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STAPHYLOCOCCUS Os cocos Gram-positivos compõem um grupo heterogêneo de bactérias. As características que eles apresentam em comum são: forma esférica, reação à coloração de Gram e ausência de endósporos. A presença ou ausência de catalase, uma enzima que converte o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio, é usada para subdividir os diferentes gêneros. O gênero catalase-positivo aeróbico mais importante é o Staphylococcus e os gêneros catalase-negativos aeróbicos mais importantes são os Streptococcus e Enterococcus. Os estafilococos são cocos Gram-positivos que crescem em um padrão característico que se assemelha a um cacho de uvas; no entanto, os micro-organismos nos espécimes clínicos podem, também, se apresentar como células isoladas, aos pares ou em cadeias curtas. A maioria dos estafilococos é grande, capaz de crescer e potencialmente produzir doença em uma variedade de condições: atmosfera aeróbica e anaeróbica, na presença de uma concentração elevada de sal e a temperaturas variando desde 18°C a 40°C Os estafilococos são patógenos importantes para os seres humanos, sendo responsáveis por infecções oportunistas e por um amplo espectro de doenças sistêmicas de gravidade considerável, incluindo infecções da pele, tecidos moles, ossos e trato urinário. As espécies mais comumente associadas a doenças humanas são S. aureus (o membro mais virulento e conhecido do gênero), Staphylococcus epidermidis, S. haemolyticus, Staphylococcus lugdunensis e Staphylococcus saprophyticus. Os membros de S. aureus resistentes à meticilina (MRSA) são conhecidos agentes de infecções graves em pacientes hospitalizados e, também, no ambiente extra-hospitalar em crianças e adultos previamente sadios. As colônias de S. aureus podem apresentar uma coloração amarelo-ouro, como resultado da expressão de pigmentos carotenoides que se formam durante o seu crescimento, daí o nome da espécie. Também, é a espécie que produz a enzima coagulase mais encontrada nos seres humanos, sendo essa propriedade um teste diagnóstico útil. A maioria das outras espécies estafilocócicas não apresenta essa propriedade e é referida BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E ESTAFILOCOCOS coletivamente como estafilococos coagulase-negativos. Essa é uma distinção útil, porque os estafilococos coagulase-negativos são menos virulentos e causam primariamente infecções oportunistas. PATOGÊNESE E IMUNIDADE A capacidade dos estafilococos de causar doença depende da capacidade das bactérias de evadir à depuração imunológica, produzir proteínas de superfície que medeiam a aderência das bactérias aos tecidos do hospedeiro durante a colonização e produzir a doença através da elaboração de toxinas específicas e enzimas hidrolíticas que conduzem à destruição de tecidos. Essas propriedades, evasão imunológica, aderência e destruição tecidual, são comuns à maioria dos organismos patogênicos REGULAÇÃO DE GENES DE VIRULÊNCIA O sistema de controle sensível à densidade bacteriana permite a expressão de proteínas de adesão e favorece a colonização dos tecidos quando a densidade de bactérias é baixa; e a invasão tecidual, produção de enzimas hidrolíticas e toxinas, quando a densidade é alta. DEFESAS CONTRA IMUNIDADE INATA A cápsula bacteriana protege as bactérias por inibir a fagocitose dos organismos por PMNs; no entanto, na presença de anticorpos específicos dirigidos contra os estafilococos, C3 aumentado está ligado às bactérias e leva à fagocitose. A camada mucoide extracelular também interfere com a fagocitose de bactérias. A capacidade da proteína A para se ligar eficazmente às imunoglobulinas impede a depuração imune mediada por anticorpo do S. aureus. Adicionalmente, a proteína extracelular A pode se ligar a anticorpos e formar complexos imunes, com o subsequente consumo do complemento TOXINAS ESTAFILOCÓCICAS S. aureus produz muitas toxinas, incluindo cinco citolíticas ou que danificam membranas As citotoxinas podem causar lise em neutrófilos, o que resulta na liberação de enzimas lisossômicas que, subsequentemente, danificam os tecidos circunjacentes. Uma citotoxina, a PVL, tem sido relacionada com infecções pulmonares e cutâneas graves. A toxina esfoliativa A, as enterotoxinas e a TSST-1 pertencem