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Cuidados e Complicações Pós-Operatórias - Clínica Cirúrgica 7

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1 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! 
Clínica Cirúrgica, VII° 
Balanço Hídrico 
Seja por choque, infecção generalizada, 
queimadura, perda patológica de líquidos 
corpóreos ou o pós-operatório em si, o equilíbrio 
hídrico do paciente se perde. Se a agressão for 
grande os mecanismos compensatórios não 
conseguem reestabelecer o equilíbrio corpóreo. 
Em resposta à agressão, o líquido sai das 
células para o meio extracelular e sai do 
interstício para os vasos sanguíneos a fim de 
manter a volemia. 
Os cristaloides são os fluidos mais 
empregados no pós-operatório. 
 A manutenção para um paciente de 70 kg 
é de 100 mL/h de soro glicosado a 5% 
com associação de soluções contendo 
eletrólitos como sódio e potássio; isso 
pode ser obtido com a administração de: 
 1000 mL de soro a 5% + 10 mL de 
NaCl a 20% + 10 mL de KCl a 19,1% 
a cada 8 horas. 
OBS.: a expansão volêmica (assim como demais cuidados 
pós-operatórios) é baseada no procedimento realizado; 
em paciente com obstrução intestinal, isquemia 
intestinal ou perfuração de víscera por exemplo, realiza-
se cerca de 7 a 10 L de fluidos nas primeiras 24h. 
Hipovolemia 
Decréscimo no volume intravascular. A 
monitorização da volemia inclui análise dos sinais 
vitais, estado mental e débito urinário – se o 
paciente está com sonda vesical, o decréscimo 
da diurese pode ser detectado isoladamente. 
A monitorização invasiva se torna um 
instrumento de grande valia: realiza medidas do 
compartimento intravascular. O cateter central 
Swan-Ganz realiza a medida da pressão na artéria 
pulmonar. Seu uso junto de um cateter central 
para medida da pressão venosa central permite 
calcular o débito cardíaco e pressão de 
enchimento ventricular esquerdo.
2 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! 
A correção de distúrbios da volemia deve 
ser iniciada sempre com expansão volêmica 
seriada e avaliação clínica. NÃO utilizar diuréticos 
por regra, reservar a pacientes com IR e/ou IC. 
Sódio urinário, ecocardiograma e níveis 
séricos de lactato são outras técnicas úteis de 
volemia. 
Hiponatremia 
Na maioria das vezes é dilucional, pelo 
excesso de água livre no espaço intravascular. É 
possível que o paciente seja normo, hipo ou 
hipervolêmico na presença de hiponatremia.
No pós-operatório geralmente o excesso de 
água livre, utilizando fluidos hipotônicos; os níveis 
de ADH não caem pelo estresse cirúrgico/lesional. 
Como não são eliminados pelo rim, há a 
hemodiluição do plasma. 
NÃO ADMINISTRAR FLUIDOS HIPOTÔNICOS: soro 
0,9% diluído em água destilada ou soro glicosado!!! 
 Pacientes com hiponatremia euvolêmica e 
assintomáticos: apenas restrição hídrica; 
 Pacientes com perdas crônicas: tratar 
lentamente com soluções salinas 
convencionais (ringer lactato ou soro 
fisiológico a 0,9%); 
Hipernatremia 
Há duas causas de hipernatremia. A 
primeira é a sobrecarga excessiva de sal 
(reposição com soluções hipertônicas), e a 
segunda é a perda de quantidades excessivas de 
água ou de líquido hipotônico (perdas pela pele 
no grande queimado, perda renal aumentada no 
dano renal ou diabetes insipidus). 
 Hipernatremia causada por perda 
aumentada de água: tratar com a 
reposição do déficit de água; 
 Líquido extracelular e volume plasmáticos 
normais ou aumentados + sobrecarga de 
sódio: remoção do sódio com diuréticos e 
reposição com fluidos hipotônicos. 
OBS.: lembrar de diminuir o sódio plasmático numa 
velocidade menor que 2 mEq/h (3 segundo algumas 
literaturas). 
 PARA MAIS DETALHES SOBRE CORREÇÃO 
ELETROLÍTICA: consultar resumo MARC 7 – 
“Distúrbios Ácido Básicos & Hidroeletrolíticos” 
3 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Material restrito, favor não reproduzir nem distribuir sua posse!!! Nenhum serviço de impressão e xerox pode redistribuir este material a outros clientes!!! 
Importante lembrar que: hiper e 
hiponatremia NÃO SÃO DISTÚRBIOS DO 
SÓDIO, mas distúrbios da água!!! 
Dieta 
Gira em torno de 25 kcal/kg de peso 
corpóreo em média – pode ser maior em crianças 
e menor em idosos. Em Politrauma a necessidade 
calórica sobe: 30 a 35 kcal/kg e, em queimados 
com comprometimento acima de 50% da área 
corpórea, para 40 kcal/kg. 
As necessidades de proteínas basais variam 
de 0,65 a 1 g/kg em adolescentes e 2 g/kg em 
crianças. 
A dieta varia muito conforme a cirurgia 
realizada. 
 Cirurgias abdominais e pélvicas: 
inicialmente em dieta zero; ingestão oral 
primeiro de líquidos iniciada quando há 
ruídos intestinais e eliminação de gases. 
Se líquidos forem tolerados, progredimos 
para dieta pastosa até a sólida. 
Se dieta oral não for possível, iniciar 
suporte nutricional por via enteral ou 
parenteral. 
SEMPRE priorizar a alimentação por via 
oral, se não for possível priorizar por via enteral 
e por fim parenteral se necessário. 
 
