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Cidadania e humanidade Relações étnicos-raciais

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UCCG3: Conhecimentos gerais 3 
Cidadania e humanidade: 
Relações étnicos-raciais: 
Etnia: é o termo que utilizamos para nos 
referirmos às características culturais de língua, 
religião, costume, tradições, sentimentos de 
“lugar” que são partilhados por um povo. O termo 
é derivado do grego ethnikos, adjetivo de ethos, e 
se refere a povo, nação. O conceito de etnia 
baseado no pensamento de Cashmore, diz respeito 
a um grupo que possui algum grau de coerência, 
solidariedade, origens e interesses comuns. Um 
grupo étnico é mais do que um ajuntamento de 
pessoas, às pessoas deve ser agregado seu 
pertencimento histórico e cultural, o uso do termo 
etnia ganhou força para se referir aos ditos povos 
diferentes: judeus, índios, negros, entre outros. A 
intenção era enfatizar que os grupos humanos não 
eram marcados por características biológicas 
herdadas dos seus pais, mães e ancestrais, mas 
sim, por processos históricos e culturais. 
Raça: O termo raça tem sua origem datada do 
século XVII. Com o passar do tempo, mais 
especificamente a partir do século XIX, passou a 
ser utilizado no sentido de justificar as diferenças 
fenotípicas entre seres humanos e marcar relações 
de dominação político-cultural de um grupo sobre 
outro. Nos meados do século XIX, quando Joseph 
Arthur Gobineau, reconhecido como “pai do 
racismo moderno”, propôs a existência de três 
raças: brancos, negros e amarelo, ele entendeu 
que a raça branca possuía inteligência, moralidade e 
força de vontade superiores; os negros seriam os 
menos capazes, marcados por uma natureza animal, 
falta de moralidade e instabilidade emocional; os 
amarelos permaneciam numa situação intermediária. 
Essa perspectiva teria influenciado, no século 
seguinte, Adolf Hitler e o partido nazista na 
Alemanha, a Ku-Klux-Klan nos Estados Unidos e os 
arquitetos do apartheid na África do Sul. Após a 
Segunda Guerra Mundial, essa “ciência racial” foi 
totalmente desacreditada. Portanto, em termos 
biológicos, não existem “raças” com contornos 
definidos, apenas variações físicas nos seres 
humanos. A diversidade genética encontrada nos 
grupos humanos é tão grande quanto a diversidade 
entre eles. Em virtude desse fato, a comunidade 
científica abandonou o conceito de raça. Para 
muitos, raça não passa de um constructo ideológico 
discriminatório. As distinções raciais representam 
mais do que formas de descrever as diferenças 
humanas; são também fatores importantes na 
representação de padrões de poder e de 
desigualdade dentro da sociedade. Enquanto a ideia 
de raça implica a noção de algo definitivo e 
biológico, o conceito de etnicidade, segundo Giddens 
(2005), tem um significado puramente social, 
refere-se às práticas e às visões culturais de 
determinada comunidade de pessoas que se 
distinguem de outras. Enquanto a ideia de raça 
implica a noção de algo definitivo e biológico, o 
conceito de etnicidade, segundo Giddens, tem um 
significado puramente social, refere-se às práticas e 
às visões culturais de determinada comunidade de 
pessoas que se distinguem de outras. Os sociólogos 
evitam o uso do termo “raça”, preferem 
“etnicidade” por se tratar de um conceito de 
significado eminentemente social. É um atributo 
que todos os membros de uma população possuem, 
e não apenas determinados segmentos dessa; 
mesmo que na prática etnicidade possa estar com 
maior frequência associada a grupos minoritários 
dentro de uma população. 
Grupos minoritários: Os membros de um 
grupo minoritário estão em desvantagem se 
comparados com a população majoritária e possuem 
um senso de solidariedade de grupo. A experiência 
de ser objeto de preconceito e discriminação 
normalmente reforça os sentimentos de lealdade e 
de interesses em comum. Estudiosos, como 
Giddens, preferem utilizar “minoria” para se 
referirem a grupos que tenham sofrido 
preconceitos sociais. Minoria pode significar apenas 
uma situação de desamparo ou discriminação. Como 
é o caso das mulheres, que não são, 
numericamente, minoria, mas são tratadas como 
minoria por serem desfavorecidas. A distinção 
entre os termos preconceito, discriminação e 
racismo é fundamental para o entendimento das 
relações étnicos raciais e dos processos psicossociais, 
em que tais comportamentos se assentam. 
 Preconceito: tem a ver com um conceito 
anterior, um julgamento prévio que grupos 
majoritários ou dominantes encontram para 
manterem sua supremacia. Gomes afirma 
que o “preconceito é um juízo de valor ou 
opinião que são formados antecipadamente, 
sem haver conhecimento dos fatos ou 
ponderação”. O preconceito tem uma 
dinâmica capaz de criar uma rede de 
relações entre as pessoas que, de maneira 
gradativa, ganha corpo e transforma-se em 
percepções de mundo. O maior problema é 
que essa dinâmica gera atitudes diante das 
variadas situações e pessoas, produzindo 
deformidades nas relações sociais, como: a 
homofobia, o racismo, a discriminação, o 
sexismo, dentre outros. 
 Racismo: é uma construção ideológica que 
afirma ser uma raça superior a outra. São 
vários os racismos. As primeiras 
manifestações racistas aconteceram no 
século XVI, dos colonizadores europeus 
contra as populações nativas das Américas e 
contra os negros africanos. Mas, foi no 
século XIX, a partir da expansão do 
capitalismo industrial, que o racismo se 
transformou numa política justificada 
ideologicamente e praticada pelos Estados 
Europeus. 
 Discriminação: significa “estabelecer 
diferenças”, “diferençar”, “discernir”, 
“distinguir”, a partir disso é possível 
verificar que há uma relação entre a 
prática do racismo e o ato dinâmico do 
preconceito. Enquanto o racismo e o 
preconceito encontram-se no âmbito das 
doutrinas e dos julgamentos, das concepções 
de mundo e das crenças, a discriminação é 
a adoção de práticas que os efetivam. 
Sexo, gênero e sexualidade 
 Sexo: anatomia (homem e mulher) 
 Gênero: construção social do sexo biológico. 
Como o individuo se identifica e se expressa 
perpassando seu corpo e seus desejos. 
 Sexualidade: relacionada ao amor heros, ou 
seja, de quem gosta 
Tipos de amor: 
 Ágape: incondicional. Ex: mãe 
 Heros: amor que envolve atração sexual 
 Estorgé: amor sanguíneo 
 Amor amigo: afinidade

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