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Compreender os marcos do desenvolvimento infantil (0-2 anos) Entender a amamentação, uso de formula e introdução alimentar infantil (0-2 anos) Compreender o caderno vacinal infantil (0-2 anos) MARCOS DO DESENVOLVIMENTO ATÉ 2 ANOS · Casa estádio deve ser uma sequência regular, se a criança não for estimulada ou motivada no devido momento, ela não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvimento. Puericultura Na APS, após a alta hospitalar deve-se garantir uma visita domiciliar do ACS a mãe e ao filho na primeira semana de vida até o 5º dia pós-parto para: · Atualizar a ficha A (ficha para cadastramento das famílias) do Sistema de Informação da Atenção Básica; · Verificar o estado geral da criança, sinais de alerta; · Observar o estado geral da mãe; · Orientar sobre o aleitamento materno, cuidados com higiene e o coto umbilical; · Orientar sobre a consulta de puerpério e de acompanhamento do bebê, que deverá acontecer até o 10º dia após o parto; · Avaliar a carteira da criança quanto a realização dos testes do pezinho, orelhinha, olhinho e coraçãozinho; · Avaliar a carteira da criança quanto a aplicação da vacina prevista ao nascer: hepatite B; ANAMNESE Apgar É reconhecido como a nota que o bebê recebe logo após ao nascimento e no quinto minuto. É a avaliação do nível de adaptação do bebê à vida fora do útero. Os sinais avaliados são coloração da pele, pulso, irritabilidade reflexa, esforço respiratório e tônus muscular. Acronômio 0 1 2 Cor da pele Aparência Cianose/palidez Cianose nas extremidades ou coloração arroxeada (acrocianose) Rosado Pulsação arterial Pulso Não detectável < 100 bpm > 100 bpm Irritabilidade reflexa Gesticulação Sem resposta Careta ou estimulação agressiva Choro vigoroso, tosse ou espirro Tônus muscular Atividade Flacidez Alguns movimentos das extremidades Muita atividade, braços e pernas flexionados que resistem a extensão Esforço respiratório Respiração Ausente Fraco/lento, irregular Forte, choro vigoroso 0 – 3 asfixia grave 4 – 6 asfixia moderada 7 – 10 boa vitalidade, boa adaptação MARC 2 PUERICULTURA ORIENTAÇÕES · Não permitir que pessoas fumem dentro de casa ou que aqueles que acabaram de fumar peguem o bebê; · Cuidados com o coto umbilical: deve cair nas duas primeiras semanas. O coto deve ser mantido seco e limpo (limpar a cada troca de fralda com álcool 70%); · Trocar sempre que necessário de fralda, a fim de evitar assaduras; · Sobre o banho, a temperatura ideal da água é 37º e não se deve deixar a criança sozinha na banheira, mesmo que com pouca água. O bebê deve estar sempre seco após o banho e não pode utilizar talco; · Orientar a respeito da posição supina (barriga para cima” para dormir e sua relação de proteção contra morte súbita do lactente; · Cuidados ao praticar o coleito (bebê e pais dormindo juntos) pois aumentam os riscos de acidentes; · O uso de chupetas tem sido desaconselhado por interferir negativamente na duração do aleitamento materno; · Utilizar cobertas leves e travesseiro firme para evitar a sufocação do bebê. Se estiver frio, é melhor colocar mais roupas do que cobrir com muitas cobertas; · Não é recomendado aquecer o leite ou outros líquidos no micro-ondas pois podem estar mornos na porção mais externa do recipiente e seu interior pode estar fervendo; · Transporte da criança sempre no banco traseiro, em cadeirinha especial, com cinto de segurança e com a criança posicionada na cadeirinha apropriada de costas para o motorista; TESTE DO PEZINHO Permite a detecção de fenilcetonúria e do hipotireoidismo congênito, hemoglobinopatias (anemia falciforme) e fibrose cística. A coleta deve ser feita entre o 3º e 7º dia de vida da criança. Mesmo que não seja o ideal, aceita-se que seja feito a coleta até o 30° dia de vida do bebê. CRESCIMENTO O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o registro periódico dos dados antropométricos: peso (P), comprimento (C) e perímetro cefálico (PC) da criança na carteira de saúde da criança, onde encontram-se as curvas da OMS. Recentemente tem-se recomendado a utilização do IMC para interpretar a relação peso/altura e permitir o diagnóstico de déficit ou excesso de peso. A