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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA RELATO DE CASO SINTOMATOLOGIA E DIAGNÓSTICO DE HÉRNIA DE DISCO EM UM CÃO SYMPTOMATOLOGY AND DIAGNOSIS OF HERNIAL DISC IN A DOG Pedro Henrique Ferreira Dos Santos1, Júlia Magalhães Alencar² , Gizele monsueth Melo³ 1 Aluno do Curso de Medicina veterinária 2 Aluna do curso de medicina Veterinária 3 Professora do Curso de Medicina Veterinária Resumo Introdução: A degeneração de disco é uma enfermidade comum em cães sendo classificada em tipo I que é uma metaplasia condroide com extrusão do conteúdo do disco e tipo II que é uma metaplasia fibroide com com protusão discal ambas comprimido a medula e causando distúrbios no sistema neurológico, causando dor, desconforto e diminuição de qualidade de vida dos pacientes Objetivo: Este trabalho tem como objetivo descrever métodos e exames de identificação dessas afecções Materiais e Métodos: Atendeu um cão fêmea de 13 anos com protrusões de disco em 15 discos intervertebrais, com paralisia de membros pélvicos ao qual realizou um tratamento conservador medicamentoso. Para possibilitar um tratamento com sucesso é necessário que se identifique a causa dos sinais clínicos e para tal realizou uma anamnese detalhada com exame neurológico e exames complementares a fim de identificar a lesão. Conclusão: conclui-se que o exame semiológico e exames complementares de imagens são cruciais para o diagnóstico e tratamento adequado. Palavras-Chave: Disco intervertebral; exame neurológico; degeneração. Abstract Introduction: Disc degeneration is a common disease in dogs and is classified as type I, which is a chondroid metaplasia with extrusion of the disc contents, and type II, which is a fibroid metaplasia with disc protrusion, both compressing the spinal cord and causing disorders in the neurological system. , causing pain, discomfort and decreased quality of life in patients Objective: This study aims to describe methods and tests for identifying these conditions Materials and Methods: A 13-year-old female dog was treated with disc protrusions in 15 intervertebral discs, with paralysis of pelvic limbs to which he underwent conservative drug treatment. In order to enable a successful treatment, it is necessary to identify the cause of the clinical signs and, for this purpose, a detailed anamnesis with neurological examination and complementary exams were carried out in order to identify the lesion. Conclusion: it is concluded that the semiological examination and complementary imaging tests are crucial for the proper diagnosis and treatment. Keywords: Intervertebral disc; neurological examination; degeneration. Contato: gizele.melo@icesp.edu.br Introdução A doença do disco intervertebral diz respeito a degeneração de discos intervertebrais que pode resultar em protrusão do disco ou extrusão do conteúdo discal para a medula espinhal (LECOUTEUR; GRANDY, 2019. TOOMBS & WATERS, 2007).A degeneração sob forma de extrusão do conteúdo do disco ocorre de forma aguda e com maior frequência em cães de raças com características condrodistróficas (FOSSUM, 2014). Cães das raças Dachshunds, Beagles, Pequinês, Basset Hound, Shih Tzu, Buldogue Francês, Lhasa Apso e poodles são os mais recorrentes com degeneração de disco tipo I (LECOUTEUR; GRANDY, 2019 TOOMBS & WATERS,2007, DENNY E BUTTERWORTH, 2006, MORAILLON et al., 2013, FOSSUM,2014, NEVES, 2018). A degeneração de disco tipo I é a extrusão do material do interior do núcleo do disco intervertebral que ocorre de forma explosiva sobre o canal raquidiano (TOOMBS & WATERS, 2007 ,NELSON E COUTO. 2006). Essa extrusão e antecedida por uma metaplasia condroide que acomete o disco a partir do primeiro ano de vida do animal, esse processo é caracteriza por uma alteração natural em que o material discal se torna mais cartilaginoso e mineralizado (TOOMBS & WATERS, 2007 ,NELSON E COUTO. 2006). O que sucede em posterior fragilização do disco e rompimento do ânulo fibroso, o qual decorre a extrusão do conteúdo nuclear que podendo comprimir de forma aguda a medula espinhal, acomete todas as raças sendo as raças condrodistróficas as mais afetadas devido a características físicas predisponentes (TOOMBS & WATERS 2007, FOSSUM 2014, DENNY E BUTTERWORTH 2006, CHRISMAN et.al ; 2005). Na degeneração de disco tipo II ou também denominada Hansen tipo II, acomete cães de raças maiores e ocorre mais tarde na vida do animal (TOOMBS & WATERS, 2007 ,NELSON E COUTO. 2006).O núcleo pulposo sofre uma degeneração fibróide lenta e insidiosa, sendo substituído por um tecido colagenoso rompendo parcialmente faixas anulares formando uma saliência cupuliforme do anel dorsal, fazendo com que o disco se insinue lentamente sobre o canal vertebral, ocorrendo assim uma compressão lenta da medula (TOOMBS & WATERS, 2007, MORAILLON et.al; 2013). Ocorre mais frequentemente em cães de raças maiores e acima de 8 anos (TOOMBS E WATERS 2007, DENNY E BUTTERWORTH 2006, MORAILLON et.al 2013, CHRISMAN et al., 2005 FOSSUM 2013). A dor é o sintoma mais frequente relacionada a lesões de disco intervertebral sendo muito mais acentuada em hansen tipo 1 do que em hansen tipo II, difere os sinais a depender do local da lesão, quantidade de material extrudado, força do impacto na medula espinhal e do envolvimento de nervos espinhais. A dor é apresentada na vocalização do animal bem como no andar