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Geometria anal´ıtica, Lista 4 - 2011/1 Essa lista e´ dedicada aos assuntos 1— intersec¸a˜o de retas e planos, 2— posic¸a˜o relativa de retas e planos, 3— perpendicularidade e ortogonalidade, 4— aˆngulo entre retas, entre reta e plano e entre planos. Durante a elaborac¸a˜o de respostas tenha cuidado (1) com palavras e/ou frases estranhas a` Matema´tica, (2) o desenvolvimento de explicac¸a˜o (demonstrac¸a˜o, justificativa) e/ou ca´lculo nume´rico devem ser feitos com clareza de racioc´ınio e com etapas indicadas corretamente, (3) os desenhos (quando necessa´rios) na˜o podem ter qualquer rasura. Estas regras sera˜o aplicadas nas provas futuras e a na˜o observaˆncia implicara´ em perda de pontos importantes. Intersec¸a˜o de retas e planos Boa parte da Geometria se preocupa com questo˜es posicionais de conjuntos. A intersec¸a˜o de dois conjuntos X, Y 6= ∅ e´ o conjunto X∩Y = {pontos de X e pontos de Y} Do ponto de vista da Geometria anal´ıtica, determinar a intersec¸a˜o entre dois conjuntos consiste em confrontar a equac¸a˜o de um com a equac¸a˜o do outro, buscando por pontos cujas coordenadas satisfac¸am a` ambas equac¸o˜es. Em todo esse texto esta´ fixado um sistema de coordenadas (O, ε) onde ε e´ ortonormal e obedece a` regra da ma˜o direita. Exemplo 1. r : (x, y, z) = (1, 1, 4) + a(1, 3, 2) e s : (x, y, z) = (−4,−2,−3) + b(2, 2, 3). Soluc¸a˜o. Basta resolver o sistema 1 + a = −4 + 2b 1 + 3a = −2 + 2b 4 + 2a = −3 + 3b . Por exemplo, da 2a equac¸a˜o, tira- se a = −3+2b 3 e a substituic¸a˜o na 1a equac¸a˜o leva a 1 + −3+2b 3 = −4 + 2b ⇒ 2b 3 = −4 + 2b ⇒ 2b = −12 + 6b ⇒ b = 3 e a = 1. Agora e´ so´ testar: substitua a por 1 na equac¸a˜o de r e b por 3 na de s, o resultado e´ o ponto (2, 4, 6) comum a`s retas, portanto temos duas retas concorrentes (logo coplanares). • Nota: o que foi feito com equac¸o˜es vetoriais, pode ser feito com equac¸o˜es parame´tricas e equac¸o˜es na forma sime´trica. Exemplo 2. r : x− 5 = y+2−1 = z−134 e Π: 6x + 2y + 2z − 16 = 0. Soluc¸a˜o. Deve-se resolver o sistema x− 5 = y+2−1 y+2 −1 = z−13 4 6x + 2y + 2z − 16 = 0 . Isolando y em x− 5 = y+2−1 e z em y+2−1 = z−13 4 , tem-se y = −x + 3 e z = 4x − 7. Enta˜o, 6x + 2y + 2z − 16 = 0 ⇒ 6x + 2(−x + 3) + 2(4x − 7) − 16 = 12x − 24 = 0 ⇒ x = 2, y = 1 e z = 1. Portanto, o ponto (2, 1, 1) e´ comum a` reta e ao plano, temos a situac¸a˜o de uma reta que intercepta um plano, mas na˜o e´ subconjunto deste. • Nota: o que foi feito com equac¸a˜o na forma sime´trica de reta e equac¸a˜o geral de plano, pode ser feito com os outros tipos de equac¸o˜es. 1 Geometria anal´ıtica, Lista 4 - 2011/1 Exemplo 3. Π: (x, y, z) = (1, 3,−1) + p(3, 4, 2) + q(−2,−1, 3) e Σ: 6x + y − 11z − 20 = 0. Soluc¸a˜o. Basta resolver o sistema x = 1 + 3p− 2q y = 3 + 4p− q z = −1 + 2p + 3q 6x + y − 11z − 20 = 0 com seis inco´gnitas. No en- tanto, e´ mais fa´cil converter (x, y, z) = (1, 3,−1) + p(3, 4, 2) + q(−2,−1, 3) para a forma geral e resolver um sistema com duas equac¸o˜es e treˆs inco´gnitas. De fato, (3, 4, 2) ∧ (−2,−1, 