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Disciplina: Ciências da Religião Aula 8: Ciências da religião: escolas psicológicas Apresentação A Psicologia da Religião não se restringe a essa temática, ao contrário, ela abrange áreas que vão desde os estudos cognitivos-comportamentais e neurológico — o funcionamento do cérebro e do corpo e sua influência sobre a experiência religiosa, por exemplo —, até os estudos mais próximos da Psicologia Social — a interinfluência entre sociedade e personalidade individualizada no campo da religião —, aos mais próximos da Filosofia — a ideia de experiência, o fundamento das emoções e afetos, a memória, a personalidade etc. Os psicólogos da religião não defendem a realidade em si do objeto religioso, ou seja, não afirmam nem negam o sagrado, a transcendência ou figuras religiosas como deuses, demônios, espíritos, mas almejam compreender e explicar o que leva as pessoas a afirmarem ou negarem o sagrado, a crer ou não crer nessas figuras e a venerá-las ou combatê-las. Objetivos Compreender as origens da Psicologia da Religião. Identificar as principais escolas da Psicologia da Religião. Localizar fatos e contextos básicos para a Psicologia da Religião. Introdução Fenômenos da mente | Fonte: Kirasolly / Shutterstock Os fenômenos da mente, as emoções, a memória, os sentimentos, a interioridade não eram elementos desconhecidos dos filósofos e pensadores há séculos. Você pode se perguntar: Quem pensou sobre essas temáticas? Estátua de Platão | Fonte: vangelis aragiannis / Shutterstock Platão 428/427 – 348/347 a. C. Escreveu sobre a alma e os sentimentos. Ainda mais, Agostinho (354-430), bispo de Hipona, Norte da África (Numídia ou atual Argélia), região dominada pelo Império Romano, cujo pensamento, alinhado a um conjunto de fatores sociais, culturais e históricos, desenhou os contornos do que hoje é chamado de moderna subjetividade (“interiorizada”, “autorreflexiva”, “introspectiva”) e sexualidade. Wilhelm Wundt (1830-1920) Sua atuação remete às origens mais imediatas e próximas da Psicologia da Religião. Especialistas o apontam como um dos primeiros psicólogos a desenvolver a Psicologia como ciência autônoma nas universidades europeias. Tendo sido professor na universidade germânica de Heidelberg, ele introduziu um curso chamado “Psicologia do ponto de vista da ciência natural” que mudou para “Psicologia fisiológica” (1867). Pouco depois, em 1879, inaugurou um famoso laboratório, Psychologisches Institut, que formou psicólogos experimentalistas, isto é, baseado na ideia de Psicologia experimental e do método da introspecção, que consiste na autoanálise de uma pessoa sobre suas crenças, imagens mentais, emoções, memórias (visuais, auditivas, tácteis, olfativas) e pensamentos. O método experimental e o da introspecção ainda são usados. Wilhelm Windt, médico, filósofo e psicólogo alemão | Fonte: goo.gl/xLKnTV / wikipedia Além do positivismo e darwinismo, o romantismo recobrou força, e continuou, como corrente de filosofia, teceu críticas à ideia de razão abstrata como absoluta e defendeu a importância dos afetos | Fonte: Anton Darius / Unsplash Você é convidado a pensar sobre um dos críticos dos poderes e saberes médicos, o filósofo francês Michel Foucault (1929-1984). No século XX, a Filosofia existencialista e a Fenomenologia contribuíram para problematizar, note com atenção, a relação entre existência, sociedade e personalidade, contribuindo para novas temáticas da Psicologia da Religião. Nomes como Sigmund Freud (1856-1939) e Carl Jung (1875-1961) aprofundaram ainda mais a perspectiva dos estudos que elegeram a religião como um elemento fundamental da psique humana. Reflita um pouco sobre três formas de Psicologia da Religião, ou mais propriamente, de relação entre Psicologia e religião: Psicologia da Religião pastoral Objetiva cuidar dar relações interpessoais no âmbito religioso, ou seja, o cuidado pastoral com sacerdotes e membros da comunidade religioso etc. Psicologia da Religião crítica Visa explicar as psicopatologias da vida psíquica religiosa e criticar poder religioso dentro das comunidades a partir dos efeitos psíquicos. Psicologia da Religião acadêmico-científica Almeja estudar de forma mais plena os fenômenos psíquicos e sua imbricação com os fenômenos religiosos. As principais teorias psicológicas apresentam suas contribuições para a compreensão do comportamento religioso, cada uma delas enfatizando aspectos relevantes. Assim, a Psicanálise e as teorias de perspectiva psicodinâmica enfatizam os aspectos inconscientes do comportamento. 1 A Psicologia Comportamental enfatiza os aspectos observáveis do comportamento, incluindo os cognitivos. 