a uma classe de polipeptídeos conhecidos como superantígenos. Essas toxinas se ligam aos MHC II presentes nos macrófagos, que por sua vez interagem com as regiões de células T Isso resulta na intensa liberação de citocinas, tanto por macrófagos quanto por linfócitos T. A liberação de TNF-α e TNF-β está relacionada com hipotensão e choque, enquanto a febre está associada à liberação de IL-1β. TOXINAS ESFOLIATIVAS Síndrome da pele escaldada estafilocócica, um espectro de doenças caracterizadas por dermatite esfoliativa, é mediada pelas toxinas esfoliativas Após a exposição da epiderme à toxina, são desenvolvidos anticorpos neutralizantes protetores, o que leva à resolução do processo tóxico. A SSSS é mais frequente em crianças de menor idade e ocorre raramente em crianças mais velhas e em adultos. ENTEROTOXINAS As enterotoxinas são estruturalmente perfeitas para causar doenças veiculadas por alimentos: são termoestáveis a 100°C por 30 minutos e resistentes à hidrólise pelas enzimas gástricas e do jejuno. Assim, uma vez que um produto alimentar tenha sido contaminado com estafilococo produtor de enterotoxina e as toxinas tenham sido produzidas, nem um reaquecimento brando do alimento nem a exposição aos ácidos gástricos serão protetores. Essas toxinas são produzidas por 30% a 50% de todas as cepas de S. aureus. O mecanismo preciso da atividade tóxica não é compreendido. Essas toxinas são superantígenos, capazes de induzir ativação não específica de células T e intensa liberação de citocinas. As alterações histológicas características no estômago e no jejuno incluem a infiltração de neutrófilos no epitélio e na lâmina própria subjacente, com perda das bordas ciliadas das células epiteliais no jejuno. Acredita-se que o estímulo de liberação de mediadores inflamatórios dos mastócitos seja responsável pela êmese, que é característica da intoxicação alimentar por estafilococos. EPIDEMIOLOGIA Os estafilococos são ubíquos. Todas as pessoas apresentam estafilococos coagulase-negativos na pele, e a colonização transitória das dobras úmidas da pele com S. aureus é comum. A colonização do coto umbilical, da pele e da região perineal de recém-nascidos com S. aureus é comum. S. aureus e estafilococos coagulase-negativos também são encontrados na orofaringe, nos tratos gastrointestinal e urogenital. A colonização persistente ou por períodos curtos de tempo com S..aureus em crianças mais velhas e em adultos é mais comum na nasofaringe anterior do que na orofaringe Pelo fato de os estafilococos serem encontrados na pele e na nasofaringe, a disseminação da bactéria é comum e responsável por muitas das infecções adquiridas no hospital. Os estafilococos são suscetíveis a temperatura alta, desinfetantes e soluções antissépticas; entretanto, podem sobreviver em superfícies secas por longos períodos. Os micro-organismos podem ser transferidos para um indivíduo suscetível através do contato direto ou através do contato com fômites. Portanto, a equipe clínica deve utilizar técnicas apropriadas para lavagem das mãos a fim de prevenir a transferência de cepas de estafilococos deles para os pacientes e entre os pacientes DOENÇAS CLÍNICAS STAPHYLOCOCCUS AUREUS S. aureus causa doença através da produção de toxinas ou da invasão direta e destruição do tecido. As manifestações clínicas de algumas doenças estafilocócicas são quase que exclusivamente o resultado da atividade de toxinas (p.ex., síndromeda pele escaldada estafilocócica, intoxicação alimentar e síndrome do choque tóxico), enquanto outras doenças resultam da proliferação do micro-organismo, levando à formação de abscessos e destruição de tecido Na presença de corpos estranhos, um número significativamente menor de estafilococos é necessário para estabelecer doença. Do mesmo modo, pacientes com doenças congênitas associadas a uma resposta quimiotática ou fagocítica comprometida são mais suscetíveis a infecções estafilocócicas SÍNDROME DA PELE ESCALDADA ESTAFILOCÓCICA (SSSS) A doença descrita, agora chamada de doença de Ritter ou SSSS, é caracterizada pelo aparecimento abrupto de um eritema perioral localizado (vermelhidão e inflamação ao redor da boca), que se espalha por todo o corpo em 2 dias. Uma leve pressão desloca a pele (sinal de Nikolsky positivo), e grandes vesículas ou bolhas