3) = (14,−13, 5) implica que Π: 14x + 13y + 5z + 30 = 0. Assim, Π ∩ Σ sera´ o conjunto soluc¸a˜o do sistema de equac¸o˜es { 14x + 13y + 5z + 30 = 0 6x + y − 11z − 20 = 0 Isolando y na 2a equac¸a˜o, obte´m-se y = −6x+11z+20 e sua utilizac¸a˜o na 1a equac¸a˜o leva a z = 16 37 x− 145 74 . A substituic¸a˜o de z por 16 37 x− 145 74 em y = −6x+11z +20 define y = − 46 37 x− 115 74 . Logo, para cada valor de x, obtemos um u´nico valor de y igual a − 46 37 x − 115 74 e um u´nico valor de z igual a 16 37 x− 145 74 . Isto implica em x = a y = −46 37 a− 115 74 z = 16 37 a− 145 74 que corresponde a`s equac¸o˜es na forma parame´trica de uma reta. Portanto, Π e Σ se interceptam segundo a reta que passa por (0,− 115 74 ,−145 74 ) e tem vetor diretor (1,− 46 37 , 16 37 ). • Exerc´ıcio 1. Verifique se r : (x, y, z) = (4, 1, 1) + a(1,−1, 1) e s : x = 9− 4a y = 2 + a z = 2− 2a sa˜o concor- rentes ou na˜o. • Exerc´ıcio 2. Determine as coordenadas do ponto P comum a r : x−2 2 = y−3 3 = z e a s : x = y 3 = 1+z 2 . Qual e´ a distaˆncia de P a O? Quais sa˜o as inclinac¸o˜es de −→ OP? • Exerc´ıcio 3. Obtenha a intersec¸a˜o de Π: x+2y−3z+4 = 0 com a reta que passa pelos pontos (1,−3,−2) e (−2, 1, 1). • Exerc´ıcio 4. Calcule o ponto comum entre X = (−1,−1,−1) + a(1, 2, 3) e x + 2y− 1 = 12. • Exerc´ıcio 5. Determine a intersec¸a˜o entre x + 2y − z − 1 = 0 e 2x + y − z − 1 = 0. • Exerc´ıcio 6. Obtenha a reta comum a Π: 3x−4y+2z−4 = 0 e Σ: −15x+20y−10z−9 = 0. Depois verifique se existe algum ponto sobre aquela reta que dista 4 da origem do sistema de coordenadas. • Posic¸a˜o relativa de retas e planos 2 Geometria anal´ıtica, Lista 4 - 2011/1 As posic¸o˜es relativas envolvendo retas e planos sa˜o indicadas na ilustrac¸a˜o abaixo. 1— r : X = A + a−→r esta´ contida em Π: X = P + p−→u + q−→v (Π: ax + by + cz + d = 0), pois −→r ,−→u e −→v sa˜o L.D. e A ∈ Π. O mesmo ocorre com t : X = C + c−→t e m : X = D + d−→m. 2— r e t sa˜o paralelas distintas, pois −→r e −→t sa˜o L.D. e A 6= C. 3— r e m sa˜o concorrentes, pois −→r e −→m sa˜o L.I. O mesmo ocorre com m e t. 4— r e s : X = B + b−→s sa˜o reversas, pois −→r ,−→s e −→AB sa˜o L.I. e r ∩ s = ∅. Retas paralelas e concorrentes sa˜o tambe´m coplanares, esta˜o contidas em um mesmo plano. 5— n : X = E + e−→n e Π sa˜o paralelos distintos, pois −→n ,−→u e −→v sa˜o L.D. e E 6∈ Π. Em termos de coordenadas, −→n = (n1, n2, n3) e Π sa˜o paralelos, pois an1 + bn2 + cn3 = 0 e E 6∈ Π. 6— s e´ transversal a Π, pois −→s ,−→u e−→v sa˜o L.I. Em termos de coordenadas, −→s = (s1, s2, s3) e´ transversal a Π, pois as1 + bs2 + cs2 6= 0. r r C . A . t m m . D t s . B s n Π . u v . P . ∆ Σ n . E 7— Π e Σ: mx + ny + pz + q = 0 sa˜o paralelos distintos, pois a, b, c e m,n, p sa˜o propor- cionais, isto e´, existe um k 6= 0 tal que a = km, b = kn e c = kp, mas d 6= kq. Pore´m, se ocorre a, b, c, d e m,n, p, q proporcionais, enta˜o Π e Σ sa˜o coincidentes. 