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brasil-informatica-e-direitos-autorais-000636

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20 trimestre 1987 (13)
fã M 6 «9-1»
II1 'Maga ães ignora reuniao do
Severino Góes
BRASILIA - Apesar da detennina-
ção do presidente José Sarney, há uma
semana, de que sua equipe deve buscar a
“coesão e a identidade”, seus ministros
continuam brigando. O ministro das Co-
municações, Antonio Carlos Magalhães,
não compareceu ontem à reunião do
Conselho Nacional de Infomiática e Au-
tomação (Conin) e mandou um telex ao
seu colega Renato Archer, da Ciência e
Tecnologia, coordenador do Conselho,
dizendo' que não aceita permanecer su-
bordinado a ele.
O telex foi enviado na terça-feira e,
apesar de seus temios cordiais, não es-
conde a disputa entre os dois ministros.
Magalhães não concorda com os temios
de um decreto de Samey, baixado há dois
anos e que dá a Archer a coordenação do
Conin. Pela Lei de lnfonnática, o presi-
dente do órgão é o próprio Samey, mas o
ministro da Ciência e Tecnologia conven-
ceu o presidente a assinar o decreto para
agilitar a realização das reuniões.
Cørdlillldade - “Meu caro
Renato. Não quero que você veja nisto
desapreço à sua a”, diz o telex de
Magalhães enviaãszig ministro da Ciên-
cia e Tecnologia. Apesar da cordialidade
da abertura, o ministro das Comunica-
ções lembra que o Conin é um órgão
subordinado diretamente à Presidência
da República, de acordo com a Lei de
infonnática, apesar do decreto que deu
os poderes a Archer.
Além disso, Magalhães reclama que
na última reunião do Conin, em dezem-
bro do ano passado, ficou acertado que o
decreto seria adaptado aos termos da lei,
ou seja, que o govemo providenciaria
uma mudança no texto de forma a manter
0 Conin vinculado diretamente à Presi-
dência da República. Esta versão, po-
rém, não é confirmada_lpeIa assessoria do
ministro da Ciência e ecnologia.
Briga antiga-Não é a primei-
ra vez que Antonio Carlos Magalhães
disputa o poder dentro do Conin com
Renato Archer. Tão logo Samey baixou
o decreto concedendo a coordenação do
órgão a Archer, ele avisou que não
aceitava o ato presidencial. No entanto, o
contencioso com os Estados Unidos na
área de infonnática obrigou Magalhães a
um recuo, a pedido do Palácio do Planal-
IO.
Archer também enfrentou problemas
com o ministro da Indústria e do Comér-
cio, José Hugo Castello Branco, que não
concordou com o projeto de software
pregarado pela assessoria do Ministério
da iência e Tecnologia e que retirava do
Instituto Nacional da Propriedade Indus-
trial- (Inpi) - vinculado ao MIC - o
poder de manifestar-se sobre 0 registro
destes contratos no pais, que ficariam
sendo feitos apenas pela SE .
J 1 - . , .o_o
Ministro evita
BRASILIA - Uma hábil manobra
do ministro de Ciência e Tecnologia,
Renato Archer, impediu durante a reu-
nião do Conselho Nacional de infonnáti-
ca e Automação (Conin) que o plenário
do colegiado se manifestasse fomialmen-
te em relação à Gerdau Serviços de
infonnática (GSI), associação entre a
IBM e o Grupo Gerdau, evitando, assim,
novas buscas no contencioso com os Esta-
dos Unidos.
A Associação das Empresas de Servi-
ços de Infonnática (Assespro) questiona
a legalidade da associação, aprovada pela
Secretaria Especial de Infonnática (SEI).
Archer antecipou-se a um recurso que
iria ser apresentado pela Assespro e for-
mou urna comissão reduzida para mani-
festar-se sobre o assunto. A intenção do
ministro é clara: evitar a abertura de
novos problemas com o govemo dos
Estados Unidos, que apóia a GSI e que
até o próximo dia 30 vai se manifestar a
respeito do contencioso com 0 Brasil.
A Assespro afinna que a associação
entre a IBM e o Grupo Gerdau fere o
artigo 12 da Lei de Informática, que
prevê que nas joint-ventures (associações
com empresas estrangeiras) o controle
tecnológico deve ficar em poder da em-
presa nacional. Para a entidade, o contro-
e tecnológico da GSI pertence à IBM, e
não ao Grupo Gerdau. Archer, porém,
pensa o contrário.
O ministro declarou não estar preo-
cupado com a proximidade do' fim do
_ ,reaçao a GSI
prazo dado pelo govemo amencano para
que se adotem ou não retaliações comé-
ciais contra o Brasil devido aos proble-
mas na área de informática. Archer lem-
brou que de 26 itens levantados
mente pelo govemo dos EUA, apânds
dois - o regime jurídico para o so
(programas de computador) e a questâb
dos investimentos estrangeiros - conti-
nuam Dèndentes. , .-
A 'reunião de ontem do Coninufbi
rápida e tratou, além da GSI, deum
pedido da empresa Filizzola, que preteli-
dia enquadrar suas balanças comriii-
rzóoúzzazz como benz az infomrâricziífo
pedido foi aceito por 13 votos a favor,
seis contrários e duas abstenções. Trim-
bém foi aprovada proposta de
sentido de que, agora, o Ministério de
Ciência e Tecnologia poderá aprovar'iz'd
referendum do Conin a concessãofie
incentivos fiscais para empresas de infor-
mática, dêsde que o Ministério da 'Fazen-
da seja ouvido previamcnte. ,"r
HTambém mudou o limite para a coti-
cessão de incentivos dentro dos progra-
mas de capitalização da Lei de lnforrrigii.
ca. Agora, o limite para concessão será
de 2,5 milhões de OTN de faturameiiíi
para empresas da área industrial e de 1:55
milhão de OTN para empresas da área
comercial. Abaixo deste limite, a emprfl-
sa é considerada de pequeno e médip
portes. gi,
Conin e manda aviso a Arçhergšl

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