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Asma e DPOC: diferenças e diagnóstico

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ASMA E CRISE DE ASMA 
Asma e DPOC são duas doenças pulmonares com elevada 
prevalência na prática médica e se assemelham por meio 
de uma palavra comum entre elas, que reflete de forma 
simplificada a fisiopatologia de ambas as doenças, sendo a 
palavra OBSTRUÇÃO. Ambas essas doenças são descritas 
de certa maneira por um quadro de obstrução dessas vias 
aéreas. 
No entanto, o que então diferencia ambos os quadros: nos 
casos de Asma, pode-se dizer que a obstrução é de quase 
que totalmente reversível, enquanto nos quadros de DPOC 
essa obstrução é praticamente irreversível. Essa diferença 
é dada por meio de um exame denominado Espirometria. 
A Espirometria consiste em um exame que avalia a função 
pulmonar e capacidade pulmonar durante os movimentos 
respiratórios. É feita pedindo ao paciente para inspirar ao 
máximo que conseguir e posteriormente expirar com força 
total, assoprando o aparelho. Assim sendo, é determinado 
valores, em litros, da quantidade de ar eliminado durante 
todo o processo expiratório, denominado de Capacidade 
Vital Forçada (CVF) que é geralmente de 5 litros naqueles 
indivíduos normais. 
Durante a expiração, é medido também o valor, em litros, 
de ar expirado durante o primeiro segundo de movimento 
em que se tem maior quantidade de ar eliminada. Nesses 
casos, denominado de Volume Expiratório Forçado de 1º 
segundo ou VEF1. Em pessoas normais esses valores são 
de 4 litros, ou cerca de 80% de todo volume de ar expirado 
ao longo do movimento completo. Lembrando que todo o 
teste da Espirometria é feita sem uso de broncodilatadores 
ou medicações que melhorem a função pulmonar. 
 
As doenças pulmonares podem ser divididas em obstrutiva 
como é o caso de Asma e DPOC e em restritivas como caso 
das pneumonias intersticiais, sendo esse exame que vai ter 
um diagnóstico diferencial em ambos os casos. 
Quando se tem doenças obstrutivas, o paciente possui um 
grau de dificuldade muito grande para expulsar ar através 
da expiração, mesmo que a tornando um processo ativo ao 
invés de passivo como é geralmente (expiração forçada). 
Nesses casos, inspiração se encontra prejudicada também 
mas por ser um processo ativo, consegue superar barreira 
da obstrução. No caso da expiração, mesmo que forçada é 
a mais prejudicada pela obstrução, ocorrendo uma queda 
muito elevada no VEF1 principalmente. O paciente não ter 
a capacidade de expirar cerca de 80% do volume total que 
foi inspirado, aumentando o tempo expiratório a fim de se 
tentar compensar a expiração deficiente. 
É portanto comum de se encontrar o VEF1 muito reduzido 
assim como a capacidade vital forçada também, mas ainda 
assim, menos do que do o VEF. Nesses casos obstrutivos se 
tem uma relação VEF1/CVF <<<< 0,7. Assim como o VEF1 é 
muito reduzido, enquanto o CVF é reduzido menos. 
No caso das doenças restritivas como as pneumopatias do 
tipo intersticiais, a dificuldade se encontra justamente na 
entrada de ar, já que o pulmão é “DURO” e não consegue 
ter uma complacência para abrigar maiores quantidades 
de ar. Nesses casos, pouco ar entra, mas não tem nada que 
impeça que esse pouco ar saia, sendo portanto, diminuído 
o valor de CVF e também de VEF1 proporcionalmente de 
maneira iguais. Nesses casos, a espirometria se encontra 
normal quanto a relação CVF/VEF1 >>>> 0,7 apesar desses 
valores de CVF e VEF1 estarem diminuídos. 
ASMA 
A asma é uma doença obstrutiva de caráter reversível que 
é caracterizada especificamente por dois pontos especiais 
em sua definição: Inflamação Crônica + hiper-reatividade 
das vias aéreas. 
A inflamação crônica é caracterizada por uma inflamação 
de caráter persistente e por longos períodos que levam ao 
acometimento de vias aéreas. No entanto, assim como em 
qualquer inflamação crônica, existem picos de piora onde 
essa inflamação se acentua, explicando portanto casos em 
que se tem crises asmáticas ou exacerbação de asma que 
não é a mesma coisa que Asma propriamente dita. Logo, 
pode-se perceber clinicamente que é uma doença em que 
se tem acometimento do sistema respiratório de maneira 
crônica com picos de piora e crises. 
Já a hiper-reatividade é geralmente mediada por IgE onde 
se tem, principalmente por causas alérgicas como poeiras, 
mofos e umidade (além de pelo de animais, poluição), em 
que se provoca broncoespasmos que são movimentos de 
constrição dos brônquios e bronquíolos, além de produção 
de muco em pequenas quantidades. Ambas características 
são fundamentais para caracterizar quadros de asma com 
uma obstrução crônica pela diminuição da passagem de ar 
pelos brônquios e bronquíolos, assim como muco. 
Existem fenótipos de pacientes asmáticos que apesar ser 
muito discutidos na literatura relacionados as causas de se 
ter asma: 
1. Alérgicos >>>> 80% (reage ao corticoide inalatório) 
2. Não Alérgicos (não reage ao corticoide inalatório); 
3. Início Tardio (não reage ao corticoide inalatório); 
4. Obstrução Persistente (asma + DPOC); 
5. Obesidade; 
OBS: em pacientes asmáticas que estiverem grávidas, todo 
o tratamento para asma continua da mesma forma como 
se ela não estivesse grávida. Não existe piora ou melhora 
dos quadros clínicos de asma durante a gravidez. Sendo o 
bem-estar do feto proporcional ao bem-estar da mãe. 
QUADRO CLÍNICO DA ASMA 
O quadro clínico é caracterizado pela presença de dispnéia, 
tosse crônica que na grande maioria das vezes não possui 
produção excessiva de muco, desconforto torácico, além 
de sibilância e rinite alérgica, já que a grande causa de se 
ter quadros de asma é justamente presença de alérgenos 
que acometem a via respiratória. 
Os sibilos são sons ou ruídos respiratórios auscultados 
(ouvidos com auxílio do estetoscópio) ao exame físico ou 
relatados pelo paciente. Popularmente, são descritos como 
chiado no peito, piado, pieira ou miado de gato. Esse tipo 
de som aparece em quadros obstrutivos em que tem a 
dificuldade do ar de passar, passando pelas frestas que 
estão disponíveis como o barulho do vento. 
Assim como já dito, os sintomas são variáveis dependendo 
da inflamação crônica, intermitentes, aparecendo alguns 
dias e desaparecendo em outros. Geralmente pioram esse 
sintoma em períodos noturnos em que a pessoa encontra 
se mais parada ou em maior contato com os alérgenos que 
provocam a inflamação, assim como os gatilhos como já se 
foi comentado (mofo, umidade, poluição, pelos). É típico 
caso daquela criança que piora e tosse a noite toda quando 
vai dormir na casa da vovó. 
 