Nutrição enteral. 
 
Nutrição enteral. 
 
Nutrição parenteral. 
O apoio nutricional, por meio da terapia 
parenteral, está indicado nas condições 
desfavoráveis do tubo digestivo, como grandes 
ressecções intestinais, fístulas entéricas e 
pancreatites graves, entre outras. 
Quando for realizar o desmame da 
alimentação parenteral, manter solução glicosada 
de 10% para adaptação gradual do organismo e 
diminuir hiperinsulinemia. 
Lembrar de cuidar da glicemia do paciente, 
mantendo-a abaixo de 110 mg/dL sempre (ou <140 
segundo alguns estudos). No pós-operatório pode-
se utilizar hipoglicemiante oral se necessário e 
antes disso realizamos o controle com insulina 
subcutânea conforme a glicemia capilar. 
Controle da Dor no Pós-Operatório 
Nos casos de anestesia epidural, podemos 
utilizar um cateter para proporcionar o bloqueio 
da dor por vários dias após a operação. 
4 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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As medicações sistêmicas utilizadas para a 
dor no pós-operatório incluem os opioides, os 
anti-inflamatórios não esteroides e outras drogas 
narcóticas. 
Escala Analgésica da Dor - OMS 
 
https://multisaude.com.br/artigos/manejo-da-dor-com-
cateter-peridural-ou-epidural/ 
Sugestões: 
Analgésicos não-opioides: 
 Paracetamol 500-1.000 mg, VO, 6/6 h e/ou 
 Dipirona 500-1.000 mg, VO/IV, 6/6 h e/ou 
 AINEs 
 Antes do uso de AINEs, sempre levar em consideração 
o perfil hematológico, gastrointestinal e renal do 
paciente. 
 Cetorolaco - Pacientes 10-30 mg, IV, 6/6 h, até 
um máximo de 90 mg/d, por não mais de 5 dias. 
Pacientes >65 anos ou com doença renal crônica 
(DRC): 10-15 mg, IV, 6/6 h, até dose máxima 
diária de 60 mg, por não mais de 5 dias e/ou; 
 Cetoprofeno - 100 mg, VO/IV, 8/8 h e/ou; 
 Diclofenaco - 50 mg, VO, 8/8 h e/ou 
Ibuprofeno - 600 mg, VO, 8/8 h e/ou; 
 Indometacina 50-200 mg/d - Em pacientes 
com dor noturna persistente e/ou rigidez 
matinal, pode ser útil a dose de até 100 mg ao 
deitar-se para proporcionar alívio e/ou; 
 Tenoxicam 20 mg, VO, 1x/d. Na dor pós-
operatória, a dose recomendada é de 40 mg, 
uma vez ao dia, durante 5 (cinco) dias e, nas 
crises agudas de gota, a dose recomendada é 
de 40 mg uma vez ao dia, durante 2 (dois) dias 
e, em seguida, 20 mg diários durante os 
próximos 5(cinco) dias; 
 Meloxicam - Em caso de artrite reumatoide 
(AR), 15 mg 1x/d. De acordo com a resposta 
terapêutica, a dose pode ser ajustada para 7,5 
mg, 1x/d. Para osteoartrites, a dose deve ser de 
7,5 mg 1x/d. Se necessário, a dose pode ser 
ajustada para 15 mg, uma vez ao dia. Para 
pacientes com DRC, a dose diária não deve 
ultrapassar 7,5 mg. 
Opioides fracos 
 Codeína - 15-60 mg, VO, 6/6h e/ou 
 Tramadol - 50-100 mg, VO/IV, 6/6 h. A dose 
máxima diária recomendada, 
independentementeda via de administração, 
situa-se em 400 mg/d. 
 Opioides fortes 
 Morfina - 1-2 mg, IV, com intervalo de 10-15 min 
entre as doses até obter o controle da dor. Por 
via SC, 3-5 mg, com início de ação mais lento, 
porém com duração mais prolongada. Para uso 
em intervalo fixo, recomendamos 2-3 mg, IV, até 
4/4 h ou 10-30 mg, VO (cada 1 mL da solução 
contém 10 mg de sulfato de morfina que 
corresponde a 32 gotas), 4/4 h; 
 Fentanil - Em pacientes virgens de opioide, a 
dose mais baixa de fentanil transdérmico, de 25 
mcg/h (adesivos de 10 cm², via TD, 1x/d), deve 
ser usada como dose inicial. A avaliação inicial 
do efeito analgésico máximo do fentanil 
transdérmico não pode ser feita antes de 24 h 
de uso do adesivo. Se a analgesia é insuficiente 
após a aplicação inicial, a dose pode ser 
aumentada após 3 dias. A titulação das doses 
deve ser feita normalmente com aumentos de 
25 mcg/h. 
Profilaxia de Trombose Venosa 
Profunda 
Lembrar da tríade de Virchow: lesão 
endotelial, estase sanguínea e 
hipercoagulabilidade. 
https://multisaude.com.br/artigos/manejo-da-dor-com-cateter-peridural-ou-epidural/
https://multisaude.com.br/artigos/manejo-da-dor-com-cateter-peridural-ou-epidural/
5 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Primeiro definimos o risco do paciente 
desenvolver TVP no pós-operatório para definir as 
medidas de prevenção. Lembrar dos escores de 
Pádua (para pacientes clínicos) e de Caprini (para 
pacientes cirúrgicos). 
Escore de predição de Pádua 
 