8— Π e ∆: ex+fy+gz+h = 0 sa˜o transversais, pois a, b, c e e, f, g na˜o sa˜o proporcionais. Exemplo 4. Verificar que r : x−1 2 = y−3 3 = z 4 e s : x−4 = y −6 = z−4 −8 sa˜o coplanares. Depois, estabelece as equac¸o˜es parame´tricas do plano. Soluc¸a˜o. E´ bem simples, r tem vetor diretor −→r = (2, 3, 4), s tem vetor diretor −→s = (−4,−6,−8), logo −→s = −2−→r e isso implica que r e s sa˜o paralelas. Falta ver se sa˜o paralelas coincidentes ou paralelas distintas, e isso e´ feito pela ana´lise da intersec¸a˜o entre r : x = 1 + 2a y = 3 + 3a z = 4a e s : x = −4b y = −6b z = 4− 8b 3 Geometria anal´ıtica, Lista 4 - 2011/1 Igualando-se as equac¸o˜es de mesma coordenada, ocorre 1 + 2a = −4b, 3 + 3a = −6b, 4a = 4 − 8b. Isole b na primeira equac¸a˜o, tem-se b = − 1 2 a − 1 4 , e substitua b na segunda equac¸a˜o o que resulta na equac¸a˜o 3a + a = 3a + 3 2 sem soluc¸a˜o. Na˜o ha´ ponto comum. Uma vez que r e s sa˜o paralelas distintas, ha´ somente um plano que as conte´m: e´ necessa´rio e suficiente determinar um ponto e dois vetores diretores, vamos aproveitar A = (1, 3, 0) e−→r = (2, 3, 4). Para achar um outro vetor diretor, tome B ∈ s, digamos B = (−4,−6,−4), com o qual se estabelece −→ AB = (−5,−9,−4). Portanto, as equac¸a˜o parame´tricas do plano que conte´m r e s sa˜o x = 1 + 2p− 5q y = 3 + 3p− 9q z = 4p− 4q • Nota: outra te´cnica muito u´til consiste em comec¸ar o procedimento substituindo as ex- presso˜es de x, y, z de r nas equac¸o˜es de s. O resultado disso e´ 1+2a−4 = 3+3a −6 = 4a−4 −8 . Agora continue! Exemplo 5. Qual e´ a posic¸a˜o relativa entre r : X = (1, 4, 5)+a(−1, 1,−1) e Π: X = (6,−7, 4)+ a(1, 2, 3)− b(3, 2, 1)? Soluc¸a˜o. Sera´ feito uso dos dois modos estabelecidos na teoria: 1o. Via vetores diretores: det −1 −1 −11 2 3 −3 −2 −1 = 0 ⇒ r e Π sa˜o paralelos. Falta ver se r esta´ ou na˜o contida no plano, e isso e´ feito com aux´ılio do ponto (1, 4, 5). Esse pertence a Π se, e somente se, (1, 4, 5)= (6 + a − 3b,−7 + 2a − 2b, 4 + 3a − b). Um ca´lculo ra´pido leva a a = 1, b = 2 e, portanto, r esta´ contida em Π. 2o. Via coeficientes da equac¸a˜o geral do plano: (1, 2, 3) ∧ (−3,−2,−1) = (4,−8, 4), logo os treˆs primeiros coeficientes da equac¸a˜o geral de Π sa˜o a = 4, b = 8, c = 4. Como 4(−1) + 8(1) + 4(−1) = 0, r e Π sa˜o paralelos. E visto que (1, 4, 5) ∈ Π (verifique!), conclu´ımos que r esta´ contida em Π. • Exemplo 6. Qual e´ a posic¸a˜o relativa entre Π: X = (4, 2, 4) + a(1, 1, 2) + b(3, 3, 1) e Σ: X = (2, 1, 2) + a(1, 1, 1) + b(5, 3, 4). Determine um ponto comum, caso Π ∩ Σ 6= ∅. Soluc¸a˜o. E´ necessa´rio calcular os coeficientes das equac¸o˜es gerais dos dois planos. Para Π, (1, 1, 2) ∧ (3, 3, 1) = (−5,−5, 0), logo a = −5, b = 5, c = 0. Usando (4, 2, 4), tem-se d = 10. Para Σ, (1, 1, 1)∧ (5, 3, 4) = (1, 1,−2), logo m = 1, n = −1, p = −2. Usando (2, 1, 2), tem-se q = −3. E´ imediato que na˜o existe nu´mero k 6= 0 tal que a = km, b = kn, c = kp, logo os planos em questa˜o sa˜o transversais. Outro modo: os vetores (−5,−5, 0) e (1, 1,−2) sa˜o L.I., isto impede que os planos sejam paralelos, logo sa˜o transversais. Devido a` essa transversalidade, e´ o´bvio que Π ∩ Σ e´ uma reta; os pontos sobre a reta sa˜o da forma (x, x− 2, 1 2 ) (verifique!). Logo, (1,−1, 1 2 ) e´ um ponto de Π ∩ Σ. • Estude a posic¸a˜o relativa dos conjuntos abaixo indicados. Exerc´ıcio 7. r : X = (1, 2, 3) + a(1, 1, 3) e s : (x, y, z) = (1, 3, 6) + a(5, 4, 3). • 4 Geometria anal´ıtica, Lista 4 - 2011/1 Exerc´ıcio 8. r : x−1 3 = y−5 3 = z+2 3 e s : x = −y = z−1 4 . • Exerc´ıcio 9. r : x+2 3 = y − 1 = z+3 3 e Π: 3x− 6y − z = 0. • Exerc´ıcio 10. Π: 2x− y + z − 1 = 0 e Σ: 4x− 2y + 2z − 9 = 0. • Exerc´ıcio 11. Mostre que r : x + 3 = 2y−4 4 = z−1 3 e s : (x, y, z) = (0, 2, 2) + a(1, 1,−1) sa˜o reversas. Determine a equac¸a˜o vetorial de uma reta t que e´ perpendicular a r e s. Determine a equac¸a˜o geral do plano que conte´m r e e´ paralelo a s. • Exerc´ıcio 12. Determine a equac¸a˜o vetorial da reta que e´ paralela a Oxz, esta´ contida em Π: x + 2y − z − 2 = 0 e e´ concorrente a r : X = (2, 1, 1) + a(1, 0, 2). • Exerc´ıcio 13. Verifique se existe k ∈ R de sorte que Π: x = −a + 2b y = ka z = a + b e Σ: x = 1 + ka + b y = 2 + a z = 3 + kb sejam paralelos, ou sejam tranversais. • Perpendicularidade e ortogonalidade Por definic¸a˜o, r : X = A + a−→r e s : X = B + b−→s sa˜o perpendiculares quando sa˜o concorrentes (r ∩ s 6= ∅) e −→r .−→s = 0. Mas, se r e s sa˜o reversas (r ∩ s = ∅) e −→r .−→s = 0, enta˜o r e s sa˜o ortogonais. A fim de se definir em qual caso se esta´, retas ortogonais, retas perpendiculares, basta usar o produto interno −→r .−→s junto com o estudo de intersec¸a˜o. Exemplo 7. r : (x, y, z) = (2,−5, 1) + a(3,−1,−1) e s : x−4 2 = y−2 11 = z+4−5 . Soluc¸a˜o. (3,−1,−1).(2, 11,−5) = 0. Falta ver se r∩s = ∅, ou na˜o. Da equac¸a˜o de r, tira-se x = 2 + 3a, y = −5− a, z = 1− a e, enta˜o, x−4 2 = y−2 11 = z+4−5 ⇒ 2+3a−42 = −5−a−211 = 1−a+4−5 . Obteremos a = 8 31 da primeira igualdade e a = 5 4 da segunda, na˜o existe ponto que satisfac¸a a`s equac¸o˜es de r e de s. Conclusa˜o, r e s sa˜o ortogonais, na˜o perpendiculares. • Qualquer vetor na˜o-nulo ortogonal a um plano e´ conhecido como vetor normal ao plano, esse assunto ja´ foi tratado na lista 3: sendo Π: ax+by+cz+d = 0 e A = (xA, yA, zA) ∈ Π, enta˜o−−→ OX = (a, b, c) e −→ AY , com Y = A + (a, b, c) = (xA + a, yA + b, zA + c), sa˜o dois o´timos exemplos de vetores normais a Π. Indo um pouco mais ale´m, e´ fa´cil estabelecer a equac¸a˜o geral de um plano quando se tem um ponto A = (xA, yA, zA) sobre o plano e um vetor normal −→v = (a, b, c) ao plano. Um ra´pido ca´lculo determina ax + by + cz + d = 0, com d = −xAa− yAb− zAc. Exemplo 8. Determinar uma equac¸a˜o do plano que conte´m A = (3, 4, 1) e tal que −→v = (2,−1, 3) e´ normal. Soluc¸a˜o. Qualquer ponto B = (x, y, z) sobre o plano faz com que −→ AB.−→v = 0, isto e´, (x− 3)2+(y− 4)(−1)+ (z− 1)3 = 0. Assim, 2x− y +3z− 5 = 0 e´ a equac¸a˜o geral desse plano. Note que os treˆs primeiros coeficientes da equac¸a˜o geral sa˜o exatamente as coordenadas de−→v ! • 5 Geometria anal´ıtica, Lista 4 - 2011/1 Sob qual condic¸a˜o r : X = B + k−→r e´ perpendicular a Π: ax + by + cz + d = 0? De acordo com o que ja´ foi visto, basta que −→r e −→v = (a, b, c) sejam L.D. Exemplo 9. Obter uma equac¸a˜o vetorial para a reta que conte´m A = (1, 3, 7) e e´ perpendicular a Π: 2x− y + z − 6 = 0. Soluc¸a˜o. E´ muito simples, basta aproveitar o vetor normal a Π como vetor diretor, assim (x, y, z) = (1, 3, 7) + a(2,−1, 1) e´ a equac¸a˜o vetorial da reta procurada. • Para terminar este assunto, Π: ax+ by + cz +d = 0 e Σ: mx+ny +pz + q = 0 sa˜o paralelos se, e somente se, os vetores normais −→u = (a, b, c) e −→v = (m,n, p) sa˜o L.D. No entanto, se−→u .