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AULA PRÁTICA BIOQUÍMICA - 2019 FATORES QUE AFETAM A ATIVIDADE ENZIMÁTICA A) Princípio Enzimas são catalisadores biológicos cuja natureza química é proteica. A natureza proteica das enzimas lhe proporciona alto grau de especificidade. A grande maioria das reações biológicas não ocorrem, ou ocorrem a velocidades baixíssimas nas condições fisiológicas de pH e temperatura. Logo, as reações biológicas, em geral, necessitam de catálise para ocorrer, isto é, necessitam de enzimas. Para cada reação há uma enzima específica. A digestão do amido tem início na boca por ação da enzima amilase salivar, conhecida também por ptialina, que hidrolisa as ligações (14) das cadeias do amido, produzindo glicose, maltose e oligossacarídeos. Figura 1. Hidrólise do amido pela enzima amilase. A atividade da amilase pode ser medida pela quantidade de amido (substrato) restante ou pela quantidade do produto formado. A comprovação da presença de amido é feita utilizando-se lugol (coloração castanha), que contém iôdo. Pela mistura do amido com lugol, desenvolve-se uma coloração azul/preta que é devida a um complexo instável (produto de adsorção) constituído por amido, iôdo e água. As dextrinas dão coloração de roxa a vermelha, dependendo da estrutura e da extensão molecular. Portanto, a coloração azul/preta indica presença de amido, isto é, que a enzima não atuou. Figura 2. comprovação da presença de amido é feita utilizando-se lugol (coloração castanha), que contém iôdo. A estrutura e a forma do sítio catalítico de uma enzima são uma decorrência da estrutura tridimensional da enzima e podem ser afetadas por quaisquer agentes capazes de provocar mudanças conformacionais na estrutura proteica, como variação de pH, temperatura, compostosto orgânicos como uréia, etc. B) Objetivos 1º Constatar a ação enzimática da amilase salivar; 2º Verificar o efeito de diferentes condições de pH e temperatura sobre a ação da amilase salivar. C) Materiais Equipamento de Proteção Individual (EPI): Luvas, Óculos, Máscara e Avental Béquer para a coleta da saliva total 7 Tubos de ensaio 1 Estante para tubos de ensaios Solução de amido à 1% (m/v) em água destilada Solução-tampão fosfato 0,1 mol/L, pH 6,8 Solução-tampão acetato 0,1 mol/L, pH 4,0 Solução-tampão glicina 0,1 mol/L, pH 9,5 Solução de Lugol Banho-maria a 37 ºC Banho fervente Pote com gelo 1 Pipeta automática de 100 μL (0,1 mL), 1 Pipeta automática de 1000 μL (1,0 mL) 1 Pipeta pasteur / tetina Ponteiras Descarte Detergente Desincrustante D) Procedimentos Lave a boca com água e colete a saliva total por expectoração em um béquer. Coletar aproximadamente 5 mL de saliva total. Experimento 1 1º Prepare 4 tubos de ensaio marcando-os de 1 a 4 e adicione em cada tubo 2 mL de amido a 1% e 1 mL de tampão fosfato 1 mol/L, pH 6,8; 2º Coloque previamente o tubo 1 no gelo, o 2 à temperatura ambiente, o 3 em banho-maria a 37°C e o 4 em água fervente por aproximadamente 5 minutos para equilíbrio térmico; 3º Após esse tempo, adicione 0,1 mL de saliva em cada tubo, agitar bem, conservando os tubos nas respectivas temperaturas (gelo, água fervente, temperatura ambiente e banho-maria). Aguarde exatamente 10 minutos para todos os tubos. Faça o teste do iodo: gotejar com o conta-gotas 1 gota de solução de Lugol e aguardar a coloração estabilizar. Caso seja necessário gotejar mais 1 ou 2 gotas da solução; 4º Em qual temperatura houve maior degradação do amido? Em qual temperatura houve menor degradação do amido? Experimento 2 1º Prepare os seguintes tubos: Tubo 1: 1,0 mL de tampão fosfato 0,1 mol/L, pH 6,8 + 0,5 mL amido 1% Tubo 2: 1,0 mL de tampão acetato 0,1 mol/L, pH 4,0 + 0,5 mL amido 1% Tubo 3: 1,0 mL de tampão glicina 0,1 mol/L, pH 9,5 + 0,5 mL amido 1% 2º Adicione 0,1 mL de saliva no fundo de cada tubo, agitando bem; 3º Espere durante 5 minutos concomitante para todos os tubos; 4º Adicione 1 gota de solução de Lugol, agitar bem e aguardar a coloração estabilizar. Caso seja necessário, gotejar mais 1 ou 2 gotas da solução; 5º Em qual pH houve maior degradação do amido? Em qual pH houve menor degradação do amido? G) Referências 1. LEHNHNGER, A.L., NELSON, D.L., COX, M.M. Princípios de Bioquímica, 6ª ed., Artmed, 2014. 2. NICOLAU, L. Fundamentos de Odontologia: Fundamentos de Bioquímica Oral, Ed. Guanabara Koogan, 2008.