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Alfabetização e Letramento na Educação Infantil com Rótulos e Embalagens


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Simone Pereira dos Santos
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
2021
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Pré-Projeto de pesquisa apresentado como requisito
parcial da Disciplina de Pesquisa e Prática em
Educação do curso Superior em Pedagogia
apresentado a Universidade Estácio de Sá.
2021
1. INTRODUÇÃO:
Na busca de compreender o processo de alfabetização e letramento usando
rótulos e embalagens na educação infantil utilizamos atividades com portadores de
texto no qual os alunos já estão habituados. Ao inserir atividades lúdicas percebe
-se o empenho dos alunos com relação ao conteúdo que está sendo ministrado em
sala ou até mesmo fora dela. Quando professor inova nas suas metodologias de
ensino oportuniza uma nova prática e descobre que lúdico também se faz eficaz. E,
a criança se desenvolve quando participa ativamente das atividades intermediadas
pelo professor.
Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa “literacy” que
pode ser traduzida como a condição de ser letrado. Um indivíduo alfabetizado não é
necessariamente um indivíduo letrado ate por que alfabetizado é aquele indivíduo
que sabe ler e escrever; letrado é aquele que sabe ler e escrever, interpretar mas,
que responde adequadamente às demandas da sociedade voltada ao uso
adequado da leitura e da escrita. Alfabetizar letrando é ensinar a ler e escrever no
contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, assim o educando deve ser não
apenas alfabetizado, mas também letrado. A linguagem é um fenômeno social,
estruturada de forma ativa e grupal do ponto de vista cultural e social de cada um. A
palavra letramento é utilizada no processo de inserção numa cultura letrada.  
O presente artigo tem como problema de pesquisa responder como os
rótulos e embalagens podem ser usados como recursos pedagógicos no processo
de alfabetização e letramento na educação infantil.
O objetivo geral é desenvolver atividades explorando os portadores de
textos na educação infantil tomando como base os rótulos e embalagens com intuito
de desenvolver habilidades de letramento e por consequente alfabetização.
O conceito de alfabetização para Paulo freire tem um significado mais
abrangente na medida em que vai além do domínio do código escrito, ele tinha uma
visão mais ampla desse conceito, enquanto prática discursiva que possibilita uma
leitura critica da realidade. Ele defendia a ideia O conceito de alfabetização para
Paulo freire tem um significado mais abrangente na medida em que vai além do
domínio do código escrito, ele tinha uma visão mais ampla desse conceito,
enquanto prática discursiva que possibilita uma leitura critica da realidade. Ele
defendia a idéia de que o ser humano aprende a ler o mundo bem antes de
aprender a ler e escrever defendia que a leitura do mundo precede a leitura da
palavra fundamentando se na antropologia: o ser humano, muito antes de inventar
códigos linguísticos, já lia o seu mundo. A ideia de que o ser humano aprende a ler
o mundo bem antes de aprender a ler e escrever defendia que a leitura do mundo
precede a leitura da palavra fundamentando se na antropologia: o ser humano,
muito antes de inventar códigos linguísticos, já lia o seu mundo. 
O ensino e a aprendizagem ocorrem em diferentes ambientes, mas o ensino
desenvolvido dentro do espaço escolar tem o diferencial de trazer aos alunos um
saber sistematizado e ao mesmo tempo graduado em anos com conteúdos
pré-selecionados em um crescente desenvolvimento, atendendo a educação
contemporânea (Senna, 2007). Todo o processo educativo, seja formal ou informal
só é possível através da linguagem oral ou escrita. Através dela o homem questiona
sobre a realidade, percebida e concebida individualmente. Assim, é a língua o
principal instrumento de conhecimento do mundo pelo sujeito (Reily, 2004). Soares
(2004, p.7) afirma que, [...] no Brasil os conceitos de alfabetização e letramento se
mesclam, se superpõem, frequentemente se confundem, sendo possível perceber
uma progressiva extensão do conceito de alfabetização em direção ao conceito de
letramento: do saber ler e escrever em direção ao ser capaz de fazer uso da leitura
e da escrita.
