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1 Perspectivas futuras de anti-histamínicos e uso na mastocitose, na anafilaxia, na prevenção de reações alérgicas e na imunoterapia Dr. Álef Lamark ANTI-HISTAMÍNICOS – DA MOLÉCULA AO USO CLÍNICO PERSPECTIVAS FUTURAS DE ANTI-HISTAMÍNICOS E USO NA MASTOCITOSE, NA ANAFILAXIA, NA PREVENÇÃO DE REAÇÕES ALÉRGICAS E NA IMUNOTERAPIA Principais fontes de histamina: mastócitos e basófilos. Outras fontes: células gástricas e neurônios. H1R Locais: células endoteliais, musculatura lisa brônquica, neurônios e células imunes da pele e mucosa. Funções: regula proliferação celular e diferenciação celular, hematopoiese, cicatrização, importante papel como neutrotransmissor, imunorregulação e inflamação alérgica (aguda e crônica), aumenta a capacidade de apresentação antigênica, SNC: atividade anticonvulsivante, contribui na regulação sono/vigília, cognição, aprendizagem e memória. Mastócito: uma das principais células que secreta histamina; apresenta diversos receptores, logo, ela pode ser liberada por diversos estímulos. H2R, H3R e H4R H2: célula parietal gástrica e músculo liso, hepatócito, neutrófilo, eosinófilo, LT, LB. Funções: aumento da secreção de ácido gástrico, aumento da permeabilidade vascular, hipotensão, taquicardia, broncodilatação. H3: neurônios. Funções: regulação do ciclo sono-vigília, capacidade cognitiva, inflamação, envolvidos na função de barreira hematoencefálica. H4: medula óssea, leucócitos, células dendríticas, terminações nervosas, baço, epitélio intestinal. Funções: medeiam resposta pro-inflamatória da histamina: função autócrina e parácrina; expresso na membrana dos mastócitos. ANTI-HISTAMÍNICO H1 Agonista inverso que combina e estabiliza a conformação inativa dos receptores H1. Interfere com a ação da histamina nos receptores H1. Através da ação no fator de transcrição NF-kB, inibe a ativação do mastócito e a liberação de histamina, dose dependente. 2 Perspectivas futuras de anti-histamínicos e uso na mastocitose, na anafilaxia, na prevenção de reações alérgicas e na imunoterapia Dr. Álef Lamark O anti-histamínico se liga a locais diferentes do receptor em comparação aos locais que a histamina se liga. Anti-histamínico H1 de 1ª geração é originado da mesma estrutura química que um antagonista muscarínico colinérgico; baixa seletividade e frequentemente se ligam a receptores de outras aminas biológicas; efeitos muscarínicos, anti-alfa-adrenérgicos e antisserotoninérgicos. Em vermelho os anti-histamínicos de segunda geração. MASTOCITOSE Proliferação clonal, acúmulo e ativação de mastócito, em vários órgãos, incluindo pele, medula óssea e trato gastrointestinal. Classificação: mastocitose cutânea; mastocitose sistêmica (pele + > 1 órgão extracutâneno) (mastocitose indolente: 85%; mastocitose agressiva: 15%). Cutânea: mastocitoma, maculopapular ou urticária pigmentosa, difusa. Sistêmica: indolente, latente, com neoplasia hematológica associada, agressiva, leucemia de mastócitos. Diagnóstico da mastocitose sistêmica: Critérios: 1 principal + 1 secundário OU 3 secundários. Principal: agregados multifocais de mastócitos (> 15 células por agrupamento) na biópsia. Secundário: 1. Infiltrado de mastócitos em biópsias extracutâneas, >25% de mastócitos fusiformes ou morfologia atípica. 2. Mutação do Kit no códon 816, na MO, no sangue ou outro órgão extracutâneo. 3 Perspectivas futuras de anti-histamínicos e uso na mastocitose, na anafilaxia, na prevenção de reações alérgicas e na imunoterapia Dr. Álef Lamark 3. Clones de mastócitos aberrantes expressando CD117 com CD25 e/ou CD2 na MO ou sangue ou outro órgão extracutâneo. 