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FISIOLOGIA DA ATIVIDADE MOTORA Oséias Guimarães de Castro Circulação coronariana e exercícios Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar os ramos vasculares da circulação coronariana. � Descrever a evolução da doença arterial coronariana (DAC). � Analisar os efeitos de proteção cardiovascular gerados pelo exercício físico. Introdução As artérias coronárias fornecem sangue oxigenado ao músculo cardíaco e se originam na aorta seguindo até ao interior da estrutura cardíaca, para suprir a demanda de oxigênio. Como as artérias coronárias liberam sangue para o músculo cardíaco, qualquer doença arterial coronariana pode ter sérias implicações ao reduzir o fluxo de oxigênio e nutrientes para o músculo cardíaco. Isso pode levar a um ataque cardíaco e possivelmente à morte. O exercício físico regula o aumento da produção de células proge- nitoras endoteliais no sangue, que estão associadas à proteção contra eventos cardíacos e morte por doença cardiovascular. Neste capítulo, você vai compreender o processo circulatório co- ronariano, os mecanismos da evolução da DAC e como os exercícios podem preveni-la. A circulação arterial coronariana O sistema cardiovascular circula o sangue para transportar oxigênio e nutrientes para as células e eliminar os resíduos para manter o metabolismo geral. A circulação coronariana corresponde à circulação arterial e venosa sistêmica. Uma parte específica denominada microcirculação compõe a etapa da circulação coronária que regula o fluxo sanguíneo para o miocárdio (tecido do coração). Veja a seguir a Figura 1. Figura 1. Anatomia cardíaca coronariana. Fonte: Tallitsch, Timmons e Martini (2009, p. 553). Artéria carótida comum esquerda Tronco braquiocefálico Parte ascendente da aorta Veia cava superior Aurícula direita ÁTRIO DIREITO Tecido adiposo no sulco coronário VENTRÍCULO DIREITO VENTRÍCULO ESQUERDO Tecido adiposo no sulco interventricular anterior Aurícula esquerda Troco pulmonar Artéria pulmonar esquerda Parte descendente da aorta Ligamento arterial (ducto arterial) Arco da aorta Artéria subclávia esquerda As artérias coronárias direita e esquerda surgem diretamente da base da aorta e suprem o miocárdio com ramificações. Essas são as artérias nutritivas do coração e elas o atravessam em sua superfície externa. As artérias coronárias se dividem em duas, uma esquerda ou anterior e outra direita ou posterior, partindo do ventrículo esquerdo, nascem de cada lado da aorta, na borda superior das valvas sigmoides, nos seios direito e esquerdo e apresentam entre 3 a 5 mm de diâmetro; a artéria coronária direita (ACD) é maior que a artéria coronária esquerda (ACE). Circulação coronariana e exercícios2 A porção esquerda ou anterior e a ACE A artéria coronária esquerda surge no sulco interventricular, ao longo do qual desce na face anterior do coração, próximo à veia cardíaca anterior. É constituída por um segmento inicial do tronco comum que surge a partir dos seios aórticos esquerdos, passa por trás da artéria pulmonar antes de se dividir em dois ramos: a artéria descendente anterior esquerda e ramo circunflexo. A artéria descendente anterior esquerda desce para o sulco interventricular anterior. Os ramos dessa artéria (perfurantes septais anteriores) entram no miocárdio septal. A artéria circunflexa se ramifica em prolongamentos marginais esquerdos para suprir o ventrículo esquerdo. O ramo terminal é geralmente o maior desses ramos e nutre a maior parte do átrio esquerdo. Mais provavelmente, a artéria circunflexa pode continuar por meio do sulco atrioventricular para suprir a parede posterior do ventrículo esquerdo e (com a artéria coronária direita) o músculo papilar posterior da válvula bicúspide. Os ramos circunflexos esquerdos diminuem de diâmetro ao longo de seus comprimentos. A artéria atrioventricular é descolada da coronária esquerda, no momento em que entra no sulco ventricular anterior; vai para a esquerda, no sulco atrio- ventricular, contorna o lado esquerdo do coração e chega à face diafragmática do órgão, na qual termina unindo-se (anastamose) com a artéria coronária direita, no nível da extremidade posterior do sulco ventricular inferior. A artéria atrioventricular fornece vários ramos laterais: a artéria da aurícula esquerda, chegando à superfície da aurícula esquerda; os outros caminham do lado esquerdo do coração e se vinculam à parede ventricular. Ramos ventriculares esquerdos Esses ramos ventriculares são destacados da coronária esquerda ao nível do sulco ventricular anterior; eles podem ser divididos em superficiais e profundos. As artérias ventriculares superficiais são flexíveis e se movem ao longo da superfície do coração, no tecido celular subpericárdico, e então penetram nas paredes dos ventrículos aos quais estão distribuídas. As artérias ventriculares profundas são destacadas da coronária em alturas variáveis; a partir de sua origem, eles afundam no septo interventricular, onde estão inseridos (PORTO, 2005). 