A partir da minha vivência como professora de educação infantil percebi a
importância de introduzir atividades com material concreto usando variados
portadores textos, com intuito de inserir as crianças no mundo letrado e por
consequente no processo de alfabetização e sempre valorizando o conhecimento
prévio das crianças sobre o assunto. Nesse trabalho iremos trabalhar com rótulos e
embalagens em diversas atividades em sala de aula.
A alfabetização é um processo que não termina, pois no decorrer de nossas
vidas estaremos sempre em constante aprendizagem, seja na questão intelectual na
escrita ou na fala estar aprendendo é estar se alfabetizando.
Sugestão de Alfabeto dos Rótulos de Marcas para ser utilizado em sala de
aula. Uma ideia simples e interessante de se colocar em prática, e chama atenção
dos alunos fazendo com que eles identifiquem os produtos em casa e assim
assimilar o que foi falado em sala de aula.
1.3 APRESENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DE PESQUISA
Essa pesquisa tem por objetivo geral o intuito de estudar, analisar, perceber e
compreender como assimilar as imagens com as letras, interferem de maneira
produtiva no processo de desenvolvimento e aprendizagem na Educação Infantil e
assim contribuir de uma maneira positiva e de forma eficaz para a educação no
processo de Alfabetização e letramento, enriquecendo a dinâmica das relações
sociais em sala de aula .
Utilizar o conhecimento prévio das crianças sobre rótulos e embalagens para
trabalharmos atividades que envolvam o processo de letramento e alfabetização em
uma sequência didáticas.
Estimular as crianças o reconhecimento de rótulos e embalagens usados por meio
de letras e palavras;
Identificar as principais informações contidas nas embalagens e nos rótulos;
Utilizar o conhecimento prévio das crianças sobre rótulos e embalagens para
trabalharmos atividades que envolvam processo;
Possibilitar o educando uma nova possibilidade de leitura através da linguagem já
conhecida em seu cotidiano.
O professor ao receber a sala de aula, deve tornar o ambiente letrado, é importante
etiquetar todo o ambiente, identificando cada objeto da sala de aula, nos mínimos detalhes.
Sempre com um contexto significativo, o aluno precisa entender, o porquê daquelas letras,
assim como símbolos e números.
A avaliação do trabalho com rótulo e embalagens ocorreu durante todo o
desenvolvimento do projeto, apoiada em questões pré-estabelecidas que sirvam
para verificar se ocorreu a compreensão por parte dos alunos ou se é preciso
retomar algum item para melhor assimilação.
- Aluno/a identifica a função social dos rótulos e embalagens?
- Utiliza as imagens para ler o texto?
- Identifica e reconhece os tipos e os tamanhos de letra nos rótulos e nas
embalagens?
- Identifica e reconhece o produto nos rótulos o produto nos rótulos e nas
embalagens?
- Localiza a data de validade do produto?
- Identifica a composição do produto?
- Reconhece o modo de usar e armazenar do produto?
1. 4 JUSTIFICATIVA
A presente pesquisa busca discorrer sobre a introdução do uso dos
portadores textuais: rótulos e embalagens na educação infantil para
desenvolvimento do processo de letramento e alfabetização. Vivemos em uma
sociedade no qual o letramento e base da maioria das ações como vemos jornais,
revistas, embalagens e rótulos. Alfabetizar e letrar são conceitos diferentes, mas
que andam de forma conjunta. De maneira geral a alfabetização se dá como o
processo de aprender a ler e escrever. E, o letramento como aquisição de práticas
de leitura e escrita no contexto social. Tendo em vista que as crianças também têm
conhecimento prévio sobre rótulos e embalagens da se a importância de trabalhar
de forma didático pedagógica através de atividades usando rótulos e embalagens
para atingir de forma satisfatóriano processo de alfabetização e letramento.
