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Sandy Caroline – ENF/UEA Sandy Caroline – ENF/UEA Câncer de mama e de colo de útero O câncer de mama é a neoplasia maligna mais incidente na população feminina brasileira, excetuando-se os tumores de pele não melanoma • O câncer de mama, assim como outras neoplasias malignas, resulta de uma proliferação incontrolável de células anormais, que surgem em função de alterações genéticas, sejam elas hereditárias ou adquiridas por exposição a fatores ambientais ou fisiológicos Fatores de risco Não há uma causa única, mas sim diversos outros fatores que podem aumentar o risco para o câncer 1. Idade (mulheres a partir dos 50 anos) 2. Fatores endócrinos e história reprodutiva 3. Fatores comportamentais e ambientais (etilismo, sobrepeso, sedentarismo, exposição à radiação ionizante) 4. Fatores genéticos e hereditários Fator de risco endócrino: idade da primeira menstruação menor que 12 anos, menopausa após os 55 anos, primeira gravidez após os 30 anos, nuliparidade, uso de contraceptivos orais e terapia de reposição hormonal pós-menopausa • O tabagismo não é fator de risco para o câncer de mama Três pilares da detecção precoce: • Mulheres mobilizadas e informadas sobre o câncer de mama • Profissionais capacitados e atuantes no diagnóstico das lesões mamárias suspeitas de câncer e nas ações de rastreamento • Rede assistencial preparada para diagnosticar e tratar as lesões identificadas em prazo adequado Quem rastrear? Mulheres com manifestações clínicas suspeitas: diagnóstico precoce Mulheres assintomáticas: rastreamento • Mamografia de rastreamento é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos a cada dois anos O diagnóstico para o câncer de mama é baseado no exame clínico, no exame de imagem e na análise histopatológica Tipos de câncer de mama Carcinoma in situ: lobular ou ductal • Neoplasias lobulares são lesões não invasivas, localizadas ou extensas, que comprometem a unidade lobular e podem disseminar-se para os ductos Sandy Caroline – ENF/UEA Sandy Caroline – ENF/UEA • Carcinoma ductal in situ é uma proliferação epitelial neoplasia intraductal que respeita a barreira da membrana basal Tumores invasivos • O carcinoma invasivo da mamãe ultrapassa a membrana basal da unidade ductotubular terminal. Invade o estroma e tem potencial para produzir metástases Fatores de risco para câncer de mama • Idade, fatores genéticos e endócrinos • Menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos) • Menopausa tardia (após os 50 anos de idade) • Nuliparidade • Primeiro gravidez após os 30 anos • Obesidade • Hiperplasias ductais, em especial as com atipias • Câncer prévio em uma das mamas • História familiar de câncer de mama • Raça caucasiana • Associação do uso de contraceptivos orais • Terapia de reposição hormonal (principalmente se prolongada por mais de cinco anos) • Álcool Com finalidades de rastreamento, é recomendado, além do autoexame, o exame clínico anual e a mamografia anual a partir dos 40 anos de idade • O ministério da saúde relata redução do risco de câncer de mama com a amamentação e maior número de filhos Manifestações clínicas • Saída de secreção pelo mamilo (unilateral e espontânea) • Coloração avermelhada da pele da mama • Edema cutâneo semelhante a casca de laranja • Retração cutânea • Dor ou inversão no mamilo • Descamação ou ulceração do mamilo • Linfonodos palpáveis na axila Métodos diagnósticos São três: exame clínico das mamas, mamografia e autoexame das mamas • Exame clínico anual (inspeção estática, dinâmica e palpação) em mulheres de 40 a 49 anos • Exame clínico das mamas anualmente e mamografia a cada 2 anos em mulheres de 50 a 69 anos Sandy Caroline – ENF/UEA Sandy Caroline – ENF/UEA • Exame clínico das mamas e mamografia anualmente em mulheres maiores de 35 anos pertencentes a grupos populacionais com risco elevado Exame clínico das mamas 1. Inspeção estática e dinâmica 2. Palpação das axilas e regiões supraclaviculares 3. Palpação do tecido mamário Inspeção estática: observar a forma, o volume, a simetria, protuberâncias, depressões, alterações na cor da pele e presença de rede venosa Inspeção dinâmica: observar