3Circulação coronariana e exercícios Artérias coronárias direita ou posterior A artéria coronária direita surge do seio de valsalva direito, desloca-se na parte direita do sulco atrioventricular, em volta do bordo lateral do ventrículo direito dos sulcos transversais, e se bifurca para dentro da parte posterior e inferior do sulco interventricular. Vasculariza as partes inferiores do septo interventricular, dos ventrículos e da maior parte do tecido nodal. Antes de entrar no sulco atrioventricular, ramifica-se para o átrio direito, o lado direito da aorta e a artéria pulmonar, e uma arteríola maior que se distribui ao tecido celulogorduroso situado na frente da artéria pulmonar. Também se ramifica na arteríola septo interatrial. Essa artéria surge da coronária direita e penetra na espessura do septo interauricular; divide-se em dois ramos, um esquerdo ou anterior, o outro direito ou posterior, que reaparecem na superfície das aurículas; a primeira passa acima do grupo de veias pulmonares retas e é perdida na borda superior do átrio esquerdo; a segunda passa por trás da veia cava superior e dos ramos no lado posterior do átrio direito. No sulco atrioventricular, a artéria coronária direita fornece ramos ascen- dentes para o átrio direito e ramos descendentes que são distribuídos para o ventrículo correspondente. Entre esses ramos, há um de maior volume, que é o ramo arterial marginal direito. No sulco interventricular, a artéria coronária direita fornece muitos ramos para ambos os ventrículos. Entre esses ramos está a artéria interventricular posterior do septo, que é descolada da coronária direita no momento em que entra no septo ventricular inferior. O coração está rodeado, ao nível da junção das aurículas e dos ventrículos, por um anel arterial quase completo, alojado no sulco auriculoventricular. É o círculo atrioventricular, formado à direita pela porção horizontal da coronária direita, à esquerda pela artéria atrioventricular, ramo da coronária esquerda. A parte anterior e a parte posterior desse anel são conectadas por uma alça arterial (alça interventricular), que ocupa os sulcos interventriculares e cuja parte média corresponde à ponta do coração, sendo a parte anterior dessa alça formada pela artéria coronária esquerda, sua parte posterior pela porção vertical da coronária direita. Do círculo atrioventricular surgem ramos ascendentes das aurículas e ramos descendentes dos ventrículos. A partir da alça interventricular, existem ramos direitos e ramos esquerdos para os ventrículos e ramos profundos que penetram o septo. Circulação coronariana e exercícios4 Rede venosa coronariana A rede venosa coronariana consiste em uma grande veia cardíaca que se origina na base do coração, corre ao longo da artéria ventricular anterior esquerda e entra no sulco atrioventricular para se tornar um satélite da artéria circunflexa, antesde terminar no seio coronário venoso, que flui para a superfície posterior do átrio direito. O sangue residual das paredes do coração é recolhido a partir das veias cardíacas que amplamente estão interligadas (anastamose) umas às outras e desembocam no seio coronário, que segue para o átrio direito. As veias cardíacas anteriores e as veias cardíacas mínimas fluem para o átrio e também para o ventrículo direito. Outras pequenas veias acessórias drenam diretamente para as cavidades, alguns são ramos venoso muito finos que também atingem as cavidades cardíacas esquerdas. Os vasos que coletam sangue venoso do miocárdio se ramificam no átrio direito, fluem para um grande vaso, descendo pelo seio coronário dilatado: são a veia cardíaca magna, a veia posterior do ventrículo esquerdo, a veia oblíqua do átrio esquerdo, a veia cardíaca média e a veia cardíaca parva. O sangue venoso da região coronária retorna por meio de um complexo sistema de vasos, dividido em uma porção superficial e outra profunda. O sistema superficial inclui as grandes veias mencionadas acima e as veias cardíacas anteriores, que fluem para o átrio direito. O sistema profundo conduz diretamente para dentro da cavidade cardíaca por meio das veias de Tebésio, que se abrem nos átrios ou ventrículos (GUYTON; HALL, 2017). Anastomose Admite-se que as duas artérias coronárias se anastomosam (unem-se) ampla- mente entre elas, ou seja, que o ciclo atrioventricular e a alça interventricular não são interrompidos. No entanto, em 80% dos casos não há comunicação entre as regiões das duas coronárias e uma injeção fina inserida em uma das duas artérias não entra no território da outra. Em 14% dos casos, ambas as artérias anastomosam na ponta do coração, às vezes na extremidade posterior do sulco ventricular inferior. Somente nesses casos, existe um círculo atrioventricular completo e uma alça interventricular completa (SILVERTHORN, 2017). A artéria coronária direita pode surgir da aorta por três ramos justapostos. Do seio direito pode surgir uma artéria que passa por trás da aorta ascendente na frente do átrio, em seguida, vai para o sulco horizontal esquerdo. 