2 A Psicologia Fenomenológica buscará os significados da religião para as pessoas, em termos de subjetividade. Mas, o comportamento religioso é complexo, e, por isso, é fundamental que as várias perspectivas teóricas possam somar-se, no sentido de abranger, quanto possível, os processos psicológicos envolvidos nesse comportamento. Há muitos métodos empregados para se estudar o comportamento religioso e isso depende do objetivo da pesquisa e do objeto estudado. Por exemplo, para estudar a crença religiosa de uma pessoa em particular ou de algumas pessoas de um mesmo grupo religioso você pode utilizar entrevistas individuais, abertas ou fechadas. Se o objetivo é conhecer como um grupo religioso se organiza, como são seus rituais... Você pode utilizar uma pesquisa de observação-participante Ferramenta metodológica baseada no registro escrito das interações e da convivência de um pesquisador com um indivíduo ou grupo por ele pesquisado. Falas, ritos, momentos etc. são registrados em um caderno ou diário de campo. O pesquisador participa, portanto, com o grupo das atividades e interações e reflete sistematicamente sobre, usando, ou não, entrevistas, fotografia e outras ferramentas., na qual presenciará as atividades. Se o objetivo da pesquisa for a avaliação de algum comportamento em uma dada população... Você poderá usar um estudo populacional, uma pesquisa por amostragem com uso de questionários (estatística). O método experimental pode ser empregado, se o seu interesse é o de estudar as possíveis variáveis psicológicas, psicossociais e interpessoais, dentre outras, que interferem em um comportamento religioso e assim por diante. Observação-participante Ferramenta metodológica baseada no registro escrito das interações e da convivência de um pesquisador com um indivíduo ou grupo por ele pesquisado. Falas, ritos, momentos etc. são registrados em um caderno ou 1 1 file:///W:/2018.2/ciencias_da_religiao__GON942/aula8_temp.html diário de campo. O pesquisador participa, portanto, com o grupo das atividades e interações e reflete sistematicamente sobre, usando, ou não, entrevistas, fotografia e outras ferramentas. Atividade 1 Os fenômenos da mente, da memória, dos sentimentos, que estão presentes nas vivências religiosas, já eram conhecidos e pensados por muitos, entre eles Agostinho que tentou conciliar a tradição moral cristã e a tradição filosófica grega. Sobre a questão da subjetividade e do eu, há diferenças. Assinale a alternativa correta: a) Na tradição grega o “Eu” é interiorizado e reflexivo, para Agostinho era “externo”. b) Na tradição cristã o “Eu” é interiorizado-intencional, para os filósofos gregos era “externo”. c) Na tradição filosófica grega, a subjetividade é pensada como interioridade, amor-próprio. d) Na tradição filosófica cristã, a subjetividade é pensada em função da pólis ou cidade-estado. e) No centro da tradição cristão, Agostinho inaugura a subjetividade moderna como positividade. As primeiras investigações psicológicas No primeiro momento de constituição da Psicologia, Wundt a considerava como ciência da experiência e os dados eram os fenômenos, e sua função seria analisar os elementos que formavam os processos conscientes e suas leis. Considere que, nesse caso, os processos mentais são dinâmicos, e não algo parado, estático. Com suas observações, elaborou três“leis”: 1 A das relações psíquicas (todo conteúdo da mente adquire significações quando interage com outros objetos). 2 A dos contrastes psíquicos (os opostos se reforçam mutuamente). 3 A dos resultados psíquicos (as associações mentais operam por processos de fusão, assimilação, compilação e memória). Uma das contribuições de Wundt, foi a criação de métodos experimentais que pesquisadores tentaram usar para a análise da experiência religiosa. Saiba mais Fé e investigação científica Reflita um pouco sobre essas duas dimensões, pois não se opõem, como alguns pensam. As teorias evolucionistas ou quaisquer outras teorias científicas não se opõem a uma fé religiosa por um fato básico: são linguagens e figuras distintas, com âmbitos, objetivos e alcances distintos. Por exemplo, um monge católico, Gregor Mendel (1822-1884) fez as maiores descobertas da teoria da genética, ou seja, das leis de como as espécies herdam características de seus ancestrais. Esse monge realizou centenas de experimentos com uma espécie de ervilha e organizou os resultados em postulados teóricos que foram inicialmente rejeitados por preconceitos religiosos, mas depois de muito tempo foram levados a sério. Reflita um pouco os novos saberes e poderes médicos (em especial a Psiquiatria) que — baseados em ideias evolucionistas e preocupados com os processos bio-fisiológicos, desconsiderando elementos simbólicos e não fisiológicos —, estudou fenômenos como misticismo, estados de êxtase, mediunidade etc. por uma ótica psicopatológica. Aos olhos desses pesquisadores havia uma semelhança entre esses fenômenos religiosos e os sintomas da “anormalidade” psíquica. Um exemplo foi o psicólogo francês Ernest Murisier que, em 1903, escreveu o livro, Les maladies du sentiment religieux (As doenças do sentimento religioso). A proposta era, veja você, examinar os fenômenos mais simples que se manifestam nas diferentes doenças do sentimento religioso que faz decair os sentimentos superiores, descambando para o exagero e, assim, tornando-se “anormal”. Seriam analisadas as fases da “doença do sentimento religioso”: 1 O êxtase, como sentimento religioso em forma individual. 2 O fanatismo, a face social do sentimento religioso. 