DIAGNÓSTICO DA ASMA 
O diagnóstico é feito por meio da Espirometria. Como já se 
sabe, a asma é um quadro clinico obstrutivo mas reversível 
em que se tem melhora nos valores de Espirometria, assim 
como principalmente de VEF1 que era o mais prejudicado 
no caso das doenças obstrutivas. Essa melhora se dá após 
o uso de broncodilatadores de rápida ação via inalatória. 
Em termos de valores, um aumento de 12% do VEF1 indica 
uma reversão do quadro de asma, assim como aumento de 
200 ml no VEF1 ao fim do processo expiratório. Nesse caso 
a relação VEF1/CVF também aumenta e torna-se >>> 0,7 e 
em crianças, não é necessário se ter aumento absoluto dos 
valores de VEF1 maiores do que 200 ml, apenas os 12% já 
bastam. 
Existem casos raros em que se tem espirometria normal 
em pacientes asmáticos, como por exemplo, fez o exame 
em um paciente que estava em um dia bom da asma com 
o processo inflamatório mais atenuado. Nesse caso, pode 
realizar uma indução do broncoespasmo com utilização de 
medicamentos, como a Metacolina a fim de confirmar um 
diagnóstico já suspeito pela análise clínica. 
 
TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO DA ASMA 
As medidas não medicamentosas incluem: aderência logo 
ao tratamento com educação, ensinamento na forma de 
utilizar a medicação, disponibilidade da medicação. Além 
de cessas tabagismo, tanto do portador de asma como de 
pessoas que convivem no mesmoambiente, vacina em dia 
principalmente da Influenza é fundamental já que pode se 
ter um gatilho, assim como evitar mofo e umidade que são 
fatores gatilhos para aumento da inflamação. 
O tratamento de manutenção medicamentoso para aquele 
paciente maior do que 12 anos é realizado de maneira bem 
escalonada, conforme a necessidade desse paciente e suas 
respectivas manifestações clínicas: independentemente se 
qual for a gravidade do quadro é utilizado corticoide como 
a Budesonida e o β2 agonista de longa duração como caso 
do Formoterol. 
P1 e P2: 
- Budesonida 200 – 400 ug/dia + Formoterol; 
- Utilizado quando necessário como alívio ou SOS apenas; 
P3: 
- Budesonida 200-400 ug/dia + Formoterol; 
- Uso Regular; 
P4: 
- Budesonida 400-800 ug/dia + Formoterol; 
- Uso Regular; 
P5: 
- Budesonida > 800 ug/dia + Formoterol; 
- Uso Regular; 
- Tiotrópio; 
- Especialista + anti-IgE/L4/L5; 
Em pacientes de 6 a 11 anos o tratamento segue os mesmo 
padrão dos pacientes maiores de 12 anos, no entanto, em 
alguns casos, muda-se a dose e utilização dos fármacos, no 
entanto, o escalonamento permanece em 05 passos: 
P1: 
- β2 de curta + corticoide inalatório em doses baixas; 
- uso quando se tem crises ou SOS para alívio; 
P2: 
- Budesonida 100-200 ug/dia; 
P3: 
- Budesonida 200-400 ug/dia (dose média); 
- Ou Budesonida 100-200 ug/dia + β2 agonista de longa; 
P4: 
- Budesonida 200-400 ug/dia (dose média); 
- β2 agonista de longa; 
- Especialista; 
 