5Circulação coronariana e exercícios Essa artéria pode existir concomitantemente com um ramo anterior da artéria coronária direita, nascida sozinha, de modo que três artérias tenham sua origem no seio direito. O ramo horizontal da artéria coronária esquerda pode nascer sozinho no seio esquerdo. Fluxo coronariano O fluxo sanguíneo coronariano varia diretamente com a pressão por meio da microcirculação coronariana, que pode ser essencialmente considerada como a pressão aórtica, uma vez que a pressão venosa coronariana é baixa. No entanto, durante a sístole, a compressão extravascular do miocárdio faz com que o fluxo coronariano esteja próximo de zero, ainda que seja rela- tivamente alto durante a diástole. O sangue oxigenado é bombeado para a aorta a partir do ventrículo es- querdo, entrando nas artérias coronárias principais direita e esquerda, e as suas ramificações alimentam o tecido miocárdico de todas as quatro câmaras do coração. Tipicamente, a artéria coronária direita corre ao longo do sulco atrioven- tricular anterior direito, até atingir a superfície posterior do coração. Ao longo de sua trajetória, surgem vários ramos, notadamente aqueles que suprem o nó sinusal e o nó atrioventricular; qualquer bloqueio dos vasos pode levar a anormalidades de condução. Vários ramos marginais nutrem as superfícies epicárdicas do ventrículo direito e do átrio direito. A artéria coronária principal esquerda tipicamente se bifurca e corre sob o apêndice atrial esquerdo a caminho da parede lateral do ventrículo esquerdo, ao longo do caminho, ele gera um número de ramos que suprem as paredes do ventrículo esquerdo e atrial esquerdo. Em alguns casos, um ramo percorrerá a aorta até a veia cava superior, de modo que ela possa suprir o nó sinusal. A artéria descendente anterior esquerda fornece irrigação a uma porção maior do septo ventricular, incluindo os ramos direito e esquerdo do sistema de condução do miocárdico e as porções anterior e apical do ventrículo esquerdo. As artérias coronárias são vitais para o funcionamento do coração; sempre que estados de doença estão associados à restrição de fluxo pelas artérias coronárias e, posteriormente, ao restante das circulações coronárias (capi- lares e veias), os efeitos no desempenho cardíaco são bastante dramáticos e frequentemente fatais (SILVERTHORN, 2017). Circulação coronariana e exercícios6 Os principais vasos da circulação coronariana são o tronco da coronária esquerda. Esses vasos distribuem o fluxo sanguíneo para diferentes regiões do músculo cardí- aco. Quando os vasos não estão doentes, apresentam baixa resistência vascular em relação aos ramos mais distais e menores que compõem a rede microvascular. Os leitos vasculares, são as pequenas artérias e arteríolas que são os locais primários de resistência vascular – regulação do fluxo sanguíneo. As arteríolas se ramificam em numerosos capilares adjacentes aos miócitos cardíacos. Uma elevada razão entre capilares e cardiomiócitos e distâncias curtas de difusão asseguram uma distribuição adequada de oxigénio aos miócitos e a remoção de resíduos metabólicos das células. O fluxo sanguíneo capilar entra nas vênulas que se unem para formar veias cardíacas que drenam para o seio coronário localizado no lado posterior do coração, que drena para o átrio direito. Algumas regiões do coração que geralmente são supridas pelas diferentes artérias coronárias são avaliadas por ECGs para ajudar a localizar regiões isquêmicas ou infartadas; entretanto, em razão da heterogeneidade do vaso, o envolvimento real do vaso em condições isquêmicas precisa ser verificado por angiogramas coronarianos ou outras técnicas de imagem. A importância da circulação coronariana, se revela à medida em que o organismo precisa nutrir-se para oferecer suporte na realização de todas as atividades que o indivíduo necessita realizar. Enquanto o sistema circulatório oferece oxigênio e nutrientes para todas as células existentes no corpo, não podemos esquecer que o coração, sendo um dos principais órgãos, precisa estar em condições fisiológicas saudáveis, evitando assim a instalação de mecanismos de doenças que levam ao colapso do sistema. A doença arterial coronariana A DAC é a principal causa de morbidade e mortalidade em todo o mundo. É um espectro de doenças de diferentes etiologias (origens), em que o fator fisiopatológico unificador é representado por um desequilíbrio entre a neces- sidade metabólica e o fornecimento de oxigênio ao miocárdio. Esse desequilíbrio provoca uma alteração da atividade elétrica e da capa- cidade contrátil das regiões cardíacas afetadas e manifesta principalmente na forma de síndromes coronarianas, incluindo angina estável crônica, angina instável, infarto do miocárdio e morte súbita cardíaca. 