desvios do contorno e da assimetria Palpação: identificar presença de protuberâncias superficiais e nódulos • Os sintomas do câncer de mama são variados e podem incluir nódulo palpável endurecido no seio, nódulo palpável na axila, alterações na pele da mamãe (pele em ‘’casca de laranja’’) e saída de secreção pelo mamilo Sinais de alerta do câncer de mama São considerados sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama e de referência urgente para a confirmação diagnóstica: • Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos • Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual • Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas de qualquer idade • Descarga papilar sanguinolenta unilateral • Lesão eczematosa da pele que não responde a tratamentos tópicos • Homens com mais de 50 anos com tumoração palpável unilateral • Presença de linfadenopatia axilar • Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja • Retração na pele da mama • Mudança no formato do mamilo São considerados achados alterados do exame clínico das mamas • Nódulo mamário de consistências endurecida e fixo, independentemente da idade • Nódulo mamário persistente por mais de um ciclo menstrual em mulheres com mais de 30 anos ou presente depois da menopausa • Nódulo mamário em mulheres com história previa de câncer de mama • Nódulo mamário em mulheres com alto risco para câncer de mama • Alteração unilateral na pele da mama, como eczema, edema cutâneo semelhante a casca de laranja retração cutânea Sandy Caroline – ENF/UEA Sandy Caroline – ENF/UEA Mamografia A mamografia permite a detecção precoce do câncer e deve ser solicitado para as mulheres com idade entre 50 e 69 anos, com o intervalo máximo de dois anos entre os exames • É indicado o exame clínico das mamas e a mamografia anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres pertencentes aos grupos com risco elevado Tratamento O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra (estadiamento) e do tipo do tumor. Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo) Tratamento local: cirurgia e radioterapia (além da reconstrução mamária) Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica Tratamento – Estadiamento I e II Cirurgia com retirada apenas do tumor ou mastectomia, com retirada da mama e reconstrução mamária • O tratamento com radioterapia pode ser indicado em algumas situações Tratamento – Estadiamento III São os pacientes com tumores maiores, mas ainda localizados • O tratamento sistêmico, com quimioterapia, é a modalidade terapêutica inicial • Após resposta adequada, segue-se com o tratamento local (cirurgia e radioterapia) Tratamento – Estadiamento IV A modalidade principal nesse estádio é a sistêmica, sendo o tratamento local reservado para indicações restritas Câncer de colo do útero É caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão • Segundo o INCA o câncer do colo do útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina • O rastreamento é feito por meio da realização do citopatológico para identificar o câncer precocemente, antes de presença de sintomas e imunizar os adolescentes contra o HPV que é o principal fator de risco para o aparecimento desses tumores Sandy Caroline – ENF/UEA Sandy Caroline – ENF/UEA Inicialmente pode ser assintomático; apresentar sangramento intermitente ou após a relaçãosexual; secreção anormal; dor abdominal associada com queixas urinárias e queixas intestinais nos casos mais avançados Tipos de câncer de colo do útero Carcinoma epidermóide: epitélio escamoso (80% dos casos) Adenocarcinoma: epitélio glandular (20% dos casos) Anatomia do útero Parte interna: endocérvice – apresenta o epitélio colunar simples No meio: JEC – dependendo da situação hormonal da mulher, a JEC pode estar tanto na ecto como na endocérvice Parte externa: ectocérvice – apresenta o epitélio escamoso e estratificado • Na infância e no período pós-menopausa, a JEC situa-se dentro do canal cervical (endocérvice) • No período da menacme, fase reprodutiva da mulher, geralmente a JEC situa-se no nível do orifício externo ou para fora desse – ectopia ou eversão (ectocérvice) Na junção escamocolunar (JEC) que