Risco alto: >ou= 4 
 
0-4: baixo risco; 5-8: risco moderado; >ou= 9: alto risco. 
6 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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As medidas profiláticas não farmacológicas 
são: meias elásticas de compressão, dispositivos 
pneumáticos de compressão e a deambulação 
precoce. 
As medicações mais comuns utilizadas são: 
heparinas não fracionadas e de baixo peso 
molecular. 
7 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Cuidados com Drenos, Sondas e Tubos 
Sonda Nasogástrica 
É indicada para remover líquido e gases do 
estômago ou conteúdos que possam impedir a 
passagem de ar para os intestinos. 
Tomar cuidado com as possíveis 
complicações: ulceração e necrose de asa nasal, 
respiração oral, interferência na ventilação, 
esofagite distal e complicações infecciosas. 
 Presença de conteúdo fecal na SNG?!? Avaliar 
possível oclusão intestinal!!! 
A retirada da sonda dependerá da função 
para a qual foi decidida sua colocação. Se o 
objetivo era descomprimir conteúdo 
gastrintestinal, retira-se quando não for mais 
necessária: reestabelecimento do trânsito 
gastrintestinal (presença de flatos e fezes, 
abdome não distendido, ausência de dor 
abdominal, fezes “limpas”). 
Drenos Abdominais 
Os drenos são colocados para impedir o 
acúmulo de fluidos. Terapeuticamente são 
utilizados para escoamento de líquidos 
acumulados. As secreções são direcionadas para 
os reservatórios, e é possível avaliar a coloração 
e o aspecto delas. 
Por serem um corpo estranho podem 
provocar resposta tecidual. Além disso permite o 
acesso de bactérias - curativos cuidadosos, trocas 
frequentes e remoção do dreno, sempre que 
possível, reduzem a possibilidade de infecção 
significativa. 
 NÃO SE COLOCA O DRENO PELA INCISÃO 
CIRÚRGICA. 
Se um dreno foi posto profilaticamente, 
para evitar possível ascite e afins, o retiramos 
assim que não há mais drenagem significativa. Se 
for terapêutico, são mantidos no local enquanto 
drenam quantidade significativa de secreção. 
Quando a drenagem cessa ou o seu débito está 
diminuindo, tracionam-se alguns centímetros, 
progressivamente, todos os dias. Isso faz com 
que o local do dreno cicatrize de dentro para fora 
progressivamente. 
Os drenos intraperitoneais, chamados de 
profiláticos, após anastomoses gastrintestinais, 
devem ser posicionados adjacentes a anastomose 
a ser monitorizada. No caso de deiscência de 
sutura, esses drenos têm função tanto 
diagnóstica quanto terapêutica: diagnóstica por 
propiciar extravasamento de secreções 
gastrintestinais e terapêutico por que todo 