avaliação periódica do crescimento permite o acompanhamento do progresso individual da saúde de cada criança identificando aquelas de maior risco, sinalizando os agravos nutricionais que necessitarão de intervenção. A curva de crescimento deve ser construída com três pontos: quando estiver ascendente, está normal; se horizontal, deve-se ter atenção; se descendente a criança está em perigo. O acompanhamento acompanhamento de crianças prematuras (< 37 semanas) por meio das curvas padrão, é necessário que se corrija a idade cronológica das mesmas até que completem 2 anos de idade = Idade Corrijida (IC). Ex: RN com 32 semanas de IG, IC = 40 – 32, IC = 8 semanas = 2 meses. Assim, os dados antropométricos aos 2 meses serão registrados na idade do nascimento (ponto zero da curva). DESVIO NO CRESCIMENTO · Sobrepeso ou obesidade · Verificar a existência de erros alimentares, identifique a dieta da família, oriente o cuidador a adm à criança uma alimentação mais adequada de acordo com as recomendações; · Verifique as atividades de lazer das crianças, como o tempo em frente à televisão e ao videogame, estimulando-as a realizar passeios, caminhadas, andar de bicicleta, praticar jogos com bola e outras brincadeiras que aumentem a atividade física; · Encaminhe a criança para o NASF; · Realizar avaliação clínica da criança; · Magreza ou baixo peso para idade · Para crianças < 2 anos: · Investigar possíveis causas, com atenção especial para o desmame; · Oriente a mãe sobre a alimentação complementar adequada para a idade; · Se a criança não ganhar peso, solicite seu acompanhamento no Nasf; · Oriente o retorno da criança no intervalo de 15 dias; · Para crianças > 2 anos: · Investigue possíveis causas, com atenção especial para a alimentação, para as intercorrências infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a higiene; · Trate as intercorrências clínicas, se houver; · Solicite o acompanhamento da criança no Nasf, se tal possibilidade estiver disponível; · Encaminhe a criança para o serviço social, se isso for necessário; · Oriente a família para que a criança realize nova consulta com intervalo máximo de 15 dias; · Magreza acentuada ou peso muito baixo para a idade: · Investigue possíveis causas, com atenção especial para o desmame (especialmente para os menores de 2 anos), a alimentação, as intercorrências infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a higiene; · Trate as intercorrências clínicas, se houver; · Encaminhe a criança para atendimento no Nasf; · Encaminhe a criança para o serviço social, se este estiver disponível; · Oriente a família para que a criança realize nova consulta com intervalo máximo de 15 dias. Aleitamento materno · Orientações básicas que devem ser repassadas às mães/famílias · É dever de todo pediatra repassar as seguintes informações básicas sobre AM a todas as lactantes/famílias, utilizando preferencialmente a técnica de aconselhamento. · Início da amamentação · A amamentação deve ser iniciada tão logo quanto possível após o parto. · A OMS e o MS recomendam contato pele a pele na primeira hora de vida, sempre que as condições de saúde da mãe e do bebê permitirem. · A maioria dos bebês suga na primeira hora de vida, se lhe for dada oportunidade. · A sucção precoce da mama reduz o risco de hemorragia pós-parto, ao liberar ocitocina, e de icterícia no recém-nascido, por aumentar a motilidade gastrointestinal. · Os primeiros dias após o parto são cruciais para o sucessoda amamentação. · Frequência das mamadas · Habitualmente, o recém-nascido mama com frequência, sem regularidade quanto a horários. · É comum um bebê em AME sob livre demanda mamar de 8 a 12 vezes ao dia. · Muitas mães, em especial as inseguras e com baixa autoestima, costumam interpretar esse comportamento como sinalde fome do bebê, leite fraco ou insuficiente, culminando, quando não assistidas adequadamente, com a introdução de suplementos. · Duração das mamadas · O tempo de permanência na mama em cada mamada não deve ser preestabelecido, pois o tempo necessário para esvaziar uma mama varia entre os bebês e, em uma mesma criança, pode variar dependendo da fome, do intervalo transcorrido desde a última mamada e do volume de leite armazenado