ocorre 90% dos canceres de colo do útero Fatores de risco para câncer de colo do útero • HPV (é o principal) • Início de atividade sexual precoce • Sexo desprotegido • Menarca precoce • Menopausa tardia • Tabagismo • Vários parceiros sexuais • Uso prolongado de contraceptivos orais • Imunossupressão • Baixa ingestão de vitamina A e C Manifestações clínicas • Sangramento vaginal espontâneo, após o coito ou esforço • Leucorreia (secreção) • Dor pélvica • Associados com queixa urinárias ou intestinais nos casos mais graves Avaliação do exame especular Sangramento, tumoração visível, ulceração e necrose no colo do útero Toque vaginal Sandy Caroline – ENF/UEA Sandy Caroline – ENF/UEA Podem ser detectados dois estágios: os de lesões percussores assintomáticas ou os de câncer invasor com sangramento vaginal, corrimento e dor Prevenção primária do câncer do colo do útero 1. Uso de preservativo para evitar contágio com o HPV 2. Vacina contra o HPV 3. Combate ao tabagismo Prevenção secundária câncer do colo do útero Diagnóstico precoce: sem sinais da doença Rastreamento: exame na população assintomática Citologia oncótica (Papanicolau) Citologia oncótica (Papanicolau) em mulheres de 25 a 64 anos sexualmente ativa • Realizar exame anualmente em mulheres de 25 (que já tiveram atividade sexual) a 64 anos (naquelas sem história prévia de lesões pré- neoplásicas) • Realizar exame trianual se os dois exames derem negativos • Se for maior que 64 anos, interromper a realização do exame se tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cincos anos • Mulheres com histórias de lesões pré-neoplásicas devem retornar ao rastreio trienal ao apresentarem dois exames de controle citológicos semestrais normais após tratamento das lesões precursores na unidade de referencia • Maior que 64 anos e que nunca fizeram o citopatológico devem realizar dois exames com intervalo de um a três anos, se ambos os exames forem negativos, elas podem ser dispensadas de exames adicionais A prevenção, ou exame de Papanicolau, é considerado um exame de rastreamento por excelência para ver o câncer de colo uterino, sendo simples, prático e barato, embora apresente uma taxa de 10% de falso negativo e sua especificidade seja maior que 90% Atenção: • Não é recomendado o uso de lubrificantes, espermicidas e medicamentos vaginais 48h antes da coleta • Não estar menstruada, deve-se esperar o 5º dia após o término • Não se submeter a exames intravaginais • Evitar relações sexuais nas 48h que antecedem o exame No caso de sangramento vaginal anormal, o exame ginecológico é mandatório e a coleta, se indicada, pode ser realizada Sandy Caroline – ENF/UEA Sandy Caroline – ENF/UEA Situações especiais de rastreamento citopatológico Sem história de atividade sexual, não há indicação para rastreamento do câncer de colo do útero • Em caso de gestante, não colhe material da endocérvice por risco em potencial e pelo motivo da JEC está na ectocérvice • Nos casos de climatério e pós-menopausa, devem ser rastreadas as mulheres de acordo com as orientações para as demais e se necessário, fazer estrogenização • Em caso de histerectomia subtotal, deve seguir rotina de rastreamento • Em caso de histerectomia total, não se faz mais rastreamento, pois a possibilidade de encontrar lesão é desprezível Alterações citopatológicos anormais: atipias de significado indeterminado, lesão intraepitelial de baixo grau, lesão intraepitelial de alto grau, carcinoma epidermóide invasor, adenorcacinoma in situ Alterações citopatológicas normais: inflamação sem identificação de agente, reparação, metaplasia escamosa imatura, atrofia com inflamação • Os achados comuns são cervicites e vaginites Nos casos de ressecamento vaginal ou colpite atrófica: estrogenização ESTRIOL CREME VAGINAL 0,1% APLICAR 1X A NOITE DURANTE TRÊS SEMANAS • O creme vaginal deve ser realizado, de preferência a noite, durante 21 dias com pausa de setes dias, ou ainda duas vezes por semanas • O creme deve ser suspenso 48h antes da coleta Células representativas dos epitélios do colo do útero: células escamosas; células glandulares; células metaplásica
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