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Estabilidade de medicamentos e cosméticos https://i1.wp.com/www.cristofoli.com/biosseguranca/wp-content/uploads/2018/05/De-Olho-na-Validade_blog-1.jpg?fit=770%2C515&ssl=1 Definição • “Estabilidade é a capacidade de um produto de manter suas características originais conforme as suas especificações de pureza, qualidade e potência. O estudo de estabilidade se realiza em uma fase prévia da comercialização de um produto novo, ou quando se efetuaram mudanças no processo de fabricação”. Portaria no 500/MS/SNVS, de 9 de outubro de 1997 2 • Tempo no qual o produto mantém, dentro de limites especificados e durante o período de estocagem e uso, as mesmas propriedades e características que possuía ao ser fabricado https://perfumese.com.br/wp-content/uploads/2019/01/prazo-de-validade-1024x536.png Por que estudar a estabilidade de medicamentos e cosméticos? 3 ESTABILIDADE Material de acondicionamento e embalagens Registro para comercialização dos produtos Estimativa do prazo de validade Monitoramento de todos os tipos de instabilidade Desenvolvimento e aperfeiçoamento de formulações Prazo de validade • Prazo de validade: V ou Exp ou • Data limite para a utilização de um produto farmacêutico definida pelo fabricante, com base nos seus respectivos testes de estabilidade, mantidas as condições de armazenamento e transporte 4 • Período de utilização ou PAO (period after opening) ou • Data limite para a utilização de um produto farmacêutico após sua abertura. Aplica-se para preparações reconstituídas ou embalagens de doses múltiplas. Na UE, é muito utilizado em cosméticos. BRASIL EUA BRASIL UE UE Tipos de Estabilidade Estabilidade Condição a ser cumprida pelo produto farmacêutico Física A formulação mantém as propriedades físicas originais, como aparência palatibilidade, uniformidade, dissolução e suspensibilidade Química Os P.A. mantém sua integridade química e potencia rotulada dentro dos limites especificados Microbiológica A formulação mantém a esterilidade (quando aplicável) ou a resistência ao crescimento microbiano e preserva a eficácia dos agentes conservantes (quando presentes) Terapêutica A formulação mantém seu efeito terapêutico inalterado Toxicológica A formulação não deve aumentar a toxicidade 5 Fatores que afetam a estabilidade EXTRINSECOS • Radiação (luz) • Temperatura • Transporte • Oxigênio atmosférico • Umidade do ar • Embalagem • Microrganismos INSTRÍNSECOS Físicos • Separação de fases • Precipitação • Cristalização Químicos • Oxidação • Hidrólise • Fotólise • Isomerização Determinação da estabilidade de produtos farmacêuticos Medicamentos Cosméticos 7 http://www.maceio.al.gov.br/wp-content/uploads/2018/07/jpg/2018/07/Medicamentos.jpg http://flaviagamonar.com/wp-content/uploads/2016/01/cosmetics41.jpg Estudos de estabilidade de medicamentos Histórico • Década de 1950 – Primeiras metodologias descritas para previsão de prazo de estabilidade. • Década de 1980 – Reconhecimento das diferentes zonas climáticas entre países produtores e importadores. – Vários países possuíam guias próprios e diferentes para determinação da estabilidade. 