enrijecido, cabeça baixa, pescoço resguardado e espasmos dos músculos do ombro e cutâneos do pescoço e sinais neurológicos como deficiência locomotora, ataxia, paresia, paraplegia, tetraplegia, perda de propriocepção e nocicepção, incontinência urinária e fecal (TOOMBS & WATERS 2007, CHRISMAN et.al; 2005, MORAILLON et al; 2013, FOSSUM 2013). A anamnese detalhada e cuidadosa constitui o início do diagnóstico de todo distúrbio neurológico (BRAUND; SHARP, 2007). Podendo esclarecer sobre a rapidez e evolução da doença, auxiliar no exame neurológico e até sugerir um diagnóstico presuntivo (BRAUND; SHARP, 2007, CHRISMAN et al., 2005, LECOUTER, GRANDY 2019). Para construir um plano terapêutico eficiente, colher um resultado satisfatório e fornecer um prognóstico assertivo é muito importante que obtenha o diagnóstico definitivo, para isso é necessário um minucioso exame clínico e neurológico para identificar a lesão no interior do sistema nervoso, qual o tipo e causa dessa lesão sendo esse o fundamento que norteia o tratamento (BAGLEY; MAYHEW, 2016, BRAUND; SHARP, 2007, CHRISMAN et al., 2005). Os exames complementares são aliados na elaboração de diagnóstico diferencial como indicar ou eliminar possíveis diagnósticos diferenciais como discoespondilite, espondilite, e alguns casos de meningite(CHRISMAN et al., 2005). A Urinálise pode identificar infecção no trato urinário em caso de discoespondilite, bem como o exame de Creatina-quinase mostrar presença de polimiosite e polimiopatias (CHRISMAN et al., 2005). O exame de líquido cefalorraquidiano não está indicado para animais com doenças de disco óbvias, mas pode ser importante para descartar processos inflamatórios (NELSON E COUTO, 2006). Objetivo Este trabalho tem por objetivo descrever a sintomatologia e diagnóstico de degeneração de disco intervertebral. Relato de caso Foi atendido uma fêmea, canina pelo nome de Mimi, da raça chow chow, com 13 anos de idade, pesando 18,2kg, TPC 2, com frequência cardíaca 65 BPM, frequência respiratória 20 MPM, e temperatura retal 38 °C. O tutor relatou que o animal apresentava muita dor, convulsões, inapetência, anuria, paralisia dos membros posteriores e vocalização de dor. No exame clínico notou-se que o animal não conseguia se manter em estação e nem deambular, porém tinha preservação dos reflexos de dor profunda. Foram solicitados hemograma, bioquímica sérica e uma tomografia computadorizada. No hemograma as hemácias, as hemoglobinas e o hematócrito estavam abaixo dos parâmetros sugeridos, Indicando uma anemia normocítica normocrômica. No leucograma os leucócitos segmentados relativos estavam acima dos parâmetros e os linfócitos relativo e absolutos estavam abaixo,indicando uma neutrofilia relativa, com linfopenia relativa e absoluta. As proteínas plasmáticas e as plaquetas também estavam fora dos parâmetros, indicando uma hiperproteinemia e trombocitose. No exame de bioquímica sérica a alanima aminotransferase, a fosfatase alcalina e a ureia estavam aumentadas. Antes da realização da tomografia foi prescrito um tratamento conservador dos fármacos de uso oral: O analgésico opióide cronidor 80 mg/ foi prescrito em farmácia veterinária com 1 comprimido, TID, durante 5 dias, o anti-Inflamatório prediderm 20mg foi prescrito em farmácia veterinária do primeiro ao quinto dia com 1 comprimido, SID e do sexto ao décimo dia, com meio comprimido, SID, foi prescrito um medicamento de ação antipirética e anagésica, a dipirona 500mg em farmácia humana na dose de 1 comprimido, BID, durante 5 dias e um suplemento alimentar Hep Plus em farmácia veterinária, oferecer 2 tabletes, SID, durante 30 dias. De uso nasal foi prescrito um broncodilatador de longa ação e um corticoide inalatório, o Seretide 25/125 em farmácia humana ,sendo 3 borrifadas, TID, durante 7 dias e deixar a paciente inalar por 20 segundos. No exame tomográfico foi visualizado: Figura 01- protrusão de disco intervertebral (PDI)- entre as vértebras T4-T5 central, medindo cerca de 113 HU, ocupando cerca de 20% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 02 - Protrusão entre as vértebras T5-T6, posicionamento central, medindo cerca de 185 HU,ocupando cerca de 15% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 03 - protrusão entre as vértebras T6-T7, posicionamento central, medindo cerca de 197 HU,ocupando cerca de 15% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 04 - Protrusão entre as vértebras T7-T8, posicionamento central, medindo cerca de 122 HU,ocupando cerca de 25% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 05 - protrusão entre as vértebras T8-T9, posicionamento central, medindo cerca de 116 HU,ocupando cerca de 30% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 06 - protrusão entre as vértebras T9-T10, posicionamento central, medindo cerca de 124 HU,ocupando cerca de 20% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 07 - protrusão entre as vértebras T10-T11, posicionamento central, medindo cerca de 120 HU, ocupando cerca de 20% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 08 - protrusão entre as vértebras T12-T13, posicionamento central, medindo cerca de 133 HU, ocupando cerca de 15% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 09 - protrusão entre as vértebras T13-L1, posicionamento central, medindo cerca de 111 HU, ocupando cerca de 15% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 10 - protrusão