−→v = 0, os planos sa˜o perpendiculares. Exerc´ıcio 14. Determine as equac¸o˜es da reta que conte´m A = (2,−1, 2) e e´ perpendicular a r : x−1 2 = y−1 3 = z+2−2 . • Exerc´ıcio 15. Obtenha uma equac¸a˜o geral do plano que conte´m o ponto (1, 5, 1) e e´ paralelo ao plano de equac¸a˜o 2x + 3y − z + 3 = 0. • Exerc´ıcio 16. O objetivo e´ decompor −→v = (−3, 1,−3) em dois outros vetores, um paralelo e outro ortogonal ao plano (x, y, z) = (1, 2, 3) + p(1,−1, 1) + q(2, 2, 2). • Exerc´ıcio 17. Verifique se r : X = (3, 1, 1)+a(3, 5, 2) e Π: x+2y+z+4 = 0 sa˜o perpendiculares. • Exerc´ıcio 18. Determine a equac¸a˜o geral do plano que e´ perpendicular a Π: x−4y−z−3 = 0 e conte´m r : (x, y, z) = (1,−1, 2) + a(1, 0, 0). • Exerc´ıcio 19. Determine a equac¸a˜o vetorial da reta que conte´m (5, 4, 3) e e´ perpendicular ao plano que conte´m (1, 2, 3), (4,−1, 2) e (2,−1,−1). Em seguida, determine uma equac¸a˜o do plano que e´ perpendicular a`quela reta e conte´m (3,−3, 3). • Exerc´ıcio 20. Mostre que toda reta r contida no plano coordenado Oxy pode ser descrita por uma equac¸a˜o da forma ax+ by+c = 0 (essa e´ a equac¸a˜o geral de r). Mostre que −→v = (a, b) e´ ortogonal a r. Mostre que r tambe´m pode ser descrita por uma equac¸a˜o da forma y = mx + n (essa e´ a equac¸a˜o reduzida de r). Determine as equac¸o˜es geral e reduzida da reta que conte´m A = (3, 4) e B = (7, 8). Inter- prete geomentricamente os nu´meros m e n. Qual e´ a posic¸a˜o relativa entre r : y = 3x − 4 e s : 2x + 6y − 5 = 0? • Aˆngulo entre retas, entre reta e plano e entre planos O aˆngulo formado por r : X = A + a−→r e s : X = B + b−→s tem por medida o menor nu´mero entre ang(−→r ,−→s ) e ang(−−→r ,−→s ), sempre compreendido no intervalo [0o, 90o], ou [0, pi 2 ] em radiano. Note que na˜o e´ necessa´rio, como muitos pensam, que r e s sejam concorrentes para se medir o aˆngulo. Na ilustrac¸a˜o, r e´ paralela a t, r e s sa˜o reversas, t e s sa˜o concorrentes, de qualquer modo, ang(−→r ,−→s ) = ang(−→t ,−→s ) e´ o menor valor entre α e β. 6 Geometria anal´ıtica, Lista 4 - 2011/1 r s . s . r a b t t O ca´lculo e´ a simplicidade em pessoa: se α = arccos( −→r .−→s |−→r | |−→s |) ∈ [0o, 90o], enta˜o α e´ a medida do aˆngulo associado a r e s. Se α 6∈ [0o, 90o], enta˜o β = 180o − α e´ a medida angular entre r e s. O aˆngulo entre r : X = A + k−→r e Π: ax + by + cz + d = 0 mede 90o− ang(−→r ,−→s ), onde s : X = B + p−→s e´ qualquer reta normal a Π. r s P r s . a a90º- Claro que o o´bvio a fazer e´ tomar −→s = (a, b, c). Se α = arccos( −→r .