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INFECÇÕES BACTERIANAS TEGUMENTARES Staphylococcus aureus Catalase ou hidroperoxidase • Enzima intracelular, decompõe o peróxido de hidrogênio (H2O2) em água e oxigênio livre • Peróxido de hidrogênio produto do metabolismo celular em organismos expostos ao oxigênio atmosférico • Está relacionado com diversas patologias ligadas ao estresse oxidativo • Peróxido de hidrogênio tóxico para as células e deve ser rapidamente convertido numa espécie química que seja inócua • Catalase: importante enzima para a desintoxicação celular • Células do sistema imunitário produzem peróxido de hidrogênio como agente antibacteriano • Bactérias patogênicas (possuem catalase), são capazes de resistir a este ataque graças à presença da enzima, conseguindo sobreviver nas células que invadem • Catalase: mecanismo de defesa para a bactéria contra células fagocitárias Teste da catalase • Utilizado para diferenciar os estafilococos (catalase positiva) dos estreptococos (catalase negativa) • Uma gota de peróxido de hidrogênio é depositada numa lâmina de microscópio • Amostra: gota de cultura líquida do microrganismo a testar ou uma colônia colhida com uma alça de inoculação ou um palito → esfregaço • Se aparecem bolhas, o organismo é catalase-positivo (possui catalase, caso dos estafilococos), se não é catalase-negativo (estreptococos) • Bolhas: oxigênio molecular libertado na reação da catalase Coagulase • Coagulases enzimas com capacidade para coagular o plasma sanguíneo através de um mecanismo similar ao da coagulação normal. Bom indicador de Staphylococcus aureus • Atividade da coagulase utilizada para distinguir espécies patogênicas de Staphylococcus de espécies não patogênicas • Prova da coagulase: tubo de ensaio, plasma (sangue), anticoagulante/ oxalato/ citrato/ heparina, uma suspensão de microrganismos (caldo de cultura) ou colônias provenientes de um meio sólido incubar a 37o C • Formação de coágulos às 2 h, às 6 h ou às 24 h de incubação é interpretada como uma prova positiva • A ausência de coagulação após 24 horas de incubação é uma prova negativa Staphylococcus spp. • Staphylococcus aureus • Staphylococcus epidermidis • Staphylococcus saprophyticus • Forma esférica (cocos) • Colônias em forma de cacho-de-uva • Gram positivas • Gênero composto de 37 espécies • 17 podem ser isoladas de amostras biológicas humanas • Encontrados na pele e mucosas do homem e de outros animais • Flora normal do homem: boca, pele, intestino, trato respiratório superior, anaeróbios facultativos, patógenos comuns do homem • São imóveis, anaeróbios facultativos, não formadores de esporos e produtores de catalase Staphylococcus aureus • microbiota da pele • principal causa de infecções da pele, dos tecidos moles do trato respiratório, dos ossos das articulações, endovasculares • Feridas • Infecções mais graves: pneumonia, meningite, endocardite, síndrome do choque tóxico • Septicemia • Capacidade de adaptação e resistência → espécie de maior importância no quadro das infecções hospitalares e comunitárias • Toxinas/proteínas produzidas e secretadas ou expostas à superfície pela bactéria, com atividade destrutiva para as células humanas • Infecções nosocomiais, causando infecções nas incisões cirúrgicas • Produzem enterotoxina e causam intoxicação alimentar estafilocócica (intoxicação) • Produzem exoenzimas: protease, lipase e hialuronidase (destroem tecidos) Fatores de virulência • COMPONENTES DA SUPERFÍCIE CELULAR • 1. Cápsula polissacarídica (CP) protege a bactéria contra fagocitose • 2.Peptideoglicano e ácidos teicóicos promovem a ligação do patógeno às células epiteliais • 3.Proteína A (superfície) - Apresenta resíduos de aminoácidos expostos em sua superfície, interagem com imunoglobulinas impedindo a fagocitose • Papel de adesina • 4. Proteínas que se ligam à fibronectina, ao colágeno e ao fibrinogênio funcionam como adesinas • TOXINAS • 1. Citotoxinas: alfa-toxina e leucocidina formam poros na membrana de leucócitos, causam hemólise (morte celular) • 2. Toxinas esfoliativas: promovem a adesão (cel.epiteliais cutâneas) e causam lesões cutâneas • BIOFILME: Aderência à superfície de um biomaterial mediada por proteínas Patogênese Classificação das infecções: • Superficiais: afetam a pele e o tecido celular subcutâneo • Profundas: decorrentes de bacteremias que se originam nos focos de infecção superficial ou por aspiração (pneumonia) Principais doenças Infecções cutâneas