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Aula 04 Educação de Jovens e Adultos Márcia Justino da Silva Educação de Jovens e Adultos Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor ANALICE OLIVEIRA FRAGOSO Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Autor MÁRCIA JUSTINO DA SILVA Olá, Caro estudante! Sou Márcia Justino da Silva e serei sua professora executora nesta disciplina de Educação de Jovens e Adultos. Sou Licenciada em Pedagogia, Pós-Graduada em Psicopedagogia Diferencial: Diferenças na Aprendizagem, Especialista em Psicanálise Aplicada à Educação e em Metodologia do Ensino na Educação a Distância e Mestre em Psicanálise Aplicada à Educação e Saúde (Curso Livre). Fui ex-coordenadora do Curso de Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional – FAJOLCA. Atualmente atuo como professora de Graduação e Pós- Graduação em diversos cursos na área de educação, sou Coordenadora Pedagógica da Consultoria Didática Escolar – Reforço Escolar, Professora Conteudista e Executora da EaD da UNINASSAU (Curso de Licenciatura em Pedagogia), do Instituto Federal de Educação ( Curso de Licenciatura em Matemática) e da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco (Curso Técnico em Secretaria Escolar). Tenho muito orgulho de minha profissão, pois acredito que só a educação é o caminho para o desenvolvimento pessoal, social e nacional. Estou muito honrada e feliz por ter a oportunidade de ajudá-los na construção do conhecimento, tornando-o uma aprendizagem significativa. Estamos juntos nessa jornada! Um abraço! INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofun- damento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: SUMÁRIO As Propostas Curriculares para EJA e o Ensino Profissionalizante ...................................................................................... 10 A EJA e o Preparo para o Trabalho ..............................................................10 A Educação Profissional e Tecnológica .........................................12 Conhecendo as Propostas Curriculares para EJA ( Ensino Fundamental) .............................................................................................. 16 Proposta Curricular para o 1º Segmento do Ensino Fundamental: concepção da linguagem oral no processo do ensino da leitura e da escrita .............................................................................16 A Construção da Linguagem Escrita ............................................ 18 A Produção de Textos .................................................................................. 20 Proposta Curricular para o 2º Segmento do Ensino Fundamental .................................................................................................................. 20 Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação a Distância - Proeja ......................................................................................26 Educação Profissional: articulação entre a Educação e o Trabalho e revendo a legislação .................................................................. 26 A Criação do PROEJA ...................................................................................27 EJA e Ensino Profissionalizante a Distância - Programa EJATEC ............................................................................................................30 Educação de Jovens e Adultos 7 UNIDADE 04 Educação de Jovens e Adultos8 Caro estudante, seja muito bem-vindo a nossa disciplina! Chegou a hora de complementar seus estudos sobre a Educação Básica, adentrando em uma modalidade muito interessante, a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Você sabia que esta modalidade é relativamente jovem? Pois é, a princípio seu objetivo era apenas ensinar os adultos, que por algum motivo não foram alfabetizados na escola regular, a ler e escrever. Contudo, através dos tempos, houve mudanças significativas em sua proposta e objetivos, respaldada pela legislação e pelas políticas públicas educacionais. Exatamente isto que veremos nesta unidade. Faremos uma viagem no tempo para que possamos compreender como se deu a construção do pensamento pedagógico da Educação de Jovens e Adultos- EJA- ao longo da história de nosso país, até os dias atuais. Vamos lá? INTRODUÇÃO Educação de Jovens e Adultos 9 Prezado(a) estudante, seja bem-vindo(a) a nossa Unidade IV. Temos como objetivos nesta unidade: • Verificar a importância da articulação da EJA e o preparo para o trabalho; • Apresentar a Propostas Curriculares para EJA , do 1º e 2º segmentos do Ensino Fundamental; • Compreender a trajetória do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos ( PROEJA); • Conhecer o Programa EJATEC, ofertado no Ensino Médio da modalidade EJA, articulado à oferta de Cursos Técnicos Profissionalizantes a Distância. Preparado para nossa viagem no tempo? Tenho certeza que será muito gratificante! OBJETIVOS Educação de Jovens e Adultos10 As Propostas Curriculares para EJA e o Ensino Profissionalizante Olá, caro estudante! Chegamos a nossa última competência. Foi uma jornada muito interessante rumo ao conhecimento dessa modalidade de ensino tão especial, a EJA. Concorda? Na unidade 1 além de fazermos uma viagem no tempo para conhecermos como a EJA evoluiu ao longo de história, vimos como se dá a alfabetização e o letramento de jovens e adultos. Já em nossa unidade 2 falamos de alguns documentos norteadores da EJA, lembra-se? Nessa unidade vamos aprofundar nosso conhecimento um pouco mais, e veremos a importância do ensino profissionalizante, como se constituem em as propostas curriculares, da etapa 1 referente ao Ensino Fundamental (incluindo a alfabetização). Conheceremos também, programas como o PROEJA e o EJATEC, voltados para atender as especificidades de jovens e adultos que frequentam a EJA. Preparado para o final da jornada? Então, avante! A EJA e o Preparo para o Trabalho O conceito de educação para jovens e adultos, nos dias atuais, modificou. No passado recente era considerada, prioritariamente, de cunho alfabetizador. Hoje sabemos que a alfabetização é a primeira parte desse processo. Desde