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INSPEÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE VETERINÁRIA - FAVET DISCIPLINA: HITPOA I DE MEL Gabriela Veras Geraldo Nogueira Igor Socodato Joyce Mota Taynara Lira Wesley Araripe Produtos de Abelhas MEL PÓLEN APÍCOLA GELEIA REAL PRÓPOLIS CERA DE ABELHAS APITOXINA INTRODUÇÃO RIISPOA, 2022 Produtos de abelhas são aqueles elaborados pelas abelhas, delas extraídos ou extraídos das colmeias, sem qualquer estímulo de alimentação artificial capaz de alterar sua composição origina 01 É um produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas a partir do néctar das flores ou das secreções procedentes de partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que ficam sobre as partes vivas de plantas que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam maturar nos favos da colmeia. O que é o MEL? INTRODUÇÃO RIISPOA, 2022 02 Classificação do Mel INTRODUÇÃO RIISPOA, 2022 ORIGEM FORMA DE OBTENÇÃO FORMA DE PROCESSAMENTO Mel unifloral Mel multifloral 1.Mel floral 2.Melato 1.Mel escorrido 2.Mel prensado 3.Mel centrifugado 1.Mel 2.Mel em favos 3.Mel cristalizado 4.Mel em pedaços de favo 5.Mel cremoso 6.Mel filtrado 03 É o gameta masculino das plantas superiores, coletado e transportado pela corbícula das abelhas para a colmeia Usado como alimento pelas abelhas na fase larval e na fase adulta (com até 18d) Rico em proteínas, lipídeos, minerais e vitaminas Consumo humano: fonte nutritiva; auxilia na imunidade Pode ser comercializado e acondicionado junto ao mel Pólen apícola INTRODUÇÃO 04 Produzido pelas abelhas pela mistura de cera e da resina coletada das plantas Utilizado pelas abelhas pra protegê-las de insetos, microrganismos e frio durante o inverno Utilizada no reparo de frestas ou danos à colmeia Consumo humano: ação antimicrobiana e propriedades anti- inflamatórias Não é considerado um medicamento Própolis INTRODUÇÃO 05 Produzida pelas abelhas operárias Utilizada na colmeia como alimento das crias e da rainha Alimento rico em vitaminas, proteínas, água, açúcares e gordura Consumo humano: alimentação, suplemento alimentar, indústrias farmacêutica e cosmética Deve ser mantida e vendida resfriada Geleia real INTRODUÇÃO 06 Produzida por glândulas produtoras de cera, localizadas no abdômen das abelhas operárias Utilizada pelas abelhas para a construção de favos e fechamento dos alvéolos (operculação) Composição: mistura de ácidos gordurosos, álcool e hidrocarbonetos de alto peso molecular Consumo humano: indústria de cosméticos e ornamentação Cera de abelhas INTRODUÇÃO 07 O veneno é utilizado pelas abelhas como uma das formas de defesa e proteção da colmeia contra predadores Constituída por água, enzimas, aminoácidos, peptídeos, citratos e outros componentes Principal princípio ativo: melitina Consumo humano: ação antiinflamatória e antibacteriana Apitoxina INTRODUÇÃO 08 Evitar a colheita em dias chuvosos ou com umidade elevada. Fazer a colheita em dias ensolarados Após coleta, as melgueiras não não devem permanecer por longo período expostas ao sol (entre 7h30 às 10h e das 16h às 18h) COLHEITA elevam o teor de hidroximetilfufural (HMF) no mel 09 Protetor de cabeça ou véu Macacão Luvas Botas VESTIMENTAS NA COLHEITA Usar exclusivamente para as práticas apícolas 10 VESTIMENTAS NA COLHEITA Protetor de Cabeça ou Véu: Macacão: Tecido grosso e adaptado a um chapéu e com um visor de tela de arame Folgado e bem ajustado. ou de náilon, preto ou escuro e de malha fina. Pode ser de lonita, brim ou tecido bem grossoe resistente, bem folgado para não atrapalhar os movimentos. Nunca nas cores: Preto, Marrom ou Vermelho e nem Listrado, Estampado ou Peluda. 11 VESTIMENTAS NA COLHEITA Luvas: Botas: De Borracha (para um melhor manejo). Protegem mais contra ferroadas. Podem ser de canos alto ou médio, de couro, borracha ou plástico. Brancas ou das cores do macacão. Permitir que as bainhas das calças se ajustem bem sobre elas, para não entrar abelhas. 