8 Estudos de estabilidade de medicamentos Histórico • Década de 1990 • ICH (International Conference on Harmonization) • Formado por Japão, EUA e EU. • Padronização internacional das normas técnicas de qualidade (Q1A a Q1F) • Classificação dos países em 4 zonas climáticas • BRASIL – Resolução RE no 1, de 29 de julho de 2005 Guia para a realização de estudos de estabilidade – Revoga edições anteriores: – Resolução RE no 398, de 12 de novembro de 2004. – Resolução RE no 560, de 02 de abril de 2002. – Resolução RE no 485, de 20 de março de 2002 9 Estudos de estabilidade de medicamentos Histórico • ICH (International Conference on Harmonization) 10 Zona Climática Definição Condição de armazenamento (1996) Condições de Armazenamento (2001) I Temperada 21 °C/ 45% UR 21 °C/ 45% UR II Mediterrânea 25 °C/ 60% UR 25 °C/ 60% UR III Quente e seco 30 °C/ 35% UR 30°C/ 35% UR IV Quente e úmido 30 °C/ 70% UR 30 °C/ 65% URBRASIL Tipos de teste 11 Medicamentos em suas embalagens primárias ESTUDO DE ACOMPANHAMENTO • Condição de longa duração; • Acompanha, revalida os testes periodicamente: - Um lote anual (produção > 15 lotes/ano); - Um lote bianual (produção ≤ 15 lotes/ano). ESTABILIDADE DE LONGA DURAÇÃO • Condições menos extremas de armazenamento • Estabelece prazo de validade definitivo ESTABILIDADE ACELERADA • Condições forçadas de armazenamento para acelerar possíveis instabilidades; • Estabelece prazo de validade provisório; Equipamentos 12 Condições experimentais dos testes Forma Farmacêuti ca Temperatur a de armazenam ento na bula (°C) Tipo de embalagem primária Teste de Estabilidade Acelerada Longa duração T (°C) UR (%) T (°C) UR (%) Sólido 15 a 30 Semi-permeável 40± 2 75± 5 30± 2 75± 5 Sólido 15 a 30 Impermeável 40± 2 - 30± 2 - Semi-sólido 15 a 30 Semi-permeável 40± 2 25 ou 75*± 5 30± 2 25 ou 75*± 5 Semi-sólido 15 a 30 Impermeável 40± 2 - 30± 2 - Líquidos 15 a 30 Semi-permeável 40± 2 25 ou 75*± 5 30± 2 25 ou 75*± 5 Líquidos 15 a 30 Impermeável 40± 2 - 30± 2 - Gases 15 a 30 Impermeável 40± 2 - 30± 2 - Todas 2 a 8 Semi-permeável 25± 2 60± 5 5± 3 - Todas 2 a 8 Impermeável 25± 2 - 5± 3 - Todas -20 Todas -20± 5 - -20± 5 - * Estudo pode ser realizado com 25 ou 75% de UR. Caso se opte por 75% o valor da perda de peso deverá ser multiplicado por 3,0 Avaliação das amostras 14 Análises Sólidos Soluções Suspensões Emulsões Aparência Teor do P.A. Quantificação produtos degradação Limites microbianos Dureza Dissolução pH Perda de peso (produto base água) Claridade Sedimentação após agitação Separação de fases Interpretação das análises das amostras • Em geral, mudança significativa no produto acabado é caracterizada por: • Perda maior que 5% do teor a partir do valor inicial, ou em percentual fora dos limites de aceitação para potência; • Formação de produto de degradação excedendo os limites de aceitação; • Alteração nos atributos físicos e testes funcionais, como: – Coloração (todas); – Dureza e dissolução (comprimidos); – pH (semi-sólidos e líquidos); – Ressuspendibilidade (suspensões); – Separação de fases (emulsões); • OBS.: Senso crítico – mudanças em atributos físicos (como amolecimento de supositórios ou derretimento de cremes) podem ser esperadas em condições aceleradas 15 Determinação da estabilidade de produtos farmacêuticos Medicamentos Cosméticos 16 http://www.maceio.al.gov.br/wp-content/uploads/2018/07/jpg/2018/07/Medicamentos.jpg http://flaviagamonar.com/wp-content/uploads/2016/01/cosmetics41.jpg Estudos de estabilidade de cosmético 17 Cosmético Reformulação Não Sim TESTE DE CENTRIFUGAÇÃO 1º Centrifuga 3000 rpm 3 minutos Amostra É estável ? ESTABILIDADE ACELERADA 3º TESTE DE PRATELEIRA 4º ESTABILIDADE PRELIMINAR 2º Estudos de estabilidade de cosmético 18 ESTABILIDADE ACELERADA 3º TESTE DE PRATELEIRA 4º ESTABILIDADE PRELIMINAR 2º Condições de estresse extremas para acelerar surgimento de sinais de instabilidade Condição de estresse menos extremas Condição normais de armazenamento Não estima a vida útil do produto Previsão da estabilidade do produto (prazo de validade) Comprovação do prazo de validade determinado anteriormente Orienta a escolha da melhor composição na fase inicial da formulação Validar mudanças na formulação, processo de fabricação, embalagem, novos equipamentos, etc.; Documentar e prolongar(se for o caso) o prazo de validade determinado anteriormente Compatibilidade da formulação com embalagem Estudos de estabilidade de cosmético 19 2/3 amostra 1/3 “head space” Vidro neutro, transparente, compatível com a formulação e com tampa de boa vedação PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS PROCEDIMENTO PARÂMETROS AVALIADOS AMOSTRA TESTE AMOSTRA CONTROLE Condições de estresseQuente/frio Exposição à radiação luminosa Condições brandas Temperatura ambiente Abrigo da luz ORGANOLÉPTICOS Aspecto Cor Odor Sabor (quando aplicável) FÍSICO-QUÍMICO pH Viscosidade Densidade Doseamento de ativos MICROBIOLÓGICOS Contagem microbiana Challenge test ou desafio do sistema conservante Estabilidade preliminar ou Teste de Triagem ou Teste de Curto Prazo • Condições de armazenagem – Considerar a zona climática onde os produtos serão produzidos e/ou comercializados e/ou transportados 20 AQUECIMENTO 15 dias 37 ± 2 °C 40 ± 2 °C 45 ± 2 °C 50 ± 2 °C RESFRIAMENTO 15 dias 5 ± 2 °C -5 ± 2 °C CICLOS ALTERNADOS 24 horas →24 horas 40 ± 2 °C →4 ± 2 °C →28 dias (14 ) 45 ± 2 °C →-5 ± 2 °C →12 dias (6 ) 50 ± 2 °C →-5 ± 2 °C →12 dias (6 ) Avaliação das amostras •T0, T24 e diárias até fim do ensaio; •Avaliação organoléptica e físico-química Estabilidade Acelerada ou Estabilidade normal ou Estabilidade Explóratoria • Condições de armazenagem – Considerar a zona climática onde os produtos serão produzidos e/ou comercializados e/ou transportados 21 AQUECIMENTO 90 dias 37 ± 2 °C 40 ± 2 °C 45 ± 2 °C 50 ± 2 °C RESFRIAMENTO 90 dias 5 ± 2 °C -5 ou -10± 2 °C EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO LUMINOSA Avaliação das amostras •T0, T24, T7, T15, T30, T60 e T90 (e mensais, se tempo estendido até 6 meses ou 1 ano) Avaliação organoléptica e físico-química e microbiológica Lâmpada de xenônio Vitrine Sol Equipamento para teste de fotoestabilidade 22 Teste de Prateleira ou Estabilidade de Longa duração ou Shelf life (Vida de prateleira) • Condições de armazenagem – Temperatura ambiente, protegido da luz • Duração – Equivalente ao prazo de validade estimado no teste anterior (ou maior, se a intenção é ampliá-lo) • Avaliação das amostras – T0, T24, T7, T15, T30, T60 e T90 (e mensais, se tempo estendido até 6 meses ou 1 ano) – Avaliação organoléptica, físico-química e microbiológica. 23 Prazo de validade • O tempo compreendido entre a ESPECIFICAÇÃO DE LIBERAÇÃO (±5%) e a SHELF LIFE (±10%) determina o prazo de validade e varia para cada produto 24 Cinética • A determinação da estabilidade e do prazo de validade de medicamentos e cosméticos é baseada na velocidade de degradação dos P.A 25 CINÉTICA DE REAÇÃO
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