que foi implementada no Brasil, a EJA tem o objetivo de propiciar a milhares de discentes a oportunidade de se alfabetizarem e/ou de crescerem intelectualmente a partir de um tipo de ensino que deve estar voltado para as necessidades de uma vida juvenil e adulta. Ainda assim, não são poucas as dificuldades pelas quais passam os estudantes dessa modalidade. ( LIMA et al,2015, p.8) Educação de Jovens e Adultos 11 Verificamosque nas últimas décadas as políticas públicas educacionais estão preocupadas com a efetiva inclusão dos jovens e adultos que não tiveram oportunidade de concluir sua escolaridade no tempo considerado adequado para tal formação. Portanto, oferecer uma educação de qualidade para este público é um desafio enfrentado pelas redes de educação pública em todo o país. É preciso entender que as pessoas que procuram a escolarização depois de adultos têm um grande desejo, preparar-se para o mercado de trabalho. Já vimos ao longo de nossos estudos nessa disciplina que a abordagem metodológica utilizada na EJA não pode ser a mesma direcionada às crianças. Não cabem atividades e nem materiais didáticos que proporcionem o sentimento de infantilização dessas pessoas. [...] o ato de voltar a estudar pode ser motivado por diversas razões. Dentre muitas, o desafio de estar cada dia mais qualificado e preparado para o mercado profissional é uma das que mais determinam jovens e adultos a se matricularem na EJA. ( LIMA et al, 2015, p.8) Os conteúdos também devem ser cuidadosamente escolhidos, primando por uma linguagem adulta, de acordo com as especificidades e necessidades desse público. Assim, faz-se necessário renovar e promover um olhar diferenciado para a EJA, pois a educação é o melhor caminho para a mudança social. O indivíduo só consegue entender-se e entender o mundo em que se insere através da educação. A educação voltada para jovens e adultos no Brasil deu um grande passo, principalmente no que se refere a alfabetização, mas continuamos a ser um dos países a ter o maior índice de analfabetismo. A defasagem escolar é grande, o que prejudica os jovens e adultos a se inserirem ou retornarem ao mercado de trabalho, elevando o índice desemprego. Falta-lhes qualificação, há uma dificuldade de conclusão da Educação Básica, dificuldade de realizarem cursos profissionalizantes, além da necessidade de dominarem as novas tecnologias. [...] a EJA se depara com a exigência do mercado por uma educação formal que contribua para a formação de sujeitos Educação de Jovens e Adultos12 dotados de multifuncionalidade, 16530 adaptabilidade, disciplina e alta produtividade. (MÉNDEZ, 2013 in LIMA et al, 2015) Embora os programas como o Programa de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) e de Educação de Jovens e Adultos Articulado a Educação Profissional a Distância (EJATEC) auxiliem os indivíduos a se profissionalizarem, oferecendo cursos técnicos de alta qualidade, verifica-se dificuldades de acesso, permanência e término desses cursos. Além dos programas citados, é fundamental que as escolas estejam preparadas para atender as necessidades dos jovens tanto do Ensino Médio regular quanto da EJA, oferecendo um ensino mais conectado ao mundo do trabalho (LIMA et al, 2015). Segundo a Base Nacional Comum Curricular, o currículo do Ensino Médio é composto por uma formação geral e por: Itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: I – linguagens e suas tecnologias; II – matemática e suas tecnologias; III – ciências da natureza e suas tecnologias; IV – ciências humanas e sociais aplicadas; V – formação técnica e profissional. (BRASIL, 2018, p.467) Neste cenário é imprescindível a formação específica para os professores que atuam na EJA, haja vista sua responsabilidade de superar os desafios para qualificar este público, a partir de uma nova lógica de mercado que exige cada vez mais, um profissional em educação conhecedor de múltiplas linguagens e habilidades. A Educação Profissional e Tecnológica Ao falarmos sobre o preparo para o trabalho de jovens e adultos não podemos deixar de salientar a Educação Profissional e Tecnológica Educação de Jovens e Adultos 13 – EPT -que é prevista na LDB/96 e que tem como objetivo principal preparar para o “exercício das profissões” contribuindo para que o cidadão possa se inserir e atuar no mundo do trabalho e na vida em sociedade. Para que você entenda como se desenvolve as Educação Profissional e Tecnológica, a partir de agora vamos nos basear nas orientações do MEC, através do portal do MEC e da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Para atingir o objetivo a EPT abrange cursos de qualificação, habilitação técnica e tecnológica, e de pós-graduação, organizados de forma a propiciar o aproveitamento contínuo e articulado dos estudos. Podemos verificar no gráfico acima que os cursos de educação profissional e tecnológica (EPT) previstos na LDB são: • Formação Inicial e Continuada ou Qualificação Profissional - são organizados para o desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva e social. Abrangem cursos de capacitação, aperfeiçoamento, especialização e atualização dos cidadãos. • Educação Profissional Técnica de Nível Médio - destinados a proporcionar ao estudante conhecimentos, saberes e competências profissionais necessários ao exercício profissional e da cidadania, com base nos fundamentos científico-tecnológicos, sócio-históricos e culturais. Destinam-se a candidatos que tenham concluído o ensino fundamental, estejam cursando ou tenham concluído o ensino médio. • Educação Profissional Tecnológica de graduação e de pós-graduação - A trajetória da graduação em educação tecnológica, conhecida por Curso Superior de Tecnologia ou Curso de Tecnólogo, pode contemplar saídas intermediárias de qualificação profissional SAIBA MAIS: Veja o histórico sobre a Educação Profissional e Tecnológica no Brasil. Acesse: https://bit.ly/35RgaCs. https://bit.ly/35RgaCs Educação de Jovens e Adultos14 tecnológica. Já a trajetória da pós-graduação pode contemplar desde cursos de especialização até os programas de mestrado e de doutorado profissional e tecnológico. A EPT é de responsabilidade