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XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006 1 A formulação estratégica sob a perspectiva da visão baseada em recursos Cristina Lourenço Ubeda (EESC/USP) crisubeda@yahoo.com.br Resumo: Este artigo apresenta as particularidades da visão baseada em recursos (VBR) no processo de formulação estratégica. A VBR baseia-se em recursos raros, inimitáveis e para os quais os concorrentes da empresa não podem encontrar substitutos. Sob a perspectiva da VBR, a estratégia é concebida não apenas com o desdobramento dos recursos existentes até as posições de vantagem competitiva, mas também no alargamento do círculo de oportunidades estratégicas da empresa. Palavras-chave: Formulação estratégica; Visão baseada em recursos; Recursos da empresa. 1. Introdução O processo de formulação estratégica teve seus primeiros estudos publicados na década de 60 e desde então vem sendo muito discutido e analisado por vários autores. Estratégia é um padrão, isto é, consistência em comportamento ao longo do tempo. Diz respeito tanto à organização como ao ambiente. (MINTZBERG, AHLSTRAND & LAMPEL, 2000). Mintzberg, Ahlstrand & Lampel (2000), fazem com propriedade um estudo sobre as principais abordagens e os principais autores que estudam o processo de formulação estratégica. Tais abordagens apresentam visões complementares sobre o processo de formulação estratégica. Segundo esses autores, todo processo de estratégia precisa combinar vários aspectos das diferentes abordagens. Isto é, combinar aspectos mentais e sociais, demandas do ambiente, energia da liderança e as capacidades da organização. Dependendo do caso, as empresas se inclinam para algum fator mais específico. Por exemplo, nas pequenas empresas, a tendência é de prevalecer mais a cognição individual do proprietário do que a interação social do grupo. Nas indústrias maduras de produção em massa e no governo, a tendência são as estratégias racionalmente deliberadas. Nas empresas de alta tecnologia, a tendência de maior adaptabilidade ao ambiente (MINTZBERG, AHLSTRAND & LAMPEL, 2000). O importante é destacar que nenhuma das abordagens exclui a outra, dependendo do contexto, do tamanho ou da estrutura da empresa, o processo de formulação estratégica acontece de forma diferenciada. 2. O processo de formulação estratégica Durante os anos 80, o principal foco de formulação estratégica era o link entre estratégia e ambiente-externo, defendido principalmente por Michael Porter (1980) na análise da estrutura da indústria e posição competitiva. A partir da década de 90, o foco na análise dos recursos internos da firma torna-se mais evidente na formulação estratégica e renova o interesse em “velhas” teorias de competição baseadas nos estudos de Ricardo (1891), Schumpeter (1950) e Penrose (1959), refletindo a insatisfação quanto à estrutura de equilíbrio no estudo das organizações (GRANT, XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006 2 1991). Esse interesse foi sintetizado na Visão Baseada em Recursos (VBR). Em tal perspectiva, os executivos são encorajados a ver a empresa como um portfólio de recursos e capacidades que podem ser combinados de várias maneiras e não como uma coleção de produtos ou diversões de negócios. Wernerfelt (1984) aponta que para a empresa, recursos e produtos são dois lados da mesma moeda. Muitos produtos requerem o uso de muitos recursos e muitos recursos podem ser usados em uma infinidade de produtos. Dessa forma, é possível estudar o processo estratégico tanto da perspectiva do produto, focada nas necessidades do mercado, como da perspectiva dos recursos, focada nas capacidades internas da empresa (Figura 1). FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA PRINCIPAIS AUTORES PESQUISADOS Análise de mercados Porter (1985); Porter (1980); Steiner (1979); Andrews (1971). Análise dos fatores de produção Peteraf (1993); Ulrich e Barney (1984); Ricardo (1891). Abordagens sistêmicas de inovação Schumpeter (2002); Nelson e Winter (1982); Penrose (1959). VBR e Capacidades internas da empresa Ray, Barney & Muhanna (2004); Schroeder, Bates & Junttila (2002); Coff, (1999); Huselid, Jackson & Schuler (1997); Teece, Pisano & Schuen (1997); Wernerfelt (1995); Henderson & Cockburn (1994); Peteraf (1993); Stalk, Evans & Shulman (1992), Wright & Mcmahan (1992); Lado, Boyd & Wright (1992); Barney (1991); Grant (1991); Montgomery & Wernerfelt (1988); Barney (1986a); Barney (1986b); Barney (1986c); Wernerfelt (1984). Competências essenciais Ubeda (2003); Fleury & Fleury (2003); Mills, Platts, Bourne & Richards (2002), Zarifian (2001), Baker, Mapes, New & Szwejczewski (1997); Hagan (1996); Long & Koch (1995); Rumelt (1994). Stalk, Evans & Shulman (1992); Hamel & Prahalad (1995). FIGURA 1 – Aspectos abordados por diferentes autores sobre a formulação estratégica 3. A visão baseada