efluente ganha o meio externo sem 
contaminação da cavidade. 
Quanto retirá-los?!? 
- Se não houver deiscência: 5 a 7 dias; 
- Se houve deiscência e/ou fístula enterocutânea: 
após 15 dias de cirurgia. 
Dreno de Via Biliar - Kehr 
Sua colocação é indicada no colédoco para 
descompressão e drenagem biliar. Indicado após 
a exploração do colédoco, coledocolitotomia 
(abertura cirúrgica do colédoco) ou casos de 
colangite. 
Drenos Torácicos 
Tubos de drenagem intrapleural são 
colocados em casos de traumatismo torácico e 
após qualquer cirurgia intratorácica de 
magnitude. Removem fluidos, sangue e ar 
extrapleural. 
O calibre do dreno e a quantidade 
dependem do tipo de cirurgia. Deve ser mantido 
conectado em sistema fechado “em selo d’água” 
para drenagem valvular. 
Os drenos são removidos quando está 
aparente que o pulmão está bem expandido, que 
não existe escoamento de ar da ferida ou do 
pulmão e quando se aspiram menos de 2.000 mL 
de líquido em um período de 24 horas. 
Os drenos são removidos com a inspiração 
mantida, e, para tanto, deve-se solicitar ao 
paciente que inspire profundamente e prenda a 
8 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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respiração — Valsalva. Um curativo local é feito 
imediatamente sobre a ferida, já preparado 
anteriormente, logo que o tubo é removido, e 
permanece no local por 48 horas. 
Índices de Gravidade 
O APACHE 2 é um sistema de classificação 
que determina os índices de gravidade de um 
paciente internado em uma UTI. Recomendado 
pelo Ministério da Saúde, o índice é calculado a 
partir da soma de 12 critérios clínicos, fisiológicos 
e laboratoriais que determinam a criticidade do 
quadro e o risco de óbito nas suas primeiras 24 
horas de UTI. 
 https://www.msdmanuals.com/medical-
calculators/ApacheScore-pt.htm; link calculadora 
escore Apache 2! 
O sistema prognóstico SAPS 3 foi 
recentemente desenvolvido em coorte mundial e 
é composto de 20 diferentes variáveis 
facilmente mensuráveis na admissão do paciente 
à UTI. 
Lembrar de estar sempre realizando a 
pesquisa de sepse no pós-operatório! O escore 
para tal é o SOFA (revisar resumo MARC 6 para 
mais detalhes). 
Complicações Respiratórias 
Atelectasia 
É a mais comum das complicações 
pulmonares pós-operatórias. Aparece mais 
frequentemente nas primeiras 48 horas após a 
cirurgia – geralmente é autolimitado, mas após 
72 horas podem provocar pneumonia. 
A atelectasia costuma se manifestar por 
febre, taquipneia e taquicardia, além de tosse 
produtiva e com rolhas associadas à diminuição 
de murmúrios pulmonares. 
 
