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Teste de alergia a medicamento - Dr Álef Lamark Alves Bezerra

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1 Teste de alergia a medicamento 
Dr. Álef Lamark 
TESTE DE ALERGIA A MEDICAMENTO 
 
Diagnóstico: história clínica e testes in vivo (cutâneos ou de provocação). 
Testes in vitro tem baixa sensibilidade, dessa forma, o diagnóstico envolve quase que 
exclusivamente história clínica e testes in vivo. 
Angioedema é mais frequentemente causado por AINEs, IECA e ATBs. 
Síndrome de Stevens-Johnson é mais frequente com anticonvulsivantes e 
sulfanamidas. 
Questionário para RHM. 
Durante o estado agudo pode-se solicitar enzimas hepáticas e renais, além de 
pesquisar eosinofilia. 
É vista uma economia financeira ao realizar esses testes, uma vez que uma falsa 
alergia pode levar a custos desnecessários e elevados com medicações alternativas 
e uma reação alérgica grave pode causar custos com medicações onerosas e 
internação. 
 
 
TESTES IN VIVO 
 
Testes cutâneos: prick test, teste intradérmico e patch test. 
Precauções antes de realizar o prick test: anti-histamínicos devem ser suspensos por 
mais de 96 horas antes do procedimento. Retirar pelos da área em que será realizado 
o teste e não usar hidratante ou produto oleoso no local da aplicação. 
Precauções antes de realizar o patch test: sem corticosteroides e imunossupressores 
sistêmicos por 30 dias antes do teste. 
 
PRICK TEST: o líquido atravessa apenas a camada córnea. Os medicamentos são 
usados, em geral, na apresentação parenteral, alguns em sua dose padrão e outros 
diluídos em solução salina para alcançar uma concentração não irritativa para a pele. 
Após a punctura, aguarda-se 15~20 minutos para a leitura e é medida a pápula 
formada em mm. Como controle, pode-se usar solução salina (controle negativo) e 
histamina (controle positivo). 
O local da aplicação do teste deve ser limpo com solução de Hoffmann (éter e álcool 
etílico) e em seguida, suavemente secas com gaze. NÃO usar álcool puro, pois, ele 
irrita a pele. 
 
 
2 Teste de alergia a medicamento 
Dr. Álef Lamark 
Sentar-se ereto com o membro superior apoiado sobre superfície plana com 
braçadeira de punção venosa, de modo a manter a manter o antebraço com inclinação 
de 0º. Diagnostica alergia a drogas resultantes de reação de hipersensibilidade do tipo 
I. Positivo quando forma pápula ou urtica com diâmetro de, pelo menos, 3 mm acima 
da pápula induzida pelo controle negativo. 
 
TESTE INTRADÉRMICO: são utilizados obrigatoriamente substâncias líquidas 
estéreis que são injetadas na pele em volumes de 0,03 a 0,05mL de modo a formar 
uma pápula inicial descrita como “em casca de laranja” e cuja circunferência deverá 
ser prontamente demarcada com caneta. É recomendável a realização de controle 
negativo com aplicação de solução salina para descartar a presença de 
dermografismo. Os medicamentos só deverão ser usados em sua apresentação 
parenteral e, quando indicado, devem ser diluídos em solução salina de modo a 
chegar a concentrações não irritativas para a pele. Investiga reações do tipo I, III e IV. 
I (anafilaxia, urticária imediata, angioedema): leitura em 20 minutos, quando a pápula 
de diâmetro dobra em reação a inicial, o teste é positivo. 
III (vasculites, doença do soro etc): leitura em 6~8h após a aplicação, e é medida a 
enduração em mm (Reação de Arthus). 
IV (exantemas, dermatites, farmacodermias graves, como Stevens-Johnson e 
DRESS): a leitura ocorre de 48 a 72h após a aplicação, na qual se mede o nódulo, em 
mm. 
Nem toda droga deve ser testada por meio intradérmico, apenas aquelas com 
segurança e diluição bem conhecida. 
O ambiente deve ser equipado para tratar reação de anafilaxia, uma vez que há o 
risco. 
 
TESTE DE CONTATO: geralmente feito na região dorsal (escapular e infraescapular) 
pela possibilidade de fazer ao mesmo tempo um grande número de substâncias. A 
área não deve ter pelos, nem deve ser usado hidratante ou produto oleoso no local do 
teste. 
Apresentação pastosa dos medicamentos, como comprimidos diluídos em vaselina 
petrolada (petrolatum) em concentrações variáveis. Aplica-se 5mm de cada 
substância ou 1 gota se for líquido. 
A substância deve ser mantida no local por 48h (exceto se reação grave). 
Visita 1: colocar as substâncias. 
Visita 2 (após 48h): remover substâncias e examinar área (primeira leitura), marcar 
locais das substâncias. 
Visita 3 (96h após a Visita 1): leitura final e laudo. 
Legenda: 
 
 
3 Teste de alergia a medicamento 
Dr. Álef Lamark 
-: Negativo. 
+- ou ?: duvidoso: eritema leve mal definido, sem edema. 
+: positivo fraco: eritema + edema, infiltração e raras vesículas. 
++: positivo forte: eritema, infiltração, pápulas, vesículas isoladas. 
+++: positivo muito forte: eritema, infiltração, pápulas, vesículas agrupadas ou bolhas. 
O teste é positivo quando o resultado é igual ou maior na Visita 3 que na Visita 2, caso 
seja menor, o teste é negativo, considerado irritação primária. 
Reação tipo: IV e II. 
 
