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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - DEE CURSO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS EM C.A. LABORATÓRIO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS II PROFa: RUTH P.S. LEÃO COMPENSAÇÃO REATIVA OBJETIVOS - Determinar a potência complexa de cargas tipicamente indutivas e capacitivas - Realizar compensação de reativos MATERIAL UTILIZADO − Variac 0-240VCA. − Banco de Resistores Mod. 111A432 Valor Nominal 125Ω ± 10% Tensão de Alimentação 80V − Banco de Indutores Mod. 111A434 Valor Nominal 1,47H ± 10% Tensão de Alimentação 220V − Banco de Capacitores Mod. 111A433 Valor Nominal 9,22µF ± 10% Tensão de Alimentação 220V − Voltímetro C.A. 0-250V − Amperímetro C.A. − Wattímetro CONCEITO TEÓRICO A grande maioria das cargas é do tipo RL. Quando o percentual de potência reativa indutiva em uma instalação é maior que 39,2% da potência aparente, o fator de potência de deslocamento torna-se menor do 0,92, limite estabelecido pela ANEEL. A compensação de reativos é uma técnica utilizada em sistemas elétricos de potência para minimizar os efeitos de reativos indutivos, pela introdução de reativos capacitivos. Em geral, o objetivo principal da compensação de reativos é a elevação do fator de potência. Nem sempre os bancos de capacitores são a melhor solução para correção de um baixo fator de potência. Por exemplo, motores de indução operando sob condição leve de carga apresentam um fator de potência de deslocamento muito baixo. Nessa situação, um ajuste na condição de operação do motor, elevando a sua carga a um valor próximo da nominal, permitirá a elevação do fator de potência a um custo nulo. Benefícios que podem ser obtidos com a compensação de reativos são a diminuição das perdas em linhas de alimentação, pela diminuição da corrente eficaz da linha, a liberação de capacidade de potência aparente de uma instalação e a elevação de nível de tensão de cargas consumidoras (regulação de tensão). Profa. Ruth P.S. Leão Email: rleao@dee.ufc.br 2 A compensação de reativos é realizada a partir da consideração de que a potência complexa entregue a várias cargas interligadas é a soma das potências complexas de cada uma das cargas. Ao introduzir um banco capacitivo em paralelo com uma carga tipicamente indutiva, a componente real da potência complexa total (potência ativa da carga) não sofrerá alteração, pois o capacitor somente introduz reativos no sistema. No entanto, as componentes imaginárias das potências complexas individuais serão algebricamente somadas, resultando em uma componente imaginária de menor módulo. Desta forma, reduzindo a potência reativa total de um sistema, o seu fator de potência é corrigido. Considerando uma carga tipicamente indutiva de potência complexa SL = P + jQL em paralelo com um banco capacitivo de potência complexa puramente capacitiva SC = -jQC, sendo QL > QC, então a potência complexa total, ST = SL + SC, é a soma das potências complexas individuais da carga e do banco. A Figura 1 mostra as potências individuais em paralelo e a potência complexa total ST resultante da soma das componentes reais e imaginárias de cada carga. Pode ser observado que o ângulo total resultante (θT) é menor do que o ângulo da carga tipicamente indutiva. Logo, o fator de potência sofre uma elevação. Figura 1 - Potência complexa total de uma carga tipicamente indutiva em paralelo com uma carga capacitiva pura. Na Figura 1 pode ser observado que, ao realizar a compensação de reativos, o módulo da potência complexa total do sistema (ST) é menor do que o módulo da potência complexa da carga tipicamente indutiva (SL). Logo, para uma mesma tensão de alimentação, a corrente de alimentação do sistema sofre uma