A sequência didática é uma metodologia que se adapta a qualquer gênero
textual e que tem o objetivo de preparar o aluno para a etapa seguinte do conteúdo
partindo do mais simples para o mais complexo. O professor deve elaborar suas
atividades tendo em mente que nesta metodologia sempre é possível fazer
adaptações que promovam uma melhor aprendizagem para o grupo
1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA
Inicialmente a pesquisa será feita em uma revisão bibliográfica através dos
autores que abordam as questões da alfabetização e letramento, como Ana
Teberosky, Emília Ferreiro e Magda Soares. E, os documentos que apoio para
definição da educação infantil e os currículos para esta fase. De acordo com Gil
(2008) este tipo de pesquisa é desenvolvido, “a partir de material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos”.
Após este estudo partiremos por uma pesquisa de abordagem qualitativa,
como método o estudo de caso. “A pesquisa qualitativa não se preocupa com
representatividade numérica, mas sim, com os aprofundamentos da compreensão
de um grupo social, de uma organização etc.”. (Goldeberg, 1999).
O campo de pesquisa será o Núcleo de Educação Infantil Criança Feliz,
localizado no Bairro da Massagueira em Marechal Deodoro Alagoas. Será realizada
com catorze crianças com faixa etária de 3 e 4 anos de idade. Irá ser realizado um
levantamento prévio dos conhecimentos com as crianças através de uma conversa
informal sobre rótulos e embalagens, onde encontramos? Para que servem? O que
as embalagens e os rótulos informam? Todas as respostas serão pontuadas e
seguiremos no projeto que servirá de coleta de dados. A avaliação se dará pelo
envolvimento das crianças nas atividades realizadas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Educação infantil
De acordo com artigo 29 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996,
a educação infantil é a primeira etapa da educação básica e compreende crianças
de 0 a 5 anos de idade, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança
em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando ação da
família e da sociedade. No artigo 30 da respectiva lei a educação infantil será
organizada em creches para crianças de zero até três anos de idade e pré -escolas,
para crianças de quatro a cinco anos de idade, - nesse caso obrigatório para essa
faixa de idade como encontramos na emenda constitucional n ° 59 / 2009.” A
educação básica obrigatória e gratuita 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso
na idade própria”. É dever do Estado oferecer escola pública e gratuita e de
qualidade sem requisitos de seleção.
O ingresso da criança na educação infantil requer recomendação quanto ao
corte etário vemos isso no documento das Diretrizes Curriculares Nacionais para
Educação Infantil (DCNEI). “É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de
crianças que completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a
matrícula”. (2010) E, foi a partir da modificação introduzida na LDB em 2006 que
antecipou o ingresso do ensino fundamental aos 6 anos.
De acordo com Referencial Curricular para Nacional para Educação Infantil
(RCNEI) de 1998 a educação infantil se faz dentro das creches, entidades
equivalentes e pré escola.
Educação infantil é a primeira etapa da jornada escolar, período de
adaptação tanto da criança quanto para os pais, já que ela ficará um turno ou até
dois turnos ausentes de sua casa. Por este motivo se faz necessário que escola
esteja apta a receber esse aluno em um ambiente acolhedor e que propicie o
desenvolvimento desta criança e garanta seus direitos de aprendizagem.
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução
CNE/CEB nº 5/2010)27, em seu Artigo 4º, definem a criança como
sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas
cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca,
imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona
e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura
(BRASIL, 2010).
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI), aborda
que o currículo dessa faixa etária de 0 aos 5 anos 11 deve respeitar as vivências
dessas crianças.
Conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes
das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural,
artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o
desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade. (BRASIL,
2010)
E, ainda nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, descreve
que as práticas pedagógicas devem ter como eixo norteadores interação e
brincadeiras e garantir diversas experiências. Como promover o conhecimento de si
e do mundo, favorecer o conhecimento das crianças nas diferentes linguagens,
possibilitar as crianças experiências de narração, apreciação e interação com
linguagem oral e escrita, recriar contextos de quantidade, medidas e formas, ampliar
confiança e participação, possibilitar situações de aprendizagem para sua
autonomia, possibilitar vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos
culturais, incentivar curiosidade e exploração, interação com diversos segmentos
das artes, promover cuidado e a preservação com meio ambiente, promover a
interação com a cultura brasileira e possibilitar o uso de diversas mídias. De acordo
com texto das Diretrizes e Curriculares Nacionais da Educação Infantil as escolas
que irão elaborar os modos de integração destas experiências de acordo com suas
características locais.
No próximo tópico iremos abordar a Base Comum Curricular Nacional para
ensino infantil e ensino fundamental homologada em dezembro de 2017.
2.2 Base Comum Curricular Nacional (BNCC)
A BNCC é um documento que regulamenta quais são as aprendizagens
essenciais a serem trabalhadas nas escolas públicas e privadas no ensino infantil,
nos ensinos fundamentais e ensino médio. A BNCC é uma referência obrigatória
para elaboração dos currículos escolares e propostas pedagógicas.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter
normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens
essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e
modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados
seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o
que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento
normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o
§ 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB,
Lei nº 9.394/1996)1, e está orientado pelos princípios éticos, políticos e
estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN)2.
(BRASIL,2017)
Este trabalho está centrado na educação infantil e daremos continuidade
fazendo recorte da Base Comum Curricular Nacional para essa primeira fase da
educação básica.
A BNCC para educação infantil aborda seis direitos de aprendizagens e
desenvolvimento. Esses direitos tem por base os eixos estruturantes das práticas
pedagógicas citados no corpo do texto das DCNEI que são as interações e
brincadeiras.
● Conviver.
● Brincar.
● Participar.
● Explorar.
● Expressar.
● Conhecer-se.
Com base nos seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento a BNCC
estabelece cinco campos de experiências.
● O eu, o outro e o nós.
● Corpo, gestos e movimentos.
● Traços, sons, cores e formas.
● Escuta, fala, pensamento e imaginação.
● Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
“Em cada campo de experiências, são definidos objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento organizados em três grupos por faixa etária.” (BRASIL, 2017)
Faixasetárias ficam definidas:
Bebês: zero a 1 ano e 6 meses
Crianças bem pequenas: (1 ano e 7 meses à 3 anos e 11 meses)
Crianças pequenas (4 anos à 5 anos e 11 meses)
Para continuidade deste artigo iremos esboçar sobre campo de experiência Escuta,
fala, pensamento e imaginação que aborda atividades que valorizam a
comunicação. O uso do gosto pela leitura escrita. Vamos transcrever o que o
documento da BNCC descreve sobre este campo de experiência. A BNCC discorre
que desde cedo a crianças vivenciam situações comunicativas e se faz necessário
que na educação infantil seja ambiente que oportunize o enriquecimento do
vocabulário e promova participação nas múltiplas linguagens, pois dessa forma ela
se constitui como sujeito social.
Desde cedo, a criança manifesta curiosidade com relação à cultura escrita:
ao ouvir e acompanhar a leitura de textos, ao observar os muitos textos que
circulam no contexto familiar, comunitário e escolar, ela vai construindo sua
concepção de língua escrita, reconhecendo diferentes usos sociais da
escrita, dos gêneros, suportes e portadores. Na Educação Infantil, a
imersão na cultura escrita deve partir do que as crianças conhecem e das
curiosidades que deixam transparecer. As experiências com a literatura
infantil, propostas pelo educador, mediador entre os textos e as crianças,
contribuem para o desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímulo à
imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo. Além disso, o
contato com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a
familiaridade com livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação
entre ilustrações e escrita, a aprendizagem da direção da escrita e as
formas corretas de manipulação de livros. Nesse convívio com textos
escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobre a escrita que se
revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão
conhecendo letras, em escritas espontâneas, não convencionais, mas já
indicativas da compreensão da escrita como sistema de representação da
língua. (BRASIL, 2017).
