecção atual de infecção pregressa. O ELISA direto ou o “sanduíche” empregam anticorpos monoclonais anti-GIAP e são úteis na busca por coproantígenos específicos de E. histolytica em amostras fecais. A reação em cadeia da polimerase (PCR) também pode ser usada para o diagnóstico da infecção, por pesquisa do DNA do parasito em amostra de fezes. O teste de hemaglutinação indireta, quando disponível, pode ser bastante útil, e a biopsia da borda de úlcera, por meio da retossigmoidoscopia/colonoscopia, deverá ser avaliada quanto à necessidade. Para diagnóstico de amebíase extraintestinal, exames sorológicos e de imagem podem confirmar os casos de abcesso hepático, além de outros exames que podem ser solicitados para avaliação do paciente, entre os quais: análise bioquímica do fígado – tais como dosagem de bilirrubinas, fosfatase alcalina, gamaglutamil transpeptidase e aminotransferases – e hemograma. Nesses casos, a associação com a clínica do paciente é essencial Tratamento Sabe-se que a colonização da E. histolytica é maior no ceco, cólon ascendente, cólon descendente e reto; portanto, os fármacos utilizados para tratamento da doença devem alcançar essas regiões. Para as formas não invasivas, fármacos que alcancem o lúmen intestinal podem ser utilizados como monoterapia. Exemplos desses fármacos são os derivados da dicloroacetamida (teclozana e etofamida). [amebicidas] Já os pacientes com doença invasiva devem ser tratados com associação dos fármacos de ação intraluminal e tissular. Assim, para esses doentes, acrescenta-se um derivado nitroimidazólico (metronidazol, tinidazol, ornidazol, secnidazol ou nitazoxanida), o qual se é absorvido melhor por via oral [antimicrobianos] Profilaxia As medidas de controle e profilaxia da amebíase devem ser pautadas nos pilares da educação em saúde, diagnóstico e tratamento dos infectados, e políticas públicas de controle e saneamento básico. Os indivíduos devem ser informados a respeito dos modos de transmissão e dos fatores de risco associados à infecção, para o respectivo controle. Além disso, o diagnóstico e o tratamento dos infectados são extremamente relevantes, considerando a possibilidade da contaminação ambiental e disseminação da doença, via fecal-oral. E, por fim, devem ser ressaltadas as medidas de saneamento básico, as quais são essenciais para impedir o estabelecimento do ciclo biológico do parasito. Vacinas, apesar de ainda não estarem disponíveis, vêm sendo testadas com bons resultados Epidemiologia A amebíase ocorre em todo o mundo; a prevalência é desproporcionalmente aumentada em países com recursos limitados devido às más condições socioeconômicas e níveis de saneamento. A infecção por E. dispar ocorre aproximadamente 10 vezes mais frequentemente do que a infecção por E. histolytica. Áreas com altas taxas de infecção amebiana incluem Índia, África, México e partes da América Central e do Sul. A prevalência geral de infecção amebiana pode chegar a 50% em algumas áreas. Em países ricos em recursos, a amebíase é geralmente observada em migrantes e viajantes para áreas endêmicas. Pacientes institucionalizados e homens sexualmente ativos que fazem sexo com homens também apresentam risco aumentado de infecção. No Japão e em Taiwan, no entanto, a E. histolytica é muito mais prevalente entre os HSH, e a amebíase invasiva extra-intestinal (por exemplo, abscessos hepáticos) é mais frequente em pacientes imunossuprimidos com HIV
Compartilhar