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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Instituto de Biociências – Campus de Rio Claro Departamento de Bioquímica e Microbiologia 1 DETERMINAÇÃO DE COLIFORMES EM AMOSTRAS DE ÁGUAS – Parte I Disciplina: Microbiologia Geral e Aplicada Prática 09 Prof. Dr. André Rodrigues Objetivos a) Compreender a importância das bactérias do grupo coliformes como indicadores da qualidade microbiológica da água b) Familiarizar‐se com a técnica de tubos múltiplos utilizada na determinação de coliformes. Considerações O monitoramento da qualidade da água potável para consumo humano é fundamental na saúde pública. O padrão de potabilidade é regulado por legislação específica de monitoramento e controle da qualidade da água considerada própria para consumo. No Brasil, a portaria n°. 518 de março de 2004 do Ministério da Saúde estabelece os padrões de potabilidade da água. Na portaria toda agua destinada ao consumo humano deve ser avaliada quanto a parâmetros físicos, químicos, radioativos e microbiológicos, de modo a não oferecer riscos a saúde. Assim, águas de poços, cisternas, nascentes, minas e reservatórios estão todas sujeitas ao controle microbiológico. Os métodos de análise da portaria brasileira estão baseados no “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, de autoria das instituições American Public Health Association (APHA), American Water Works Association (AWWA) e Water Environment Federation (WEF), ou das normas publicadas pela ISO (International Standartization Organization)” (trecho extraído da portaria n. 518 p. 11, Art. 17). Desse modo, a portaria baseia‐se em padrões internacionais para avaliação da qualidade microbiológica da água. Vários são os micro‐organismos utilizados como bioindicadores da qualidade da agua potável. A presença de tais micro‐organismos indicam a possível presença de patógenos advindos de fezes animais ou humanas. As bactérias do grupo coliformes são os principais indicadores utilizados para inferir a qualidade da águas para consumo. Esse grupo é dividido em coliformes totais e termotoletantes, sendo Escherichia coli um representante do último grupo e indicador de contaminação de origem fecal. Na aula de hoje, iremos determinar a presença de coliformes em diversas amostras de águas utilizando a técnica de tubos múltiplos (ou conhecida como número mais provável ‐ NMP). Com os resultados obtidos, iremos compara‐ los com os níveis aceitáveis estabelecidos na portaria n. 518. Técnica dos tubos múltiplos ou “Número Mais Provável” (NMP) A presente técnica compreende três etapas, a saber: (1) ensaio presuntivo, (2) ensaio confirmatório e (3) identificação de E. coli. Nesta aula iremos realizar apenas primeira etapa. (1) Ensaio presuntivo O objetivo do ensaio presuntivo é detectar a presença das coliformes totais (gêneros Enterobacter, Citrobacter e Klebsiella) nas amostras, através da formação de gás nos tubos. As amostras de agua foram 2 coletadas em recipientes estéreis e foram mantidas a 4o C. Nesta pratica utilizaremos uma série de três tubos por diluição ou invés de um série de cinco tubos, a qual é recomendada pelos padrões internacionais. a) Homogeneizar a amostra agitando‐a suavemente. b) Retire uma pipeta graduada de 10 mL do cilindro de esterilização e inserir o pipetador (OBSERVE ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES DO PROFESSOR PARA EVITAR ACIDENTES). c) Inocular um volume de 10 mL em cada um dos três tubos contendo 10 mL de Caldo Lauril Triptose duplamente concentrado (2x). Cada tubo contem um tubo menor invertido (tubo de Durhan). d) Com auxílio de uma pipeta de 1mL inocular tal volume da amostra em cada um dos três tubos contendo 9 mL de Caldo Lauril Triptose com concentração normal. e) Com auxílio de uma pipeta de 1mL inocular 0,1 mL da amostra em cada um dos três tubos contendo 9,9 mL de Caldo Lauril Triptose com concentração normal. f) Incubar os tubos à 35º C por 24 horas. Caso o resultado seja negativo, incubar por mais 48 horas. g) Após o período de incubação, a leitura será realizada pela contagem dos tubos com presença de gás (tubos positivos) em cada uma das diluições. h) Com a sequencia de tubos positivos será possível comparar com os valores presentes na tabela de NMP (tabela de McCrady) e determinar o número de coliformes. Meio Caldo Lauril Triptose Triptose............................... ............................. 20,0g Lactose................................. ............................ 5,0g Fosfato de potássio dibásico.............................2,75g Fosfato de potássio monobásico......................2,75g Cloreto de sódio.................... ........................... 5,0g Lauril sulfato de sódio........ .............................. 0,1g Água destilada............... ................................... 1000ml pH final = 6.8 Referências ALCÂNTARA, F.; CUNHA, M. A.; ALMEIDA, M. A. Microbiologia: práticas laboratoriais. 2ª ed. Aveiro: Universidade de Aveiro, 2001. 297 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no 518 de 25 de março de 2004. Dispõe sobre os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial (da) República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2004 PEPPER, I. L.; GERBA, C. P. Environmental microbiology: a laboratory manual. 2nd ed. Elsevier Press: Amsterdam, 2004. 209 p.