e subcutâneas Impetigo • Infecção da pele em forma de mácula (pequena mancha vermelha) e progride para pústula cheia de pus, pode romper e espalhar-se para outras regiões Foliculite • Infecção com pus de um folículo piloso, pode progredir para furúnculo com nódulo grande e vermelho e pode estender-se para o tecido cutâneo • Progredir: carbúnculo, tecidos mais profundos Feridas • Pode causar infecções se houver material estranho onde esteja alimentando-se do sangue da hemorragia Principal bactéria: infecções de feridas cirúrgicas Infecções cutâneas leves, moderadas e graves Carbúnculo Terçol furúnculo Piogênicos • Artrite: portadores de artrites crônica (osteomielite) • Bacteremias: pacientes internados (cateter intravenoso) → sepse • Endocardite: coração, válvula tricúspide • Osteomielite: matriz interna óssea após traumas, pelo sangue ou tecidos adjacentes • Pneumonia: aspiração da secreção oral ou disseminação pelo sangue Endocardite aguda • Síndrome de choque tóxico: mulheres que usam tampões com fibras sintéticas e produtos químicos que aumentam a absorção durante a menstruação • Síndrome de pele escaldada estafilocócica: toxina esfoliativa. Eritemas (zonas vermelhas dolorosas) que começam ao redor da boca e se espalham para o resto do corpo - Bolhas de líquido claro, e pequenos toques chegam para remover a pele Síndrome da pele escaldada • Intoxicação alimentar, gastroenterite estafilocócica: enterotoxinas na comida ingerida - Presunto e outras carnes com sal, não apresentam sinal ou gosto diferente - Após 4h: de vômitos, diarreia aquosa, dores abdominais Streptococcus pyogenes Terminologias importantes • Mácula: lesão plana com eritema, geralmente • Pápula: lesão elevada • Pústula: lesão elevada com presença de pus • Abscesso: região localizada de pus circundado por tecido inflamado (pústula maior) • Vesícula: lesão pequena e cheia de fluído • Bolha: lesão maior e cheia de fluído • Exantema: erupção cutânea que surge em decorrência de uma doença • Bacteremia: presença de bactéria no sangue • Sepse: resposta inflamatória sistêmica acentuada diante de uma infecção. Associada com pelo menos dois sinais (febre, calafrios, falta de ar etc.) • Sepse grave: comprometimento funcional de um ou mais órgãos • Choque séptico: hipotensão drástica, falência de vários órgãos (causada pela bactéria) • Choque tóxico: hipotensão, falência de vários órgãos, causado por toxina bacteriana • Gangrena: necrose do tecido, associada à obstrução do fluxo sanguíneo Fatores de virulência Estruturas, produtos ou estratégias que as bactérias utilizam para driblar o sistema imunológico • ADESÃO – Processo da bactéria se aderir às células dos tecidos do organismo, através das adesinas • INVASÃO – Através das invasinas presentes na membrana externa da bactéria Como permanece no hospedeiro? • EVASINAS – Fatores e estratégias usadas pelas bactérias para driblar o sistema imune garante a sua sobrevivência e ação de outros fatores de virulência, como toxinas, por exemplo • TOXINAS - Endotoxinas e Exotoxinas: • Grupo I: atua na superfície celular Ex.: SUPERANTÍGENO, que se liga diretamente à receptores de superfície de LTCD4, produzindo grande quantidade de citocinas • Grupo II: faz poro na membrana celular/ou lesão. Ex.: hemolisina que rompe a hemácia para utilizaçãodo ferro • Grupo III – toxina AB: subunidade B se liga à célula e subunidade A entra na célula e provoca o efeito biológico Ex.: toxina botulínica, tetânica, toxina diftérica, toxina pertussis • OUTRAS ENZIMAS/PROTEÍNAS – hialuronidases, colagenases e proteases Exemplos de fatores de virulência • Cápsula (composta por ácido hialurônico) – adesão e proteção contra a fagocitose • Proteína M: adesão e evita ativação do sistema complemento, ligando-se ao anticorpo e bloqueando interação com macrófagos • Hialuronidase: enzima que degrada ácido hialurônico do tecido conjuntivo (substância fundamental) • Exotoxina pirogênica - SPE (algumas atuam como SUPERANTÍGENO) • Há toxinas específicas para Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico, Fasceíte necrosante, etc. • Existe a exotoxina eritrogênica (tipo de toxina pirogênica que não atua como superantígeno, responsável pelo eritema na Escarlatina) • Hemolisinas • Estreptolisina O (tipo de hemolisina) – exotoxina: lise de hemácias, leucócitos e outras células • Hialuronidase • Estreptoquinase: enzima que dissolve coágulos • Dnase: enzima que degrada o DNA Doenças Impetigo não bolhoso • As