7Circulação coronariana e exercícios As manifestações clínicas da doença isquêmica do coração são basicamente as seguintes. Angina peitoral: está ligada a um desequilíbrio transitório entre demanda e contribuição metabólica para isquemia do miocárdio. A isquemia é reversível e não causa danos anatômicos permanentes, assim, nem todo episódio de isquemia miocárdica está associada a sintomas (isquemia silenciosa). Os sintomas de angina correspondem à dor no peito localizada atrás do esterno. Em alguns casos a dor pode irradiar para pescoço, ombros, braço esquerdo, costas ou mandíbula. Geralmente aparece como resultado de esforço físico ou forte emoção. Essa dor é manifestada por uma sensação de pressão e constrição no peito que dura vários minutos. Geralmente é acompanhado por sentimentos de opressão, ansiedade ou palpitações. A angina peitoral estável ocorre quando as dores são antigas e não mostram agravamento com o tempo, e a angina de peito instável apre- senta dor recente ou dor antiga, mas frequentementeretorna com intensidade variável. São sintomas importantes e devem ser considerados. Nos casos mais graves, a angina instável pode levar ao infarto do miocárdio e pode ser potencialmente fatal. Infarto do miocárdio: é a sequência de uma isquemia miocárdica prolongada, que leva a danos permanentes, necrose celular ou miocárdica irreversível. Entre os fatores envolvidos na gênese da isquemia miocárdica, pode-se con- siderar a redução do fluxo coronariano e o aumento do consumo de oxigênio no miocárdico. A redução do fluxo coronariano é provocada por uma lesão aterosclerótica, causada por uma inflamação do endotélio (monocamada celular que reveste o interior dos vasos sanguíneos), causando uma queda de pressão proporcional à redução do calibre do vaso, assim o gradiente de pressão criado estimula a dilatação de vasos de resistência, a fim de manter um fluxo adequado sob condições basais. As placas lipídicas causadoras da lesão aterosclerótica resultam da evolução das estrias pelo acúmulo de lipídios extracelulares. Nessa fase não há núcleo lipídico, a morte celular não é visível e os cristais de colesterol raramente são encontrados. Essas lesões desenvolverão posteriormente um núcleo lipídico característico de lesões avançadas (placa fibrosa ou ateroma). Essas lesões “iniciais” são limitadas à camada íntima. Se a estenose re- duzir a seção do ramo epicárdico em mais de 80%, há uma redução no fluxo mesmo em condições basais; nesta situação, a artéria coronária compromete Circulação coronariana e exercícios8 uma grande parte de sua reserva para manter uma contribuição metabólica adequada (BARBOSA; FERNANDES, 2014). Em caso de aumento das demandas metabólicas, a circulação coronariana não é mais capaz de atender à demanda, daí o aparecimento de isquemia atingindo as camadas subendocárdicas. Uma modulação do tônus coronariano ligado a fatores neuro-humorais pode mudar temporariamente a reserva coronária; isso explica a variabilidade do limiar isquêmico. Aterosclerose coronariana: é caracterizada pela formação de uma placa ateromatosa ao nível das paredes das artérias. Essa placa consiste em lipídios com consequências prejudiciais nas artérias. A aterosclerose é uma doença in loco da camada interna (íntima) nas artérias de médio e grande calibre. Pode ser entendida como uma doença inflamatória (fibrose) da parede arterial interna. É a mais frequente causa de doença cardíaca isquêmica. Vale destacar a estrutura dos vasos arteriais, antes de falarmos sobre suas principais características. � Túnica íntima: monocamada de células endoteliais e subendoteliais; é separado da camada média por membrana elástica interna (fibras elásticas). � Túnica média: camada de fibras elásticas e poucas fibras musculares nas artérias elásticas (aorta e ilíaca), nos vasos musculares (coronária, carótida, femoral, etc.); é separado da adventícia com uma membrana elástica externa. � Adventícia (externa): fina camada de tecido conjuntivo, vasos linfáticos e terminações nervosas. A lesão elementar da aterosclerose é a formação de ateroma (placa), ou seja, um depósito fibroadiposo da parede arterial. O ateroma consiste em um núcleo lipídico, formado principalmente de colesterol cercado por uma capa fibrosa (células musculares lisas, colágeno e matriz extracelular). É um processo patológico no qual colesterol, detritos celulares e outras substâncias se acumulam dentro da parede celular de artérias de grande ou médio calibre, formando a chamada placa ateromásica. Tal placa causa vários graus de obstrução do fluxo sanguíneo (estenose). A placa ateromatosa se desenvolve dentro do vaso sanguíneo e evolui, levando ao espessamento e ao endurecimento da própria parede. 