cutâneas se formam logo depois, seguidas da descamação do epitélio. As bolhas contêm um fluido claro, mas não apresentam micro-organismos ou leucócitos, consistente com o fato de que a doença é causada pela toxina bacteriana. O epitélio se torna intacto novamente dentro de 7 a 10 dias, quando aparecem os anticorpos contra a toxina. Não deixa cicatrizes, porque somente a camada superior da epiderme é destruída. É uma doença que atinge, principalmente, os recém-nascidos e crianças pequenas, com uma taxa de mortalidade menor que 5%. A ocorrência de óbito é resultado de infecções bacterianas secundárias nas áreas descamadas. As infecções em adultos, na maioria das vezes, estão relacionadas com indivíduos imunocomprometidos ou pacientes com doenças renais, e, nesses casos, a taxa de mortalidade é elevada, atingindo 60% Impetigo Bolhoso Impetigo bolhoso é uma forma localizada da SSSS. Nessa síndrome, cepas específicas de S. aureus produtoras de toxina estão associadas à formação de bolhas superficiais na pele. Diferentemente dos indivíduos com manifestações disseminadas de SSSS, os pacientes com impetigo bolhoso têm bolhas que apresentam cultura positiva para o micro-organismo. O eritema não se estende para além das bordas das bolhas, e o sinal de Nikolsky não está presente. A doença ocorre primariamente em bebês e crianças pequenas e é muitíssimo contagiosa. INTOXICAÇÃO ALIMENTAR POR ESTAFILOCOCOS A intoxicação alimentar estafilocócica, uma das doenças mais comuns entre as que são transmitidas por alimentos, é mais uma intoxicação que uma infecção. A doença é causada pela toxina bacteriana presente no alimento e não pela ação direta do micro-organismo no paciente. O crescimento de S. aureus em carnes salgadas é consistente com a sua capacidade de crescer na presença de concentrações elevadas de sal Após os estafilococos terem sido introduzidos no alimento (através de um espirro ou de mãos contaminadas), este deve permanecer à temperatura ambiente ou aquecido, para que o micro-organismo cresça e libere a toxina. O alimento contaminado não apresenta aparência nem gosto de alimento deteriorado. O aquecimento subsequente do alimento mata a bactéria, mas não inativa a toxina termoestável. Após a ingestão do alimento contaminado, o início da doença é abrupto e rápido, com um período médio de incubação de 4 horas, que, mais uma vez, é condizente com uma doença mediada por toxina pré-formada. Além disso, a toxina não é produzida por estafilococos ingeridos, assim a doença é de curso rápido, com os sintomas geralmente durando menos de 24 horas. Vômitos intensos, diarreia e dores abdominais ou náuseas são as características da intoxicação alimentar por estafilococos. Podem ocorrer, também, suores e dores de cabeça, mas não é observada febre. A diarreia é aquosa e não sanguinolenta, e pode ocorrer desidratação em decorrência da considerável perda de fluidos O tratamento é para aliviar os espasmos abdominais e a diarreia, e para repor fluidos. A antibioticoterapia não é indicada; como mencionado, a doença é mediada pela toxina pré-formada, não pela multiplicação dos micro-organismos Certas cepas de S. aureus podem causar enterocolite, cujas manifestações clínicas são diarreia aquosa, espasmos abdominais e febre. A enterocolite ocorre principalmente em pacientes que tenham recebido antibioticoterapia de amplo espectro, que suprime a microbiota do cólon, permitindo o crescimento de S. aureus. SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO (TSS) A doença tem início com o crescimento localizado de cepas de S. aureus produtor de toxina no canal vaginal ou em uma ferida, seguido da liberação da toxina para a corrente sanguínea. A produção de toxina requer uma atmosfera aeróbica e pH neutro. As manifestações clínicas se iniciam de forma abrupta e incluem febre, hipotensão e uma erupção eritematosa macular difusa. Vários sistemas de órgãos (p.ex., nervoso central, gastrointestinal, hematológico, hepático, muscular e renal) são também envolvidos, e a pele inteira descama, incluindo a palma das mãos e a sola dos pés. Uma forma particularmente virulenta da síndrome do choque tóxico é a púrpura fulminante. Essa doença é caracterizada por extensas lesões purpúricas na pele, febre, hipotensão e coagulação intravascular disseminada. INFECÇÕES