P5: 
- Budesonida > 800 ug/dia; 
- β2 agonista de longa; 
- Especialista; 
- Anti-IgE; 
Em pacientes de 0 a 6 anos de idade, o tratamento é um 
pouco mais complexo, principalmente por conta da idade 
e dificuldade em se fazer o diagnóstico: 
ALÍVIO: 
- β2 agonista de curta; 
- uso conforme alívio ou SOS; 
P2: 
- Budesonida (CI) em dose baixa NBZ 500 ug/dia; 
- máscara facial ou espaçador; 
P3: 
- Budesonida com dose baixa dobrada; 
- máscara facial ou espaçador; 
P4: 
- Especialista; 
CLASSIFICAÇÃO DE CONTROLE (ABCD) 
A – Atividades Limitadas ???? 
B – Broncodilator de Alívio > 2x na semana ??? (1X < 5) 
C – Calada da noite ???? 
D – Diurnos Sintomas > 2x na semana ???? (1X << 5) 
Em pacientes que todas as respostas forem negativas, esse 
quadro de asma está controlado, sem necessidade alterar 
o tratamento ou progredir o passo, assim como as pessoas 
com asma controlada por mais de 3 meses tenta-se voltar 
o passo. 
Em pacientes que possuírem duas respostas positivas essa 
asma está parcialmente controlada e em casos de mais de 
duas respostas positivas ou crises que levam a internação 
o passo deve ser apertado para o próximo, alternado todo 
o escalonamento do tratamento. 
É importante que antes de apertar o passo da paciente no 
tratamento de asma descompensada ou descontrolada se 
fazer uma investigação completa sobre adesão desse tipo 
de tratamento, maneira de usar a bombinha, como está e 
sendo usada, se afastou dos gatilhos causadores. É devido 
a esse motivo ser fundamental a educação do paciente em 
questão, antes de iniciar o tratamento medicamentoso. 
TRATAMENTO DE CRISE ASMÁTICA 
LEVE A MODERADA: paciente fala frases completas, além 
de não usar musculatura acessória. Apresenta saturação 
maior que 90%, PFE > 50%, FC < 120 bpm e FR < 30 rpm. 
- β2 agonista de curta ação 20/20 minutos por 1 hora; 
- Prednisona VO: 1 mg/kg adultos (50) / 1-2 mg/ kg crianças 
com dose máxima de 40 mg; 
- O2 complementar: se saturação alvo não estiver sendo a 
ideal esperada – adultos 93%-95% e crianças 94%-98%; 
GRAVE: paciente fala em poucas palavras, com uma falta 
de ar maior, ansiedade pela dificuldade de respirar. Além 
de saturação < 90, FC > 120 bpm, FR > 30 rpm e PFE < 50% 
nesses pacientes. 
- β2 agonista de curta ação 20/20 minutos por 1 hora; 
- Prednisona VO: 1 mg/kg adultos (50) / 1-2 mg/ kg crianças 
com dose máxima de 40 mg. Pode considerar IV; 
- O2 complementar: se saturação alvo não estiver sendo a 
ideal esperada – adultos 93%-95% e crianças 94%-98%; 
+ Brometo de Ipratróprio e Sulfato de Magnésio; 
MUITO GRAVE: paciente começa a ficar sonolento, com o 
rebaixamento do nível de consciência, acidose respiratória 
e tórax silencioso (não passa nem ar, some sibilos). Todos 
esses sinais são sinais de gravidade. 
- β2 agonista de curta ação 20/20 minutos por 1 hora; 
- Prednisona VO: 1 mg/kg adultos (50) / 1-2 mg/ kg crianças 
com dose máxima de 40 mg. Pode considerar IV; 
- O2 complementar: se saturação alvo não estiver sendo a 
ideal esperada – adultos 93%-95% e crianças 94%-98%; 
+ Brometo de Ipratróprio e Sulfato de Magnésio; 
+ Considerar IOT se necessário; 
+ Encaminhar para CTI ou UTI para acompanhamento; 
E APÓS A ALTA... 
Ao dar alta para o paciente, deve-se obrigatoriamente ter 
um acompanhamento e tratamento de manutenção já que 
se ela precisou internar por uma crise de asma, logico que 
a asma não estava controlada. Nesse momento aperta os 
passos, caso esteja realizando o tratamento, ou inicia-se o 
tratamento de manutenção. 
Deve-se orientar quanto a medidas ambientais, aderência 
e técnica de utilização do tratamento, além de prescrever 
de 5 a 7 dias uso de corticoides, em crianças geralmente 
de 3 a 5 dias. Assim como retornar após cerca de 1 semana 
ou se os sintomas voltarem a piorar.

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