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Distúrbios Alimentares - MARC 14, 7p

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1 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! 
Transtornos 
Alimentares 
São caracterizados por uma perturbação 
persistente na alimentação ou comportamento 
relacionado à alimentação que resulta no 
consumo ou absorção alterada de alimentos e 
que compromete significativamente a saúde 
física ou funcionamento psicossocial. 
Segundo o DSM-5 esses transtornos 
incluem: 
 Pica, Picacismo ou Alotriofagia; 
 Transtorno de ruminação; 
 Transtorno alimentar restritivo / evitativo; 
 Anorexia nervosa; 
 Bulimia nervosa; 
 Transtorno de compulsão alimentar. 
É importante saber que o esquema de 
classificação é excludente. Um episódio terá 
apenas um desses diagnósticos atribuído. Apenas 
a pica pode ser atribuída na presença de 
qualquer outro transtorno alimentar. 
Pica 
Sua definição é: 
 Ingestão persistente de substâncias não 
nutritivas, não alimentares, durante um 
período mínimo de um mês; 
 A ingestão de substâncias não nutritivas, 
não alimentares, é inapropriada ao estágio 
de desenvolvimento do indivíduo; 
 O comportamento alimentar NÃO FAZ 
PARTE de uma prática culturalmente 
aceita; 
 Mesmo na presença de outro transtorno 
mental (esquizofrenia, autismo, etc.) pode 
ser suficientemente grave para necessitar 
de intervenção específica. 
A característica essencial da pica é a 
ingestão de uma ou mais substâncias não 
nutritivas, não alimentares, de forma persistente 
durante um período mínimo de um mês, grave o 
suficiente para merecer atenção clínica. 
O termo não alimentar está incluso porque 
o diagnóstico de pica não se aplica à ingestão de 
produtos alimentares com conteúdo nutricional 
mínimo. Também é importante que essa ingesta 
seja incompatível com o estágio de 
desenvolvimento do indivíduo e também não faça 
parte de alguma prática culturalmente aceita. 
A manifestação inicial de pica pode ocorrer 
na infância, na adolescência ou na idade adulta. 
Transtorno de Ruminação 
Sua definição é: 
 Regurgitação repetida de alimento 
durante um período mínimo de um mês (o 
alimento regurgitado pode ser 
remastigado, novamente deglutido ou 
cuspido); 
 Essa regurgitação não pode ser atribuída 
a alguma condição gastrintestinal ou outra 
condição médica; 
 A perturbação alimentar não pode ocorrer 
apenas durante o curso de anorexia ou 
bulimia nervosa, transtorno de compulsão 
alimentar ou transtorno alimentar 
restritivo/evitativo; 
 Pode até ocorrer no quadro de outro 
transtorno mental, mas deve ser 
suficientemente grave para justificar 
atenção clínica específica. 
A característica essencial do transtorno de 
ruminação é a regurgitação repetida de alimento 
depois de ingerido durante um período mínimo 
de um mês. O alimento previamente deglutido 
que já pode estar parcialmente digerido é trazido 
de volta à boca sem náusea aparente, ânsia de 
vômito ou repugnância. O alimento pode ser 
remastigado e então ejetado da boca ou 
novamente deglutido. A regurgitação no 
transtorno de ruminação deverá ser frequente, 
2 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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ocorrendo pelo menos várias vezes por semana, 
em geral todos os dias. 
Lactentes com transtorno de ruminação 
exibem uma posição característica de tensionar 
e arquear as costas com a cabeça fletida para 
trás, fazendo movimentos de sucção com a língua 
e dando a impressão de obterem satisfação com 
tal atividade. Eles podem ficar irritados e 
famintos entre episódios de regurgitação. 
Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo 
Sua definição é: 
 Uma perturbação alimentar manifestada 
por persistente fracasso em satisfazer as 
necessidades nutricionais apropriadas (a 
aparência do alimento, suas 
características sensoriais, receio de 
consequências aversivas alimentares) + 1 
dos fatores abaixo: 
- Perda de peso significativa; 
- Deficiência nutricional significativa; 
- Dependência de alimentação ou 
suplementos nutricionais orais; 
- Interferência marcante no 
funcionamento psicossocial; 
 Essa perturbação não é explicada por 
indisponibilidade alimentar ou prática 
culturalmente aceita; 
 Essa perturbação não acontece apenas 
durante o curso de anorexia nervosa ou 
bulimia nervosa; 
 Essa perturbação não tem a ver com a 
forma como o peso ou forma corporal é 
vivenciada; 
 Nenhuma outra condição médica ou 
transtorno mental explica o quadro clínico. 
A principal característica diagnóstica do 
transtorno alimentar restritivo/evitativo é a 
esquiva ou a restrição da ingestão alimentar 
manifestada por fracasso clinicamente 
significativo em satisfazer as demandas de 
nutrição ou ingestão energética insuficiente, por 
meio da ingestão oral de alimentos. Um ou mais 
dos seguintes aspectos-chave devem estar 
presentes: perda de peso significativa, deficiência 
nutricional significativa (ou impacto relacionado 
à saúde), dependência de alimentação enteral ou 
suplementos nutricionais orais ou interferência 
marcante no funcionamento psicossocial. 