entre as vértebras L1-L2, posicionamento central, medindo cerca de 115 HU, ocupando cerca de 10% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 11 - protrusão entre as vértebras L2-L3, posicionamento central, medindo cerca de 117 HU, ocupando cerca de 10% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 12 - protrusão entre as vértebras L4-L5, posicionamento central,medindo cerca de 108 HU, ocupando cerca de 15% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 13 - protrusão entre as vértebras L5-L6, posicionamento central, medindo cerca de 110 HU, ocupando cerca de 05% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 14 - protrusão entre as vértebras L6-L7, posicionamento central, medindo cerca de 131 HU, ocupando cerca de 25% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Figura 15 - protrusão entre as vértebras L7-S1, com posicionamento central, medindo cerca de 129 HU, ocupando cerca de 30% do canal vertebral, comprimindo assim a face ventral do saco dural da medula espinhal. Observa-se também discretas áreas de realce medular intradural anômalo ao meio de contraste venoso, ao nível do segmento cervical/cervico torácico com maior relevância na altura das vértebra C2, C3, C4, C5 e C6. Tendo presença de espondilose deformante em L3-L4 e L7-S1. Fig-01 PDI* T4-T5 Fig- 02 PDI* T5-T6 Fig- 03 PDI* T6-T7 Fig - 04 PDI* T7-T8 Fig-05 PDI* T8-T9 Fig-06 PDI* T9-T10 Fig-07 PDI * T10-T11 Fig-08 PDI*T12-T13 Fig-09 PDI* T13-L1 Fig-10 PDI* L1-L2 Fig-11 PDI*L2-L3 Fig-12 PDI* L4-L5 Fig-13 PDI* L5-L6 Fig-14 PDI* L6-L7 Fig-15 PDI* L7-S’1 Figura 16 - Exame tomográfico: Protusão do disco intervertebral em todas as vértebras a partir da T4 até a T11. Figura 17 - Exame tomográfico: Protusão do disco intervertebral em todas as vértebras a partir da T9 até a S1. Nos exames complementares verificou-se a inexistência de erliquiose, babesia, anaplasma e cinomose o animal também não apresentava febre ou alterações dos sinais neurológicos do nervos cranianos. Suspeitou de discopatia e a mesma foi encaminhada para realização de exames ortopédicos. Houve também uma suspeita de mielite e para confirmação foi solicitado a coleta do líquido cefalorraquidiano, o qual não foi realizado pela proprietária, impossibilitando a confirmação ou descarte da suspeita. Após os exames realizados optou por tratamento conservador e de suporte não procedendo para o tratamento cirúrgico devido ao prognóstico desfavorável. Após a tomografia foi prescrito: Anticonvulsivante Gabapentina 300 mg em farmácia humana sendo que do primeiro ao quinto dia foi receitado meio comprimido, BID, e do sexto ao décimo quinto dia foi prescrito meio comprimido, BID, ou anticonvulsivante gabapentina 180 mg/dose manipulado do primeiro ao quinto dia, para administrar 1 dose, BID, e do sexto ao décimo quinto dia administrar, BID; Também foi receitado um barbitúrico com propriedades anticonvulsivantes, o fenobarbital em gotas de farmácia humana para medicar com 1,8ml, BID, durante 20 dias, ainda foi prescrito um antibiótico afectrin em farmácia humana com a dose de 6,5 ml, BID,durante 15 dias; e suplemento vitamínico Hemolitan Gold em farmácia veterinária para administrar 25 gotas, BID, por 30 dias, foi receitado também um anti-Inflamatório prediderm 20mg em farmácia veterinária com meio comprimido, SID, durante 7 dias, foi prescrito um medicamento expectorante, a acetilcisteina 400mg em farmácia humana na dose de 4,5ml,BID, durante 10 dias, prescrito também medicamento para prevenir náuseas e vômitos, o vonau vet em farmácia veterinária na dose de 1,8ml, BID, durante 7 dias. O paciente seguiu com o tratamento em casa. Discussão. No relato de Ramalho et.,al (2014) o animal apresentou cabeça baixa, orelhas para trás, pescoço rígido, dificuldade de locomoção, espasmos dos músculos da coluna cervical, hiporexia, vocalização e sintomas que indicavam dor aguda, vivia em apartamentos com piso liso e era submetido a subir e descer escadas 3 vezes ao dia por 3 anos, associou ainda as características físicas do animal a uma condrodistrofia hereditária, e como sintomatologia apresentou espasmos musculares na região cervical e reações ao qual sugeria dor aguda, a cinestesia se mostrou ausente nos quatro membros, apresentou depressão mental, quadriparesia, dor profunda nos quatro membros, e presumiu-se que o local da lesão estaria na altura cervicocraniana abaixo do forame magno,obtendo o diagnóstico através da radiografia que mostrou hérnia de disco entre C5 e C6 e calcificação entre C3 e C4 (RAMALHO et al., 2014). Alves, (2020) também relatou hérnia em um cão Dachshund com a idade de 7 anos pesando 9 kg apresentando em dois dias paraplegia sem ocorrência de trauma, no exame físico observou que todos asfunções fisiológicas preservadas, escore corporal nível 7, também não notou nenhuma alteração sistêmica explícita, no exame clínico neurológico o animal não apresentou propriocepção consciente dos pés nas várias repetições do mesmo, no teste de nocicepção o animal só apresentou reação quando exposto à dor profunda, também não apresentou sensibilidade ao toque na coluna lateral aos processos espinhosos em sequência crânio-caudal não sendo possível identificar o local da lesão. Foi relatado o atendimento de um cão macho, de 7 anos, Dachshund, pesando 9,4 kg, com queixa de perda aguda da locomoção dos membros posteriores há 4 horas, na avaliação clínica verificou-se as