da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério de Educação e Cultura- MEC – e prevê, também, integração com os diferentes níveis e modalidades da Educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. Dentre as várias possibilidades, destacam-se como exemplos a articulação da EPT com: • a modalidade da educação de jovens e adultos, em caráter preferencial, segundo a LDB; • a educação básica no nível do ensino médio, na forma articulada de oferta (integrada, concomitante ou intercomplementar – concomitante na forma e integrado no conteúdo) e na forma subsequente. • Cursos técnicos integrados – São aqueles cursos em que você faz o ensino médio junto com a formação técnica. Por isso, para se candidatar a cursos dessa modalidade, você precisa comprovar a conclusão do ensino fundamental ou equivalente na data da matrícula. • Cursos técnicos concomitantes – Nessa forma de ingresso, você cursa as disciplinas de formação técnica enquanto faz o ensino médio em outra instituição. Ou, se você já tiver concluído o ensino médio, faz apenas as disciplinas técnicas. Para concorrer às vagas desse tipo de curso, você precisa ter o Ensino Médio completo ou, pelo menos, a primeira série do Ensino Médio concluída na data da matrícula. • Cursos técnicos subsequentes – Esses cursos são aqueles em que o aluno faz apenas o técnico. Isso porque, para ingressar nessa modalidade, o estudante precisa já ter concluído o Ensino Médio na data da matrícula. IMPORTANTE: Você sabe a diferença entre cursos concomitantes, articu- lados e subseqüentes? Educação de Jovens e Adultos 15 Para a LDB/96 a Educação Profissional e Tecnológica está alinhada a dois dos direitos fundamentais do cidadão: o direito à educação e o direito ao trabalho, colocando-a em destaque, conforme determina o Art. 227 da Constituição Federal, ao incluir o direito a educação e a profissionalizaçãocomo dois dos direitos que devem ser garantidos “com absoluta prioridade”. A Educação Profissional e Tecnológica é normatizada através dos entes federativos. No nível da União: • Congresso Nacional; • Conselho Nacional de Educação; • Ministério da Educação; • Órgãos próprios das respectivas Redes e Instituições de Ensino. No nível dos estados/Distrito Federal e municípios: • Conselhos de Educação • Secretarias de Educação • Órgãos Próprios das respectivas Redes e Instituições de Ensino. A Educação Profissional e Tecnológica, de acordo com artigo 41 da LDB, reconhece os saberes profissionais, através da realização de processos formais de avaliação, constituindo-se em uma forma de valorização das aprendizagens adquiridas fora do sistema educacional. Prevê, ainda, a possibilidade de reconhecimento de saberes profissionais desenvolvidos em experiências de trabalho ou de estudos formais e não formais. Este reconhecimento envolve a certificação profissional conforme o itinerário formativo, coerente com os históricos profissionais dos cidadãos, podendo ser utilizado para fins de continuidade de estudos ou para fins de trabalho . É de competência dos sistemas de ensino, elaborar diretrizes metodológicas para avaliação e validação dos saberes profissionais, de acordo com o perfil profissional, de conclusão do respectivo curso e suas etapas com a terminalidade em cursos de qualificação profissional. Visando a suprir eventuais insuficiências formativas constatadas na avaliação, os sistemas de ensino devem, respeitadas as devidas condições de cada instituição educacional, oferecer oportunidades de complementação de estudos. Educação de Jovens e Adultos16 Conhecendo as Propostas Curriculares para EJA ( Ensino Fundamental) Proposta Curricular para o 1º Segmento do Ensino Fundamental: concepção da linguagem oral no processo do ensino da leitura e da escrita No final do século XX, entre 1995 a 1998 a Secretaria de Educação Fundamental do Ministério de Educação publicou os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, bem como os Referenciais para Educação de Jovens e Adultos e Formação de Professores. Verificamos que nesta fase da história da educação brasileira, a EJA se torna mais evidenciada. Há uma preocupação do governo de elaboração de políticas públicas educacionais que promovam uma sociedade igualitária, através de uma educação eficaz, de acordo com o previsto na Constituição Federal de 1988 e a LDB/96. À época houve uma grande discussão nacional em torno da proposta, cuja função básica, consistia em apoiar os sistemas de ensino no desenvolvimento de propostas pedagógicas, tendo como perspectiva uma educação voltada para a cidadania. Para que as propostas se desenvolvessem, era necessário preparar os professores e demais agentes educacionais. Assim a SEF/ MEC implantou um programa que envolveu, além de professores, equipes técnicas, gestores escolares, em parceria com as secretarias estaduais e municipais, escolas de formação de professores em nível médio e superior e Organizações Não Governamentais – ONGs. Em 1997, a SEF/MEC lançou a Proposta Curricular para o 1º segmento do Ensino Fundamental. Tal proposta era dirigida à alfabetização e pós-alfabetização de jovens e adultos, cujo conteúdo correspondia a um programa de 1ª a 4ª série (antiga denominação do primeiro segmento do Ensino Fundamental – 1º ao 5º ano). Foi concebida para ser um subsídio para a formulação de currículos e planos de ensino adequados aos contextos dos professores. Educação de Jovens e Adultos 17 SAIBA MAIS: Proposta Curricular para o 1º Segmento do Ensino Fundamental. Acesse: https://bit.ly/35OTlzx. Você se recorda que a preocupação fundamental da EJA por muito tempo foi a erradicação do analfabetismo, não é mesmo? Infelizmente, continuamos com este “fantasma” a nos incomodar. Nesta perspectiva, percebemos que na área de língua portuguesa há o desenvolvimento de estudos da linguagem oral e a introdução e desenvolvimento da leitura e escrita. A linguagem oral é o meio linguístico primordial dos seres humanos. É basicamente através da comunicação oral que nos desenvolvemos como participante da cultura. Mesmo depois de nos alfabetizarmos e usarmos a leitura e escrita cotidianamente, continuamos a usar a linguagem oral para realizar