3 O contágio, uma espécie de epidemia da emoção religiosa. Exemplo Para que você tenha uma noção concreta do que seriam essas “enfermidades da emoção religiosa”, é interessante citar um dos casos mais polêmicos de “possessão demoníaca” do mundo ocidental: o fenômeno das freiras de Loudun, França que foram alegadamente visitadas e possuídas por demônios. Tratou-se de uma controversa história que, nos anos 1630, envolveu um padre jesuíta, 16 freiras e a madre superiora de um convento, espetáculos públicos de exorcismo liderados por padres da região (com cenas de exaltação, convulsões, gritos e malabarismos) e um processo jurídico-religioso — cheio de polêmicas e erros. Leitura Você está convidado a ler um artigo interessante sobre essa temática: CARREIRA, Shirley de Souza Gomes. Diálogos Intertextuais em Os Demônios de Loudun, de Aldous Huxley. Disponível aqui <https://goo.gl/Qbk3CV> . Acesso em 26 fev. 2018. https://goo.gl/Qbk3CV Murisier inaugurou uma linha de explicação baseada no materialismo médico. Os fenômenos místicos e os sentimentos religiosos são reduzidos a explicações físico-biológicas e mecânicas. | Fonte: Xusenru / Pixabay Willian James, considerado líder da escola de Psicologia da Religião americana, criticou esse excessivo reducionismo. Veja que, em qualquer emoção ligada ou não a estruturas religiosas, há sempre questões físicas envolvidas, mas elas não podem ser supervalorizadas em detrimento de outros elementos. Willian James (1842-1910), principal representante da Psicologia da Religião americana | Fonte: goo.gl/ZxmGwG / wikipedia Atividade 2 As primeiras investigações psicológicas influenciaram os estudos da Psicologia da Religião, destacando-se, o nome de Wilhelm Wundt (1830- 1920). Marque as duas heranças que este autor deixou e que influenciaram as pesquisas da Psicologia da Religião: a) A Psicologia experimental e o método da introspecção. b) A Psicologia humanista e o método da observação-participante. c) A Psicologia analítica e o método etnográfico. d) A Psicologia experimental e o método da observação-participante. e) A Psicologia experimental e o método laboratorial. A Psicologia da Religião Norte- americana Firolamo e Prandi (2016) dizem que a Psicologia da Religião, disciplina autônoma e científica, surgiu nos EUA ao final do século XIX que vivia em plena vitalidade religiosa: 1 Movimentos orientais 2 Pentecostalismo 3 Reavivamentos 4 Fundamentalismo Havia um grande panorama de experiências religiosas, objetos de apreciação psicológica, que centraram o foco no indivíduo religioso, com o uso intenso de ferramentas metodológicas como biografias, entrevistas, questionários livres. A religião foi desafiada pelo secularismo e cientificismo e é nesse contexto que a Psicologia da Religião norte-americana se coloca como uma alternativa de estudos. Secularismo Possui diversos significados, entre os quais, sistema político que defende a separação entre religião e instituições governamentais; doutrina que advoga que os elementos religiosos devam ser excluídos de ambientes escolares ou públicos; sistema ético que rejeita a influência a religião na vida social e humana. Granville Hall (1844-1924) 2 2 file:///W:/2018.2/ciencias_da_religiao__GON942/aula8_temp.html Foi para Berlim estudar Filosofia e conheceu o laboratório de Wundt. Em 1881, publicou os resultados de seus estudos sobre conversão religiosa. Com dados recolhidos por correspondência e pela observação de encontros religiosos, ele lançou a hipótese de que o despertar religioso ligava-se à adolescência, tempo de amadurecimento sexual e emocional. James Leuba (1868-1946) Educado no calvinismo, na Suíça, viveu os conflitos entre religião e ciência, dedicando-se apaixonadamente por esta última. Foi para os Estados Unidos e estudou Psicologia com Granville Hall, tendo escolhido como tema de doutorado a conversão religiosa. Os dados foram colhidos de convertidos cristãos. Essa primeira escola de Psicologia da Religião não via diferenças entre as bases da experiência e consciência religiosas e não religiosas, que estariam sujeitas as mesmas dinâmicas. James Leuba tentou articular os estudos empíricos ao complexo mundo da experiência religiosa para entender suas origens, função e objetivos, conforme o pragmatismo norte-americano . , defendido por filósofos como John Dewey (1859-1952). A religião seria composta de duas dimensões, nas palavras de Leuba: em suas manifestações objetivas, a religião aparece como atitudes, ritos, credos e instituições; em sua expressão subjetiva, surge como uma realiade cheia de impulsos, desejos, objetivos, sentimentos e ideias ligadas às ações e às instituições religiosas. A Psicologia da Religião prioriza a investigação do momento subjetivo da experiência religiosa. Leuba conclui que, na base dessa experiência, não havia nenhum sentimento especificamente religioso porque qualquer emoção ou sentimento humano podem aparecer na religião. A tarefa da Psicologia da Religião seria observar, comparar, analisar e determinar as consequências relacionadas ao conjunto de fatos relativos à vida religiosa. 