−→s|−→r | |−→s |) ∈ [0o, 90o], enta˜o α da´ a medida angular entre r e Π. Caso α 6∈ [0o, 90o], enta˜o β = 180o − α da´ a medida angular entre r e Π. Bem simples, na˜o? Por fim, o aˆngulo formado por Π: ax + by + cz + d = 0 e Σ: mx + ny + pz + q = 0 mede tanto quanto a medida angular entre duas retas r e s respectivamente normais a Π e Σ. Na ilustrac¸a˜o, e´ o menor valor entre α e β. P S r sr a b . . 7 Geometria anal´ıtica, Lista 4 - 2011/1 O o´bvio a fazer e´ tomar −→r = (a, b, c),−→s = (m,n, p). Exerc´ıcio 21. Determinar a medida angular entre r : X = (1, 3, 2) + a(4,−2, 3) e s : X = (1, 1, 1) + b(5, 4, 3). • Exerc´ıcio22. Determine a equac¸a˜o vetorial da reta r que conte´m (4, 3,−2), sabendo que o co-seno da medida angular entre r e s : x−3−6 = y+2 −1 = z−2 −1 e´ 0, 4. • Exerc´ıcio 23. Determine a equac¸a˜o vetorial da reta r que conte´m (1, 1, 1), e´ paralela ao plano x + 2y − z = 0 e forma aˆngulo de pi 3 com o plano x− y + 2z = 1. • Exerc´ıcio 24. O objetivo e´ determinar uma equac¸a˜o geral para o plano Π que conte´m r : (x, y, z) = (0, 4, 0) + a(1, 4,−1) e forma aˆngulos congruentes com s : (x, y, z) = (1, 1, 0) + b(1, 2,−6) e t : (x, y, z) = (3, 1, 1) + c(3, 4, 4). • Exerc´ıcio 25. Calcule a medida angular entre Π: 2x + y− z− 1 = 0 e Σ: x− y− 3z− 10 = 0. • Exerc´ıcio 26. Obtenha uma equac¸a˜o geral do plano que conte´m r : x−8−8 = y + 3 = z−4 −4 e forma aˆngulo de 60o com Π: x− y + z − 12 = 0. • 8 Geometria anal´ıtica, Lista 4 - 2011/1 R E S P O S T A S Exer.1. Basta ver se ha´ (x, y, z) ∈ r∩s; substitua x = 4+a, y = 1−a, z = 1+a nas equac¸o˜es de s (tome o cuidado de trocar o paraˆmetro a de s por b), fac¸a o ca´lculo e verifique que a = −3 e b = 2. Um ra´pido teste mostra que (x, y, z)a=−3 = (1, 4,−2) ∈ r e (x, y, z)b=2 = (1, 4,−2) ∈ s. Sa˜o concorrentes as retas em estudo. Exer.2. Uma opc¸a˜o e´ escrever as equac¸o˜es parame´tricas e repetir o procedimento da exerc´ıcio anterior. Resposta: a = −1, b = 0. Outra opc¸a˜o e´ resolver x−2 2 = y−3 3 e y−3 3 = z de modo a obter y e z em func¸a˜o de x. Utilize y = 3x 2 , z = x−2 2 nas equac¸o˜es de s, resultando no ponto comum (0, 0,−1). Claro que P dista 1 da origem. Quanto as inclinac¸o˜es, e´ suficiente processar −→ OP.−→e 1,−→OP.−→e 2 e −→OP.−→e 3, pore´m, as coordenadas de P deixam evidente que −→ OP = −−→e 3. Portanto, as inclinac¸o˜es sa˜o 90o, 90o e 180o. Exer.3. r : (x, y, z) = (1,−3,−2) + a(−3, 4, 3). Obtenha, das equac¸o˜es na forma sime´trica, as expresso˜es de y e z em func¸a˜o de x, substitua na equac¸a˜o do plano e o resultado e´ o ponto comum (−11 4 , 2, 7 4 ). Exer.4 Uma opc¸a˜o e´ proceder como no exerc´ıcio anterior. Outra opc¸a˜o e´ substituir x = −1 + a, y = −1 + 2a, z = −1 + 3a na equac¸a˜o do plano e resolver. O resultado e´ a = 16 5 e enta˜o o ponto comum tem abscissa 11 5 , ordenada 27 5 e cota 43 5 . Exer.5. Resolva o sistema de equac¸o˜es { x + 2y − z − 1 = 0 2x + y − z − 1 = 0 . A soluc¸a˜o e´ {(x, x, 3x − 1); x ∈ R}, obviamente a reta que passa por (0, 0,−1) e com direc¸a˜o de −→r = (1, 1, 3). Exer.6. Fac¸a como no exerc´ıcio anterior e verifique que na˜o ha´ soluc¸a˜o. Ou note que (ja´ foi feito na lista 3) a