A Base Comum Curricular é documento norteador aos professores que define
conjunto de aprendizagens a serem desenvolvidas em sala de aula. No próximo
tópico abordaremos os conceitos de alfabetização e letramento. E, o uso das
embalagens e rótulos na educação infantil.
2. Alfabetizar, letrar e o uso das embalagens e rótulos.
A alfabetização processo de aprendizagem onde sujeito desenvolve
habilidade de ler e escrever. Para Soares (2005, p. 24) chamamos de alfabetização
o ensino e o aprendizado da linguagem humana; a escrita alfabética- ortográfica.
O ensino do processo de alfabetização para professor se tornou tarefa
importante, pelo fato de não somente ensinar a ler e escrever, mas preparar o aluno
para interpretar os contextos de leitura em sociedade. Kramer (1986) aponta que o
professor deve levar em conta o conceito de alfabetização e o valor atribuído à
aquisição da linguagem escrita pelo grupo social a que pertence a criança. E, ainda
considerar o grau de familiaridade da criança em relação, a livros, jornais e revistas.
De
Entende-se que alfabetizar é ato de decodificar, mas é preciso ir além, para
isso as informações devem ser interpretadas para que o sujeito possa compreender
as práticas de leitura no contexto social. Nessa vertente surgiu termo letramento que
foi citado a primeira vez no livro de Mary Kato: No mundo da escrita: uma
perspectiva psicolinguística em 1986. Depois foi usado em diversos livros no
Brasil. Em Soares (1999) aborda a diferença entre sujeito alfabetizado e letrado, o
indivíduo alfabetizado que sabe ler e escrever, já letrado não sabe somente ler e
escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura.
Durante o processo de alfabetização no ambiente escolar se faz necessário
que professor insira o aluno à cultura letrada mostrando textos em livros, revistas,
jornais embalagens e rótulos. Para Ana Teberosky (2018), “um ambiente
alfabetizador é aquele onde há cultura letrada com livros, textos digitais ou em
papel, um mundo de escritores que circulam socialmente”.
De acordo com Emília Ferreiro, (1996) “O desenvolvimento da alfabetização
ocorre, sem dúvida, em um ambiente social. Mas as práticas sociais assim como as
informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças.”
A alfabetização e letramento tem conceitos distintos, mas são indissociáveis.
Enquanto uma ensina a decodificar a língua materna, a outra faz com que a criança
compreenda o uso social da linguagem.
Diante desses conceitos partiremos para elaboração das atividades com uso
de embalagens e rótulos. Realizamos Identificação quanto ao uso, ao conteúdo e
dessa forma realizamos uma leitura de mundo com as crianças.
Durante minha experiência em sala de aula com alunos da educação infantil
elaborei algumas atividades com intuito de aguçar a curiosidade e interesse em
participar. E, também aprender de forma lúdica com esses portadores de texto.
Na primeira semana elaboramos um mural da higiene. Antecipadamente os
alunos trouxeram de casa embalagens de produtos que eles usam para sua higiene.
Analisamos as embalagens quanto a cor, se havia letras nos quais eles já
reconheciam ou até mesmo números. Abordamos também a importância dos bons
hábitos de higiene pessoal.
Na segunda semana fizemos abordagem sobre a importância dos alimentos
saudáveis da mesma forma da atividade anterior os alunos trouxeram embalagens e
rótulos de alimentos que eles consumiam em casa. Em sala separamos em dois
grupos os alimentos que são saudáveis e benéficos ao desenvolvimento e os
alimentos que não são saudáveis e fazem mal a nossa saúde. Concluímos nossa
atividade com piquenique com diversas frutas.