3 4 file:///W:/2018.2/ciencias_da_religiao__GON942/aula8_temp.html file:///W:/2018.2/ciencias_da_religiao__GON942/aula8_temp.html Edwin Starbuck (1866-1947) Consolidou a disciplina. Nascido em uma família protestante (quacre ), estudou os fenômenos de conversão religiosa, ou mais propriamente, os aspectos subjetivos da mudança religiosa. Para isso, utilizou questionários e entrevistas e procurou fundamentar cientificamente o estudo psicológico da religião. Starbuck pretendia investigar as “leis” psicológicas que governavam o comportamento subjetivo na religião e defendia a aplicação dos métodos da ciência com a finalidade de tornar a experiência religiosamais inteligível. A preferência por estudos quantitativos é marcante. Com isso, esse psicólogo percebeu que quando se convertem, as pessoas tendem a “reconstruir” suas memórias e seu comportamento, por exemplo, vendo como uma intervenção sobrenatural, fatos vividos que não eram vistos dessa forma. William James (1842-1910) Ao contrário dos outros pesquisadores, com estudos mais quantitativos — expressos em gráficos, tabelas e estatísticas —, esse filósofo e psicólogo estadunidense preocupou-se em pensar o sentido e o significado da religião, em termos pessoais e subjetivos, a partir de uma visão crítica do materialismo médico e do mecanicismo psicológico. Por exemplo, crenças e comportamentos religiosos não são apenas reflexos de prazeres ou desprazeres corporais, mas envolvem a vida inconsciente, uma grande descoberta de Sigmund Freud e seus seguidores, como Carl Gustav Jung. Suas pesquisas foram transformadas em uma série de conferências feitas no fim do século XIX e publicadas em 1902 com o título de Variedades da experiência religiosa. Um estudo sobre a natureza humana. 5 file:///W:/2018.2/ciencias_da_religiao__GON942/aula8_temp.html A experiência humana subjetiva vivida religiosamente não cabe apenas em um racionalismo estreito, mas deve ser vista de modo amplo. Nas palavras de James, a religião, se entendida como a reação total de um homem diante da vida envolve: “a crença em uma ordem invisível, na persuasão de que nosso bem supremo está na harmoniosa adaptação de nossa vida a essa ordem”. Seu ponto de partida era uma experiência individual que ultrapassava os limites da consciência racional. (JAMES, 1991). Para James, a religião, enquanto realidade psíquica, é uma experiência genuína que pode e deve ser pesquisada e interpretada nos termos da Psicologia empírica segundo um método serial. Nas palavras do psicólogo e filósofo norte-americano: “os fenômenos são mais bem compreendidos quando colocados dentro de sua série”. Na visão desse psicólogo, a religião é uma experiência individual, mas está ligada historicamente a um vaivém contínuo entre o indivíduo e a coletividade/sociedade. Em sua origem, o fenômeno religioso ligava-se à religiosidade criativa de alguns indivíduos talentosos ou carismáticos, mas a continuidade dessa experiência singular era garantida pelo grupo em função de suas necessidades de permanecer e do papel que esse momento original era capaz de exercer nos sentimentos, na memória e nas mentes individuais. Observe que a coletividade social decretava a continuidade ou não da intuição individual que deu nascimento ao religioso. A religião tende a ter uma função permanente, pois como função biológica da humanidade, sua permanência e continuidade se devia à capacidade de responder às necessidades peculiaridades de uma época e uma sociedade. Há variedades e espécies de experiência religiosa. Para realizar essa leitura profunda, o psicólogo estadunidense define seu objeto a partir de fontes autobiográficas (de escritores, cidadãos comuns etc.) e reconstrói os fatos em círculos concêntricos que iam da periferia ao centro do problema analisado. James define o objeto, esclarece a base psicológica dos encontros religiosos e examina atitudes fundamentais, como o otimismo e o pessimismo, o problema do eu dividido e os modos de unificação que as expressões religiosas empregam para superar essa divisão. William James privilegia fontes autobiográficas e uma escrita ensaística com recursos da descrição fenomenológica, da análise lógica e da reflexão especulativa. Pragmatismo norte-americano Teoria e terapia que se fundamentam na ideia de que as emoções e o comportamento de um indivíduo estão ligados à forma como este avalia suas experiências no mundo e daí seu foco nos pensamentos, nas crenças, nos sentimentos e nas vivências que sustentam um comportamento disfuncional. John Dewey Filósofo norte-americano que influenciou distintos campos, em especial a Educação. No Brasil, inspirou o movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira, ao colocar a atividade prática e a democracia como importantes ingredientes da Educação. Escreveu sobre Filosofia, Educação, Arte, Religião, Moral, Psicologia e Política etc. Quacre Diz-se do participante do grupo protestante fundado no século XVII por Jorge Fox (1624-1691) na Inglaterra. Os quakers acreditam na direção plena do Espírito Santo em cada pessoa, não admitem sacramentos, não prestam juramentos, são pacifistas e não aceitam hierarquias eclesiásticas. 