O teste de provocação (padrão-ouro) não deve ser realizado em pacientes com teste 
cutâneo positivo devido ao risco maior de reações graves. 
 
TESTE DE PROVOCAÇÃO: confirma ou exclui alergia. 
Indicações: 
1) Excluir hipersensibilidade com história clínica não sugestiva (confirmar 
tolerância). 
2) Excluir hipersensibilidade em pacientes com história prévia compatível, mas 
por droga não quimicamente ou farmacologicamente relacionada a ser usada 
(confirmar tolerância). 
3) Excluir reatividade ou intolerância cruzada em pacientes com 
hipersensibilidade prévia a droga relacionada a ser testada (confirmar 
tolerância). 
4) Confirmar hipersensibilidade em pacientes com história compatível, testes in 
vitro e in vivo negativos ou não disponíveis e ausência de alternativa 
terapêutica (confirmar ou excluir hipersensibilidade). 
Recomendações: aguardar ao menos 1 mês entre a ocorrência da reação e o teste 
de provocação, assinar TCLE. 
 
Evitar medicamento que será testado durante as semanas anteriores ao teste. 
Suspender antialérgico por 7 dias. 
É permitido estar com acompanhante de maior de idade. 
Não deve estar em jejum. 
Estar em boas condições de saúde (o exame deve ser remarcado se o paciente 
apresentar febre, dor, vômitos, diarreia, tosse, falta de ar, manchas na pele no dia 
marcado). 
 
 
 
4 Teste de alergia a medicamento 
Dr. Álef Lamark 
VO geralmente é a via mais segura. 
Testar pela via na qual a droga desencadeou a reação índice ou que substitua seu 
uso no futuro. 
Não pode estar usando: anti-histamínico, corticosteroides, antileucotrienos, 
antidepressivo tricíclicos etc. Esses medicamentos, a depender de qual, aumenta a 
chance de falso positivo ou negativo. 
Paciente deve estar compensado. 
Tem várias formas de fazer o exame, com e sem placebo. 
Contraindicações: 
1) Reação grave ou não controlável 
a. S. de Steven-Johnson (SSJ), Necrólise Epidérmica Tóxica (NET), 
reação a droga com eosinofilia e sintomas sistêmicos (DRESS), 
pustulose exantemática generalizada aguda (AGEP), vasculites. 
b. Reações incluindo órgãos internos ou alterações hematológicas. 
c. Em anafilaxia, realizar apenas se compensar no risco x benefício. 
2) Não indicado se 
a. Medicamento suspeito provavelmente não será necessário novamente 
e há alternativas não relacionadas eficazes 
b. Doença concomitante não controlada ou gestação vigente (pode ser 
testado se medicamento for necessário) 
3) Realizar sob estrita condição de segurança: 
a. Verificar se equipe está pronta 
b. Verificar se material de emergência está disponível 
Antes de cada etapa se deve questionar o paciente sobre sinais e sintomas e fazer 
exame físico direcionado, aferir SSVV, PFE e oximetria. 
Etapa 1: placebo. 
Etapa 2: 10%. Etapa 3: 20%. Etapa 4: 30%. Etapa 5: 40%. 
Total: 100%. 
Intervalo: 20~30 minutos e observação mínima de 60 minutos no final. 
Essa é a forma mais segura. 
 
Forma mais rápida se não houver anafilaxia, pode fazer de maneira mais rápida: 
Etapa 1: placebo. 
Etapa 2: 10%.Etapa 3: 90%. 
Total: 100%. 
Se houver anafilaxia e quiser fazer mais rápido: Etapa 1: placebo. Etapa 2: 1%. Etapa 
3: 9%. Etapa 4: 90%. 
 
 
5 Teste de alergia a medicamento 
Dr. Álef Lamark 
 
Para pesquisar no teste de provocação reação não imediata, deve-se fazer conforme 
protocolo de reação imediata, mas de forma diária, estendendo-se por 3~7 dias. 
 
REFERÊNCIAS 
AUN, Marcelo Vivolo et al. Testes in vivo nas reações de hipersensibilidade a 
medicamentos-Parte I: testes cutâneos. Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia, 
v. 2, n. 4, p. 390-398, 2018. 
AUN, Marcelo Vivolo et al. Testes in vivo nas reações de hipersensibilidade a 
medicamentos-Parte II: testes de provocação. Arquivos de Asma, Alergia e 
Imunologia, v. 3, n. 1, p. 7-12, 2019. 
BIRNBAUM, M. Blanca et al. Hipersensibilidade a fármacos: Questionário. Rev. Port. 
Imunoalergol. v. 8. n. 4. 2001.

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