redução e, consequentemente, as perdas por efeito Joule (Ief R2) nas linhas de alimentação da carga também serão reduzidas. PROCEDIMENTO 1. Montar o circuito da Figura 2, com o banco capacitivo desabilitado. Preencher a Tabela 1 de acordo com a condição de carga tipicamente indutiva estabelecida. Medir a corrente do circuito IT, a potência ativa P, determinar a potência aparente S, o fator de potência de deslocamento FP, a potência reativa indutiva QL e a potência complexa S. Im Re P jQL θT SL SC = -jQC jQT ST = SL + SC Profa. Ruth P.S. Leão Email: rleao@dee.ufc.br 3 Figura 2 - Cargas em paralelo para ensaio em laboratório. Tabela 1 – Determinação da potência complexa SL da carga tipicamente indutiva Condição de carga (*) V (V) IT (A) |SL| (VA) PL (W) FPD QL (var) SL = PL + jQL (VA) 3R + 9L 80 (*) 3R: 3 resistores em paralelo; 9L: 9indutores em paralelo; Sinal “+”: paralelo 2. O banco capacitivo será colocado em paralelo com a carga tipicamente indutiva para correção do fator de potência de entrada. Calcular a potência complexa total ST e a capacitância C do banco capacitivo para que o fator de potência total do circuito seja aproximadamente 0,92 atrasado. Preencher a Tabela 2. Tabela 2 – Valores calculados para capacitância C e potência complexa total ST do circuito para FP = 0,9 atrasado. C (µF) ST = (PT + j QT) 3. Conectar, em paralelo à carga (3R+9L), o banco capacitivo com um valor de capacitância equivalente CEQ que seja o mais próximo possível do valor calculado, mostrado na Tabela 2. Preencher a Tabela 3, segundo a condição do sistema formado por carga tipicamente indutiva em paralelo com o banco capacitivo. Tabela 3 – Carga tipicamente indutiva em paralelo com o banco capacitivo Condição do sistema (**) V (V) CEQ (µf) IT (A) P (W) |ST| (VA) FPD ST=PT+jQT (3R+9L)//CEQ 80 (**) Símbolo //: paralelo. Comparar a potência complexa obtida com a potência complexa calculada. 4. Conectar os capacitores do banco capacitivo (um a um) em paralelo com a carga tipicamente indutiva (3R+9L). Se for considerado que as perdas elétricas nos capacitores são praticamente desprezíveis, a potência reativa QC se torna igual à potência aparente SC de cada capacitor. Logo, a potência reativa QC pode ser obtida pelo produto da tensão pela corrente eficaz no capacitor (IC). Preencher a Tabela 4. 80V V A W A1 A2 V2 V1 Banco Capacitivo Banco Indutivo Banco Resistivo A Chave IT IC janaa Máquina de escrever 40V janaa Retângulo janaa Máquina de escrever 40 V janaa Retângulo janaa Máquina de escrever 40 janaa Retângulo janaa Máquina de escrever 40 Profa. Ruth P.S. Leão Email: rleao@dee.ufc.br 4 Tabela 4 – Comportamento da potência complexa total ST e do fator de potência total FPT durante a compensação de reativos. No Cap V (V) IT (A) IC (A) PT (W) |ST| (VA) QL (var) QC (var) ST = PT ±j QT (VA) FPT (***) (atras. / adiant.) 1 80 2 3 4 5 (***) Comparar os módulos de QC e QL (ver Tabela 1) para caracterizar o fator de potência. QUESTÕES 1. Explicar o que acontece com a corrente total do circuito IT e com a corrente no capacitor IC ao serem introduzidos os capacitores em paralelo com a carga tipicamente indutiva. 2. Analisar o que acontece com as potências aparente |ST| e ativa P durante a compensação. 3. Analisar o comportamento da potência complexa ST e do fator de potência total FPT do circuito. O fator de potência da carga tipicamente indutiva sofre alteração durante a compensação? Por quê? REFERÊNCIAS HAYT, Jr., W.H.; KEMMERLY, J.E. Análise de Circuitos em Engenharia. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1973. EDMINISTER, J.A. Circuitos Elétricos. São Paulo: Editora McGraw-Hill, 2.ed., 1991. janaa Retângulo janaa Máquina de escrever 40
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