funções fisiológicos normais, no exame neurológico não foram evidenciados mudança no estado mental e dos nervos cranianos, o animal apresentava paralisia nos membros pélvicos com acentuação dos tônus muscular e dos reflexos patelar e flexor nos membros pélvicos, apresentou dor na região toracolombar durante a palpação epaxial. O reflexo perineal manteve-se preservado e o reflexo cutâneo do tronco mostrou-se ausente até a altura da (L2) o animal não apresentou sensibilidade a dor profunda, caracterizando assim, um quadro de lesão toracolombar grau V (NERONE , 2018). Mortate, (2008), relatou caso de disco intervertebral em uma cadela mestiça com Dachshund pesando 6,9 kg com idade de 7 anos durante o exame clínico o animal apresentou “andar meio travado” e sensibilidade em uma parte lombar há cerca de dois dias, no exame clínico visualizou um bom estado geral, princípio de obesidade, e dor na região toracolombar. No exame neurológico notou ataxia, cinestesia reduzida, caminhar com dificuldade sendo mais acentuada no membro pélvico esquerdo. No teste neurológico observou que no membro pélvico direito o animal apresentava redução da sensibilidade superficial, mas com sensibilidade profunda intacta, utilizou-se os testes dos reflexos patelar, tibial cranial e ciático, sem alterações.N no membro pélvico esquerdo observou ausência de sensibilidade superficial e diminuição da sensibilidade profunda, reflexos patelar, tibial cranial e ciático, todos se apresentaram diminuídos. O teste do panículo foi positivo a partir de L5, abaixo desta, o reflexo estava ausente. O animal conseguia urinar e defecar normalmente. ARAÚJO et al(2017) Relatou que um poodle macho de 6 kg apresentava leve ataxia e incoordenação motora,com histórico de trauma. Suspeitou-se de hemoparasitoses devido a assemelhação do sinais clínicos e também a uma casuística da localidade, ao qual se descartou após exames. Foi realizado o teste prospectivo sem anormalidade. No hemograma realizado com pesquisa de hemoparasitas o mesmo não apresentou alterações, na bioquímica sanguínea a função renal, se estabeleceu dentro dos níveis de normalidade. No exame clínico o animal apresentava paresia dos membros pélvicos, leve quadro de disquezia, reflexo de panículo ausente a partir de L5, sensibilidade superficial ausente e sensibilidade profunda diminuída dos membros pélvicos. Os parâmetros vitais se encontravam normais (NASCENTE et.al ; 2017). No caso de um Dachshund apresentando fraqueza muscular, atendimento, a duas semanas apresentando sinais de paraplegia. Durante o exame físico, o paciente apresentou parâmetros normais para a espécie. No exame neurológico observou paraplegia, ausência de propriocepção em membros pélvicos, presença de reflexo flexor em membros pélvicos e torácicos, ausência de nocicepção superficial e profunda em membros pélvicos, reflexo patelar normal a aumentado, atrofia muscular evidente em membros pélvicos, vesícula urinária repleta e reflexo perianal reduzido, também apresentou dor à palpação na região da coluna toracolombar (GIRALDI, 2021). Um cão macho da raça Buldogue francês, com idade de 2,6 anos, apresentou relutância para se locomover, evoluindo para paraplegia após 6 horas do início dos sinais clínicos, na avaliação de locomoção verificou paraplegia e flacidez nos membros pélvicos. Nos exames físico e neurológico constatou estado mental e funções dos nervos cranianos normais. Apresentava dor à palpação epaxial da coluna toracolombar e abdome tenso à palpação (sugerindo reflexo de hiperestesia em coluna). Nos membros pélvicos constatou-se ausência de propriocepção, dos reflexos patelar e perineal, e de resposta à dor profunda, já os membros torácicos apresentavam propriocepção, reflexos e nocicepção preservados (BIREAHLS, 2017). Neves, (2018) relatou que Bulldog francês com idade de 5,5 anos pesando 11,450 kg, estava quieta há dois dias, andava lentamente, se mantinha em estação com dificuldade, apresentava sinais de dor e não apresentava trauma na coluna. No exame clínico o animal apresentou dor na palpação da região toracolombar, no exame neurológico realizado com o animal em estação no teste de marcha o animal apresentou paraparesia nos membros pélvicos,propriocepção ausente. Na avaliação de hiperreflexia patelar e ciático apresentou dor superficial e profunda e reflexo cutâneo do tronco responsivo na região dorsal da L1-L2 . Um cão SRD, pensando 5,8kg com idade de 6 anos, realizou o exame físico e neurológico e observou que o animal apresentava dor,não deambulava, paralisia grave, presença de reflexo cutâneo do tronco a partir da terceira vértebra lombar, a propriocepção ausente, reflexo patelar ausente e flexor diminuído, ao qual segundo Rocha et al. (2013) sendo compatível com síndrome lombossacral. O hemograma apresentou discreta anisocitose, eosinofilia absoluta, leucocitose, linfopenia relativa, monocitose relativa e absoluta, e neutrofilia absoluta. Os valores encontrados para creatinina se encontravam dentro dos padrões para a espécie. Ao exame radiográfico não foram encontradas alterações dignas de nota (NASCENTE et.al; 2017). No hemograma, nível de creatinina e a ALT não observou nenhuma alteração (GIRALDI, 2021). Segundo ALVES (2020) na tomografia foi identificado mineralização no canal medular distribuído em porção ventrolateral direita entres as vértebras T11-T12, o tal material deslocava-se lateralmente