9Circulação coronariana e exercícios Apresenta três componentes básicos: � Células, incluindo células musculares lisas (VSMC), monócitos, ma- crófagos (células originárias do sangue). � Fibras, matriz de tecido conjuntivo e detritos celulares. � Lipídios, incluindo colesterol. Na gênese da placa ateromatosa, o processo de aterosclerose surge no dano à parede vascular arterial (dano endotelial) que pode ser favorecido por fatores de risco coronariano. Os fatores de risco envolvem critérios que não podem ser modificados, como sexo, idade e hereditariedade (história familiar de infarto ou acidente vascular cerebral), e fatores modificáveis, relacionados aos hábitos e estilos de vida (dieta rica em gorduras saturadas, tabagismo, colesterol alto, pressão alta, diabetes, sedentarismo, obesidade abdominal, estresse, depressão e consumo excessivo de álcool e drogas). Após o dano, as plaquetas e os monócitos aderem à superfície do íntimo que se torna viscoso. Os monócitos liberam fatores de crescimento que fazem com que as VSMC proliferem e migrem para o espaço subendotelial. Numerosos monócitos migram para o endotélio danificado e diferem nos macrófagos. Os macrófagos capturam lipídios, como colesterol e colesterol LDL (LDL- -C), transformando-se em células espumosas, que são o estágio inicial no desenvolvimento da placa. Essas células espumosas se agregam para formar as estrias lipídicas que são comuns e podem ser evidentes desde a infância, por exemplo, nos filhos de pais que sofrem de dislipidemia (dislipidemia familiar). O acúmulo de lipídios continua ao longo do tempo, a placa torna-se fraca e suscetível à quebra (“placa vulnerável”). Esses processos inflamatórios estão concentrados entre o núcleo lipídico e o endotélio, que, com o transcorrer do tempo, as células dos músculos lisos migram para a camada íntima, com fibras de colágeno, formando uma densa capa fibrosa. Neste estágio, a placa recebe o nome de fibroateroma ou placa ateromatosa complexa A estabilidade dessa lesão depende do espessamento da capa fibrosa em relação ao tamanho do núcleo lipídico. Se a proliferação de células musculares lisas continuar, em conjunto com a formação de outro tecido fibroso (placas ateromatosas), pode ocorrer um estreitamento significativo que tende a se formar nos pontos de ramificação do sistema vascular arterial, em que o fluxo sanguíneo é mais turbulento e torna- -se mais provável que ocorram danos ao endotélio (GUYTON; HALL, 2017). A disfunção endotelial, consequência do estresse oxidativo, é uma das primeiras manifestações aterosclerose. Ela se manifesta com uma capaci- Circulação coronariana e exercícios10 dade vasodilatadora alterada em resposta a estímulos fisiológicos como o da acetilcolina. O endotélio normal mantém um tônus vascular adequado, favorecendo a vasodilatação, inibe a adesão de plaquetas e leucócitos, inibe a migração e proliferação de células musculares lisas e exerce um efeito de barreira contra a deposição de colesterol e triglicerídeos. Já com a alteração do endotélio, favorece a vasoconstrição, a adesão de plaquetas e leucócitos, a migração e proliferação de células musculares lisas e a deposição de lipídios, ou seja, desencadeia ainda mais fatores de risco para o aumento e a proliferação da aterosclerose. As condições que predispõem ao desenvolvimento da aterosclerose em geral, no nível coronariano em particular, promovem o estresse oxidativo que causa lesão endotelial (XAVIER, 2013). Quando o tamanho das artérias coronárias é reduzido, elas não são capazes de transportar sangue suficientemente rico em oxigênio para o coração, es- pecialmente quando o coração acelera, como em condições de esforço físico, grande estresse ou emoções fortes. Inicialmente, a redução do fluxo sanguíneo para o coração pode não causar nenhum sintoma da doença. Entretanto, com o aumento do tamanho das placas, é possível desenvolver sinais e sintomas característicos, como os seguintes. � Dor torácica: manifesta-se como uma dor constritiva e profunda no peito. Essa dor, definida como angina, geralmente se manifesta no lado esquerdo do tórax. Geralmente reduz em poucos minutos após a interrupção de atividades estressantes para o corpo. � Falta de ar: quandoo coração não é capaz de bombear sangue sufi- ciente em comparação com as necessidades do corpo, é possível que ele desenvolva falta de ar e fadiga fácil. � Isquemia miocárdica: consiste em um desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio. No nível miocárdico para a alta extração de O2 (cerca de 70%), o único mecanismo de compensação em caso de aumento das necessidades de O2 é representado por um aumento proporcional no fluxo coronário, determinado por uma vasodilatação do local arteriolar coronário (vasos de resistência). � Infarto do miocárdio: uma obstrução completa e súbita das artérias coronárias leva ao infarto. Os sinais e sintomas clássicos incluem uma dor constritiva no peito que se irradia para o ombro e o braço esquerdo, muitas vezes acompanhada de falta de ar e sudorese. 