12 Adubos Produtos químicos Agroquímicos, etc PRÁTICA DA COLHEITA HIGIENIZAÇÃO Todos os equipamentos utilizados devem estar sempre higienizados e ser de uso exclusivo para este fim. Ao efetuar a abertura da melgueira, o apicultor deve selecionar os quadros que tiverem no mínimo 90% dos alvéolos operculados, sendo um indicativo da maturidade do mel em relação ao teor da umidade 13 PRÁTICA DA COLHEITA Crias em qualquer fase de desenvolvimento; Grande quantidade de pólen; Mel verde o qual as abelhas ainda não opercularem. O apicultor não deve colher os quadros que apresentarem: A quantidade elevada de água no mel facilitará a proliferação de leveduras, levando-o ao processo de fermentação, impossibilitando o consumo e comercialização do produto. 14 PRÁTICA DA COLHEITA No trabalho de coleta usar pouca fumaça e não direcioná-la para dentro da colméia, pois o mel é um produto que pode absorver odores com facilidade, o que comprometeria a sua qualidade. • Posicionar o bico do fumigador a 30 cm da colméia e aplicar a fumaça apenas por cima dos quadros. • NUNCA utilizar produtos químicos para desalojar as abelhas das melgueiras. (Recomenda-se o uso de materiais vegetais como: caroço de açaí, serragem específica, capim santo e cidreira) • A fumaça deve ser fria, limpa e livre de fuligem. Uso de Fumaça: Cuidado com o líquido que se forma com a queima do material utilizado para fazer a fumaça, para que não escorra pelo bico e caia sobre os favos. 15 O veículo não pode ter transportado materiais que deixem resíduos , pois pode contaminar o mel; Adubos Produtos químicos Agroquímicos, etc Veículo deve passar pelo processo de Transporte HIGIENIZAÇÃO A superfície da área de carga do veículo deve ser revestida por lona plástica devidamente higienizada e livre de impurezas, para evitar o contato da superfície com as melgueiras; Caso o veículo tenha a área da carga aberta, recomenda-se o uso de lona plástica limpa para cobrir as melgueiras, evitando contaminação por poeira, terra ou outro tipo de sujeira; 16 Transporte Durante a colocação das melgueiras no veículo, o recomendado é não deixá-las expostas direto ao sol, pois diminui a qualidade do mel. Nesta fase recomenda-se trabalhar com no mínimo três pessoas, duas levariam as melgueiras até o veículo e a terceira faria a acomodação da carga; Pode-se usar uma lona plástica de grandes dimensões que sirva tanto para cobrir as melgueiras quanto para revestir o assoalho do veículo; 17 Transporte Para a acomodação, deve-se utilizar sobre a lona uma tampa de colmeia, atuando como base para o empilhamento das melgueiras, e uma tampa em cima das mesmas, que vedará o acesso das abelhas durante a formação desta pilha; Durante a colocação das melgueiras no veículo, elas devem sempre estar cobertas pela lona até o preenchimento total da carga, proporcionando uma carga segura e protegida. 18 Promovendo um fluxo contínuo Impedindo a “contaminação cruzada”; Formação de produtos isentos de contaminantes. A Unidade é um espaço organizado com o objetivo de propiciar um ambiente para: Localização Área não sujeita a inundações Livre de odores Área cercada Longe de pocilgas, currais ou apriscos. Unidade de extração e beneficiamento do mel Extração Beneficiamento Decantação Envase Evitar acesso dos animais 19 Instalações Unidade de extração e beneficiamento do mel Deve ser construída em um local com fácil acesso ao transporte; A unidade de beneficiamento pode ser em uma tenda móvel ou fixa com revestimento em tela e lona. A lona substituiria o piso. A “casa do mel” ou unidade de beneficiamento é o local destinado à extração e beneficiamento do mel, devendo ter, no mínimo, quatro áreas distintas: Banheiro e vestuários Recepção Área de manipulação Expedição OBS: Essasdivisões são necessárias para não ocorrer a “contaminação cruzada”. 