a maior parte dos atos comunicativos e também para aprender. Mesmo a aprendizagem da leitura e da escrita depende fundamentalmente do comentário oral sobre o texto escrito. (BRASIL, 1997, p.52) Sabemos que há uma grande diversidade de linguística em nossas salas de aula da EJA, não é mesmo? São sotaques, expressões das diferentes regiões do país e, também, as gírias dos jovens. Por muitas vezes esta diversidade pode causar alguma dificuldade para o domínio da escrita. De acordo com os estudos da linguística, sabe-se que a linguagem oral possui uma natureza mais flexível e dinâmica que a escrita, absorvendo rapidamente as inúmeras variações decorrentes do contexto sociocultural na qual se desenvolve. Assim, o trabalho pedagógico precisa ser acolhedor a esta diversidade, propiciando aos alunos a oportunidade de ampliarem suas formas de expressão, possibilitando o uso de modos de falar adequados a diferentes situações e intenções comunicativas. https://bit.ly/35OTlzx Educação de Jovens e Adultos18 Portanto o professor deve planejar suas estratégias na ampliação das formas de expressão de seus alunos da EJA. [...] Nestas ocasiões, o professor deve chamar a atenção dos alunos para diferentes modos de falar e os efeitos que podem provocar sobre os que recebem a mensagem. (BRASIL, 1997, p.53) A Construção da Linguagem Escrita Caro estudante, já vimos nas unidades anteriores que, mesmo aqueles jovens e adultos que são analfabetos, possuem conhecimento da escrita, haja vista que vivemos numa sociedade letrada. Defrontam- se em seu cotidiano com placas escritas, outdoors, receitas médicas, preços de mercadorias, dentre outras experiências de um mundo letrado. A escola não pode ficar alheia a esta realidade. Assim, reiteramos, que o professor deve criar situações em que seus alunos exponham e reconheçam aquilo que já sabem sobre a escrita, assim decidirá como pode fornecer novas informações, levando os alunos a elaborarem novos conhecimentos, tornando-se mais autônomos no que se refere aos sistemas de representações. Um ponto que deve ser levado em consideração no processo de ensino e aprendizagem da EJA é que o nosso sistema é alfabético. Portanto, é importante que durante o processo de aprendizagem os alunos estabeleçam relações que existem entre sons e as letras. Nosso sistema de escrita é alfabético e, no processo de aprendizagem, os alunos devem estabelecer as relações existentes entre os sons da fala e as letras. Entretanto, a escrita não é uma mera transcrição da fala. Não escrevemos do mesmo jeito que falamos, pois a comunicação escrita têm outras exigências e utiliza-se de outros recursos. (BRASIL, 1997, p.54) É necessário que os alunos compreendam a relação entre as letras e os sons das palavras e que para cada fonema temos uma representação gráfica é por isso que nosso sistema de representação escrita é chamado de alfabético. Educação de Jovens e Adultos 19 É a partir do estabelecimento desta relação fonográfica e da compreensão de suas regularidades e irregularidades que se chega ao domínio do sistema alfabético. Essas irregularidades dizem respeito às peculiaridades da ortografia da Língua Portuguesa: um mesmo som pode ser representado por mais de uma letra e uma mesma letra pode representar sons diferentes dependendo da posição em que se encontra na palavra. Uma mesma palavra pode ser pronunciada de muitas formas, mas deve ter uma única grafia, mas sempre ela é escrita da mesma forma. (BRASIL, 1997, p.54) Não podemos escrever do jeito que falamos,por isso tornaria o registro escrito extremamente instável e seria muito difícil coseguirmos nos entender. Além da ortografia, há outros recursos e normas que caracterizam a escrita, como o sentido da esquerda para a direita, a segmentação das palavras, a pontuação, os diferentes alfabetos (maiúsculo e minúsculo, de imprensa e cursivo etc.). SAIBA MAIS: Consciência fonológica na alfabetização de jovens e adultos: como esta relação é concebida pelos alfabetizadores. Acesse: https://bit.ly/35OmSJA. Outro aspecto a considerar é que para que os alunos leiam e escrevam com autonomia, é necessário que tenham familiarização com a diversidade de textos existente na sociedade. Devem conhecer as várias funções que a escrita pode ter como: informar, entreter, convencer, definir, seduzir, os diferentes suportes materiais onde pode aparecer (jornais, livros, cartazes etc, as diferentes apresentações visuais que pode adquirir e suas características estruturais (organização sintática e vocabulário). É o que veremos a seguir. Continuemos... https://bit.ly/35OmSJA Educação de Jovens e Adultos20 A Produção de Textos Caro estudante, nessa altura de nossos estudos, já compreendemos que para se escrever um texto faz-se necessário saber utilizar a escrita e expressar suas ideias e sentimentos de forma clara, coerente, coesa e objetiva. Portanto o aluno precisa dominar o sistema de convenções, além de saber utilizá-lo de forma eficaz. Os textos que os educandos encontram dentro e fora da escola são os modelos a partir dos quais eles aprendem a escrever. Para isso, será essencial a ajuda do professor, orientando-os na análise dos sons da fala e dos sinais escritos, chamando- lhes a atenção para as regularidades e irregularidades. [...] os modelos não são simplesmente copiados, sem um trabalho de reelaboração do educando. (BRASIL, 1997, p.58) Constamos, mais uma vez, que professor deve ter um olhar diferenciado e deve considerar os erros dos alunos, pois é baseando- se neles que poderá saber como ajudá-los em suas dificuldades e necessidades específicas. Por sua vez, promover uma análise dos alunos de suas produções, constatando seus erros, possibilita aos novos escritores avançarem e melhorarem sua futuras produções escritas. Veremos a seguir a proposta para o segundo segmento do Ensino Fundamental. Vamos prosseguir! Proposta Curricular para o 2º Segmento do Ensino Fundamental A Proposta Curricular para o 2º segmento da EJA, segundo Pires et al ( 2002, p.300 e 301) : Parte do princípio de que a construção de uma educação básica para jovens e adultos, voltada para a cidadania, não se resolve apenas garantindo a oferta