multiplicac¸a˜o da equac¸a˜o de Π por −5 leva a Π: − 15x+20y− 10z +20 = 0, os mesmos treˆs primeiros coeficientes de Σ, mas na˜o os quartos coeficientes, logo os planos em questa˜o sa˜o paralelos disjuntos. Exer.7. Os vetores diretores sa˜o L.I., logo as retas na˜o podem ser paralelas. Verifique que as retas sa˜o disjuntas, portanto reversas. Exer.8. Os vetores diretores sa˜o L.I. e na˜o ha´ ponto comum, logo as retas sa˜o reversas. Exer.9. O sistema de equac¸o˜es x+2 3 = y − 1 y − 1 = z+3 3 3x− 6y − z = 0 na˜o tem soluc¸a˜o, logo a reta e o plano sa˜o disjuntos. Outro modo, substitua x = −2+3a, y = 1+a, z = −3+3a na equac¸a˜o do plano e resolva. Exer.10. Resolva { 2x− y + z − 1 = 0 4x− 2y + 2z − 9 = 0 e verifique que na˜o ha´ soluc¸a˜o, logo os planos sa˜o disjuntos. Ou enta˜o note que os treˆs primeiros coeficientes de Π sa˜o proporcionais aos respectivos coeficientes de Σ. Portanto, os planos sa˜o disjuntos, sa˜o paralelos na˜o coincidentes. Exer.11. A ide´ia e´ determinar A ∈ r e B ∈ s tais que −→AB ⊥ −→r e −→AB ⊥ −→s . Sempre existem tais pontos no caso de retas reversas! 9 Geometria anal´ıtica, Lista 4 - 2011/1 P r s B . s rA . Sendo A = (−3+p, 2+2p, 1+3p), B = (q, 2+q, 2−q) e −→BA = (−3+p−q, 2p−q, 3p+q−1), surge o sistema de equac¸o˜es { 9p− q − 3 = 0 −3q − 2 = 0 cuja soluc¸a˜o e´ p = 7 27 , q = −2 3 . Portanto, t : X = (− 74 27 , 68 27 , 16 9 ) + a(−7, 4,−3). Para Π, basta considerar A = (− 74 27 , 68 27 , 16 9 ),−→r e −→s , logo sua equac¸a˜o geral e´ −5x + 4y − z − 22 = 0. Exer.12. Primeiro verifique que r intercepta transversalmente Π no ponto r∩Π = (3, 1, 3) = A. E´ suficiente escolher P ∈ Π tal que −→AP = (xP − 3, yP − 1, zP − 3) seja vetor diretor de s e−→ AP,−→e 1,−→e 3 sejam L.D. Ozeixo Oxeixo P A P r . O . . s Deve ocorrer (xP − 3, yP − 1, zP − 3) = a−→e 1 + b−→e 3 = (a, 0, b). Claro que yP = 1, enquanto que xP e zP devem verificar xP + 2− zP − 2 = 0, por exemplo, xP = zP = 4. Conclusa˜o: s : X = (3, 1, 3) + a(1, 0, 1). Exer.13. Um ca´lculo ra´pido determina pi : kx− 3y− 2kz + u = 0 e Σ: kx− k2y− z + v = 0, os coeficientes na˜o sa˜o proporcionais, logo os planos sa˜o tranversais. Nota: tambe´m e´ poss´ıvel (de acordo com a sec¸a˜o sobre perpendicularidade e ortogonalidade) testar k de tal modo que qualquer vetor normal a Π seja paralelo a qualquer vetor normal a Σ. Exer.14. A perpendicular s intercepta r em um ponto B = (x, y, z) tal que −→ BA.−→r = (2−x,−1−y, 2−z).(2, 3,−2) = 0. Como B ∈ r, devem valer y = 3x−1 2 e z = −x−1. O produto 10 Geometria anal´ıtica, Lista 4 - 2011/1 interno nulo implica em−2x−3y+2z−3 = 0, assim −2x−3( 3x−1 2 )+2(−x−1)−3 = − 17x 2 − 7 2 = 0 e x = − 7 17 . Logo, B = (− 7 17 ,−19 17 ,−10 17 ) e s : X = (2,−1, 2) + a(41, 2, 44). Agora e´ fa´cil obter as demais equac¸o˜es de s. Exer.15. 2x + 3y − z − 16 = 0. Exer.16. Quer-se −→v = (−3, 1,−3) = −→v 1 +−→v 2, com −→v 1//Π e −→v 2 ⊥ Π. Π: −x+z−2 = 0 sugere tomar −→v 1 = (m,n, p), com −m+p = 0, e −→v 2 mu´ltiplo escalar de (−1, 0, 1). Portanto, (−3, 1,−3) = (m,n,m) + (−a, 0, a) = (m − a, n,m + a) ⇒ m = −3, n = 1 ⇒ −→v = −→v 1 e −→v 2 = −→0 . Desse modo, na˜o e´ poss´ıvel decompor −→v como pedido, se todos os vetores devem ser na˜o-nulos. Outro modo: as coordenadas de −→v mostram que esse vetor ja´ e´ paralelo a Π. Logo, na˜o existe componente ortogonal na˜o-nula. Exer.17. (3, 5, 2).