Em alguns indivíduos, a evitação ou a 
restrição alimentar podem se basear em 
características de qualidade do alimento, como 
sensibilidade extrema a aparência, cor, odor, 
textura, temperatura ou paladar. Esse 
comportamento foi descrito como “ingestão 
restritiva”, “ingestão seletiva”, “ingestão exigente”, 
“ingestão perseverante”, “recusa crônica de 
alimento” e “neofobia alimentar” e pode se 
manifestar como recusa em comer determinadas 
marcas de alimentos ou intolerância ao cheiro do 
alimento que está sendo consumido por outros. 
Anorexia Nervosa 
Sua definição é: 
 Há restrição da ingesta calórica para 
aquém das necessidades, levando a um 
peso corporal significativamente baixo no 
contexto de idade, gênero, trajetória do 
desenvolvimento e saúde física; 
 Medo INTENSO de ganhar peso ou 
engordar OU comportamento persistente 
que interfere no ganho de peso mesmo 
estando já muito magro (a); 
 Perturbação na forma como o peso/forma 
corporal é vivenciado; autoavaliação da 
própria forma corporal com persistente 
falta de reconhecimento do grave baixo 
peso corporal. 
Além desses critérios, o paciente pode ter 
anorexia nervosa purgativa ou restritiva apenas. 
A do tipo restritiva, nos últimos 3 meses o 
paciente não se envolveu em episódios 
recorrentes de compulsão alimentar ou 
comportamento purgativo (vômitos, laxantes, 
diuréticos, etc.). 
Na do tipo compulsão alimentar purgativa, 
nos últimos 3 meses o paciente se envolveu em 
3 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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episódios recorrentes de compulsão alimentar 
purgativa. 
NÍVEIS DE GRAVIDADE DE BAIXO IMC – OMS: 
Leve: IMC ≥ 17 kg/m2 
Moderada: IMC 16-16,99 kg/m2 
Grave: IMC 15-15,99 kg/m2 
Extrema: IMC < 15 kg/m2 
A anorexia nervosa tem três características 
essenciais: restrição persistente da ingesta 
calórica; medo intenso de ganhar peso ou de 
engordar ou comportamento persistente que 
interfere no ganho de peso; e perturbação na 
percepção do próprio peso ou da própria forma. 
O indivíduo mantém um peso corporal abaixo 
daquele minimamente normal para idade, gênero, 
trajetória do desenvolvimento e saúde física 
Indivíduos com esse transtorno exibem 
geralmente medo intenso de ganhar peso ou de 
engordar. Esse medo intenso de engordar não 
costuma ser aliviado pela perda de peso. 
A vivência e a significância do peso e da 
forma corporal são distorcidas nesses indivíduos. 
Bulimia Nervosa 
Sua definição é: 
 Episódios recorrentes de compulsão 
alimentar. Esse episódio é caracterizado 
por: 
- Ingestão, em um período 
indeterminado, de uma quantidade 
de alimento definitivamente maior 
do que a maioriados indivíduos 
consumiria no mesmo período sob 
circunstâncias semelhantes; 
- Sensação de falta de controle 
sobre a ingestão durante o 
episódio; 
 Comportamentos compensatórios 
inapropriados recorrentes a fim de 
impedir o ganho de peso (vômitos 
autoinduzidos; uso indevido de laxantes, 
diuréticos ou outros medicamentos; jejum; 
ou exercício em excesso); 
 A compulsão alimentar e os 
comportamentos compensatórios 
inapropriados ocorrem, em média, no 
mínimo uma vez por semana durante três 
meses; 
 Autoavaliação influenciada pela forma e 
peso corporais; 
 A perturbação não ocorre exclusivamente 
durante episódios de anorexia nervosa. 
Existem três aspectos essenciais na bulimia 
nervosa: episódios recorrentes de compulsão 
alimentar, comportamentos compensatórios 
inapropriados recorrentes para impedir o ganho 
de peso e autoavaliação indevidamente 
influenciada pela forma e pelo peso corporais. 
Para se qualificar ao diagnóstico, a compulsão 
alimentar e os comportamentos compensatórios 
inapropriados devem ocorrer, em média, no 
mínimo uma vez por semana por três meses. 
Esse episódio de compulsão alimentar é 
definido como ingestão, em um período de tempo 
determinado, de uma quantidade de alimento 
definitivamente maior do que a maioria dos 
indivíduos comeria em um mesmo período de 
tempo em circunstâncias semelhantes. 
Outro aspecto essencial da bulimia nervosa 
é o uso recorrente de comportamentos 
compensatórios inapropriados para impedir o 
ganho de peso, conhecidos coletivamente como 
comportamentos purgativos, ou purgação. 
Os pacientes estão dentro da faixa normal 
de peso ou com sobrepeso. 