de vagas, mas, sim, oferecendo- se ensino de qualidade, ministrado por professores capazes de incorporar ao seu trabalho os avanços das pesquisas nas diferentes áreas de conhecimento e de estar atentos às Educação de Jovens e Adultos 21 dinâmicas sociais e a suas implicações no âmbito escolar. Além disso, de acordo com as autoras, é necessário definir claramente o papel da Educação de Jovens e Adultos na sociedade brasileira e de que modo os objetivos propostos para o Ensino Fundamental podem ser atingidos por esses alunos. Como a Proposta Curricular para a Educação de Jovens e Adultos é construída a partir das orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais, é fundamental destacar que estes se caracterizam por: Apontar a necessidade de unir esforços entre as diferentes instâncias governamentais e da sociedade, para apoiar a escola na complexa tarefa educativa; Mostrar a importância da participação da comunidade na escola, de forma que o conhecimento aprendido gere maior compreensão, integração e inserção no mundo; a prática escolar comprometida com a interdependência escola– sociedade tem como objetivo situar as pessoas como participantes da sociedade – cidadãos – desde o primeiro dia de sua escolaridade; Contrapor-se à idéia de que é preciso estudar determinados assuntos porque um dia eles serão úteis; o sentido e o significado da aprendizagem precisam estar evidenciados durante toda a escolaridade, de forma a estimular nos alunos o compromisso e a responsabilidade com a própria aprendizagem; Explicitar a necessidade de que os jovens e os adultos deste país desenvolvam suas diferentes capacidades, enfatizando que a apropriação dos conhecimentos socialmente elaborados é base para a construção da cidadania e da sua identidade e que todos são capazes de aprender; mostrar que a escola deve proporcionar ambientes de construção dos seus conhecimentos e de desenvolvimento de suas inteligências, com suas múltiplas competências; Educação de Jovens e Adultos22 Apontar a fundamental importância de que cada escola tenha clareza quanto ao seu projeto educativo, para que, de fato, possa se constituir em unidade com maior grau de autonomia, e que todos que dela fazem parte possam estar comprometidos em atingir as metas a que se propuseram; Ampliar a visão de conteúdo para além dos conceitos, inserindo procedimentos, atitudes e valores como conhecimentos tão relevantes quanto os conceitos tradicionalmente abordados; Evidenciar a necessidade de tratar de temas sociais urgentes – chamados Temas Transversais – no âmbito das diferentes áreas curriculares e no convívio escolar; Apontar a necessidade do desenvolvimento de trabalhos que contemplem o uso das tecnologias da comunicação e da informação, para que todos, alunos e professores, possam delas se apropriar e participar, bem como criticá-las e/ou delas usufruir; Valorizar os trabalhos dos docentes como produtores, articuladores, planejadores das práticas educativas e como mediadores do conhecimento socialmente produzido; destacar a importância de que os docentes possam atuar com a diversidade existente entre os alunos e com seus conhecimentos prévios como fonte de aprendizagem de convívio social e meio para a aprendizagem de conteúdos específicos. O documento foi publicado pelo Ministério da Educação, em 2002, coordenado pela Coordenação de Jovens e Adultos do próprio Ministério da Educação – COEJA-, que com os mesmo propósitos dos documen¬tos anteriores, vem ao encontro dos jovens e adultos que chegaram ao segundo segmento do Ensino Fundamental ( 5ª a 8ª séries, atualmente 6º ao 9º ano). Abrange oito áreas de conhecimento do currículo em vigência (Língua Portuguesa (não trata da alfabetização, claro), Matemática, Arte, Ciências Naturais, Educação Física, História, Geografia, Língua Estrangeira). Esta proposta curricular está organizada em três volumes: Educação de Jovens e Adultos 23 Volume 1: apresenta, em duas partes, temas que devem ser analisados e discutidos coletivamente pelas equipes escolares, pois trazem fundamentos comuns às diversas áreas para a reflexão curricular. Volume 2: Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, História e Geografia De acordo com Pires et al (2002, p.301-304): Os cursos destinados à Educação de Jovens e Adultos devem oferecer a quem os procura a possibilidade de desenvolver as competências necessárias para a aprendizagem dos conteúdos escolares, bem como a possibilidade de aumentar a consciência em relação ao estar no mundo, ampliando a capacidade de participação social, no exercício da cidadania. [...]Participamos de um mundo que fala, escuta, lê, escreve e discute os usos desses atos de comunicação. Para compreendê-lo melhor, é necessário ampliar competências e habilidades envolvidas no uso da palavra, isto é, dominar o discurso nas diversas situações comunicativas, para entender a lógica de organização que rege a sociedade, bem como interpretar as sutilezas de seu funcionamento. A tarefa de ensinar a ler e a escrever e tudo que envolve a comunicação favorece a formação dessa estrutura de pensamento específico e ajuda a desenvolver as habilidades que implicam tal competência.O trabalho com a oralidade e a escrita anima a vontade de explicar, criticar e contemplar a realidade, pois as palavras são instrumentos essenciais para a compreensão e o maravilhamento[...] [...] Outra ideia comum entre alunos da EJA e de outras faixas etárias é a de que obras e documentos históricos são como verdades inquestionáveis. O educador deve estar atento a isso e planejar momentos em que essas concepções prévias sejam questionadas. Também deve considerar que tanto os textos quanto os diferentes tipos de fontes constituem versões da realidade[...] [...]No ensino de Geografia para EJA, é importante que o aluno observe, interprete e compreenda as transformações Educação de Jovens e Adultos24 sócioespaciais ocorridas em diferentes lugares e épocas e estabeleça comparações entre semelhanças e diferenças relativas às transformações sócioespaciais do município, do estado e do país onde mora. Ele deve participar ativamente do procedimento metodológico da construção de