11Circulação coronariana e exercícios As artérias coronárias são reguladas por fatores extrínsecos (ação com- pressiva do miocárdio ventricular) e fatores intrínsecos (neuro-hormonais, miogênicos e metabólicos). A adenosina (molécula que ajudam na transferência de energia celular) induz a vasodilatação (antagonizando a entrada do íon cálcio nas células musculares lisas), especialmente quanto ao nível de vasos de resistência, resultando em um aumento no fluxo coronariano proporcional ao aumento nas demandas metabólicas. Os fatores mecânicos do fluxo coronariano ocorrem principalmente na diástole. Segue-se que a taquicardia predispõe ao desenvolvimento de isquemia, uma vez que encurta o tempo diastólico. As camadas subendocárdicas são geralmente as mais suscetíveis à isquemia, especialmente porque são mais expostas à pressão diastólica endocavitária. Os fatores neurogênicos decorrem da inervação das artérias coronárias, que são inervadas pelo sistema nervoso autônomo (SNA) e estimulam o gân- glio estrelado (ortossimpático), determinando a vasodilatação (mediada por receptores beta) e o aumento da contratilidade e da frequência cardíaca. O bloqueio do receptor beta induz a aparência de efeitos mediados por alfa (vasoconstrição). O metabolismo celular do miocárdio é puramente aeróbico: o extrato de células 70% de O2 do sangue coronário. Um aumento na demanda por O2 é satisfeito apenas no aumento proporcional no fluxo coronariano. A doença coronariana é causada pelo acúmulo de material lipídico nas paredes das artérias coronárias. Esse acúmulo de material lipídico faz com que a parede interna das artérias coronárias altere a consistência e o tamanho, limitando a oferta de sangue oxigenado ao músculo cardíaco, causando a angina e aumentando o risco de um ataque cardíaco. Para remoção do material lipídico nas artérias coronárias, o médico pode aconselhar a cirurgia de angioplastia transluminal, ou cirurgia de revascularização miocárdica, para remover o material lipídico ou substituir as artérias danificadas por uma técnica denominada angioplastia. Outra intervenção possível é o procedimento cirúrgico artéria coronária by-pass, que garante o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco, prejudicado por uma artéria coronária obstruída. Com o procedimento de revascularização do miocárdio, um vaso sanguíneo é retirado da perna, do braço ou do próprio peito do paciente, e é usado para conectar a aorta com a artéria coronária obstruída, de tal forma que a placa que impedia a passagem do sangue seja removida. Circulação coronariana e exercícios12 É importante reduzir ou controlar os fatores de risco e procurar tratamento para reduzir a possibilidade de um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, se um indivíduo é diagnosticado com a doença. A prevenção e o tratamento dependem das condições de saúde, dos fatores de risco e do bem- -estar geral e o exercício físico preserva o bom funcionamento do sistema cardiovascular, contribuindo no bom prognóstico da pessoa acometida de DAC, reduzindo sua incidência. Efeitos da atividade física na prevenção da doença arterial coronariana O exercício físico é um dos fatores mais importantes de proteção contra o surgimento e progressão de doenças cardiovasculares. O treinamento físico controlado e adaptado à pessoa com DAC evita a mortalidade relacionada à aterosclerose por meio de vários mecanismos como a modificação favorável dos fatores de risco e, especialmente, uma melhora na função endotelial. Esses benefícios retardarão o processo aterosclerótico e, assim, prevenirão a mortalidade cardiovascular. No entanto, esse benefício não seria o principal mecanismo ateroprotetor do exercício, uma vez que o exercício pode prevenir a mortalidade independentemente de qualquer melhora no risco coronariano, resumidamente, o exercício pode melhorar todos os fatores de risco. O exercício é capaz de estimular a função endotelial (relaxamento depen- dente do endotélio), entre eles se destacam os seguintes. � Efeitos antiaterogênicos: redução da obesidade e incidência de diabetes melito; diminuição da pressão arterial (PA) – a hipertensão está na origem de complicações sérias, como a ruptura da aterosclerose pela placa –; perfil lipídico; efeitos na coagulação (ação antitrombótica, redução da atividade que promove a coagulação); e melhora da função endotelial (facilitador de vasodilatação). � Efeitos antiarrítmicos: aumento do fluxo sanguíneo para o miocárdio (redução da atividade do sistema nervoso simpático). � Efeitos protetores na isquemia: melhora da relação entre o consumo e a disponibilidade de oxigênio no nível miocárdico. Do ponto de vista fisiológico, o exercício físico praticado com regularidade e constância determina a redução da frequência cardíaca (FC) e da PA em 13Circulação coronariana e exercícios repouso e esforço e a redução da demanda de oxigênio para o miocárdico, além da melhora da contratilidade miocárdica. O objetivo da atividade prescrita é aumentar e manter a capacidade fun- cional do coração, reduzindo os sintomas da doença, o aumento do limiar de dispneia (falta de ar) e a modificação do perfil de risco coronário, e reduzindo a possibilidade de comprometimento cardiovascular (MCARDLE; KATCH, F.; KATCH, L., 