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Uso clínico de anti-histamínicos no tratamento da rinoconjuntivite alérgica - Dr Álef Lamark Alves Bezerra

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Uso clínico de anti-histamínicos no tratamento da rinoconjuntivite alérgica 
 
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Dr. Álef Lamark 
Anti-histamínicos – da molécula ao uso clínico 
Uso clínico de anti-histamínicos no tratamento da rinoconjuntivite alérgica 
 
É estimado que há aproximadamente 500 milhões de doentes com rinite 
alérgica. 
 
PATOGÊNESE DA RINITE ALÉRGICA 
Temos o epitélio nasal que pode sofrer agressões de poluentes, vírus, 
antígenos do ambiente. Além disso, pode ocorrer a passagem de alérgenos que serão 
processados pelas células apresentadoras de antígeno (células dendríticas) no 
linfonodo regional onde vão ser apresentadas aos linfócitos T, fazendo driving para a 
população das células Th2, onde irão secretar IL-4 e IL-13 que irá promover o swith 
do linfócito B para a produção de IgE. Desenvolveremos um pool de memória 
circulante de células Th2 e B produtoras de IgE específica para aquele alérgeno que 
no caso da rinite alérgica são os aeroalérgenos (ácaros, fungos, epitélio de animais). 
A partir dessa produção de IgE, ela irá se fixar na superfície de mastócitos e basófilos 
e no contato subsequente com o alérgeno ocorrerá a degranulação e serão liberados 
vários mediadores onde se destaca a histamina que é um mediador principal da fase 
aguda da rinite alérgica que atuará em nervos sensórios, endotélio vascular, células 
glandulares, células epiteliais e do sistema imune, levando aos sintomas agudos da 
rinite. Em paralelo a isso, temos a liberação de citocinas que irão participar do 
processo de inflamação tardia da rinite, como, por exemplo a IL-5 que irá causar a 
infiltração eosinofílica e esse processo se torna mais crônico. 
Também pode ocorrer a produção local de IgE a partir da liberação de IL-4 e 
IL-13, além disso, sabe-se que as células linfóides inatas, a partir de agressões do 
ambiente, do tabagismo, potencializam a produção de IL-13, IL-5 e ativam as células 
efetoras. Logo, uma rinite que não é tratada adequadamente, evolui com inflamação 
crônica que irá resultar nos sintomas clássicos que é o espirro, rinorreia, congestão, 
secreção pós nasal, hiperemia ocular, prurido ocular, na orofaringe, odinofagia, 
prurido otológico, otalgia (podendo levar a déficit auditivo devido a secreção), 
congestão podendo levar a cefaleia, respiração oral. 
A rinite pode ter consequências de médio e longo prazo. 
Tem impacto profundo na qualidade de vida, dormir mal piora o desempenho 
na escola, trabalho atividades de lazer e esporte. 
 
TRATAMENTO 
Tratamento da rinite alérgica: evitar exposição aos alérgenos, poluentes e 
irritantes; imunoterapia com alérgenos; tratamento farmacológico; educação do 
paciente e familiares e automanejo orientado. 
 Uso clínico de anti-histamínicos no tratamento da rinoconjuntivite alérgica 
 
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Dr. Álef Lamark 
 
ARIA = Rinite Alérgica e Impacto na Asma. 
 
 
 Uso clínico de anti-histamínicos no tratamento da rinoconjuntivite alérgica 
 
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Dr. Álef Lamark 
Existe uma proposta para uma nova classificação dos anti-H1: não sedantes 
(fexofenadina e bilastina), mais ou menos sedantes (epinastina, cetirizina e 
levocetirizina) e sedantes (difenidramina). 
 
 
 
O IV Consenso Brasileiro sobre Rinites (2017) fala: 
 Uso clínico de anti-histamínicos no tratamento da rinoconjuntivite alérgica 
 
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Dr. Álef Lamark 
Sintomas intermitentes leves: Anti-H1 oral (sistêmico) ou Anti-H1 nasal (se 
apenas sintomas nasais) ou Antileucotrieno (se não houver história de suicídio, 
depressão...). 
Sintomas intermitentes moderado~graves: atrapalha a vida: Corticosteroide 
nasal ou Anti-H1 oral (sistêmico) ou Anti-H1 nasal (se apenas sintomas nasais) ou 
Antileucotrieno ou Corticosteroide nasal + Anti-H1 nasal. Considerar imunoterapia 
específica. 
Sintomas persistentes (>4 dias/semana) leves: Corticosteroide nasal (se mais 
congestão, menos espirro, dificuldade de dormir a noite e respiração oral) ou Anti-H1 
oral (sistêmico) ou Anti-H1 nasal (se mais espirrador, mais prurido e menos congestão 
nasal) ou Antileucotrieno (Ise não houver história de suicídio, depressão...) ou 
Corticosteroide nasal + Anti-H1 nasal. Considerar imunoterapia específica. 
Sintomas persistentes moderado~graves: Corticosteroide nasal ou 
Corticosteroide nasal + Anti-H1 nasal ou Anti-H1 oral ou Anti-H1 nasal ou 
Antileucotrieno. Considerar imunoterapia específica. 
Rever o paciente após 2~4 semanas, se houver falha aí revê o diagnóstico, 
adesão, investiga infecção e outras causas e potencializa o tratamento. Se a falha 
persiste, encaminhar paciente ao especialista. Quando melhora, mantêm o tratamento 
por 1 mês. 
Instrumentos de avaliação do controle: RCAT, RCSS, ARCT, CARAT (rinite e 
asma), CARATKids, EVA. 
EVA > 5 significa necessidade maior de tratamento. 
Imunoterapia específica está indicada para os pacientes que não melhoram ou 
são dependentes da farmacologia. 
 
FATORES DA RINITE ALÉRGICA NÃO CONTROLADA 
Fatores relacionados ao pacientes: uso incorreto, má adesão. 
Fatores relacionados à doença: exógenos, endógenos e genéticos. 
Fatores relacionados ao diagnóstico: incorreto, outra doença concomitante. 
Fatores relacionados ao tratamento: inadequado, não orientado pelos 
sintomas. 
 
 
REFERÊNCIAS 
Resumo da aula “Uso clínico de anti-histamínicos no tratamento da rinoconjuntivite 
alérgica” do curso “ANTI-HISTAMÍNICOS - DA MOLÉCULA AO USO CLÍNICO!!!” da 
Universidade ASBAI.

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