em recursos (VBR) Os defensores (WERNERFELT, 1984, BARNEY, 1991 e GRANT, 1991) dessa perspectiva afirmam que a vantagem no mercado somente pode ser sustentada quando se baseia em recursos raros, inimitáveis e para os quais os concorrentes não podem encontrar substitutos. A visão baseada em recursos apóia-se em duas premissas (GRANT, 1991): 1. Recursos e capacidades internas abastecem o direcionamento estratégico da empresa; 2. Recursos e capacidades são a fonte primária de lucro da empresa. Segundo Grant (1991), os recursos e as capacidades são a fonte de direção da empresa. O ponto de partida da formulação estratégica deve ser o estabelecimento da identidade da firma, geralmente está relacionado com o estabelecimento da missão da empresa: “qual é o nosso negócio?”, “quem são nossos clientes?”, “quais as necessidades dos clientes atendidas pela empresa?”, etc. Num mercado tão volátil, fica mais difícil identificar as preferências dos clientes e mais evidente a necessidade de inovações (tecnologias para atender os clientes). Segundo Grant (1991, p.116) “... uma estratégia focada no ambiente externo não provê uma fundação segura para a formulação estratégica de longo prazo. Quando o ambiente externo se encontra volátil, os recursos e competências próprios da empresa podem consolidar XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006 3 uma base estável para definir a identidade da empresa e para uma formulação estratégica mais durável”. 4. Os fundamentos da visão baseada em recursos A visão baseada em recursos tem sua base na teoria econômica neoclássica, apoiada nos pressupostos do “empreendedorismo” de Schumpeter (2002), do “crescimento da firma” de Penrose (1959) e da “hierarquia de rotinas” de Nelson & Winter (1982). Schumpeter (2002) introduziu sua famosa noção de destruição criativa como o motor que mantém o capitalismo em movimento para frente e quem dirige esse motor é o empreendedor, agente de mudanças econômicas e tecnológicas. O empreendedor não é necessariamente alguém que investe o capital inicial ou inventa o novo produto, mas sim a pessoa com idéia do negócio. Penrose (1959) vê a empresa como um conjunto de recursos cuja utilização é organizada por um quadro de referência administrativo. De uma certa forma, os produtos finais da firma representam as possibilidades pelas quais a empresa pode utilizar seu conjunto de recursos para desenvolver suas potencialidades básicas. As empresas diversificam seus produtos porque extraem suas vantagens de imperfeições de mercado. Segundo Nelson & Winter (1982), as organizações não se pautam pela racionalidade global, nem por qualquer estrutura consistente isolada que guie as mudanças. Estas emergem da interação cumulativa entre sistemas básicos de ações chamadas “rotinas”, que são as atividades repetidas que sustentam e controlam o funcionamento regular da organização. As organizações são compostas de hierarquias de rotinas, desde a mais básica no chão de fábrica até aquelas usadas pelos gerentes para controlar outras atividades. As rotinasorganizacionais são conjuntos de atividades padrões, que por sua vez, representam uma seqüência de ações coordenadas de pessoas. O conceito de rotinas organizacionais oferece um insight importante entre o relacionamento de recursos, competências e vantagem competitiva (GRANT, 1991). A idéia de que não são os produtos que competem no mercado, mas sim os sistemas de produção, não é nova. Há muito, os economistas afirmam que a eficiência de um sistema de produção desempenha um papel central na concorrência (MINTZBERG, AHLSTRAND & LAMPEL, 2000). Birger Wernerfelt (1984) publicou um artigo premiado intitulado “A resource-based view of the firm” no qual apresentava uma ferramenta econômica para análise da empresa, a partir da análise da posição de recursos da empresa seria possível formular opções estratégicas de atuação. Wernerfelt (1984) anunciava em seu artigo as seguintes proposições: − A análise das empresas é feita sob a perspectiva dos recursos, diferente da perspectiva tradicional de produtos (principalmente as empresas diversificadas); − A identificação de recursos que podem conduzir a altos lucros. Analogamente, às barreiras à entrada, estes estão associados com aquelas chamadas de barreiras à posição de recursos; − A estratégia para uma grande empresa envolve o alcance de um equilíbrio entre a exploração dos recursos existentes e o desenvolvimento de novos recursos; − Uma aquisição pode ser vista como a compra de um pacote de recursos em um mercado altamente imperfeito. Essas proposições apontam, segundo o autor, que o crescimento da empresa envolve o equilíbrio entre a exploração dos recursos existentes e o desenvolvimento de novos recursos; corroborando com algumas das perspectivas propostas por Schumpeter (2002), Penrose (1959) e Nelson & Winter (1982). XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006 4 Assim, é possível perceber que a chave da VBR para a formulação estratégica é entender o relacionamento entre recursos, competências organizacionais, vantagem competitiva e lucratividade. Em particular, “um entendimento dos mecanismos de vantagem competitiva pode ser sustentado ao longo do tempo. Isso requer a construção de estratégias que explorem ao máximo os efeitos de cada característica individual da empresa” (GRANT, 1991). 