CUTÂNEAS Infecções estafilocócicas piogênicas localizadas incluem impetigo, foliculite, furúnculos e carbúnculos. Impetigo Impetigo é uma infecção superficial que afeta sobretudo crianças pequenas e atinge principalmente a face e os membros. De início, surge uma pequena mácula (ponto vermelho plano), e, depois, se desenvolve uma vesícula cheia de pus (pústula) sobre uma base eritematosa. Após o rompimento da vesícula, aparece uma crosta. .O impetigo é geralmente causado pelo S. aureus, embora os estreptococos do grupo A, isoladamente ou em associação com S. aureus, sejam responsáveis por 20% dos casos Foliculite Foliculite é uma infecção piogênica dos folículos pilosos. A base do folículo fica elevada e avermelhada, apresentando uma coleção de pus sob a superfície epidérmica. Se este quadro ocorrer na base da pálpebra, é chamado de terçol. Furúnculos Furúnculos, uma extensão da foliculite, são nódulos elevados, grandes e dolorosos, que possuem uma coleção subjacente de tecido morto e necrótico. Podem drenar espontaneamente ou após incisão cirúrgica Carbúnculos Carbúnculos ocorrem quando os furúnculos coalescem e se estendem para o tecido subcutâneo mais profundo. Normalmente, diversas fístulas estão presentes. Ao contrário dos pacientes com foliculite e furúnculos, os pacientes com carbúnculo têm calafrios e febre, indicando a disseminação sistêmica de estafilococos para outros tecidos através de bacteremia Infecções de Feridas Infecções de feridas por estafilococos também podem ocorrer em pacientes após um procedimento cirúrgico ou trauma, com os micro-organismos que colonizam a pele sendo introduzidos na ferida. Em geral, estafilococos não são capazes de estabelecer infecção em um indivíduo imunocompetente, a menos que um corpo estranho (p.ex., pontos de sutura, estilhaços, sujeira) esteja presente na ferida. As infecções são caracterizadas por edema, eritema, dor e um acúmulo de material purulento. A infecção pode ser facilmente controlada se a ferida for reaberta; o corpo estranho, removido; e o pus, drenado. Se forem observados sinais como febre e mal-estar, ou se a ferida não melhorar em resposta às ações locais de controle, é indicada antibioticoterapia específica para S. aureus ENDOCARDITE Embora os pacientes com endocardite por S. aureus possam, inicialmente, apresentar sintomas inespecíficos, semelhantes aos de uma gripe, sua condição se deteriora rapidamente, incluindo distúrbios do débito cardíaco e evidência de embolização séptica.Uma exceção é a endocardite por S. aureus em usuários de droga parenteral, nos quais a doença normalmente envolve mais frequentemente o lado direito do coração (válvula tricúspide) que o esquerdo. Os sintomas iniciais podem ser brandos, mas febre, calafrios e dor pleurítica causada por embolia pulmonar quase sempre estão presentes. A cura clínica da endocardite é a regra, apesar de ser comum a ocorrência de complicações decorrentes da disseminação secundária da infecção para outros órgãos PNEUMONIA E EMPIEMA A doença respiratória por S. aureus pode se desenvolver após a aspiração de secreções orais ou pela disseminação do micro-organismo por via hematogênica, a partir de um ponto distante. Pneumonia por aspiração ocorre principalmente em crianças muito jovens, idosos, pacientes com fibrose cística, gripe, doença pulmonar obstrutiva crônica e bronquiectasia. As apresentações clínica e radiográfica da pneumonia não são incomuns. O exame radiográfico revela a presença de infiltrados irregulares com área de consolidação ou abscesso, sendo o último condizente com a capacidade do micro-organismo de secretar enzimas e toxinas citotóxicas e formar abscessos localizados. Pneumonia por disseminação hematogênica é comum em pacientes com bacteremia ou endocardite. Cepas comunitárias de MRSA são responsáveis por uma forma grave de pneumonia necrotizante, com hemoptise maciça, choque séptico e taxa de mortalidade elevada. Apesar de ser mais comum em crianças e adultos jovens, essa doença não é restrita a esses grupos etários. Empiema ocorre em 10% dos pacientes com pneumonia, e S. aureus é responsável por um terço de todos os casos OSTEOMIELITE E ARTRITE SÉPTICA Osteomielite Osteomielite causada por S. aureus pode resultar da disseminação hematogênica para os ossos, ou pode ser uma infecção