Na terceira semana levei para sala de aula o alfabeto formado com as letras
iniciais dos rótulos e embalagens. Analisamos todas as letras, perguntei se eles já
identificavam alguma letra nos rótulos e embalagens. E, em seguida trabalhamos as
letras iniciais dos nomes de cada aluno.
Na quarta semana pedi que os responsáveis trouxessem rótulos e
embalagens diversificadas. Sentamos na roda de conversa e examinamos todos os
rótulos. Em seguida disse que nos iriamos separar os rótulos e embalagens de
acordo com sua especificidade. Separamos em grupos: higiene pessoal, limpeza,
alimentação saudável e alimentação não saudável. Após separação montamos
uma venda em sala de aula registramos a brincadeira quanto ao uso de cada rótulo,
observamos letras, números, formas, cores, quantidade, tamanho e forma.
De acordo com os PCNs:
A experiência com textos variados e de diferentes gêneros é fundamental para a constituição
de um ambiente de letramento e alfabetização. A seleção do material escrito, portanto deve estar
guiada pela necessidade de iniciar o aluno no contato com os diversos textos e de facilitar os a
observação de práticas sociais de leitura e escrita nas quais suas diferentes funções e características
sejam consideradas. Neste sentido os textos de literatura, como jornais, revistas, textos publicitários,
propagandas, rótulos, entre outros, são modelos que se podem oferecer para que o aluno aprenda
sobre a linguagem que se usa para escrever. Podemos usar variados gêneros textuais para
desenvolver a leitura e a escrita de nossos alunos, entre eles podemos citar: receitas culinárias,
regras de jogos, textos impressos de embalagens, rótulos de alimentos, anúncios, cartazes, folhetos
de lojas e de supermercado contendo promoções variadas, cartões de aniversário e de natal, histórias
em quadrinhos, parlendas, canções, poemas, quadrinhas, mitos, lendas, fábulas entre muitos outros
gêneros existentes dentro das possibilidades de letramento e alfabetização (BRASIL, 1998, p.58).
Conclusão:
As atividades foram elaboradas no período de entre os meses de fevereiro e
março de 2020. Com intuito de explorar os rótulos e embalagens na educação
infantil. Pudemos verificar que estes objetos são portadores de texto e que as
crianças já se encontravaminseridas em seu convívio. Realizamos uma leitura
contextualizada através das atividades voltadas para lúdico. Observamos que foram
momentos prazerosos e de muito aprendizado.
De acordo com Parâmetros Curriculares para Educação Infantil (PCNs), “a
grande parte das crianças, desde pequenas, estão em contato com a linguagem
escrita por meio dos seus diferentes portadores de texto, como livros, jornais,
embalagens, cartazes, placas de ônibus etc.”.
É muito importante que o professor compreenda como uma criança aprende
aquilo que se quer ensinar porque todo profissional de sucesso conhece o seu
objeto de trabalho, por exemplo o cardiologista é um especialista em coração,
biólogo é na ciência da natureza e etc. Assim, deve ser o professor na Educação
infantil é conhecer como se dá o processo de aprender. Ao se apropriar desse
conhecimento o professor estará mais seguro para desenvolver estratégias de
ensino que motivem a aprendizagem.
O trabalho desenvolvido com rótulos e embalagens foi significativo para
trazer um contato que normalmente não se usa no trabalho de alfabetização e
letramento, percebendo que a contextualização que existe entre o que é ensinado
na escola e o cotidiano dos alunos deve ser sempre valorizado, pois facilita a
aprendizagem em todos os sentidos. Através do uso da sequência didática
percebeu-se que o fato dos alunos conhecerem antecipadamente as etapas do
projeto fez com que a etapa posterior fosse aguardada, o que motivou muito os
alunos, fato não observado em aulas normais.
.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
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Acesso em: 30 de Abril de 2019.
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