3 4 5 Atividade 3 Será nos Estados Unidos da América, país que, no século XIX, tinha grande efervescência religiosa, que a Psicologia da Religião (PR) nascerá como disciplina autônoma. Há nesse país, duas grandes tradições de teoria e método que abordaram a religião. Das análises da religião, assinale a alternativa correta: a) Para James Leuba, a religião possui uma única dimensão institucional com ritos e dogmas. b) Para James Leuba, a religião possui uma manifestação institucional e uma expressão subjetiva. c) Para William James, a religião, enquanto realidade psíquica, é uma experiência genuína. d) Para William James, a religião, enquanto realidade psíquica, é uma experiência alienada. e) Para William James, a religião, enquanto realidade coletiva, é uma experiência genuína. A contribuição germânico-sueca ao estudo da religião Na Europa, as maiores contribuições para a análise da religião sob o prisma psicológico cabem a Sigmund Freud (1856-1939) e Carl Gustav Jung (1875- 1961). A interpretação freudiana da religião é ambígua: retoma a tradição da crítica iluminista, mas, ao mesmo tempo, possui ideias e interpretações originais que influenciaram os estudos posteriores. Mas, veja que Freud realizou uma análise sistemática da religião, com três livros muito importantes: No primeiro, Totem e tabu (de 1912-1913), Freud, lendo os estudos antropológicos sobre sociedades tribais ou étnicas, defendeu a natureza sexual da libido, polemizando com Carl Jung que tinha escrito o livro Transformações e símbolos da Libido (de 1911). O argumento central de Jung dizia que a libido poderia ter outras naturezas que não a pulsão sexual. Mas, o pensador judeu-alemão, propôs a hipótese de uma horda primordial, no começo da humanidade, na qual haveria o domínio de um pai arrogante e ciumento, donos das mulheres e dos bens e que excluía os filhos à medida que cresciam, mas, em um dia, foi objeto da revolta dos filhos excluídos e morto e devorado. Daí nasceu o remorso e a culpa. O pai ficou mais poderoso do que era quando em vida. Na religião, estaria presente a saudade do pai primordial refletido nas muitas figuras divinas que enchem os altares e livros sagrados. No segundo, O futuro de uma ilusão (de 1927), há uma reelaboração da teoria do inconsciente. A primeira tópica, como os especialistas chamam a ideia de um tripé da estrutura do eu (inconsciente, pré-consciente e eu) é substituída pela segunda tópica: o id, ou inconsciente, é o lugar dos desejos, das fantasias, dos impulsos mais profundos (a parte “animal” ou a natureza, selvagem); o superego, é a parte do eu voltada para a contenção e repressão do id (fruto da cultura e da civilização) e o ego é a parte que procura equilibrar-se na guerra entre id e superego. No terceiro, O homem Moisés e o monoteísmo (de 1934-1938), a análise freudiana se volta para a religião de seus pais e avós e procura compreender o papel de Moisés, lançando uma hipótese ousada, que o líder do povo escravizado pelo Faraó era mais egípcio do que hebreu e foi morto pela horda que ajudou a libertar. O líder que atravessou o Mar Vermelho seria um seguidor do faraó Amenófis IV, ou Akhnaton, que introduziu no século XIV a. C. o culto ao Sol (Aton), com tendência monoteísta e seu assassinato pelos hebreus lhes trouxe remorso e culpa que foi encoberto com a transformação de Moisés em hebreu e o culto egípcio do sol no monoteísmo semita. A verdade da religião seria baseada em uma verdade histórica encarnada em uma tradição que apagou suasorigens e encobriu com outros elementos, deslocando eventos, criando mitos e extraindo o poder dessas operações semânticas. Para o fundador da Psicanálise, cujas ideias deram origem a uma poderosa escola teórica, a religião tem um duplo nascimento: 1 A necessidade que gerou as aquisições da cultura e da civilização, isto é, a necessidade de defesa diante do poder avassalador da natureza. 2 A vontade de corrigir as imperfeições da civilização, percebidas dolorosamente. Assim, veja bem, os deuses desempenham uma função tríplice: Exorcizar o medo da natureza Reconciliar com a crueldade do destino (morte, injustiça e sofrimento) Compensar os sofrimentos e as privações ao homem pela vida em sociedade. Mas, considere que a ciência progressivamente ocupa espaços, segundo Freud, o que se chocaria com as formas tradicionais e institucionais da vida religiosa. Segundo alguns especialistas, o pensador da cultura judeu-alemão afirmou que a religião - uma neurose coletiva da humanidade - teria servido para reprimir instintos sexuais, sublimando-os em práticas rituais e crenças mitológicas, o que favoreceu a coesão social. Há um claro paralelo entre a vida psíquica individual e a vida coletiva, pois passariam por fases evolutivas. Por exemplo... Indivíduo Em uma primeira fase, a infância, há, no ser humano, a crença da onipotência mágica dos pensamentos (crença de que o simples pensamento pode realizar qualquer desejo). Coletividade Na coletividade humana há uma primeira fase, caracterizada pelo animismo das representações mítico-religiosas que guarda similaridade com a primeira fase infantil. Depois, tanto o indivíduo quanto a coletividade, evoluiriam para uma situação de razão e consciência dos limites. Apesar dessa ideia, o líder da Psicanálise diz que o método psicanalítico não é religioso ou antirreligioso, mas um instrumento para compreender as estruturas psíquicas dos indivíduos que aderem ou praticam uma religião. A parte iluminista e evolucionista da teoria freudiana é cética em relação ao fenômeno religioso, mas, há outras partes, veja bem, que ajudam a pensar a relação entre crença religiosa e desejo. Daí as analogias, expressas em um texto escrito em 1907 (Atos Obsessivos e práticas religiosas), entre comportamento ritual e práticas obsessivas e entre crenças e mundo onírico (mundo dos sonhos). Há três elementos de analogia: 1 A repressão e a renúncia a determinados impulsos. 2 O efeito do processo repressivo e da sublimação, que leva à formação do sentimento de culpa e angústia. 