20 É indispensável à instalação de caixa d’água coberta, com sistema de distribuição para todas as áreas, fornecendo: A higiene da caixa d’água deve ser feita de seis em seis meses. Quantidade Instalações Unidade de extração e beneficiamento do mel Qualidade Bem ventiladas Circulação adequada de ar Iluminação natural ou artificial OBS: Iluminação artificial na área de manipulação deve ser projetada para evitar acúmulo de sujeira. 21 Subunidades na unidade de extração e beneficiamento que propiciam um fluxo, sem comunicação cruzada Áreas Objetivos: Facilitar o fluxo do processo Gerar um ambiente organizado Atender a legislação de inspeção Recepção Recebe as melgueiras vindas do campo, para limpeza das sujeiras. Necessário a presença de estrados para a deposição das melgueiras. 22 Áreas Piso de material lavável, impermeável, antiderrapante e resistente, sem rachaduras e de fácil limpeza e desinfecção, com declínio adequado, para evitar o acúmulo de água. Pé direito de no mínimo 2 metros, com paredes de materiais não absorventes, laváveis e de cor clara. Forros, portas e janelas feitas de material de fácil limpeza. Telas protetoras contra insetos nas janelas. Pia para lavagem e secagem das mãos. Área de manipulação do mel 23 Áreas Onde a produção é documentada e armazenada. Registro de controle dos lotes. Depósito de embalagens vazias. Armazenagem do produto final. Produto armazenado em prateleiras, armários ou estrados. Expedição Fonte: Wilza Pinto. 24 Áreas Separados da área de manipulação do mel, sem acesso direto e nenhuma comunicação Presença de sanitários e lixeiras tampadas Banheiros/Vestiários Fonte: Wilza Pinto. 25 Equipamentos e Utensílios Devem ser de aço inoxidável 304, pois é resistente a corrosão e não transmite substâncias tóxicas, odores ou sabores parar o mel. Sem amassados ou imperfeições. Afastados da parede e elevados do chão. Mesa desoperculadoraDecantador 26 Higienização, antes e depois do uso. Utilizar água e sabão neutro. Calor de (93°C/5 min. ou água quente 77°C/5 min). Sanitização com agente químico (hipoclorito de sódio) Banheiros e pisos, em azulejos e cerâmica - (200 ml)/10 litros de água. Ralos e sanitários - Produto puro, enxaguando após 10 minutos. Equipamentos e utensílios - uma colher de chá/5 litros de água, enxaguando após 10 minutos. Higiene das instalações, equipamentos e utensílios 27 Uniformes limpos e de cor clara O avental não deve ter bolsos na parte superior, nem botões (usar preferencialmente o velcro) Calçados de borracha Touca (fibra ou pano) Máscaras de uso obrigatório Vestimentas do Manipulador 28 Vestimentas do Manipulaador Manipulador devidamente travado Fonte: Joseth Gláucia de S. Rêgo Vestimentas para o processo do beneficiamento Fonte: Wilza Pinto 29 Tomar banho; Higienizar as mãos adequadamente; Manter barbas, cabelos e unhas limpas e cortadas; Utilizar vestimentas adequadas. Pessoal Antes de iniciarem as atividades, os manipuladores devem: 30 Pessoal A higienização das mãos deve ser feita antes do inicio das atividades e imediatamente após ir ao banheiro, utilizando água e sabão neutro para lavagem e álcool 70% para desinfecção. PROIBIDO esmaltes, anel, relógio, pulseira, curativos, objetos que possam de alguma forma contaminar o mel. 31 Fluxograma Tem por objetivo mostrar de forma descomplicada o fluxo das informações e elementos, além da sequência operacional que caracteriza o trabalho de extração e beneficiamento do mel de abelhas. Recebimento das melgueiras Seleção e limpeza prévia Desoperculação Centrifugação Filtração Decantação Recebimento das melgueiras As melgueiras coletadas no campo devem ser colocadas na recepção, em estrados limpos, preferencialmente de PVC. Os quadros selecionados no campo devem ser limpos na recepção, algumas abelhas ainda ficam aderidas aos quadros. Somente após a limpeza, faz-se a transferência para a mesa desoperculadora. Seleção e limpeza prévia 32 Fluxograma Desoperculação Retirada da cera que recobre os alvéolos sobre a mesa desoperculadora, utilizando os garfos desoperculadores. O mel escorrido neste processo não deve ir para o mesmo local do mel centrifugado, visto que pode ter absorvido cheiro de fumaça, porém pode ser usado na alimentação das abelhas. Após a desoperculação, os quadros seguem para a centrífuga. Fonte: Wilza Pinto. 