Atelectasia no lobo inferior esquerdo (próximo à silhueta 
cardíaca). 
Aspiração Pulmonar 
A aspiração de conteúdos da boca e do 
estômago é mais comum em pacientes sedados 
ou com outras causas de rebaixamento do nível 
de consciência. Sondas nasogástrica 
endotraqueais e drogas que deprimem o SNC 
predispõem à aspiração – DRGE, alimento no 
estômago ou posição do paciente fazem esses 
riscos aumentarem. 
A taxa de mortalidade para aspiração 
maciça pulmonar e subsequente pneumonia é de 
aproximadamente 50%. 
 Síndrome de Medelson: lesão pulmonar 
produzida pela aspiração do fluido gástrico. 
Aspiração de material sólido resulta em 
obstrução aérea; aspiração de líquidos com ph 
<2,5 resultam imediatamente em pneumonite 
química. 
A aspiração pode ser evitada com medidas 
preventivas,como jejum adequado na véspera da 
cirurgia, posicionamento adequado do paciente na 
mesa cirúrgica e no leito e cuidados durante a 
intubação endotraqueal. Antibióticos devem ser 
empregados nas situações de aspiração de 
grande volume. 
TEP 
Qualquer indivíduo com gasometria arterial 
que apresente paO2 inferior a 70 cmH2O é 
https://www.msdmanuals.com/medical-calculators/ApacheScore-pt.htm
https://www.msdmanuals.com/medical-calculators/ApacheScore-pt.htm
9 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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suspeito quanto a tromboembolismo. Alterações 
eletrocardiográficas associadas à embolia 
pulmonar não são diagnósticas e incluem as 
inversões de onda T e alterações inespecíficas do 
segmento ST. 
 Corcova de Hampton: colabamento alveolar 
que segue à interrupção do fluxo pelas artérias 
pulmonares causando um defeito em forma de 
cunha na base da pleura. 
 
https://pt.slideshare.net/flaviasmatos/aula-tep-slideshare. 
Ocasionalmente, quando êmbolos muito 
grandes obstruem ramos da artéria pulmonar 
principal, pode haver interrupção abrupta dos 
ramos vasculares pulmonares no lado afetado, 
formando uma imagem de vazio, em cunha, 
conhecida como oligoemia focal de Westermark. 
O D-dímero, ainda que possa estar 
aumentado em várias situações, praticamente 
exclui embolia pulmonar quando normal, 
chegando a 100% de valor preditivo negativo. 
Qual exame padrão-ouro na TEP? Angiografia! 
Os pacientes com embolia pulmonar 
necessitam de máscara facial de pressão para 
auxiliá-los na oferta basal de oxigênio ou, em 
casos mais graves, intubação orotraqueal. 
Estar atento à possibilidade de embolia 
gordurosa (cuidado com nutrição parenteral e 
transfusão) e edema pulmonar. 
Síndrome do Desconforto Respiratório 
Agudo 
Desenvolve-se após trauma ou sepse. 
Fatores de ativação da coagulação e 
agentes inflamatórios são liberados na presença 
de lesões teciduais extensas ou em tecidos 
corpóreos infectados. Tais fatores determinam 
resposta inflamatória local e generalizada intensa 
devido à disseminação dos seus elementos pela 
microcirculação e circulação geral. Esses 
elementos bioquímicos lesam a parede do 
endotélio, e o plasma extravasa dentro do 
interstício; no caso do pulmão, dentro do alvéolo. 
O edema pulmonar resultante impede a 
ventilação e a oxigenação. 
Se o processo for tratado prontamente 
desde o início da resposta inflamatória, há total 
regressão das alterações teciduais. 
 
Derrame Pleural e Pneumotórax 
Pequenos derrames pleurais são comuns 
após a cirurgia – no geral são autolimitados. Mas 
em grande quantidade ou no pós-operatório deve 
alertar para possíveis abscessos intracavitários ou 
pancreatite. 
O tratamento consiste em tratar a condição 
de base que levou à formação do derrame e na 
toracocentese aliviadora. 
As principais causas de pneumotórax no 
pós-operatório são barotrauma (especialmente 
nos pacientes em ventilação mecânica sob 
pressão) e punção iatrogênica durante acesso 
venoso central. 
https://pt.slideshare.net/flaviasmatos/aula-tep-slideshare
10 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Quando não há DP associado, o tratamento 
pode ser feito com drenagem pelo sistema de 
válvula de Heimlich. 
 
https://enfermagemilustrada.com/valvula-de-heimlich/. 
Complicações da Ferida Operatória 
Hematoma 
É uma coleção de sangue dentro da ferida 
fechada. Tosse persistente ou crises de 
hipertensão no pós-operatório podem contribuir. 
Os hematomas determinam a elevação com 
coloração da ferida, afastamento de suas bordas, 
desconforto e secreção local. 
O tratamento consiste em evacuação dos 
coágulos em condições estéreis, ligadura dos 
vasos e fechamento primário da ferida. 
Seroma 
Resulta do acúmulo de gordura e linfa 
liquefeitas. Aqueles localizados abaixo da pele 
podem ser evacuados por aspiração com agulha 
em condições estéreis. Se ocorrer o vazamento 
contínuo de fluidos na ferida, será necessária a 
ligadura dos vasos linfáticos para o controle local. 
 
