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Ciclo reprodutivo do peixe palhaço em cativeiro

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VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA 
IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA 
26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012 
 
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Ciclo reprodutivo de peixe palhaço (Amphiprion spp) em cativeiro 
 
Kishimoto, M.K.¹; Borgonovi, F.T¹;Oliveira, J.A.¹; Trivelin, G.A.¹; Camargo, C. M. O. N.¹; 
Gonçalves, A.F.N.²; Poiatti,M.L.; Biller-Takahashi J.D4. 
 
 
¹Acadêmicos do curso de Zootecnia, UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, Km 651, Dracena, SP. E-
mail:makakik3@hotmail.com 
2
Mestrando em Ciência e Tecnologia Animal, UNESP – Campus Experimental de Dracena, Dracena SP.E-mail: andre@zootecnista.com.br 
3
Professora Dra. – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, km 651, Dracena, SP. E-mail: lpoiatti@hotmail.com 
4
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal. E-mail:jaque.biller@yahoo.com.br. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Estima-se que no mundo existam cerca de 1,5 a 2,0 milhões de pessoas que 
mantenham aquários marinhos, movimentando cerca de 500 milhões de dólares somente 
com o comércio de peixes ornamentais marinhos (WABNITZ et al., 2003). 
Aproximadamente 1.470 espécies são comercializadas como peixes ornamentais 
para aquários em todo o mundo, sendo 809 espécies de água salgada, destas, somente 100 
são reproduzidas regularmente em cativeiro (TLUSTY, 2002). 
A grande maioria dos peixes ornamentais de água salgada são comercializadas a 
partir do extrativismo, isto ocasiona elevada mortalidade dos exemplares capturados e as 
dificuldades em se determinar qual seria a capacidade sustentável desta exploração. O 
cultivo de peixes ornamentais marinhos em cativeiro é reconhecida como uma ferramenta 
capaz de tornar a atividade mais sustentável ambientalmente (WABNITZ et al., 2003). 
Um dos mais populares peixes de aquário é o peixe palhaço (Amphiprion spp), 
originário dos Oceanos Indico e Pacifico no sudeste asiático e Austrália, sua popularidade 
esta relacionada principalmente pela sua beleza, rusticidade, resistência e a sua 
característica muito peculiar de fazer simbiose com uma anêmona, tornando-se um peixe 
muito desejável em aquários de recifes de corais (GOMES, 2007). 
O peixe palhaço representa mais de 15,6% do número total de exportações no 
mundo e acima de 25% nos países europeus, estes apresentam vários aspectos favoráveis a 
seu cultivo, tais como domínio da tecnologia de cultivo e alto valor de mercado (WABNITZ et 
al. 2003). 
 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
Os peixes palhaços são hermafroditas protândricos, ou seja, o sexo, tamanho e a 
taxa de crescimento são ajustados de acordo com a sua posição social na hierarquia A 
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conversão de um macho funcional para fêmea, ou de macho imaturo para macho maturo, 
demora de alguns meses a anos. Estas características facilitam a formação de casais em 
cativeiro, além de permitirem a produção de peixes durante todo o ano. O casal formado 
permanecerá junto o resto da vida, e para formação do mesmo, são colocados juntos alguns 
animais em um aquário e assim que os animais começarem a defender um abrigo e a 
expulsar os outros animais de perto, será formado um novo casal. (BUSTON, 2003). 
Os ovos do peixe palhaço são adesivos, eles os colocam em uma superfície lisa, 
podendo ser utilizado constantemente placas de plásticos, conchas, pedras ou pedaços de 
cerâmica. Há cuidado parental com os ovos, porém não há cuidado parental com a prole, 
desta forma deve-se retirar os ovos para eclodirem em um aquário separado. A eclosão 
ocorre em aproximadamente sete dias. Em geral, os ovos começam a escurecer com 
aproximadamente dois dias, e as larvas em desenvolvimento são claramente visíveis através 
da cápsula do ovo com três ou quatro dias. O comprimento da larva pode variar em torno de 
2,5 a 3,0 mm e a metamorfose para juvenis pode durar entre 12 ou 15 dias pós-eclosão 
(SAHANDI e SAHANDI, 2011). 
Após a eclosão dos ovos as larvas utilizam o saco vitelineo até o inicio de sua 
natação, após inicia-se a alimentação com organismos vivos, utilizando fitoplâncton e 
zooplâncton. O fitoplâncton utilizado geralmente é a microalga Nannochloropsis oculata e 
como zooplâncton utiliza-se rotíferos Brachionus plicatilis (SAHANDI e JAFARYAN, 2011). 
A larvicultura com espécies marinhas sempre foi considerada um entrave tecnológico 
ao longo dos anos, porém a larvicultura do peixe palhaço segue o padrão de outros peixes 
ornamentais marinhos como o neon goby (Elecatinus figaro), e sua duração é de 
aproximadamente 30 dias (MEIRELES et al, 2009). 
O primeiro alimento da larva é o rotífero. Após 7 ou 8 dias, pode-se fornecer náuplios 
de artemia, posteriormente metanáuplios e por fim os adultos consomem artêmia. Toda 
artêmia fornecida às larvas devem ser enriquecidas com ácidos graxos. Após 
aproximadamente 40 dias pode-se fornecer ração granulada. Toda transição de alimentação 
é gradual, quando se altera um alimento, continua fornecendo o alimento anterior junto com o 
novo por algum tempo até adaptação (DIVYA et al, 2011). 
 
 
Conclusão 
 
O cultivo de peixe palhaço não é uma atividade comum no Brasil, porém quando o 
produtor possui disponibilidade, qualidade de água e técnicas de manejo, é possível se 
implantar criações em escala comercial, e de acordo com as exigências e acomodações dos 
animais, esta produção pode até mesmo ser feita em zonas urbanas ou longe do litoral. 
 
 
Referências 
 
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BUSTON, P. M. Forcible eviction and prevention of recruitment in the clown anemonefish. 
Behavioral Ecology, v.14, p. 576–582, 2003. 
 
GOMES, S. O aquário marinho e as rochas vivas. Rio de Janeiro: Sérgio Gomes, 2007. 
256 p. 
 
SAHANDI, J.; SAHANDI, D. Reproduction of Amphiprion ocellaris. Ornamental Fish 
Journal, v. 1, p. 48-50, 2011. 
 
SAHANDI, J.; JAFARYAN, H. Rotifer (Brachionus plicatilis) culture in batch system with 
suspension of algae (Nannochloropsis oculata) and bakery yeast (Saccharomyces 
cerevisiae). AACL Bioflux, v. 4, n. 4, p. 526-529, 2011. 
 
TLUSTY, M. The benefits and risks of aquacultural production for the aquarium trade. 
Aquaculture, v. 205, n. 1, p. 203-219, 2002.. 
 
WABNITZ, C.; TAYLOR, M.; GREEN, E.; RAZAK, T. From ocean to aquarium: the global 
trade inmarine ornamental species. Cambridge: UNEPWCMC, 2003. 64p. 
 
MEIRELLES, M.E.; TSUZUKI, M. Y.; RIBEIRO, F. F.; MEDEIROS, R. C.; SILVA, I. D. 
Reproduction, early development and larviculture of the barber goby, Elacatinus figaro 
(Sazima, Moura e Rosa 1997). Aquaculture Research, v. 41, p. 11-18, 2009. 
 
DIVYA, S.P.; Kumar, T. T. A.; Rajasekaran, R.; Balasubramanian, T. Larval rearing of 
clownfish using Brachionus plicatilis rotifer as starter food. Science Asia, v. 37, p. 179-185, 
2011.

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