3 A atuação do mecanismo de transferência que projeta para segundo plano o conteúdo do pensamento, enquanto elege um alvo em primeiro plano. Porém, essa ideia tornou-se uma crítica ideológica que acostumou ver na religião, e nas suas muitas manifestações, apenas uma neurose, uma histeria etc. Saiba mais Veja um pouco da grande família da Psicanálise <http://versopsicanalise.com.br/> : http://versopsicanalise.com.br/ Os seres sobrenaturais (divindades, espíritos, transcendente etc.), não têm existência real (em si mesmos), mas são a representação simbólica da consciência coletiva que toma conta do indivíduo, suscitando sentimentos e moralidades. O sagrado expressa a força do desejo coletivo de permanência da sociedade ou grupo na história, sendo símbolo do social. Por isso, é colocado à parte do restante e é objeto de interditos, proibições. Retomando o livro Totem e tabu, veja que, para Freud, toda religião é uma tentativa de enfrentar um problema decorrente do assassinato do pai da horda, conciliar o sentimento de culpa com o desafio do filho em relação à figura do pai. Por exemplo, no raciocínio freudiano, Jesus libertaria os homens da ofensa cometida contra o Pai, o pecado original, que seria o parricídio (assassinato do pai). E, de forma muito instigante, pense um pouco sobre suas palavras: Com a mesma ação em que oferece ao pai a máxima expiação possível, o filho também alcança o objetivo dos seus desejos contra o pai. Torna-se ele próprio Deus, junto com (ou mais propriamente) no lugar do pai. A religião do Filho substituiu a do Pai. FREUD, [s./d.] Carl Jung, seguidor de Freud, rompeu com seu mestre e propôs uma reorientação das interpretações sobre a religião. Para isso, haveria, segundo o psicanalista suíço, uma distinção entre duas formas de pensar, aquela que se orienta para fora e aquela que se dirige para a fantasia: Primeira linguagem A primeira é a linguagem da razão, que distingue analiticamente, que procura causas e efeitos segundo uma lógica abstrata e formal. Segunda linguagem A segunda é a linguagem dos afetos, sentimentos e imagens inefáveis, que ultrapassa a linguagem verbal racional e se move por uma lógica do símbolo e do mito. Jung chama essa constelação de arquétipos, formas a priori da organização psíquica e categorias do pensamento simbólico. Esse modo de pensar recebeu o nome de Psicologia analítica ou Psicologia arquetipal. | Fonte: PublicDomainPictures / Pixabay Em 1937, o psicanalista suíço proferiu uma série de conferências reunidas em um livro intitulado Psicologia e Religião, no qual aprofunda alguns conceitos. Pense em suas palavras: Como indica o vocábulo latino religioso religio, é uma observação acurada e escrupulosa daquilo que Rudolfo Otto definiu como numinosum, isto é, uma essência ou energia dinâmica não originada de nenhum ato arbitrário da vontade [...] a religião me parece uma atitude peculiar da mente humana que poderia ser definida [...] como a consideração e a observação escrupulosa de certos fatores dinâmicos, reconhecidos como “força”. JUNG, 2011 Reflita um pouco sobre dois aspectos da teoria junguiana: O aspecto externo da experiência religião, composto pela cristalização institucional e regulamentação da experiência original (os ritos e mitos). A experiência original e intuitiva, profunda. Pense um pouco no que ele escreveu sobre as várias confissões religiosas: “primitivas experiências religiosas codificadas e transformadas em dogmas. Os conteúdos da experiência tornaram-se sagrados e geralmente fixados em uma rígida e elaborada estrutural ideal”. Jung aprofunda os debates e escreve os seguintes ensaios: Interpretação psicológica do dogma da trindade O símbolo da transformação na missa Interpretação psicológica do dogma da trindade Psicologia e Religião Oriental A religião, para Jung, tinha um duplo aspecto, era, primeiro e essencialmente uma religiosidade individual ou experiência imediata de relação com um valor profundo, os arquétipos, um conjunto limitado de elementos centrais, como manifestações do inconsciente coletivo. A religião seria a manifestação na consciência individual da força numinosa do arquétipo. Jung respondeu as críticas dos teólogos dizendo que a Psicologia analítica não poderia pronunciar-se como a verdade ontológica e metafísica ou emitindo juízos de valor sobre o sagrado e a religião, qualquer que seja. Mas, 6 file:///W:/2018.2/ciencias_da_religiao__GON942/aula8_temp.html é certo que, nas experiências religiosas fundamentais, é possível buscar os arquétipos elementares (Deus como pai; Maria como mãe) e que as manifestações do conteúdo dessas experiências podem ser verificadas empiricamente na consciência. Um dado essencial na teoria junguiana, veja que interessante, é que o mundo moderno, secularizado e individualizado é aceito, mas, ao mesmo tempo, os homens e as mulheres deveriam buscar as fontes mais profundas da alma sob pena de se alienarem de sua essência e assim adoecerem psiquicamente. Psicologia analítica Teoria originada a partir das ideias do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, baseada em conceitos como arquétipos, inconsciente coletivo e processo de individuação. A formação filosófica de Jung, sua experiência em hospital psiquiátrico, o interesse por diversas religiões, inclusive orientais, o