33 Fluxograma Centrifugação Consiste na retirada do mel pela força centrífuga, utilizando uma centrífuga. A velocidade da centrifugação deve ser aumentada gradativamente, evitando a quebra dos favos. O mel é recolhido nos baldes de plástico devidamente higienizados e depositado nos decantadores. . Fonte: Wilza Pinto 34 Fluxograma . A filtração do mel deve ser feita em dois momentos: Após ser recolhido da centrífuga Antes de ser depositado na decantadora. O processo de filtragem pode ser manual, utilizando-se peneira, ou, automático, utilizando bomba e filtro. Recomenda-se nas primeiras filtragens usar malhas da peneira com diâmetros maiores, diminuindo gradativamente ao longo da etapa de filtragem. Não se recomenda usar malhas muito finas, que retirem o grão de pólen existente no mel. Filtração 35 Fluxograma É o processo da retirada de sujeiras do produto por decantação, no mel, por ser muito denso, as sujidades, por serem menos densas, irão acumular-se na parte superior do decantador. Como ele possui válvula de escapamento na parte inferior, o mel pode ser retirado facilmente sem as impurezas. Decantação Decantadores de aço inoxidável. Fonte: Joseth Gláucia de S. Rêgo 36 Envase Após o processo de beneficiamento o mel deve ser envasado em embalagens apropriadas, destinadas a acondicionamento de produtos alimentícios, no envase a granel recomenda-se uso de baldes plásticas com capacidade de 28 kg, brancos e com tampa. O recomendado são as embalagens de plástico com variadas formas e tamanhos (garrafas PET, bisnagas, potes, saches). Podem ser utilizados também potes de vidro. Mel envasado em balde. Fonte: Wilza Pinto. 37 Armazenamento As embalagens devem ser colocadas em estrados de PVC ou outros materiais apropriados. O Ambiente de armazenamento deve ter pouco acesso de pessoas e também ser vistoriado periodicamente a fim de evitar entrada de animais que possam comprometer a higiene do ambiente. Fonte: Wilza Pinto 38 Comercializado somente no Estado: Agência de Defesa Agropecuária do Estado Comercialização fora do estado e do país: Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária do Estado RIISPOA, Art. 25.: Todo estabelecimento que realize o comércio interestadual ou internacional de produtos de origem animal deve estar registrado no Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal ou relacionado junto ao serviço de inspeção de produtos de origem animal na unidade da federação, conforme disposto na Lei nº 1.283, de 1950 Mel: 1. 2. Registro de estabelecimento e produtos 39 A produção de mel e seus produtos derivados é uma importante área comercial no Brasil, logo, tornando também importantes os procedimentos desde a criação das abelhas até o armazenamento dos produtos prontos para comercialização. Sendo assim, é fundamental que os profissionais que realizam todos esses procedimentos estejam atentos para as boas práticas de produção, extração e beneficiamento com o intuito de atender a legislação de padrão de qualidade e de higiene para colocar no mercado produtos isentos de contaminantes, garantindo assim o cumprimento da legislação e a satisfação e saúde dos consumidores. Considerações finais 40 DA SILVEIRA, W.; LUIS, P.; AZEVEDO DE SOUZA, F. APIS BOAS PRÁTICAS NA COLHEITA E NO BENEFICIAMENTO DO MEL DE ABELHAS. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://portaleditora.ufra.edu.br/images/PROVA-APROVADA-PARA-IMPRESSO--CARTILHA-BOAS- PRATICAS-04-04-baixa.pdf>. BRASIL. Decreto no30.691 de 29/03/1952 e Decreto no 2.244 de 04/06/97. RIISPOA - Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA). Brasília-DF. Referências 40 OBRIGADO(a) 40
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