2011). Os aspectos mais importantes para o desenvolvimento da capacidade cardiovascular quanto às adaptações para melhoria por meio do treinamento contínuo fortalecem a massa de tecido cardíaco. Na hipertrofia, é o ventrículo esquerdo que mais se ajusta. À medida que o tamanho da câmara cardíaca aumenta como resultado do treinamento de resistência, a espessura da parede miocárdica também aumenta. Em um indivíduo previamente sedentário, a frequência cardíaca em repouso pode diminuir significativamente como resultado do treinamento. Durante um programa de treinamento de 10 semanas, um indivíduo com uma frequência cardíaca inicial de 80 batimentos por minuto pode razoavel- mente esperar uma redução de aproximadamente 10 batimentos/min. de sua frequência cardíaca em repouso (MCARDLE; KATCH, F.; KATCH, L., 2011). Durante o exercício submáximo, a frequência cardíaca é menor para cada intensidade determinada. Essa diferença é mais pronunciada em altos níveis de exercício, por exemplo, na baixa intensidade do trabalho físico, pode haver apenas uma diferença marginal na frequência cardíaca pré e pós-treino. À medida que a intensidade atinge os níveis máximos, a diferença pode chegar a 30 batimentos/min. Após o exercício, a frequência cardíaca permanece alta, antes de se recuperar lentamente para o nível de repouso. Em contrapartida, após um período de treinamento, o tempo de recuperação necessário para a frequência cardíaca retornar ao seu valor de repouso é reduzido. Essa pode ser uma ferramenta útil para monitorar os efeitos de um programa de treinamento. O volume sistólico com treinamento aumenta em repouso, durante exercícios submáximos e máximos. A ampliação da cavidade do ventrículo esquerdo ocorre em razão de um aumento no plasma sanguíneo e, portanto, no volume sanguíneo, e uma redução da frequência cardíaca que aumenta o tempo de enchimento diastólico.Esse aumento do enchimento do ventrículo esquerdo aumenta seu retorno elástico, o que produz uma contração mais forte. Assim, o coração não só está mais cheio de sangue para ser empurrado, como expele uma porcentagem Circulação coronariana e exercícios14 maior do volume diastólico final (chamado de fração de ejeção) do que antes do treinamento. Se a frequência cardíaca diminui em repouso e durante o exercício submáximo e o volume sistólico aumenta, então o débito cardíaco permanece relativamente inalterado ou apenas diminui ligeiramente após o treinamento de resistência. Durante o exercício máximo, por outro lado, o débito cardíaco aumenta significativamente. Esse é o resultado do aumento do volume sistólico, enquanto a frequência cardíaca máxima permanece inalterada com o treinamento. Em indivíduos não treinados, o débito cardíaco máximo pode ser de 14-20 L/min., comparado a 25-35 L/min. em indivíduos treinados. O músculo esquelético recebe um fluxo maior de sangue após o treinamento. Isso é devido ao aumento do número de capilares; à maior abertura dos capilares existentes; à melhor redistribuição do sangue e ao aumento do volume sanguíneo. No entanto, em pessoas com hipertensão, a pressão arterial pode diminuir, tanto em repouso (tanto sistólica quanto diastólica) quanto durante o exercício submáximo, em até 10 mmHg. Embora os exercícios resistidos possam aumentar significativamente a pressão arterial sistólica e diastólica durante a atividade, a longo prazo há uma redução da pressão arterial. E, em um exercício de intensidade máxima, a pressão sistólica diminuiu em comparação com o pré-treinamento (BAR- BOSA; FERNANDES, 2014). A melhoria dos cuidados de intervenção preventiva proporciona melhor expectativa de vida em pacientes com doença arterial coronariana, possibili- tando o aumento da resistência ao estresse, a redução dos sintomas anginosos e a melhora do perfil glicêmico, do perfil lipídico e dos valores da PA. A perfusão miocárdica é aumentada por meio de mecanismos que levam à melhora da função endotelial e à atenuação do estresse oxidativo vascular (MCARDLE; KATCH, F.; KATCH, L., 2011). Assim, a falta de atividade física precede a manifestação da doença arterial coronariana, enquanto a atividade física regular reduz o risco de eventos cardiovasculares em cerca de metade. A prescrição de atividade física para o treinamento físico é segura e tem uma incidência muito baixa de eventos cardíacos adversos. A intensidade ideal, a frequência e a duração da atividade devem ser baseadas no histórico clínico e, possivelmente, no resultado de um teste ergométrico. Em indivíduos com quadro clínico de maior risco, como aqueles com disfunção ventricular esquerda ou extensas áreas de isquemia induzível, a fase inicial do treinamento para melhoria da capacidade cardiovascular deve estar sob supervisão médica, preferencialmente em ambiente hospitalar. 