5. O processo de formulação estratégica e a visão baseada em recursos Jay Barney (1991) desenvolveu a visão baseada em recursos transformando-a numa teoria completa (MINTZBERG, AHLSTRAND & LAMPEL, 2000). Para ele, a empresa é um pacote de recursos, tangíveis e intangíveis. O que torna este pacote um sistema único é uma rede de interpretações comuns. São elas que mantêm, renovam e moldam esses recursos, juntando o econômico ao social e associando a cultura material à cultura social. Para a empresa poder identificar seus recursos estratégicos, Barney (1991) estipulou quatro critérios (Figura 2): − Valor: um recurso obviamente precisa ser valioso para ser estratégico, precisa ter a capacidade para melhorar a eficiência e a eficácia da organização, a fim de explorar as oportunidades ou amenizar as ameaças do mercado; − Raridade: um recurso é estratégico na extensão até a qual é raro e tem alta demanda entre as firmas presentes no mercado e entre os potencias competidores (entrantes), quando implementam estratégias que não são amplamente divulgadas entre as empresas; − Inimitabilidade: o recurso deve não só ser valioso, mas também difícil de imitar. Os recursos devem ser estrategicamente inovadores garantindo uma distância estratégica das outras firmas. Muitas empresas podem ter a mesma tecnologia física mas apenas uma pode possuir relações sociais, cultura e tradições para explorar profundamente esta tecnologia na implementação estratégica; − Substitutibilidade: um recurso pode ser raro e inimitável, mas não será estratégico se os concorrentes puderem encontrar um substituto para ele, ou seja, recursos equivalentes no mercado. FIGURA 2 - A relação entre recursos da empresa e vantagem competitiva Fonte: Barney (1991). A primeira linha de defesa para uma vantagem baseada em recursos é impedir a imitação. É claro que patentes e marcas registradas facilitam isso. Mas a melhor proteção está nos relacionamentos intangíveis, sistemas, aptidões e conhecimentos da própria empresa (MINTZBERG, AHLSTRAND & LAMPEL, 2000). Assim, Barney (1986a) defende que a cultura da organização é a barreira mais eficaz à imitação, porque encoraja a produção de resultados únicos e dificulta sua reprodução. Pensando numa estrutura de análise do processo de formulação estratégica, focada na visão baseada em recursos, GRANT (1991) apresentou essa estrutura de análise prática dos VALOR RARIDADE INIMITABILIDADE SUBSTITUTIBILIDADE VANTAGEM COMPETITIVA SUSTENTÁVEL RECURSOS DA EMPRESA HETEROGÊNEOS IMÓVEIS XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006 5 recursos e capacidades da empresa em 5 estágios: análise da base de recursos da empresa; avaliação das capacidades da organização; análise do custo-beneficio potencial dos recursos e competências da empresa; selecionar a estratégia; e expandir a base de recursos e competências da empresa. A essência da formulação estratégica é construir a estratégia que faz o uso mais efetivo dos recursos e das capacidades da organização. Quanto mais fácil de transferir e copiar os recursos e competências organizacionais; mais fácil sustentar a vantagem competitiva provavelmente um mercado competitivo sem atração (GRANT, 1991). 6. Vantagem competitiva e visão baseada em recursos Na VBR, a estratégia é concebida não apenas com o desdobramento dos recursos existentes até as posições de vantagem competitiva, mas também no alargamento do círculo de oportunidades estratégicas da empresa. As indústrias com vantagens competitivas baseadas na diferenciação e na inovação têm uma breve oportunidade de explorar suas competências essências como vantagem competitiva antes dos imitadores erodirem o produto ou serviço (GRANT, 1991). Tanto no nível individual como no nível organizacional o mecanismo-chave de integração é compartilhar a visão estratégica para oportunidades emergentes e para identificar capacidades essenciais (LONG & KOCH,1995). Cabe aqui ressaltar uma diferenciação conceitual de competência e capacidade. Segundo Stalk, Evans & Shulman (1992), os termos competência essencial e capacidade essencial muitas vezes são utilizados para a mesma finalidade. No entanto, competências e capacidades representam duas dimensões diferentes, porém complementares, de um paradigma estratégico emergente. Ambos conceitos enfatizam aspectos ‘comportamentais’ da estratégia em contraste com o modelo estrutural tradicional. Enquanto a competência essencial