Deiscência da Sutura 
Pode ser total ou parcial de qualquer 
camada. A ruptura de todas as camadas da 
parede abdominal e a extrusão de vísceras 
abdominais são chamadas de evisceração. 
Os três fatores de risco mais importantes 
são: técnica cirúrgica inadequada, aumento da 
pressão intra-abdominal e deficiência na 
cicatrização. 
As principais causas de aumento da pressão 
intra-abdominal são obesidade, distensão de 
alças por íleo paralítico, ascite ou tosse e 
síndrome compartimental abdominal. 
Uma medida preventiva é o fechamento de 
uma das camadas com sutura contínua e das 
demais camadas. 
 Houve evisceração?!? Cobrir imediatamente 
as alças com compressas úmidas e mornas, 
iniciando-se cobertura antibiótica imediata, 
seguida de transferência para o centro cirúrgico 
e, sob anestesia geral, inventário de toda a 
cavidade abdominal, lavagem exaustiva com 
fluidos aquecidos, debridamento de tecidos 
desvitalizados, drenagem de eventuais abscessos 
e preparação de nova sutura com fios 
inabsorvíveis e de espessura maior. 
 
 
https://enfermagemilustrada.com/valvula-de-heimlich/
11 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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Infecção de Ferida 
Febre que aparece após o quarto dia de 
pós-operatório é comumente causada por 
infecção de ferida, devido aos germes entéricos 
ou estafilococos. 
O paciente pode apresentar taquicardia, 
calafrios, mal-estar e leucocitose. A inspeção 
cuidadosa da ferida revela sensibilidade 
acentuada e celulite peri-incisional. Nas infecções 
estafilocócicas, há vermelhidão mais evidente, 
edema, temperatura cutânea elevada, e, 
frequentemente, podem ser palpadas áreas de 
flutuação. 
O primeiro passo para o tratamento das 
infecções de feridas é a drenagem adequada, a 
qual requer abertura ampla da ferida infectada. 
Antibióticos sistêmicos são utilizados quando há 
piora progressiva local + sintomas clínicos gerais. 
Deiscências Anastomóticas 
A deiscência de uma anastomose entre dois 
órgãos ocos é uma das complicações mais sérias 
que um cirurgião pode encontrar. O 
extravasamento de líquidos carregados de 
bactérias leva à formação de abscessos locais e 
fístulas, ruptura da anastomose, deiscência da 
parede abdominal, sepse e até mesmo morte. 
Como evitar?!? O órgão a ser tratado deve 
ter suprimento sanguíneo adequado até a borda 
da anastomose, e a sutura, ser livre de tensão e 
com técnica adequada. A largura dos lumens dos 
órgãos a serem conectados deve ser igual e 
obtida por meio de uma variedade de técnicas. 
Os pacientes geralmente desenvolvem 
febre, dor abdominal, mal-estar, íleo paralítico, 
recusa alimentar ou vômitos pós-prandiais e uma 
incapacidade geral de se recuperar. O diagnóstico 
deve ser considerado na presença de grandes 
coleções de líquido, níveis hidroaéreos em uma 
cavidade com abscesso, grande quantidade de 
líquido livre na cavidade peritoneal ou grande 
quantidade de ar livre (pneumoperitônio). 
 Anastomose gastrintestinal: pode ser 
passível de tratamento clínico, desde que 
obedecidos alguns critérios: não haver 
contaminação da cavidade (como 
peritonite ou abscessos); não ter 
continuidade da mucosa gastrintestinal 
com a pele; não haver obstrução distal à 
anastomose; não ser de alto débito (maior 
que 500 mL em 24 horas); e ter 
constituído um trajeto cutâneo com saída 
de todo efluente ao meio externo; 
 Deiscência anastomótica nos cólons: 
realiza-se uma colostomia e cria-se uma 
fístula mucosa em uma zona antes da 
ostomia — trata-se de uma segunda 
abertura do coto distal do intestino após 
realização de colostomia temporária: 
enquantoo estoma do intestino a 
montante elimina fezes, a abertura do 
intestino a jusante apenas apresenta 
exteriorização de muco. 