estudo de Mitologia comparada, Antropologia e Alquimia foram fundamentais para a construção da Psicologia Analítica. No Brasil,a mais destacada discípula de Jung foi a alagoana Nise da Silveira (1905-1999). Essa médica revolucionou o tratamento psiquiátrico violento e cruel dos anos 1940-1980 (choques elétricos, banhos gelados e outros), propondo um tratamento humanizado dos pacientes psiquiátricos que usava a arte e a Psicologia analítica. Saiba mais Deus, deuses e o sagrado, oriental ou ocidental, foram tomados como dados revelados e objetivos, mas seriam, em realidade, manifestações profundas da psique coletiva e individual. Note que os homens atuais e os de ontem, se veem diante da tarefa de existir e enfrentar as forças da natureza e do instinto. Mas, na modernidade ocidental, o que ajudou o ser humano a viver, no caso o aparato institucional e dogmático das religiões, atrapalha porque foi desligado das fontes originais de intuição. Por isso, Jung critica o Cristianismo em suas faces católica e protestante, apontando virtudes e insuficiências. Por exemplo: 6 O Catolicismo trouxe, como virtude, a função reguladora dos símbolos e rituais, a defesa do elemento feminino e do laço com a natureza e a preservação, ainda que com novos sentidos, de um rico patrimônio greco-romano pagão. O Protestantismo, a individualidade e a ideia de relação com Deus no interior de cada um. Mas, ao mesmo tempo, o primeiro ficou engessado em velhas formas que caducaram e o segundo desconectou-se da dimensão arquetipal profunda. Leitura Na leitura de Jung, seria necessário articular a individualidade e a busca da dimensão mais profunda para que o homem moderno se reequilibre. Veja algumas publicações junguianas brasileiras https://goo.gl/4DKMJz <https://goo.gl/4DKMJz> . Acesso em 26 fev. 2018 Atividade 4 Sobre a contribuição de Sigmund Freud e Carl Jung, para a Psicologia da Religião, assinale a alternativa correta: a) No pensamento de Freud, a religião é análoga à neurose individual, isto é, é uma neurose obsessiva da humanidade. b) No pensamento de Freud, a religião nasceu da necessidade de defesa diante da natureza e da vontade de reprimir as imperfeições da civilização. c) No pensamento de Jung, a religião é uma atitude da mente humana que remente à linguagem da razão fria, abstrata e sistemática. d) No pensamento de Jung, a religião é uma atitude da mente humana que remente à linguagem intuitiva, à fantasia, ao mito e ao afeto. e) No pensamento de Freud, a religião remete ao matricídio original, quando a horda primordial era comanda por uma mãe que possuía os bens e os homens, excluindo os filhos que cresciam. A Psicologia da Religião contemporânea 1 Estudos empíricos sobre crenças e comportamentos individuais. 2 https://goo.gl/4DKMJz Estudos sobre a influência ou relação entre religião cérebro, mente e comportamento individual, por exemplo, os supostos efeitos benéficos da meditação religiosa ou da atitude religiosa perante a vida. 3 Estudos mais em interface com a cultura, sociedade e história. 4 Estudos de Psicologia social da religião. 5 Estudos sobre as disfunções e os desequilíbrios psíquicos em interface com a religião (depressões, distúrbios de humor etc.). 6 Estudos que seguem as linhas de cinco grandes tradições (freudiana, junguiana, jamiana (William James), Psicologia humanista e comportamental- cognitiva). Porém, note que todas essas linhagens de pesquisa possuem pontos fracos e fortes. Tome, como exemplo, os estudos sobre os efeitos de comportamentos e atos religiosos sobre a saúde ou enfermidade, em especial, os efeitos sobre o cérebro. Quais os pontos fortes fracos poderiam haver nesse exemplo? Você já deve ter ouvido dizer que, aparentemente, pessoas com atitudes ou comportamento religiosos, como a meditação, teriam ondas cerebrais diferentes e maior recuperação depois de problemas de saúde, operações etc. Se você retomar as tradições filosóficas críticas, como a de David Hume, entre outras, verá que uma correlação, ou seja, a ocorrência concomitante entre dois fenômenos, não é uma relação causal, expressas em sentenças abstratas e formais como “A causa B”, ou, ‘Se houver A, ocorrerá B”. Comentário E, veja, ainda que se houvesse uma relação causal, não há nada nela mesma que poderia dar segurança total de que a causalidade ocorrerá da mesma forma e do mesmo jeito em um futuro próximo. Qualquer atividade, musical, física, artística, sexual, provoca alterações nos padrões cerebrais, afeta nossas percepções, nossos sentimentos, e, dependendo da intensidade, regularidade e forma, afeta o comportamento cotidiano. Isolar ou separar o que cada atividade poderia provocar de impacto sobre o comportamento no ser humano das demais atividades é muito difícil, pois envolve muitas variáveis tendo de ser cruzadas para verificar se não há interferências (tipo de alimentação, educação, gênero, sexo, classe social etc.), por um longo período (estudos longitudinais), com abrangência e amostras de população representativas e grupos de testes, prova e contraprova. A Psicologia humanista de Carl Rogers (1902-1987) e Abraham Maslow (1908- 1970) influenciou a Psicologia da Religião por conta das críticas às correntes e escolas psicológicas anteriores e da ideia da tendência de o indivíduo procurar a autorrealização a