conhecimentos geográficos, valendo-se da cartografia como forma de representação e expressão dos fenômenos socioespaciais; da construção, leitura e interpretação de gráficos e tabelas; da produção de textos e da utilização de outros recursos que possibilitem registrar seu pensamento e seus conhecimentos geográficos. Não significa que, ao finalizar o Ensino Fundamental, ele terá se tornado um geógrafo, mas, de acordo como os PCN, deve ser conduzido a examinar um tema, a analisar e a refletir sobre a realidade, utilizando diferentes recursos e métodos da Geografia e valendo-se do modo de pensar próprio dessa disciplina. Volume 3: Matemática, Ciências Naturais, Arte e Educação Física. Com relação do Ensino da Matemática para EJA, encontramos em Pires et al (2002, p.302 ) a seguinte consideração: A Matemática tem um papel fundamental nessa formação. Aprender Matemática é um direito básico de todas as pessoas e uma resposta a necessidades individuais e sociais do homem. Nesse aspecto, a Matemática pode dar sua contribuição à formação dos jovens e adultos que buscam a escola, ao desenvolver metodologias que enfatizem a construção de estratégias, a comprovação e a justificativa de resultados, a criatividade, a iniciativa pessoal, o trabalho coletivo e a autonomia advinda da confiança na própria capacidade para enfrentar desafios. Além disso, para exercer a cidadania é necessário saber calcular, medir, raciocinar, argumentar, tratar informações estatisticamente etc. [...] As discussões acumuladas sobre o ensino de Ciências apontam para um ensino mais atualizado e dinâmico, mais contextualizado, onde são priorizados temas relevantes para o aluno, ligados ao meio ambiente, à saúde e à transformação Educação de Jovens e Adultos 25 científico-tecnológica do mundo e à compreensão do que é Ciência e Tecnologia. Busca-se a promoção da aprendizagem significativa tal que ela se integre efetivamente à estrutura de conhecimentos dos alunos e não aquela realizada exclusivamente por memorização, cuja função é ser útil na hora da prova[...] SAIBA MAIS: Proposta Curricular para Segundo Segmento do Ensino Fundamental para EJA. Volume 1: https://bit.ly/2Q3UtZa. Volume 2: https://bit.ly/2QaeJsh. Volume 3: https://bit.ly/2Zcn6ru. Caro estudante, convido-o a prosseguir nossa jornada. A seguir conheceremos o PROEJA e seu desenvolvimento. https://bit.ly/2Q3UtZa https://bit.ly/2QaeJsh https://bit.ly/2Zcn6ru Educação de Jovens e Adultos26 Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação a Distância - Proeja Educação Profissional: articulação entre a Educação e o Trabalho e revendo a legislação Caro estudante, vamos fazer uma recapitulação da trajetória da legislação que contempla a EJA para que entendamos como se deu o desenvolvimento das políticas públicas voltadas para esta modalidade de ensino. A Educação de Jovens e adultos foi contemplada na Constituição de 1988, em seu capítulo III, seção da Educação, no primeiro artigo, remete à qualificação para o trabalho. No Art. 205, delibera que: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988). Vemos, portanto que em nossa “Carta Magna” temos como objetivos qualificar para o trabalho, preparando o sujeito para desempenho das atividades com qualidade. Especificamente, quanto a EJA, verificamos no artigo 208, como dever do Estado, a oferta do ensino noturno regular, que se adapta às condições de muitos alunos (BRASIL, 1988), no caso, aqueles que trabalham e estudam ao mesmo tempo. Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no primeiro artigo do primeiro título, localiza-se: “§ 2º A educação escolar deverá vincular -se ao mundo do trabalho e à prática social” (BRASIL, 1996). A questão da educação aparece ligada ao trabalho e à prática. Mesmo que a lei não traga a justificativa da proposição, aparentemente trata-se de Educação de Jovens e Adultos 27 uma ligação entre a teoria e a empiria, um ciclo entre escola e mundo do trabalho que se alimenta mutuamente. Quanto a duração da Educação Profissional Técnica de Nível Médio integrada com o Ensino Médio, na EJA, é de 1.200 (mil e duzentas) horas destinadas à educação geral, mais a carga horária mínima para a respectiva habilitação profissional de Nível Médio, conforme Resolução CNE/CEB nº 4/2005, que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e para a Educação Profissional Técnica de nível médio. É também na LDB/96, na seção V, em que se situa a que estão da Educação de Jovens e Adultos. O primeiro parágrafo do artigo 37 assegura que os sistemas de ensino darão oportunidades educacionais apropriadas aos jovens e adultos que não puderam efetuar os estudos na idade regular; considera, também,as características dos estudantes, seus interesses, condições de vida e de trabalho mediante cursos e exames (BRASIL, 1996). No parágrafo terceiro, o texto sugere que, preferencialmente, a EJA deve articular-se à educação profissional. Assim, logo após o texto sobre a EJA, a LDB/96 traz as determinações para a Educação Profissional, determinações contidas entre os textos da Educação Básica e o da Educação Superior, como uma sequência lógica do processo de formação. A Criação do PROEJA Para atender uma necessidade de jovens e adultos no que se refere a oferta de educação profissional de nível médio, em junho de 2005 o governo de Luiz Inácio Lula da Silva criou, através do Decreto nº. 5.478, de 24/06/2005 o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos. O programa teve como base de ação a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Porém, em 2006 foi ampliado pelo Decreto nº. 5.840, de 13 de julho de 2006, em termos de abrangência e aprofundado em seus princípios pedagógicos, passando a se chamar Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja). Educação de Jovens e Adultos28 SAIBA MAIS: Conheça mais sobre o Decreto nº5.840/2006, disponível em: https://bit.ly/2tDigYs. SAIBA MAIS: Há outros programas paralelos que atendem ao público de jovens e adultos. Veja em: Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem Urbano) – Visa elevar a escolaridade de jovens com idade entre 18 e 29 anos, que saibam ler e escrever e não tenham concluído o ensino fundamental, visando à conclusão desta etapa por meio da modalidade de Educação de Jovens e Adultos integrada à qualificação profissional. Acesse: https://bit.ly/2Mk0xf0.Rede Nacional de Certificação Profissional e Formação Incial e Continuada – A Rede CERTIFIC beneficia trabalhadores, jovens e adultos que buscam formação profissional e/ ou reconhecimento formal dos saberes adquiridos na sua trajetória de vida e trabalho. Acesse: https://bit.ly/34K0M9S. Desta forma o programa passou a contemplar cursos como: 1. Educação profissional técnica integrada ao Ensino Médio; 2. Educação profissional técnica concomitante ao Ensino Médio; 3. Qualificação profissional, incluindo a formação inicial e continuada integrada ao Ensino Fundamental; 4. Qualificação profissional, incluindo a formação inicial e continuada concomitante ao Ensino Fundamental; 5. Qualificação profissional, incluindo a formação inicial e continuada integrada ao Ensino Médio; 6. Qualificação profissional, incluindo a formação inicial e continuada concomitante ao Ensino Médio. https://bit.ly/2tDigYs https://bit.ly/2Mk0xf0 https://bit.ly/34K0M9S Educação de Jovens e Adultos 29 SAIBA MAIS: Aprofunde mais seus conhecimentos sobre o Proeja. Acesse: https://bit.ly/2sbiOo7. Ampliar a oferta de Educação Profissional Tecnológica (EPT), articulada com a educação básica é um grande desafio ainda a ser superado, constituindo-se uma meta do Plano Nacional de Educação 2014-2024 (Lei nº 13.005/2014), com a expectativa de que, pelo menos 25% da oferta da matrícula de EJA esteja integrada à EPT. Vamos ver algumas das ações realizadas para a implementação do Proeja? • Financiamento para a abertura de cursos do Proeja ofertados nas redes federal e estadual; • Elaboração de documentos da base da política; • Oferta de cursos de formação continuada para profissionais da educação e de cursos de pós-graduação stricto sensu; • Inserção contributiva visando melhorar o processo educativo e minimizar a evasão escolar; • Incremento de recursos da assistência estudantil da Rede Federal para o atendimento de jovens e adultos matriculados no Proeja e fomento à oferta de curso Proeja FIC Fundamental, junto aos municípios, inclusive, com a articulação de processos de certificação profissional. Agora vamos conhecer o Programa EJATEC que vai ao encontro dos objetivos da Educação Profissional. https://bit.ly/2sbiOo7 Educação de Jovens e Adultos30 EJA e Ensino Profissionalizante a Distância - Programa EJATEC Queridos, estudantes, nas unidades anteriores vimos que a EJA sempre esteve liga a empregabilidade e ao mercado de trabalho. As iniciativas da EJA em erradicar o analfabetismo tinham, em sua concepção, o interesse em capacitar os trabalhadores para o novo mercado de trabalho que se configurava, com a industrialização da economia do Brasil. Vamos apresentar-lhe o Programa EJATEC – Educação de Jovens e Adultos Articulado a Educação Profissional a Distância, que foi criado com o objetivo de proporcionar aos alunos com 18 anos ou mais a oportunidade de concluir o Ensino Médio e, ao mesmo tempo, obter uma habilitação em nível técnico profissionalizante. Uma excelente oportunidade, não é mesmo? Alguns estados oferecem este programa. Aqui, vamos exemplificar, tomando como base o progrma de EJATEC oferecido pela Secretaria de Educação e Esportes do Estado de Pernambuco. A partir 2019, a Secretaria Executiva de Educação Integral e Profissional de Pernambuco, em parceria com a Secretaria Executiva de Desenvolvimento da Educação - SEDE, instituiu a oferta do EJATEC. Este programa é voltado ao Ensino Médio da Rede Estadual na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) articulado à Educação Profissional a Distância. Sua criação foi uma decisão de fortalecer a formação de jovens e adultos no EJA oportunizando o acesso à formação profissional e melhor preparo para o indivíduo ingressar no mundo do trabalho. Os conteúdos dos Cursos Técnicos são disponibilizados por meio de uma plataforma digital e podem ser acessados através do computador, tablet ou smartphone em qualquer hora ou local. Educação de Jovens e Adultos 31 SAIBA MAIS: O site da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco e saiba mais sobre o Programa EJATEC. Disponível em: https://bit.ly/34SPU9O. Sabemos, que o acesso à educação constitui-se em um dos fundamentos para a consolidação da democracia. Está previsto em nossa Constituição Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB/96 – e nos demais documentos norteadores da educação, fortalecendo a capacidade dos indivíduos de participar de modo efetivo da tomada de decisões que os afetam no exercício de seu papel de cidadão ativo na sociedade. O indivíduo com uma formação educacional de qualidade tem maiores condições de, além de conhecer seus direitos, desenvolver-se profissionalmente. Portanto, dentro de uma perspectiva de universalização da educação, é fundamental que sejam ofertadas cada vez mais, pelos entes federativos ( União, Estados, Municípios e Distrito Federal), oportunidades para os jovens e adultos retomarem seus estudos e serem inseridos no mercado de trabalho. Presenciamos, através dos meios de comunicação , no seio de nossas famílias, nas rodas de amigos o alto índice de desemprego que afeta, não só no Brasil, mas outros países, inclusive considerados mais desenvolvidos que o nosso. O mercado de trabalho exige cada vez mais profissionais qualificados e sente falta desses de trabalhadores. Hoje são milhares de oportunidades de emprego que não são preenchidas por falta de um profissional qualificado para o cargo. Em torno de 60% dos jovens que concluem o ensino médio não ingressa no ensino superior. O ensino técnico é o caminho mais curto para o mercado de trabalho com perspectivas de ingresso ao ensino superior. Podemos destacar duas vantagens de um curso técnico profissionalizante, dentre outras: https://bit.ly/34SPU9O Educação de Jovens e Adultos32 • Acelera a entrada do aluno no mercado de trabalho, preparando o aluno para lidar com uma sociedade desenvolvida tecnologicamente. • Busca suprir uma demanda de mão de obra especializada e qualificada que hoje o nosso país necessita. Acredite, caro estudante, por muitas vezes os profissionais formados por esses cursos conseguem mais oferta de empregos e estágios do que recém formados em ensino superior. Caro estudante, finalizamos nossa disciplina com esta unidade. Tivemos a oportunidade de verificar a importância da articulação da EJA e o preparo para o trabalho, contribuindo para uma efetiva inclusão social. Conhecemos as Propostas Curriculares para EJA, no 1º e 2º segmentos do Ensino Fundamental, verificamos a concepção da linguagem oral no processo do ensino da leitura e da escrita. Compreendemos a trajetória do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) e, finalmente, conhecemos o Programa EJATEC, ofertado no Ensino Médio da modalidade EJA, articulado à oferta de Cursos Técnicos Profissionalizantes a Distância. TESTANDO: 1. Preencha a coluna: Verificamos na Constituição Federal no artigo 208, que é dever do Estado, a oferta do ensino _________, que se adapta às condições de muitos alunos,no caso, aqueles que trabalham e estudam ao mesmo tempo. (a) Ensino diurno regular; (b) Ensino noturno regular; (c) Ensino diurno e noturno regular; (d) Ensino para jovens e adultos noturno; (e) Ensino de para jovens e adultos. Educação de Jovens e Adultos 33 2. Como uma sequência lógica da formação, a LDB/96 considera: (a) Educação Básica, Educação Profissional e Educação Superior; (b) Educação Básica. Educação Superior e Educação Profissional; (c) Educação Básica, Educação de Jovens e Adultos e educação Profissional; (d) Educação Básica e Educação Superior; (e) Educação Básica, Educação de Jovens e Adultos e Educação Superior. 3. Os itinerários formativos propostos pela BNCC, devem ser organizados: (a) De acordocom o segmento da Educação e a possibilidade dos sistemas de ensino ; (b) De acordo com os diferentes arranjos curriculares e a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino; (c) De acordo com as diferenças regionais e as possibilidades dos sistemas de ensino; (d) De acordo com os arranjos curriculares, os anos letivos e as possibilidades regionais; (e) De acordo apenas com os arranjos curriculares. 4. A Educação Profissional e Tecnológica é normatizada através dos entes federativos. No que se refere a União temos: (a) Congresso Nacional, Ministério da Educação e Secretarias de Educação; (b) Conselhos de Educação, Secretarias de Educação e órgãos próprios das respectivas redes e instituições de ensino; (c) Congresso Nacional, Conselho Nacional de Educação, Ministério da Educação e Órgãos próprios das respectivas Redes e Instituições de Ensino; (d) Conselho Nacional de Educação, Ministério da Educação; (e) Ministério da Educação e Secretaria da Educação. 5. Preencha as lacunas: Nosso sistema de escrita é alfabético e, no processo de aprendizagem, os alunos devem estabelecer as relações existentes Educação de Jovens e Adultos34 entre os sons da fala e as letras. Entretanto, a escrita não é uma mera transcrição da fala. Não escre¬vemos do mesmo jeito que falamos, pois a comunicação escrita têm outras exigências e utiliza-se de outros recursos. (BRASIL, 1997, p.54) (a) Suas vivências e os conteúdos propostos na alfabetização; (b) Suas experiências sonoras e visuais; (c) Os sons da fala e o que se entende; (d) Os sons da fala e as letras; (e) Sua bagagem cultural e as letras. 6. O EJATEC oferecido em Pernambuco possui as seguintes características: I – Voltado para alunos do Ensino Médio da Rede Estadual na modalidade EJA, articulado a Educação Profissional a Distância; II – Sua criação foi em 2018; III – oportuniza o acesso à formação profissional e preparo para o mundo do trabalho; IV - Os conteúdos dos Cursos Técnicos são disponibilizados por meio de uma plataforma digital. Estão Corretas: (a) I, II, III e IV; (b) I, III e IV; (c) I e IV; (d) II e III; (e) I, II e III 7. O PROEJA foi criado em: (a) 2003; (b) 2013; (c) 2015; (d) 2005; (e) 2007. Educação de Jovens e Adultos 35 BIBLIOGRAFIA BRASIL. BARROS, D. M. V. Educação a Distância e o Universo do Trabalho. Bauru-SP:EUDSC,2003 Disponível: https://bit.ly/2R4NoZ5. Acesso 24/11/2019 BRASIL, MEC. Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio, 2018. Disponível em: https://bit.ly/2QCJF5M Acesso: 15/12/2019 BRASIL, MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Proposta Curricular para a Educação de Jovens e adultos: primeiro segmento do ensino fundamental, Brasília, 1997.Disponível em: https://bit.ly/2QDdgfD Acesso: 15/12/2019 BRASIL, MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Proposta Curricular para a Educação de Jovens e adultos. Segundo segmentos do ensino fundamental, Brasília, 2002. BRASIL, MEC. Secretaria de Educação Profissional e tecnológica. Disponível em: https://bit.ly/39V2bhy Acesso: 15/12/2019 LAFINN, M.H. L. F; MECHELN, M.Z. Considerações sobre Prabalho e PROEJA no contexto de documentos legais. Disponível em: https://bit.ly/2t20xKo Acesso 15/12/2019 LIMA, E.M. B; OLIVEIRA, N. de; PAZ, V.S. da. Educação de Jovens e Adultos e Mundo do Trabalho: diálogos discentes e docentes na Escola Municipal Solange Coelho. Disponível em: https://bit.ly/37IUg54 Acesso: 15/12/2019 Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco. Disponível em: http://www.educacao.pe.gov.br/ Acesso: 15/12/2019 PIRES, et al. Por uma Proposta Curricular para o 2º segmento de EJA, 2002 Disonível em: https://bit.ly/36EL3uj acesso 15/12/2019 As Propostas Curriculares para EJA e o Ensino Profissionalizante A EJA e o Preparo para o Trabalho A Educação Profissional e Tecnológica Conhecendo as Propostas Curriculares para EJA ( Ensino Fundamental) Proposta Curricular para o 1º Segmento do Ensino Fundamental: concepção da linguagem oral no processo do ensino da leitura e da escrita A Construção da Linguagem Escrita A Produção de Textos Proposta Curricular para o 2º Segmento do Ensino Fundamental Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação a Distância - Proeja Educação Profissional: articulação entre a Educação e o Trabalho e revendo a legislação A Criação do PROEJA Eja e Ensino Profissionalizante a Distância - Programa Ejatec
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