promovendo obliteração de neuroforame direito e cranialmente pelo canal vertebral sempre em região ventrolateral direita até o nível da porção cranial de T11, sendo que o maior ponto de obliteração se situava sobre a transição vertebral T11-T12, também comprimia 50% do canal medular causando extrusão discal (ALVES, 2020) No exame de mielotomografia da região, evidenciou uma extensa área de edema, o que impediu um diagnóstico preciso e a identificação do local exato da possível compressão. Na ressonância magnética observou uma área de hipersinal heterogênea, sem compressão, na medula espinhal toracolombar, o DIV entre T13-L1, além de um estreitamento deste mesmo espaço intervertebral, visualizados nas sequências ponderadas em T2. Com base nos achados de imagem, foi feito o diagnóstico presuntivo de ENPANC, (extrusão do núcleo pulposo agudo não compressivo) descartando, assim, a necessidade de descompressão cirúrgica (NERONE , 2018). Realizou-se um exame tomográfico do segmento tóraco-lombar, onde não se constatou sinais de fratura ou luxação na região avaliada, sem sinais de lesão traumática, presença de material hiperatenuante no interior do canal vertebral ao nível do espaço intervertebral T12-T13, sendo compatível com extrusão de disco intervertebral. Observou estenose do forame intervertebral esquerdo entre as vértebras T12 e T13, onde o forâmen intervertebral direito apresentou-se com largura de 2,1mm, enquanto que o forâmen intervertebral esquerdo apresentou-se com largura aproximada de 0,8mm. Não observou compressão medular ou sinais associados a edema ou hemorragia medular, proliferações osteofíticas, esclerose de placas terminais e nem sinais de neoplasia vertebral, sem sinais de osteopenia ou osteoporose (ARAÚJO et al., 2017). Na tomografia computadorizada na região toracolombar visualizou presença de material hiperatenuante localizado dorsalmente ao disco intervertebral entre a 6ª e 7ª vértebra lombar, com conformaçãoirregular, posicionamento central e característica calcificada, preenchendo 35 a 40% do diâmetro do canal vertebral, promovendo deslocamento dorsal e compressão da região do cone medular, caracterizando assim, extrusão do disco intervertebral.O mesmo exame também identificou material hiperatenuante dorsalmente ao disco intervertebral, entre L7-S1, porém, apresentava conformação regular com posicionamento central não calcificada em sua maior parte, apresentava ainda ponto de mineralização no ânulo fibroso dorsal, se projetando para o canal vertebral em aproximadamente 50% do seu diâmetro, promovendo estenose lombossacra. Não evidenciando neste ponto compressão do cone medular ou sinais de obliteração foraminal, caracterizando assim, protrusão discal (NASCENTE et al; 2017). No exame tomográfico foi visto presença de material amorfo parcialmente mineralizado localizado na região ventral e lateral direita do canal vertebral entre L3-L4 até o terço médio/caudal de L4, com aproximadamente 1,5 cm de comprimento, ocupando cerca de 70% do diâmetro do canal vertebral. Visualizou-se também o mesmo material, porém com menor volume em região de L4-L5, além de mineralização de diversos discos em outras regiões (entre T4-T5, T6-T7, T11-T12, T13-TL1, L2-L3 e mais discretamente entre L3- L4 e L4-L5) GIRALDI (2021). A tomografia computadorizada mostrou mineralização dos discos intervertebrais entre as vértebras T12-T13, L4-L5 e L5-L6, revelou também uma alteração morfológica do corpo vertebral de T13 (compatível com hemivértebra) e ausência de estenose do canal vertebral. Aplicou-se contraste no espaço subaracnóide onde foi possível visualizar atenuação da linha de contraste entre T13-L1 e L1-L2,com maior evidência no lado esquerdo. Conclui-se a presença de DDIV entre T12-T13, L4-L5 e L5-L6 e um provável edema medular entre L1-L2.Pela tomografia foi descartada compressão medular por material radiopaco (BIREAHLS, 2017). Ainda segundo BIREAHLS (2017) foi realizado uma ressonância magnética para detecção mais profunda de anormalidades no parênquima medular,sendo realizada na projeção sagital realizadas as imagens ponderadas em T1, T2 e Stir, na projeção sagital, ponderadas em T2 na projeção transversal e ponderadas em T1 com supressão de gordura, após a administração do contraste intravenoso, na projeção transversal. As imagens obtidas da RM indicaram a presença de hemivértebra em T8 e T13, área intramedular com hipersinal em T2 e Stir entre L1-L2, discreta compressão medular ventral em T8 e entre T13-L1 e L1-L2, hiposinal dos discos intervertebrais nas imagens ponderadas em T2, entre T12-T13, L4-L5 e L5-L6. Concluiu-se a presença de mielopatia focal entre L1-L2. No exame tomográfico observou presença de material hiperatenuante localizado lateralmente à direita do canal medular entre as vértebras lombares L3-L4 com indícios de compressão da medula, compatível com extrusão de disco intervertebral. Visualizou imagem hiperatenuante localizada ventralmente ao canal medular, entre as vértebras lombares L5-L6 com indícios de compressão medular, compatível com extrusão de disco intervertebral. Diminuição do espaço intervertebral.