(1, 2, 1) 6= 0 implica que r na˜o e´ perpendicular a Π. Exer.18. Primeiro note que (1,−1, 2) ∈ Π e que r e´ transversal a Π. Enta˜o Σ: X = (1,−1, 2) + p(1,−4,−1) + q(1, 0, 0) e´ o plano procurado. r P (1,-4,-1) (1,0,0) S (1,-1,2). Exer.19. O plano tem equac¸a˜o vetorial X = (1, 2, 3) + p(3,−3,−1) + q(1,−3,−4) e um vetor normal (9, 11,−6), usando-o como vetor diretor da reta r que passa por (5, 4, 3) ocorre X = (5, 4, 3) + a(9, 11,−6). O plano que conte´m (3,−3, 3) e e´ perpendicular a r tem como um vetor normal (9, 11,−6), portanto tem equac¸a˜o geral 9x + 11y − 6z + 24 = 0. Exer.20. Todo ponto em Oxy tem cota nula. Pode-se, isso e´ feito, desconsiderar a cota e escrever (x, y) no lugar de (x, y, 0). Seja r ⊂ Oxy a reta de equac¸a˜o vetorial (x, y) = (x0, y0) + p(r1, r2). A forma sime´trica x−x0 r1 = y−y0 r2 desenvolvida leva a r2x − r1y − r2x0 + r1y0 = 0. Substitua r2 por a, −r1 por b e −r2x0 + r1y0 por c.−→v = (a, b) = (r2,−r1) e −→v .(r1, r2) = 0. y = −ax b − c b , substitua −a b por m e − c a por n. A reta por A e B tem vetor diretor −→r = (4, 4), logo equac¸a˜o geral x− y +1 = 0. A equac¸a˜o reduzida e´ y = x + 1. 11 Geometria anal´ıtica, Lista 4 - 2011/1 Ox Oy B . A . Para x = 0, y vale 1, assim n representa a ordenada do ponto de passagem de r por Oy, isto e´, r ∩Oy = (0, n). O segmento orientado (A,B) apresenta inclinac¸a˜o α tal que tgα = 8−4 7−3 = 1. Portanto, m = tgα. Nomes: m e´ o coeficiente angular da reta, n e´ o coeficiente linear da reta.−→u = (3,−1) e´ normal a r, −→v = (2, 6) e´ normal a s e −→u .−→v = 0, logo r e s sa˜o perpendiculares entre si. Exer.21. α = arccos arccos( (4,−2,3).(5,4,3)|(4,−2,3)| |(5,4,3)|) ∼= 56, 531o. Exer.22. r passa por s em (x, y, z) = (3 − 6a,−2 − a, 2 − a) e por (4, 3,−2), logo (6a + 1, a + 5, a− 4).(−6,−1,−1) = √38a2 + 14a + 42√382 5 ⇒ (38a + 7)2 = (38a2 + 14a + 42)38 4 25 , continue! Exer.23. O vetor diretor −→r e´ ortogonal ao vetor normal (1, 2,−1) de Π: x + 2y − z = 0, tem-se (r1, r2, r3).(1, 2,−1) = r1 + 2r2 − r3 = 0. Tambe´m, o vetor normal (1,−1, 2) a Σ: x− y + 2z= 1 forma aˆngulo numericamente igual a pi 2 − pi 3 = pi 6 radianos com −→r . Logo, (r1, r2, r3).(1,−1, 2) = √ r21 + r 2 2 + r 2 3 3 √ 2 2 . Substitua r3 nessa equac¸a˜o por r1 + 2r2 e fac¸a o ca´lculo. Obte´m-se r2 = 0 com r1 = r3 6= 0 livres. Conclusa˜o: −→r = (1, 0, 1) serve e r : (1, 1, 1) + a(1, 0, 1). Exer.24. Analisando a situac¸a˜o, fica claro que um vetor normal −→n = (n1, n2, n3) a Π deve formar o mesmo aˆngulo com os diretores −→s = (1, 2,−6) e −→t = (3, 4, 4), bem como deve ser ortogonal a −→r = (1, 4,−1). Continue! Exer.25. Aproximadamente 60, 504o. Exer.26. Qualquer −→n normal a Σ deve formar 60o com −→u = (1,−1, 1) e ser ortogonal a−→r = (−8, 1,−4). Continue! 12
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