Transtorno de Compulsão Alimentar 
Sua definição é: 
 Episódios recorrentes de compulsão 
alimentar, que tem como características: 
- Ingestão, em um período 
determinado, de uma quantidade 
de alimento definitivamente maior 
do que a maioria das pessoas 
4 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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consumiria no mesmo período sob 
circunstâncias semelhantes; 
- Sensação de falta de controle 
sobre a ingestão durante o 
episódio; 
 Os episódios de compulsão alimentar 
estão associados a três (ou mais) dos 
seguintes aspectos: 
- Comer mais rapidamente do que o 
normal; 
- Comer até se sentir 
desconfortavelmente cheio; 
- Comer grandes quantidades de 
alimento na ausência da sensação 
física de fome; 
- Comer sozinho por vergonha do 
quanto se está comendo; 
- Sentir-se desgostoso de si mesmo, 
deprimido ou muito culpado em 
seguida; 
 Sofrimento marcante em virtude da 
compulsão alimentar; 
 Os episódios de compulsão alimentar 
ocorrem, em média, ao menos uma vez por 
semana durante três meses; 
 A compulsão alimentar não está associada 
ao uso recorrente de comportamento 
compensatório inapropriado como na 
bulimia nervosa e não ocorre 
exclusivamente durante o curso de bulimia 
nervosa ou anorexia nervosa. 
A característica essencial do transtorno de 
compulsão alimentar são episódios recorrentes 
de compulsão alimentar que devem ocorrer, em 
média, ao menos uma vez por semana durante 
três meses. Um “episódio de compulsão 
alimentar” é definido como a ingestão, em um 
período determinado, de uma quantidade de 
alimento definitivamente maior do que a maioria 
das pessoas consumiria em um mesmo período 
sob circunstâncias semelhantes. 
 
 
Tratamento 
Anorexia 
Geralmente envolve reabilitação nutricional 
e psicoterapia. 
Pacientes com anorexia nervosa que não 
estão clinicamente estáveis devem ser 
hospitalizados para estabilização médica. 
Pacientes com anorexia nervosa 
frequentemente resistem à realimentação e 
podem necessitar de internação para promover 
ganho de peso. 
Embora o ganho de peso seja a pedra 
angular do tratamento de pacientes com anorexia 
nervosa, restaurar o peso realimentando os 
pacientes de forma muito rápida e/ou agressiva 
pode levar à síndrome de realimentação, que é 
potencialmente fatal. 
O tratamento padrão da anorexia nervosa 
inclui psicoterapia. Embora várias terapias 
tenham sido adaptadas ou desenvolvidas para 
tratar o distúrbio, não há evidências convincentes 
de que uma terapia seja claramente superior às 
outras. Assim, a escolha é baseada na 
disponibilidade, idade do paciente, preferência do 
paciente e custo. As opções incluem: 
 Terapia cognitivo-comportamental; 
 Psicoterapia psicodinâmica; 
 Manejo clínico de suporte especializado; 
 Entrevista motivacional; 
 Terapia familiar; 
 Farmacoterapia. 
Os antipsicóticos são os de primeira escolha. 
Olanzapina é o tratamento de primeira linha com 
reabilitação nutricional mais psicoterapia - 2,5 
mg a 10 mg por dia. 
 Para pacientes com comorbidade grave ou 
ansiedade que persiste apesar da restauração do 
peso, usamos antidepressivos, como um inibidor 
seletivo da recaptação da serotonina (por 
exemplo, sertralina , 100 a 200 mg por dia); os 
5 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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inibidores seletivos da recaptação da serotonina 
são geralmente bem tolerados. Antidepressivos 
tricíclicos devem ser evitados devido a 
preocupações com cardiotoxicidade em pacientes 
desnutridos. 
Bulimia 
O tratamento padrão para bulimia nervosa 
inclui reabilitação nutricional, psicoterapia e 
farmacoterapia, bem como monitoramento de 
pacientes para complicações médicas. 
Para pacientes adultos com bulimia nervosa, 
o aconselhamento nutricional é usado com outras 
modalidades de tratamento para controlar a 
compulsão alimentar, bem como o 
comportamento compensatório inapropriado, 
como a purgação. 
Para pacientes com bulimia nervosa, a TCC 
é superior a outras psicoterapias. 
A farmacoterapia combinada com 
reabilitação nutricional e psicoterapia é indicada 
para o tratamento da bulimia nervosa, bem como 
ansiedade comórbida e transtornos depressivos. 
A primeira linha são os ISRS, fluoxetina – dose 
inicial de 20mg/dia na primeira semana + 
20mg/dia a cada semana até alcançar uma dose 
alvo de 60 mg por dia. 
Para pacientes com bulimia nervosa que 
não toleram ou não respondem à fluoxetina, a 
farmacoterapia de segunda linha é outro 
ISRS. Normalmente usamos sertralina, mas uma 
alternativa razoável é escitalopram ou 
fluvoxamina. 
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Referências 
DSM-V. 
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