enfatiza diferenciação tecnológica e diferenciação de produção em pontos específicos ao longo da cadeia de valor; capacidades são forças mais de base, abrangendo toda a cadeia de valor (STALK, EVANS & SHULMAN, 1992). A tomada de decisão pode ser melhorada considerando o quanto imitável é uma inovação. Já que a inovação nada mais é do que uma montagem complexa de tecnologias relativamente disponíveis no mercado e que nenhuma patente pode impedir esse processo. A maior contribuição da VBR é explicar que as diferenças de longa-vida da lucratividade das empresas não pode ser atribuída a diferentes condições de mercado. Uma vez que tal diferença não é bem representada pela participação de mercado. Assim, se os ativos da empresa são perfeitamente móveis, inimitáveis e não substituíveis; outras empresas não serão capazes de copiar sua estratégia (PETERAF, 1993). Para tanto, existem várias classificações de recursos importantes para a empresa manter sua posição de mercado. Barney (1991), Schroeder, Bates & Junttila (2002) e Mills, Platts, Bourne & Richards (2002) discutem o tema a partir de óticas complementares(Figura 3). XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006 6 A U T O R E S BARNEY (1991) Categoria de recursos da empresa SCHOEDER et al. (2002) Categoria de recursos e capacidades da empresa MILLS et al. (2002) Categoria de recursos componentes da competência organizacional Tangíveis Recursos físicos Patentes e equipamentos Procedimentos e sistemas Conhecimentos, habilidades e experiências Valores e cultura Recursos de capital humano Aprendizagem interna Mudança organizacional R E C U R S O S Recursos de capital organizacional Aprendizagem Externa Network (redes de relacionamento) FIGURA 3 - Classificações de recursos importantes para a empresa Barney (1991) pontua que nem todos os recursos da empresa são recursos estratégicos relevantes. A chave do sucesso está em criar condições específicas para identificar e usar tais recursos a fim de obter uma vantagem competitiva sustentável ao implementar uma estratégia de valor sem que seus concorrentes ou competidores potenciais a implementem simultaneamente e nem sejam capazes de copiá- la. Schroeder, Bates & Junttila (2002) sugerem que a aprendizagem interna e externa e os processos próprios de patentes e de desenvolvimento de produtos impulsionam a vantagem competitiva da empresa uma vez que interfere no desempenho da produção. Enquanto que as capacidades de aprend izagem interna e externa estão ligadas ao desenvolvimento de recursos desdobráveis e específicos dos processos de patentes e desenvolvimento de produtos. Para os autores, a contribuição da VBR se dá pela influência de tais inovações que ao serem difíceis de imitar pelos competidores levam à vantagem competitiva. Seguindo essa linha de que o posicionamento estratégico da empresa depende da análise do seu potencial em recursos para gerar a inovação. Mills, Platts, Bourne & Richards (2002) discutem, inclusive, uma categoria de recursos componentes da competência. 7. Considerações finais Segundo Mintzberg, Ahlstrand & Lampel (2000), Porter (1980) mudou o foco da administração estratégica para o ambiente externo, levando a uma impressão de que as empresas deviam mudar constantemente para atender as turbulências do mercado. Dessa forma, a teoria VBR serve como um instrumento corretivo, trazendo um equilíbrio para a formulação estratégica. Dada a volatilidade do ambiente externo (preferência dos consumidores e tecnologias mudando consistentemente), as organizações não têm outra opção a não ser olhar para as capacidades internas em busca de um senso estável de direção (GRANT, 1991). Empresas podem obter vantagem competitiva sustentável implementando estratégias que exploram forças internas e que respondam às oportunidades externas, enquanto neutralizam ameaças externas e evitam fraquezas internas (Figura 4). XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006 7 FIGURA 4 - A relação entre o modelo tradicional e o modelo VBR na busca de vantagem competitiva Fonte: Adaptado de Barney (1991). Em síntese, as empresas precisam encontrar os recursos que combinem bem com aqueles que a empresa já possui e que tenham poucos competidores capazes de adquiri- los a fim de sustentar sua posição no mercado e criar uma barreira às outras empresas concorrentes (WERNERFELT, 1984). Referências ANDREWS, K. R. The concept of corporate strategy. Homewood, IL: Irwin Edition, 1971. BAKER, J.C.; MAPES, J.; NEW, C.C. & SZWEJCZEWSKI, M. A hierarchical model of business competence. Integrated Manufacturing Systems , Vol.8, n.5, p.265-272, 1997. BARNEY, J. B. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management , Vol.17, n.1, p.99-120, 1991. BARNEY, J. B. Organizational culture : can it be a source of sustained competitive advantage? 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