15Circulação coronariana e exercícios A circulação coronária corresponde à parte do sistema circulatório sistêmico que que irriga os tecidos do coração com o sangue arterial (oxigenado). As duas artérias coronárias surgem da aorta logo além das válvulas semilunares; durante a diástole, o aumento da pressão aórtica acima das válvulas força o sangue para as artérias coronárias e, daí, para a musculatura do coração. O sangue desoxigenado é devolvido às câmaras do coração pelas veias coroná- rias; a maioria destes converge para formar o seio venoso coronariano, que drena para o átrio direito e realiza a drenagem dos tecidos do coração que é devolvido às câmaras do coração pelas veias coronárias; a maioria destes converge para formar o seio venoso coronariano, que drena para o átrio direito. A circulação coronária acontece em decorrência do bom funcionamento dos vasos responsáveis pela chegada de oxigênio e outros nutrientes ao músculo cardíaco (miocárdio). O suprimento, por ser contínuo, deve adaptar-se às exigências do coração, variando se o indivíduo está em repouso ou sob estresse físico (exercício) ou emocional. A prevenção de doenças coronarianas é definida como uma série de ações coordenadas realizadas visando a eliminar ou minimizar o impacto de incapacidades relacionadas ao colapso do sistema cardiovascular. As doen- ças cardíacas ainda são ainda a principal causa de morbidade e mortalidade. As intervenções de prevenção devem prover uma redução substancial na prevalência de DAC, portanto, paralelamente aos principais fatores de risco, incentivando a adoção de um estilo de vida saudável e corrigindo estilos de vida pouco saudáveis, por exemplo, alimentação inadequada, inatividade física, tabagismo, dentre outros. A atividade física regular de intensidade moderada oferece proteção considerável contra DAC. Embora a atividade de intensidade vigorosa confira benefício cardiovascular máximo, esse nível de atividade é improvável de ser atingível ou sustentável para a maioria das pes- soas, principalmente as mais vulneráveis à incidência da doença coronariana. No link a seguir você poderá ver uma animação em 3D de um esquema didático contendo informações sobre a estrutura e o funcionamento da circulação coronariana: https://goo.gl/uHiqyi. Circulação coronariana e exercícios16 A atividade física corrige e impede a disfunção endotelial. Disfunção endotelial é a expressão usada para se referir a um comprometimento da vasodilatação dependente do endotélio causada pela perda de bioatividade do NO (endotelial NO 2), na parede do vaso. A lesão endotelial é acompanhada de aumento de PA, resistência à insulina e dislipide- mia, sugerindo que o surgimento simultâneo de todos esses fatores de risco induzidos pela inatividade física. Podem compartilhar um mecanismo comum, aumentando a circulação de micropartículas originárias de células endoteliais lesadas, sendo que a inatividade física em si é capaz de criar um ambiente patológico favorável para o desenvolvimento da aterosclerose. A melhora na função endotelial está intimamente ligada ao montante das despesas energéticas. O exercício tem um efeito benéfico sobre o desenvolvimento de doenças cardio- vasculares, preservando a função endotelial. O baixo nível de atividade física e a diminuição do gasto energético diário contribuem para o aumento do risco de morbidade e mortalidade cardiovascular após dano vascular aterosclerótico. BARBOSA, T. N. R. M.; FERNANDES, D. C. Compostos bioativos e doenças cardiovascu- lares: revisando as evidências científicas. Estudos: vida e saúde, v. 41, n. 2, p. 181-192, abr./jun. 2014. Disponível em: <http://seer.pucgoias.edu.br/index.php/estudos/article/ view/3376/1962>. Acesso em: 04 dez. 2018. GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. MCARDLE, W. D.; KATCH, F. L.; KATCH, L. V. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempenho humano. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. PORTO, C. C. Doenças do coração: prevenção e tratamento. 2. ed. Rio de Janeiro: Gua- nabara Koogan, 2005. SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. TALLITSCH, R. B.; TIMMONS, M. J.; MARTINI, F. H. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. (Coleção Martini). XAVIER, H. T. et al. V Diretriz Brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 101, n. 4, p. 1-22, 2013. Disponível em: <http://www. scielo.br/pdf/abc/v101n4s1/v101n4s1.pdf>. Acesso em: 04 dez. 2018. 17Circulação coronariana e exercícios Leituras recomendadas GHORAYEB, N. et al. Diretriz em cardiologia do esporte e do exercício da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 100, supl. 2, p. 1-41, 2013. Disponível em: <http://publicacoes. cardiol.br/consenso/2013/diretriz_esporte.pdf>. Acesso em: 04 dez. 2018. SOEIRO, A. de M. et al. Diferenças prognósticas entre homens e mulherescom síndrome coronariana aguda: dados de um registro brasileiro. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 111, n. 5, p. 648-653, 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abc/2018nahead/ pt_0066-782X-abc-20180166.pdf>. Acesso em: 04 dez. 2018. Circulação coronariana e exercícios18 Conteúdo: