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1 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! Transtornos Alimentares São caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou funcionamento psicossocial. Segundo o DSM-5 esses transtornos incluem: Pica, Picacismo ou Alotriofagia; Transtorno de ruminação; Transtorno alimentar restritivo / evitativo; Anorexia nervosa; Bulimia nervosa; Transtorno de compulsão alimentar. É importante saber que o esquema de classificação é excludente. Um episódio terá apenas um desses diagnósticos atribuído. Apenas a pica pode ser atribuída na presença de qualquer outro transtorno alimentar. Pica Sua definição é: Ingestão persistente de substâncias não nutritivas, não alimentares, durante um período mínimo de um mês; A ingestão de substâncias não nutritivas, não alimentares, é inapropriada ao estágio de desenvolvimento do indivíduo; O comportamento alimentar NÃO FAZ PARTE de uma prática culturalmente aceita; Mesmo na presença de outro transtorno mental (esquizofrenia, autismo, etc.) pode ser suficientemente grave para necessitar de intervenção específica. A característica essencial da pica é a ingestão de uma ou mais substâncias não nutritivas, não alimentares, de forma persistente durante um período mínimo de um mês, grave o suficiente para merecer atenção clínica. O termo não alimentar está incluso porque o diagnóstico de pica não se aplica à ingestão de produtos alimentares com conteúdo nutricional mínimo. Também é importante que essa ingesta seja incompatível com o estágio de desenvolvimento do indivíduo e também não faça parte de alguma prática culturalmente aceita. A manifestação inicial de pica pode ocorrer na infância, na adolescência ou na idade adulta. Transtorno de Ruminação Sua definição é: Regurgitação repetida de alimento durante um período mínimo de um mês (o alimento regurgitado pode ser remastigado, novamente deglutido ou cuspido); Essa regurgitação não pode ser atribuída a alguma condição gastrintestinal ou outra condição médica; A perturbação alimentar não pode ocorrer apenas durante o curso de anorexia ou bulimia nervosa, transtorno de compulsão alimentar ou transtorno alimentar restritivo/evitativo; Pode até ocorrer no quadro de outro transtorno mental, mas deve ser suficientemente grave para justificar atenção clínica específica. A característica essencial do transtorno de ruminação é a regurgitação repetida de alimento depois de ingerido durante um período mínimo de um mês. O alimento previamente deglutido que já pode estar parcialmente digerido é trazido de volta à boca sem náusea aparente, ânsia de vômito ou repugnância. O alimento pode ser remastigado e então ejetado da boca ou novamente deglutido. A regurgitação no transtorno de ruminação deverá ser frequente, 2 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! ocorrendo pelo menos várias vezes por semana, em geral todos os dias. Lactentes com transtorno de ruminação exibem uma posição característica de tensionar e arquear as costas com a cabeça fletida para trás, fazendo movimentos de sucção com a língua e dando a impressão de obterem satisfação com tal atividade. Eles podem ficar irritados e famintos entre episódios de regurgitação. Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo Sua definição é: Uma perturbação alimentar manifestada por persistente fracasso em satisfazer as necessidades nutricionais apropriadas (a aparência do alimento, suas características sensoriais, receio de consequências aversivas alimentares) + 1 dos fatores abaixo: - Perda de peso significativa; - Deficiência nutricional significativa; - Dependência de alimentação ou suplementos nutricionais orais; - Interferência marcante no funcionamento psicossocial; Essa perturbação não é explicada por indisponibilidade alimentar ou prática culturalmente aceita; Essa perturbação não acontece apenas durante o curso de anorexia nervosa ou bulimia nervosa; Essa perturbação não tem a ver com a forma como o peso ou forma corporal é vivenciada; Nenhuma outra condição médica ou transtorno mental explica o quadro clínico. A principal característica diagnóstica do transtorno alimentar restritivo/evitativo é a esquiva ou a restrição da ingestão alimentar manifestada por fracasso clinicamente significativo em satisfazer as demandas de nutrição ou ingestão energética insuficiente, por meio da ingestão oral de alimentos. Um ou mais dos seguintes aspectos-chave devem estar presentes: perda de peso significativa, deficiência nutricional significativa (ou impacto relacionado à saúde), dependência de alimentação enteral ou suplementos nutricionais orais ou interferência marcante no funcionamento psicossocial. Em alguns indivíduos, a evitação ou a restrição alimentar podem se basear em características de qualidade do alimento, como sensibilidade extrema a aparência, cor, odor, textura, temperatura ou paladar. Esse comportamento foi descrito como “ingestão restritiva”, “ingestão seletiva”, “ingestão exigente”, “ingestão perseverante”, “recusa crônica de alimento” e “neofobia alimentar” e pode se manifestar como recusa em comer determinadas marcas de alimentos ou intolerância ao cheiro do alimento que está sendo consumido por outros. Anorexia Nervosa Sua definição é: Há restrição da ingesta calórica para aquém das necessidades, levando a um peso corporal significativamente baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física; Medo INTENSO de ganhar peso ou engordar OU comportamento persistente que interfere no ganho de peso mesmo estando já muito magro (a); Perturbação na forma como o peso/forma corporal é vivenciado; autoavaliação da própria forma corporal com persistente falta de reconhecimento do grave baixo peso corporal. Além desses critérios, o paciente pode ter anorexia nervosa purgativa ou restritiva apenas. A do tipo restritiva, nos últimos 3 meses o paciente não se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar ou comportamento purgativo (vômitos, laxantes, diuréticos, etc.). Na do tipo compulsão alimentar purgativa, nos últimos 3 meses o paciente se envolveu em 3 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! episódios recorrentes de compulsão alimentar purgativa. NÍVEIS DE GRAVIDADE DE BAIXO IMC – OMS: Leve: IMC ≥ 17 kg/m2 Moderada: IMC 16-16,99 kg/m2 Grave: IMC 15-15,99 kg/m2 Extrema: IMC < 15 kg/m2 A anorexia nervosa tem três características essenciais: restrição persistente da ingesta calórica; medo intenso de ganhar peso ou de engordar ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso; e