4. Triptase sérica persistente > 20 ng/mL. Tratamento sintomático inclui anti-H1 e anti-H2, antileucotrienos e cromoglicato dissódico. Anti-H1 principalmente se prurido, urticária, rubor, angioedema, lesões cutâneas. Pode usar anti-H1 de 2ª geração até 4 vezes ao dia. Anti-H2 se cólica abdominal, vômito ou diarreia. Cetotifeno: estabiliza o mastócito e previne liberação de histamina, anti-H1 de 1ª geração, uso controverso na literatura. ANAFILAXIA Tipos: IgE dependente, imunológico independente de IgE, ativação direta de mastócito e idiopática. Manejo: remover o desencadeante, avaliar (vias aéreas, respiração, circulação, estado mental, pele e peso corporal), aplicar adrenalina IM na face anterolateral da coxa, deitar o paciente e elevar os MMII, O2 6~8L/min se necessário, acesso venoso (considerar infundir solução salina rapidamente), reanimação cardiovascular se necessário, monitorar paciente regularmente. Tratamento de segunda linha: beta-2-agonista, corticoide, anti-histamínico. Anti-histamínicos aliviam sintomas cutâneos. REAÇÕES ALÉRGICAS ANTI-HISTAMÍNICO H1 Contrastes iodados: anti-histamínico pode ser uma pré-medicação. Pré- medicação nos contrastes iodados: prednisona 50mg 13h, 7h e 1h antes do exame; anti-histamínicos (difenidramina 50mg) IV, IM, VO 1h antes do exame. Provocação: não usar previamente, suspender 4 a 7 dias antes, caso esteja em uso. Dessensibilização: anti-histamínico é recomendado como pré-medicação. IMUNOTERAPIA Trata-se da administração regular de doses crescentes do alérgeno sensibilizante até uma dose de manutenção. Único tratamento com potencial de modificar o curso natural da doença. Eventos adversos. Locais: eritema, prurido no local de aplicação (ITSC) ou sintomas orais (ITSL) > AH1: sintomático. Sistêmicos: broncoespasmo, urticária, anafilaxia. 80% das vezes as reações ocorrem nos primeiros 30 minutos. 4 Perspectivas futuras de anti-histamínicos e uso na mastocitose, na anafilaxia, na prevenção de reações alérgicas e na imunoterapia Dr. Álef Lamark Para prevenir pode fazer uso de pré-medicação com anti-histamínico. A maioria das vezes é feito pré-medicação nos protocolos de rush para ITAE. Recomendação: 1 a 2 horas antes da dose. Embora previna reações locais, não previne reações sistêmicas ou anafilaxia. Entretanto, aumenta a segurança da imunoterapia. RECEPTOR H3 Alta regulação no cérebro e regulação de neurotransmissores. Medicamentos: tioperamida, pitolisanto e ciproxifano. Atividade anticonvulsivante. Melhora funções cognitivas. Potencial alvo terapêutico para doenças psiquiátricas, epilepsia, dependência de droga, doença de Parkinson e esclerose múltipla. RECEPTOR H4 Expresso predominantemente nas células imunes periféricas: mastócitos, eosinófilos, neutrófilos, células dendríticas, NK, LT. Efeito regulatório no influxo e quimiotaxia de célula inflamatórias. Efeito modulador indireto na degranulação dos mastócitos induzido pelo aumento da expressão de FCeRI. Aumento da produção de mediadores inflamatórios pelos mastócitos. Potencial alvo terapêutico para dermatite atópica, urticária crônica espontânea e rinite alérgica. REFERÊNCIAS Resumo da aula “PERSPECTIVAS FUTURAS DE ANTI-HISTAMÍNICOS E USO NA MASTOCITOSE, NA ANAFILAXIA, NA PREVENÇÃO DE REAÇÕES ALÉRGICAS E NA IMUNOTERAPIA” do curso “ANTI-HISTAMÍNICOS - DA MOLÉCULA AO USO CLÍNICO!!!” da Universidade ASBAI.
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