partir de patamares sucessivos (a famosa pirâmide das necessidades). O ser humano é visto como lugar dos processos de reflexão, consciência e experiência do mundo que o cerca e dos fenômenos. Caberia citar alguns estudiosos contemporâneos: Gordon W. Allport (1897-1967) Psicólogo estadunidense que publicou, em 1960, um livro interessante, The individual and his religion: a psychological interpretation (O indivíduo e sua religião: uma interpretação psicológica). Allport enfocou o presente vivido pelo indivíduo, criticando as teorias conflituosas de Freud (explicação pelo que se viveu no passado em termos da libido sexualizada) e as teorias coletivistas que subordinam e explicam o indivíduo em função de médias estatísticas ou funções sociais. Viktor Emil Frankl (1905-1997) Médico psiquiatra austríaco, fundador da logoterapia, que explora o sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da existência. Frankl partiu da questão do sentido em conexão com a espiritualidade. Escreveu livros, muitos deles comercializados no Brasil, por exemplo: A presença ignorada de Deus; O sofrimento de uma vida sem sentido; A vontade de sentido, entre outros. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele sobreviveu aos terríveis campos de concentração e extermínio mantidos por Adolf Hitler mesmo sendo judeu. Foi dessa experiência, quando encontrou pessoas que conseguiam desenvolver, apesar de todo horror, um sentido de existir, que elaborou sua teoria e seu método para lidar com o sofrimento, a perda e a dor. A base do método é esta: o homem é um ser espiritual e a logoterapia contempla o indivíduo como alguém autônomo diante de sua existência, capaz de decidir por onde caminhar e até como lidar com suas enfermidades mentais e emocionais. Leitura O artigo Psicologia e religião em Viktor Frankl: a relação entre ciência e espiritualidade na logoterapia <https://goo.gl/pQXxTE> apresenta um pouco dessas ideias. Acesso https://goo.gl/pQXxTE em 26 fev. 2018. Como uma questão final, reflita sobe os dois perigos que os pesquisadores da religião podem incorrer: O risco de produzir uma Psicologia da Religião paroquial, ou uma ciência da religião, submissa aos credos e às igrejas religiosamente. O risco de uma Psicologia da Religião insensível aos fenômenos religiosos, reducionista e mecanicista. Atividade 5 Os desafios da Psicologia da Religião contemporânea são muitos, em especial os relativos aos métodos e às pesquisas. Sobre os riscos, os métodos e as teorias, na Psicologia da Religião (PR), assinale a alternativa correta: a) Na PR, existem dois métodos básicos para pesquisar o fenômeno religioso, são o fenomenológico e o empírico. b) Na PR, a filiação ou não filiação religiosa pode trazer um risco duplo, o de produzir uma teoria submissa às instituições religiosas e o deproduzir uma teoria sensível ao fenômeno religioso. c) Na PR, a escolha da teoria e do método de estudo do fenômeno religioso dependem de uma vontade externa, suprir, divina ou sagrada. d) Na PR, a escolha da teoria e do método de estudo do fenômeno religioso não dependem do objetivo da pesquisa nem do objeto estudado. e) Na PR, a filiação ou não filiação religiosa pode trazer um risco duplo, o de produzir uma teoria submissa às instituições religiosas e o de produzir uma teoria insensível do fenômeno religioso. Atividade 6 A atividade consiste em revisar a aula e responder às questões: A) qual o objeto da Psicologia da Religião? B) quais são as principais escolas influências e autores? Atividade 7 A atividade consiste em ler o artigo indicado para leitura, “Da crítica à Sociologia da Religião uma viragem e seu impacto sociocultural” e assistir aos dois vídeos pequenos indicados. A partir disso, responda: 1) como nasceu a Sociologia da Religião; 2) como a Sociologia da Religião vê os fenômenos religiosos? Cite dois autores clássicos. Notas INSERIR TÍTULO AQUI INSERIR TEXTO AQUI Referências FIROLAMO, Giovanni; PRANDI, Carlo (orgs.). As Ciências das Religiões. 8. ed. São Paulo: Paulinas, 2016. FREUD, Sigmund. Totem e tabu. Disponível aqui <https://goo.gl/QEn6gJ> . Acesso em 26 fev. 2018. JAMES, William. Variedades da experiência religiosa. Um estudo sobre a natureza humana. São Paulo: Editora Cultrix, 1991. JUNG, Carl G. Obras completas. Psicologia e Religião. Volume XI/1. Petrópolis: Vozes, 2011 PASSOS, João D.; USARSKI, Frank (Orgs.). Compêndio de Ciência da Religião. São Paulo: Paulinas: Paulus, 2013. Próximos Passos 1 https://goo.gl/QEn6gJ Os problemas relativos ao conceito de religião: sua variedade e diversidade. Dimensão macrossocial-institucional da religião (organização e instituição). Dimensão microssocial-subjetiva da religião (afetos e subjetividade). Explore mais Pesquise na internet, sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem. Leia o texto Nova era evangélica, confissão positiva e o crescimento dos sem- religião <https://goo.gl/mc2Q5p> . Acesso em 26 fev. 2018. Se você quiser mergulhar em águas mais profundas, leia esta tese de doutorado em Ciência da Religião, defendida na PUC-São Paulo: Literatura de autoajuda cristã: em busca da felicidade ainda na terra e não só para o céu <https://goo.gl/9mfKvH> . Acesso em 26 fev. 2018. https://goo.gl/mc2Q5p https://goo.gl/9mfKvH
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