perturbação na percepção do próprio peso ou da própria forma. O indivíduo mantém um peso corporal abaixo daquele minimamente normal para idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física Indivíduos com esse transtorno exibem geralmente medo intenso de ganhar peso ou de engordar. Esse medo intenso de engordar não costuma ser aliviado pela perda de peso. A vivência e a significância do peso e da forma corporal são distorcidas nesses indivíduos. Bulimia Nervosa Sua definição é: Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Esse episódio é caracterizado por: - Ingestão, em um período indeterminado, de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioriados indivíduos consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes; - Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio; Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso (vômitos autoinduzidos; uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; jejum; ou exercício em excesso); A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em média, no mínimo uma vez por semana durante três meses; Autoavaliação influenciada pela forma e peso corporais; A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa. Existem três aspectos essenciais na bulimia nervosa: episódios recorrentes de compulsão alimentar, comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes para impedir o ganho de peso e autoavaliação indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais. Para se qualificar ao diagnóstico, a compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados devem ocorrer, em média, no mínimo uma vez por semana por três meses. Esse episódio de compulsão alimentar é definido como ingestão, em um período de tempo determinado, de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos comeria em um mesmo período de tempo em circunstâncias semelhantes. Outro aspecto essencial da bulimia nervosa é o uso recorrente de comportamentos compensatórios inapropriados para impedir o ganho de peso, conhecidos coletivamente como comportamentos purgativos, ou purgação. Os pacientes estão dentro da faixa normal de peso ou com sobrepeso. Transtorno de Compulsão Alimentar Sua definição é: Episódios recorrentes de compulsão alimentar, que tem como características: - Ingestão, em um período determinado, de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas 4 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes; - Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio; Os episódios de compulsão alimentar estão associados a três (ou mais) dos seguintes aspectos: - Comer mais rapidamente do que o normal; - Comer até se sentir desconfortavelmente cheio; - Comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome; - Comer sozinho por vergonha do quanto se está comendo; - Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida; Sofrimento marcante em virtude da compulsão alimentar; Os episódios de compulsão alimentar ocorrem, em média, ao menos uma vez por semana durante três meses; A compulsão alimentar não está associada ao uso recorrente de comportamento compensatório inapropriado como na bulimia nervosa e não ocorre exclusivamente durante o curso de bulimia nervosa ou anorexia nervosa. A característica essencial do transtorno de compulsão alimentar são episódios recorrentes de compulsão alimentar que devem ocorrer, em média, ao menos uma vez por semana durante três meses. Um “episódio de compulsão alimentar” é definido como a ingestão, em um período determinado, de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria em um mesmo período sob circunstâncias semelhantes. Tratamento Anorexia Geralmente envolve reabilitação nutricional e psicoterapia. Pacientes com anorexia nervosa que não estão clinicamente estáveis devem ser hospitalizados para estabilização médica. Pacientes com anorexia nervosa frequentemente resistem à realimentação e podem necessitar de internação para promover ganho de peso. Embora o ganho de peso seja a pedra angular do tratamento de pacientes com anorexia nervosa, restaurar o peso realimentando os pacientes de forma muito rápida e/ou agressiva pode levar à síndrome de realimentação, que é potencialmente fatal. O tratamento padrão da anorexia nervosa inclui psicoterapia. Embora várias terapias tenham sido adaptadas ou desenvolvidas para tratar o distúrbio, não há evidências convincentes de que uma terapia seja claramente superior às outras. Assim, a escolha é baseada na disponibilidade, idade do paciente, preferência do paciente e custo. As opções incluem: Terapia cognitivo-comportamental; Psicoterapia psicodinâmica; Manejo clínico de suporte especializado; Entrevista motivacional; Terapia familiar; Farmacoterapia. Os antipsicóticos são os de primeira escolha. Olanzapina é o tratamento de primeira linha com reabilitação nutricional mais psicoterapia - 2,5 mg a 10 mg por dia. Para pacientes com comorbidade grave ou ansiedade que persiste apesar da restauração do peso, usamos antidepressivos, como um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (por exemplo, sertralina , 100 a 200 mg por dia); os 5 Khilver Doanne Sousa Soares Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! inibidores seletivos da recaptação da serotonina são geralmente bem tolerados. Antidepressivos tricíclicos devem ser evitados devido a preocupações com cardiotoxicidade em pacientes desnutridos. Bulimia O tratamento padrão para bulimia nervosa inclui reabilitação nutricional, psicoterapia e farmacoterapia, bem como monitoramento de pacientes para complicações médicas. Para pacientes adultos com bulimia nervosa, o aconselhamento nutricional é usado com outras modalidades de tratamento para controlar a compulsão alimentar, bem como o comportamento compensatório inapropriado, como a purgação. Para pacientes com bulimia nervosa, a TCC é superior a outras psicoterapias. A farmacoterapia combinada com reabilitação nutricional e psicoterapia é indicada para o tratamento da bulimia nervosa, bem como ansiedade comórbida e transtornos depressivos. A primeira linha são os ISRS, fluoxetina – dose inicial de 20mg/dia na primeira semana + 20mg/dia a cada semana até alcançar uma dose alvo de 60 mg por dia. Para pacientes com bulimia nervosa que não toleram ou não respondem à fluoxetina, a farmacoterapia de segunda linha é outro ISRS. Normalmente usamos sertralina, mas uma alternativa razoável é escitalopram ou fluvoxamina. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________ Referências DSM-V. 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