(ROCHA, 2013). Foi solicitado tomografia computadorizada da região toracolombar, lombar e lombossacra, onde visualizou espondilose deformante entre T11-T12 , T12-T13 e L7-S1 hemivertebra em T9 e T12 além de sinais de lombarização da vértebra S1. Obteve como diagnóstico definitivo após exame de avaliação da TC que é sugestivo de extrusão do disco intervertebral das vértebras L1-L2, protusão do disco intervertebral das vértebras L3-L4 e L7-S1 seguido de hemivértebra em T9 e T12, além de lombarização e instabilidade da S1 (NEVES, 2018). No exame radiográfico foi verificado na projeção látero-lateral redução do espaço intervertebral entre C5 e C6 sugestivo de hernia de disco além de calcificação entre C3 e C4 (RAMALHO et al., 2014). O animal foi encaminhado para a radiografia, e após a análise ainda restava dúvida sobre a existência de Hansen tipo 1 no disco entre L2-L3, então requereu-se outra radiografia de posição latero-lateral da região L2-L3, confirmando e fechando o diagnóstico definitivo de D.D.I.V. também se confirmou extrusão denominado Hansen do tipo 1, entre as vértebras L6-L7 com calcificação (MORTATE, 2008). Os exames para diagnóstico e localização de degeneração discal envolve a avaliação dos estado mental, ambulação e postura, reações posturais, reflexo dos nervos cranianos e da medula espinhal, massa e tônus muscular, e percepção sensorial (BRAUND; SHARP, 2007). O exame físico consiste em várias observações que fornecem informações a respeito da saúde geral do animal e dos outros sistemas do corpo, que podem estar comprometidos pelas disfunções do sistema nervoso (LECOUTER, GRANDY 2019). O exame de estado mental consiste na avaliação do estado de alerta do animal e das respostas a estímulos visuais, auditivos e táteis. Um estado mental anormal pode ser caracterizado por histeria, depressão, apatia, confusão, delírio, desorientação, estupor ou coma (BRAUND; SHARP, 2007). A alteração no estado mental está associada a uma anomalia discal na medula espinhal na porção cervical (RAMALHO et al; 2014). A avaliação de deambulação e postura servem para chamar atenção de um ou mais sistemas específicos como nervos periféricos sensoriais e motores e da conexão medula espinhal,tronco cerebral e cerebelo (BRAUND; SHARP, 2007, CHRISMAN et al., 2005). O animal é induzido a deambular, correr e se possível subir ou descer obstáculos, o animal também é posto em estação para avaliação dos membros e observando se há paresia, paralisia , tetraparesia ou tetraplegia (BRAUND; SHARP, 2007). A apresentação de tetraplegia ou tetraparesia é sugestivo de lesão acima da vértebra torácica T2, uma paresia ou paraparesia dos membros pélvicos indica lesão após a T2 (CHRISMAN et al., 2005). O teste de propriocepção é realizado para averiguar a capacidade do animal reconhecer onde estão os membros do corpo em relação ao espaço e ao seu tronco (BAGLEY; MAYHEW, 2016. TAYLOR, 2015). Podendo ser realizado de diversas formas como a colocação do dorso membro sobre o chão devendo o animal devolver a posição a natura sem demora (RISMAN et al., 2005 BAGLEY; MAYHEW, 2016).Outro método é colocar o membro do animal que será examinado sobre uma folha de papel, então deve-se puxar o papel lentamente ,à medida que o membro desliza junto com o papel o animal deverá erguer o membro e recolocá-lo na posição natural BAGLEY; MAYHEW, 2016). A avaliação dos nervo olfatório para visualização de disfunções nervosas é realizado através da colocação de eugenol e benzaldeído próximo às narinas testando assim a presença ou ausência de olfato, sendo a anosmia a perda total do olfato e a diminuição sendo denominada hiposmia (BRAUND; SHARP, 2007, BAGLEY; MAYHEW, 2016). O teste de resposta a ameaça realizado para testes de funcionamento dos nervos ópticos II e facial VII é realizado com um gesto de ameaça com a mão em direção ao olho do animal ou mover a própria cabeça rapidamente na direção dos olhos do animal que tende a piscar ou recuar,também é realizado os testes de movimento acompanhado onde o clínico movimenta a mão diante dos olhos do animal o qual deve acompanhar o movimento das mãos com os olhos,o teste de foco luminoso onde se lança um foco de luz sobre o olho que pisca com foco luminoso (BRAUND; SHARP, 2007, BAGLEY; MAYHEW, 2016). Na avaliação do NC oculomotor III incide um foco luminoso sobre o olho do animal o qual estando em normalidade deve retrair ambas as pupilas, uma anormalidade das funções do nervo oculomotor apresentará uma pupila dilatada irresponsiva ao estímulo luminoso, (BRAUND; SHARP, 2007, BAGLEY; MAYHEW, 2016). Os nervos cranianos III,IV e VI funcionam em conjunto para produzir movimentos oculares normais, em geral sendo avaliados ao mesmo tempo (BAGLEY; MAYHEW, 2016). Na averiguação do V nervo craniano ou também chamado nervo trigêmeo que tem função motora e sensorial para os testes sensoriais éestimulnado a córnea com um swab de algodão umedecido o qual induz o fechamento da pálpebra ou retração do olho na órbita, indicando um nervo abducente (VI) funcional (BRAUND; SHARP, 2007, BAGLEY; MAYHEW, 2016). Para avaliar a função motora é realizada a abertura da boca do animal e observar se há resistência (BRAUND; SHARP, 2007, BAGLEY; MAYHEW, 2016). O nervo facial VII se ramifica para diversos pontos da face como pálpebras, orelha,nariz, bochechas, lábios e para a porção posterior do músculo digástrico, os exames para detecção de distúrbios envolvem a resposta a ameaça tendo como anormalidades impossibilidade nos fechamentos dos olhos, paresia ou paralisia da comissura labial, sensibilidade auditiva ausente ou diminuída, leve desvio do nariz para o lado normal e baixa produção lacrimal (BRAUND; SHARP, 2007). O