lesões típicas começam na face, com predomínio peri-orificial, ou nos membros inferiores, em pele previamente traumatizada, iniciando-se por uma lesão maculopapular eritematosa que rapidamente evolui para vesícula e pústula com crosta cor de mel, halo eritematoso, não dolorosa, prurido ocasional e sem repercussão sistémica. Cura sem sequelas. Considerada classicamente uma infecção por Streptococcus pyogenes, dados mais recentes têm demonstrado um papel crescente de Staphylococcus aureus na etiologia do impetigo não bolhoso • Tratamento: Antibióticos (eritromicina, azitromicina, penicilina entre outros) - Antibióticos locais (bacitracina, neomicina) Celulite • Inflamação do tecido celular subcutâneo, com ligeiro envolvimento da derme, não atingindo a epiderme • A área afetada apresenta-se edemaciada, eritematosa, quente, dolorosa e de limites mal definidos • O agente etiológico mais comum é o Streptococcus pyogenes Erisipela • Celulite superficial, causada por Streptococcus pyogenes, que envolve a camada profunda da pele e a camada superficial do tecido celular subcutâneo, com grande envolvimento linfático • A área afetada apresenta-se edemaciada, eritematosa, quente, de limites bem definidos, bordos elevados, com aspecto de casca de laranja, por vezes com vesículas, muito dolorosa, associada a linfangite superficial e adenite satélite. Os sinais sistêmicos estão habitualmente presentes Fasceíte necrosante • Infecção da CAMADA SUBCUTÂNEA e FÁSCIA MUSCULAR • É uma infecção profunda, que se caracteriza por destruição dos tecidos muscular e gorduroso e se dissemina ao longo do plano fascial, provocada pelo Streptococcus pyogenes • Rápida progressão de edema para bolhas e necrose. Ausência de crepitação • Transmissão: ruptura na pele (corte, trauma, queimadura, cirurgia) • Fator de virulência: EXOTOXINA PIROGÊNICA (GRUPO I – SUPERANTÍGENO) • Falência múltipla de órgãos / alta taxa de mortalidade • Tratamento: Antibióticos (penicilinas, eritromicina, cefalosporinas), Debridamento, Câmara hiperbárica – submeter a pressão e concentração alta de oxigênio devido ao fato de serem bactérias anaeróbicas facultativas, Amputação, Câmara hiperbárica, Uso de oxigênio sob pressão Ectima • É uma infecção que se inicia como o impetigo não bolhoso, mas com uma evolução mais arrastada; gradualmente a infecção torna-se mais profunda evoluindo para uma crosta escura, seca, aderente, com formação de escara de bordos elevados • O agente etiológico é o Streptococcus pyogenes Barreiras da epiderme • Pele íntegra (barreira física) • Epitélio estratificado queratinizado • Umidade limitada • pH ácido (barreira química). Ácidos graxos e ácido propiônico produzidos por bactérias • Defensina (peptídeo antimicrobiano secretado pelos queratinócitos) • Salinidade (suor) • Microbiota residente (barreira biológica) / Antagonismo microbiano. Staphylococcus, Propionibacterium acnes, Acinetobacter, Malassezia furfur, etc.) Maioria Gram+ • Excreções: sebo, ureia etc. • Células de Langerhans epidérmicas (APC) • CD8+ linfócitos intraepiteliais Gangrena gasosa (doença complementar) • Agente etiológico: Clostridium perfringens (bacilo gram+, anaeróbio obrigatório e formador de esporo) Infecção no MÚSCULO (mionecrose) • Fator de virulência: TOXINA • Evolução da lesão: edema e pele pálida no local/ cor bronzeada /vermelha / bolhas hemorrágicas / crepitação à palpação corrimento fétido • Sintomas: febre, dor intensa, hipotensão • Transmissão: lesão muscular com material contaminado com endósporos (ferimento traumático, queimadura etc.) • Tratamento: Antibióticos - penicilinas,clindamicina, eritromicina, cefalosporinas, Debridamento, Câmara hiperbárica, Amputação, Câmara hiperbárica, Uso de oxigenio sob pressão Imunidade regional da pele Tecido linfoide associado a pele (SALT) Área total da pele: 1,5 a 2m2 (maior barreira física) • Reação inflamatória muitas vezes é iniciada no próprio local de infecção Epiderme • Queratinócitos (secretam defensinas e citocinas inflamatórias) • Células de Langerhans epidérmica CD8+ (linfócito intraepitelial) Derme • Mastócitos • Macrófagos • LTCD4/LTCD8 (efetivos e/ou memória) • Célula dendrítica dérmica • Plasmócitos • Células de Langerhans epidérmica (células dendríticas) capturam o antígeno e migram para a derme e posteriormente para linfonodos, através de vasos linfáticos, ATIVANDO a resposta imune adaptativa, por apresentação aos linfócitos T
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