Nas situações em que a deiscência é 
pequena, com uma fístula controlada, não 
havendo obstrução a jusante, sem contaminação 
da cavidade e sem continuidade da mucosa com 
a pele, pode ser utilizado o tratamento 
conservador até que cesse a drenagem do líquido. 
Se o paciente não estiver séptico, deve-se mantê-
lo em jejum e instituir nutrição parenteral. 
Complicações Urinárias 
Infecção Pós-Operatória do Trato 
Urinário 
Os portadores de obstrução urinária e que 
apresentam dilatação do sistema pielocalicial 
devem ser submetidos à passagem de cateter 
uretral para alívio do regime de hipertensão 
(cateter duplo J). 
Nas infecções urinárias no pós-operatório, 
os germes mais comuns envolvidos são as 
bactérias entéricas Gram negativas. O local de 
infecção é, geralmente, a bexiga (cistite). 
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Khilver Doanne Sousa Soares 
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Os sintomas incluem disúria, calafrios, 
aumento da frequência da micção e dor que se 
localiza sobre a área de infecção. 
Complicações Intracavitárias 
Hemoperitônio 
O hemoperitônio pós-operatório, condição 
aguda e de rápida evolução. 
O hemoperitônio, geralmente, torna-se 
aparente dentro de 24 horas após a cirurgia. 
Manifesta-se por taquicardia, queda de pressão 
arterial, queda do débito urinário e vasoconstrição 
periférica. Se o sangramento persiste, podem 
surgir febre e dor abdominal mais intensa. 
Mudanças no hematócrito não são geralmente 
evidentes nas 4 a 6 horas iniciais do quadro. 
Expansão volêmica deve ser administrada 
tão logo seja possível enquanto se inicia a 
investigação diagnóstica. Se a hipotensão ou 
outros sinais de hipovolemia persistirem, deve ser 
feita reoperação. 
Síndrome Compartimental Abdominal 
É definida pela elevação persistente da PIA 
acima de 20 mmHg, associada à falência 
orgânica não presente previamente. 
 Valores entre 12 e 20 mmHg: permitem 
reavaliação volêmica e otimização 
hemodinâmica; 
 Valores entre 21 e 25 mmHg: se associados 
à repercussão sistêmica grave há 
indicação de laparotomia descompressiva; 
 Valores acima de 25 mmHg: indicação de 
laparotomia descompressiva. 
Complicações Gastrintestinais 
Distúrbios da Motilidade 
Na maioria dos casos o peristaltismo retorna 
24 horas após cirurgias que não invadem a 
cavidade abdominal. 
Após a laparotomia, o peristaltismo gástrico 
retorna em 48 horas. 
Medicações, inflamações, pancreatite, 
peritonite ou dor podem piorar o íleo pós-
operatório. 
Como reconhecer um íleo adinâmico?!? Há 
distensão abdominal e ausência de sons 
intestinais! O que fazer nesses casos? 
Descompressão gástrica por sonda nasogástrica 
e hidratação venosa. 
O retorno fisiológico do peristaltismo 
manifesta-se com cólicas abdominais, eliminação 
de flatos e retorno do apetite. 
 Existem ainda algumas outras complicações 
abdominais pós-operatórias: pancreatite, 
disfunção hepática, colecistite, colite infecciosa 
por Clostridium difficile, úlcera de estresse e 
abscessos hepáticos. 
Rabdomiólise 
A elevação da creatinoquinase, que se 
deposita nos glomérulos, pode causar 
insuficiência renal, com oligúria, coloração 
acastanhada e grumos. 
A proteção renal envolve a diurese forçada 
com hiper-hidratação, alcalinização da urina com 
infusão de bicarbonato e estímulo diurético com 
furosemida e manitol. 
Se a rabdomiólise for causada pela 
síndrome compartimental, proceder com 
FASCIOTOMIAS DESCOMPRESSIVAS o mais 
rápido possível!!! 
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TOGNINI, João Ricardo; BERTOLLI, Eduardo. 
Capítulo de livro. Complicações Pós-
Operatórias. 
TOGNINI, João Ricardo; Eduardo. Capítulo de 
livro. Cuidados Pós-Operatórios.

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