nervo vestibulococlear VIII possui duas subdivisões a parte sensorial na audição pelo nervo coclear e o nervo vestibular na propriocepção para o equilíbrio e postura, para realizar o teste do nervo vestibular deve se mover a cabeça do animal para ambos os lados em geral espera-se um nistagmo fisiológico e, geralmente, apresenta uma fase lenta na direção oposta à rotação da cabeça e fase rápida na mesma direção, com a cabeça sem movimento não deve haver nistagmo, o teste do nervo coclear pode ser testado de modo que que o examinador bata palmas atrás da cabeça do animal o qual normalmente responde virando a cabeça (BRAUND; SHARP, 2007). Para verificar anormalidades no nervo cranial IX ou glossofaríngeo e o nervo vago X que inerva as estruturas musculares faringeas e palatinas o teste envolve o reflexo do vômito o qual o examinador deve realizar pressão sobre a laringe onde a ausência de vômito indicam anormalidades (BRAUND; SHARP, 2007). O nervo acessório espinhal não apresenta sintomatologia quando observado a paralisia do mesmo nota se uma atrofia do músculo trapézio (BAGLEY; MAYHEW, 2016). O nervo acessório espinhal fornece inervação para certos músculos do pescoço, como a paralisia dos músculos raramente é observada,mas se presente pode levar a atrofia e torcicolo (BRAUND; SHARP, 2007). O nervo hipoglosso representa inervação motora da musculatura da língua e o teste é realizado com um umedecimento do nariz o qual induz o animal a lamber. Também realiza o estiramento da língua devendo o animal retraí-la (BRAUND; SHARP, 2007). A avaliação dos reflexos espinhais é útil para classificar os distúrbios neurológicos do NMS ou do NMI (M.TAYLOR, 2015). Uma lesão no NMS tende a manter ou aumentar os reflexos espinhais e lesões no NMI tendem a diminuir ou extinguir os reflexos e tônus muscular (BAGLEY; MAYHEW, 2016. M.TAYLOR, 2015. NETO, 2017). Para os testes de reflexo patelar posiciona-se o animal em decúbito lateral, estende as fibras do músculo quadríceps e percute o joelho com a superfície plana do plexímetro. A resposta esperada é contração reflexa do músculo quadríceps, esse teste compreende os segmentos nervosos provenientes de L4, L5 e L6 da medula espinhal (M.TAYLOR, 2015. NETO, 2017). Nesse mesmo sentido de avaliação do reflexo nervoso gastrocnêmio,tibial cranial, bicipital, tricipital, extensor do carpo radial e reflexo flexor (NETO, 2017). A avaliação do tônus e massa muscular é realizada pela palpação e cuidadoso movimento dos membros do animal. A hipotrofia pode ocorrer lentamente pelo desuso do membro ou de forma aguda, resultado de lesão no NMI,esse teste pode ser usado para estimar uma lesão nos nervos periféricos ou na medula. (M.TAYLOR, 2015 NETO, 2017). O teste de nocicepção se dá pela realização do teste reflexivo de retirada do membro pélvico, no qual o examinador aperta um dígito com pressão para provocar a flexão do quadril, joelho, jarrete e dos dígitos. Uma lesão craniana na L6 resulta em uma resposta normal aumentada desse reflexo (M. TAYLOR, 2015. NETO, 2017). Nesse relato observou-se a presença de hérnia de Hansen tipo II em cão de raça não condrodistrófica e com idade acima dos 8 anos , corroborando com o relatado por Lecouteur; e Grandy (2019) e Toombs & Waters (2007). Apresentou paresia dos membros pélvicos em ambos os lados em desacordo com Toombs e Waters, (2007) que no seu relato descreveu ser a paresia menos comum e quando presente é mais acentuada em um dos lados. O animal apresentou dor e vocalização de dor ao ser examinado, a extrusão discal eleva o animal a dor aguda mais intensa devido a compressão aguda da medula, mas com uma compressão medular devido a protrusão em 15 pontos da medula também apresentou dor aguda e geral onde vai de encontro com o descrito por Ramalho et al., (2014), Franco et al., (2016), Nerone (2018), Rocha et al., (2013). O animal não conseguia deambular se assemelhando ao descrito por Rocha et al., (2013) e se mantinha em estação com dificuldade já relatado por Neves, (2018). Apresentava anuria não sendo possível detectar a origem, mas segundo Toombs & Waters (2007) e Moraillon et al., 2013 sendo a dificuldade micção como possível sinal clínico devido a falta de impulso nervoso proveniente do córtex cerebral que passa pela S1-S3 para o músculo detrusor liso da bexiga a deixando sem compressão e expulsão do seu conteúdo. Foi realizado Hemograma e bioquímica sérica para exclusão de diagnóstico diferencial ou de possível infecção (MORAILLON et al., 2013, NASCENTE et al., 2017 ,GIRALDI, 2021, ARAÚJO et al., 2017) e que não foram realizados segundo Nascente et al., (2017). O exame de imagem para diagnóstico definitivo foi primordial no qual optou por uma tomografia computadorizada sendo esse tipo de exame suficiente para o diagnóstico assism como relatado por Nascente et al., (2017), Bireahls (2017), Neves (2018), Giraldi (2021), Alves (2020), Araújo et al., (2017), Rocha (2013. O paciente não foi encaminhado para a cirurgia devido ao seu prognóstico desfavorável que é corroborado por Moraillon et al., (2013) que relata a paralisia de membros pélvicos que se enquadram num grau 3/4 com um prognóstico reservado. O tratamento pode se dar nas formas profilática conservadora, cirúrgica e fisioterápica. O tratamento inicial se dá no limite do animal ao ambiente, colocando-o em confinamento de gaiola por 3 a 4 semanas, para evitar uma progressão da lesão. A