secundária decorrente de trauma ou da extensão de uma infecção em uma área adjacente Essa infecção é caracterizada pelo aparecimento repentino de uma dor localizada no osso acometido e por febre alta. A hemocultura é positiva em cerca de 50% dos casos. A osteomielite adquirida por via hematogênica, que acomete os adultos normalmente, ocorre na forma vertebral, e raras vezes como uma infecção nos ossos longos. A osteomielite estafilocócica que ocorre após um trauma ou procedimento cirúrgico geralmente é acompanhada de inflamação e drenagem purulenta a partir de uma ferida ou de uma fístula sobre o osso infectado. Pelo fato de a infecção estafilocócica poder estar restrita à ferida, o isolamento de micro-organismo que provenha desse local não é evidência conclusiva para o acometimento ósseo. Com o emprego de antibioticoterapia apropriada e cirurgia, a taxa de cura para a osteomielite estafilocócica é excelente. Artrite Séptica S. aureus é a principal causa de artrite séptica em crianças pequenas e em adultos que estejam recebendo injeções intra-articulares, ou que apresentem anormalidades mecânicas nas articulações. O envolvimento secundário de várias articulações é indicativo de disseminação hematogênica a partir de um foco localizado. S. aureus é substituído por Neisseria gonorrhoeae nos casos mais comuns de artrite séptica em indivíduos sexualmente ativos. A artrite estafilocócica é caracterizada por articulação eritematosa dolorida, apresentando material purulento que pode ser obtido por aspiração. A infecção é usualmente demonstrada nas grandes articulações (p.ex., ombros, joelhos, quadril, cotovelo) ESTAFILOCOCOS COAGULASE- NEGATIVOS ENDOCARDITE S. epidermidis, S. lugdunensis e espécies relacionadas de estafilococos coagulase-negativos podem infectar válvulas cardíacas protéticas e, menos comumente, nativas. Acredita-se que a infecção da válvula nativa resulte da inoculação de micro-organismos em uma válvula já danificada (p.ex., malformação congênita, dano resultante de doença cardíaca reumática). S. lugdunensis é a espécie de estafilococos mais associada à endocardite em válvula nativa; entretanto, essa doença é mais comumente causada por estreptococos. Por outro lado, os estafilococos são a principal causa de endocardite de válvulas artificiais. Os micro-organismos são introduzidos no momento da substituição das válvulas, e a infecção tem caracteristicamente um curso muito lento, em que os sinais clínicos e sintomas podem não ser percebidos por até 1 ano após o procedimento. INFECÇÕES DE CATÉTER E DERIVAÇÕES Mais de 50% de todas as infecções de cateteres e derivações (shunts) são causadas por estafilococos coagulase-negativos. Os estafilococos coagulase-negativos em particular apresentam capacidade destacada para causar essas infecções, porque são capazes de produzir uma camada mucoide de polissacarídeo que adere aos cateteres e derivações e protege o micro-organismo da ação de antibióticos e de células inflamatórias. Bacteremia persistente é quase sempre observada em pacientes com infecções de derivações e cateteres, porque os micro-organismos têm acesso contínuo à corrente sanguínea. A glomerulonefrite mediada por complexos imunes ocorre em pacientes com doença de longa duração. OBSERVAÇÕES O S. epidermidis é o principal colonizador da pele humana e tem importante relação com o biofilme O S. Saprophyticus, por sua vez, encontra-se na pele, no períneo e na região genital, e é um dos principais causadores de infecção no trato gastrintestinal e urinário. Quanto mais jovem o indivíduo, maior a prevalência deste no organismo ENZIMAS EXTRA-CELULARES DOS ESTAFILOCOCOS HIALURONIDASES São capazes de hidrolisar o ácido hialurônico, e, por meio disso, facilita a migração através da matriz extracelular LIPASES Todas as cepas de S. aureus e várias de S. coagulase-negativo a possuem e estas são capazes de hidrolisarem lipídios. NUCLEASE/DNASES São marcadores de S. aureus FIBRINOLISINA Todas as cepas de S. aureus a possuem Chamada de estafiloquinase, responsável por dissolver coágulos de fibrina PENICILINASES: BETA-LACTAMASE Resistência à Penicilina LEUCOCIDINAS Responsáveis pela destruição de leucócitos e macrófagos HEMOLISINAS Responsáveis pela destruição de hemácias
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