administração de anti-inflamatório não esteróides são úteis para proporcionar repouso confortável. Se o animal apresentar sintomas neurológicos moderados a graves, a administração de corticoides é indicada nos estágios iniciais, porém ele deve ser evitado pois controlam a dor e o paciente se tornar mais ativo e consequentemente pode causar uma grande pressão sobre os discos intervertebrais (FOSSUM, 2013, DENNY E BUTTERWORTH 2006). Na fase aguda os corticoides são indispensáveis, pois são eles que impedem a reação inflamatória de continuar. Os analgésicos podem ser associados aos glicocorticóides, e os anti-inflamatórios não esteroides podem ser administrados, devendo ser usados com cautela, pois o animal sem dor pode voltar a atividade normal e acabar se lesionando (MORAILLON et al., 2013) Na terapia cirúrgica podemos subdividir os processos em profiláticos e terapêuticos.Na profilaxia fazemos a fenestração que é necessária para a remoção do material nuclear do próprio disco.Já no tratamento da extrusão que necessita a retirada do material discal presente no interior do canal vertebral são feitas por técnicas de descompressão.Na fenestração é produzido uma janela no anel fibroso onde é retirado todo o núcleo pulposo remanescente do disco, tendo como objetivo eliminar o material de núcleo pulposo que é forçado em direção dorsal, reduzir a intensidade da dor pela descompressão do disco e retirar todo núcleo restante prevenindo a recidiva.Na descompressão ocorre a remoção de partes das vértebras adjacentes ao espaço intervertebral permitindo acesso ao canal vertebral, tirando assim o material de disco extrudado. O disco pode ser também fenestrado evitando outras extrusões (DENNY E BUTTERWORTH 2006) O tratamento de fisioterapia pode ser dividido por fases,a depender da evolução do paciente. As sessões são distribuídas de acordo com a melhora do animal. Começando pelo repouso, depois pelo alongamento, massagens e mobilizações articulares passivas, aplicação do laser terapêutico infravermelho, termoterapia com aplicação de luz infravermelha e aplicações de TENS na frequência de 90 Hz, isso é feito com o propósito de conseguir relaxamento muscular, elevar o limiar de ativação de receptores neurológicos de dor, diminuição dos espasmos musculares e para melhor analgesia (RAMALHO et al; 2014). Conclusão: A hérnia de disco é uma patologia comum na clínica veterinária e seu diagnóstico é uma etapa importante, pois é através dele que se consegue diferenciar de outras afecções com mesmas sintomatologias como tumores na medula, inflamação e infecções como mielite e meningite. O exame neurológico e de imagem é vital para diagnóstico e tratamento. Agradecimentos: Primeiramente agradecemos a Deus por toda bondade e misericórdia ao qual nos deu força e capacidade para que juntos pudéssemos concluir nosso tão sonhado curso. Agradeço aos meus queridos pais Marialva Ferreira e Divino Oliveira pelo que fizeram por mim enquanto sozinho jamais teria condições, e a minha esposa amada Amanda Ferreira por estar sempre ao meu lado com palavras incentivadoras e calorosas, e ao meu irmão Mateus Ferreira pelo apoio. Aos meus pais, Ubiratan Alencar, Márcia Crislene Magalhães e minha tia Gana Alencar que me deram condições para permanecer no curso, eles foram minha base ao longo desses cinco anos. Porque sem eles nada disso seria possível. Agradeço também a minha família,em especial a Lígia, Clara, Franco, Geovana, João Henrique, Erinaldo, Delian, Geo e Hilda Maria que foram peças fundamentais na minha formação. À nossa orientadora Gizele Melo pela paciência e ajuda no nosso TCC e nessa grande jornada,e a todos mestres e professores que contribuíram para nosso aprendizado. Ao Dr. Filipe Pacheco por toda paciência em compartilhar conosco seu vasto conhecimento. Aos nossos amigos e a todas as pessoas que de alguma forma nos acompanharam e fizeram parte das nossas vidas de alguma forma nesta trajetória. Referências: ARAÚJO AVF, Carreiro NA, Galvão JS, Menezes DJA, et al. Extrusão de disco intervertebral em cão, Ciência Animal,2017, 27 (2): 46-49. disponível em: extrusão de disco intervertebral em cão – relato de caso. acesso em 23/05/2022 BAGLEY, R. S; MAYHEW, I .G . Exame Clínico do Sistema Nervoso. In: RADOSTITS, Otto M. JOE MAYHEW, I .G J; HOUSTON, Doreen M. Exame Clínico e Diagnóstico em Veterinária 2. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2016. cap. 19, p. 384-392. ISBN 9788527707534. BIREAHLS, Ana Claudia. Extrusão de Núcleo Pulposo Aguda Não Compressiva em um cão: relato de caso. orientadora, Vanessa Sasso Padilha; coorientador, Carlos Eduardo Belo, 2017. 27 p. BRAUND, Kyle G. SHARP, Nicholas J. H. Exame e localização neurológica. In: SLATTER, Douglas. Manual de cirurgias de pequenos animais. 3. ed. São Paulo: Manole, 2007. v. 1, cap. 74, p. 1092-1107. ISBN 9788520422724. CREED, James E.; YTURRASPE, Daniel J. Espinha Toracolombar: Fenestração do disco intervertebral. In: BOJRAB, M. Joseph et al. Técnicas atuais em cirurgias de pequenos animais. 3. ed. São Paulo: Roca, 1996. cap. 43, p. 565-584. ISBN 8572411488. CHRISMAN , Cheryl et al. Neurologia para o clínico de pequenos animais. 1. ed. São Paulo: Roca, 2005. 336 p. ISBN 8572415327. DENNY, Hamish R.; BUTTERWORTH, Steven J. Cirurgia Ortopédica em cães e gatos. 4. ed. São Paulo: Roca, 2006. 496 p. ISBN 8572416447. 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