na mama, entre outros fatores. Independentemente do tempo necessário. · É importante que a criança esvazie a mama, pois o leite do final da mamada – leite posterior – contém mais calorias e sacia a criança. · · Técnica correta: · A cabeça do bebê está no mesmo nível da mama da mãe e o queixo está tocando-a; · A boca está bem aberta; · O lábio inferior está virado para fora; · As bochechas estão arredondadas (não encovadas) ou achatadas contra a mama; · Vê-se pouco a aréola durante a mamada (mais a porção superior da aréola do que a inferior); · A mama parece arredondada, não repuxada; · As sucções são lentas e profundas: o bebê suga, dá uma pausa e suga novamente (sucção, deglutição e respiração); · A mãe pode ouvir o bebê deglutindo; · O corpo do bebê está totalmente voltado para o corpo da mãe (posição de barriga com barriga) e um dos braços está ao redor do corpo da mãe; · A cabeça e o corpo do bebê estão alinhados; · A mãe está sentada de forma confortável e relaxada; · Não é necessário limpar os mamilos antes das mamadas. Banho diário e uso de um sutiã limpo são suficientes. · Dificuldades · O bebê apresenta as bochechas encovadas durante a sucção ou realiza ruídos audíveis da língua; · A mama da mãe está esticada/deformada durante a mamada ou os mamilos estão com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê larga a mama; · A mãe apresenta dor durante a amamentação; · Trauma mamilar, ingurgitamento mamário; · Baixa produção de leite; · Mastite; Abcesso mamário; Candidíase; Mamilos planos ou invertidos; · Local de nascimento: um estudo mostrou que a criança que nasceu em hospital privado teve 2,57 mais chances de amamentar exclusivamente do que a nascida em hospital público ou público-privado; · Falta de ajuda com cansaço físico, sobrecarga emocional, desorientação, isolamento materno, dificuldades econômicas; · Utilização de mamadeira (mamadeira torna a sucção mais fácil); · Benefícios do aleitamento materno · Diminuição da morbidade relacionada a infecções como meningite bacteriana, bacteremia, diarreia, IVA, enterocolite necrosante, otite media, ITU, sepse; · Diminuição das taxas de morte súbita do lactente; · Redução de hospitalizações pelo vírus sincicial respiratório (VSR), bronquiolite, pneumonia; · Redução de alergias; · Redução de asma e sibilos; · Red dermatite atópica; · Red da obesidade; · Diminui risco de hipertensão, colesterol alto e DM; · Melhor nutrição; · Efeito positivo no desenvolvimento intelectual; · Melhor desenvolvimento da cavidade bucal; · Diminui a perda de peso inicial do RN, favorece a recuperação mais rápida do peso do nascimento, aumenta a duração do aleitamento materno, estabiliza os níveis de glicose do RN, diminui a incidência de hiperbilirrubinemia, previne ingurgitamento mamário; Composição e aspecto do leite materno · Apesar da enorme diversidade de alimentos consumidos pelos povos de todo o mundo, o leite materno é surpreendentemente homogêneo quanto à sua composição. Apenas as mulheres com desnutrição grave podem ter o seu leite afetado tanto qualitativa como quantitativamente. · leite maduro só é secretado por volta do 10o dia pós-parto. · Nos primeiros dias, a secreção láctea é chamada de colostro, que contém mais proteínas e menos lipídios do que o leite maduro, e é rico em imunoglobulinas, em especial a IgA. · O leite de mães de recém-nascidos pré-termo difere do de mães debebês a termo. · A água contribui com quase 90% da composição do leite materno, o que garante o suprimento das necessidades hídricas de uma criança em AME, mesmo em climas quentes e áridos. · principal carboidrato do leite materno é a lactose, e a principal proteína é a lactoalbumina. · As gorduras são o componente mais variável do leite materno e são responsáveis por suprir até 50% das necessidades energéticas da criança pequena. Os ácidos graxos polinsaturados de cadeia longa são essenciais no desenvolvimento cognitivo e visual, e na mielinização dos neurônios. · A concentração de gordura no leite (e consequentemente o teor energético) aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da mamada (leite posterior) é mais rico em energia e sacia melhor a criança; daí a importância de a criança esvaziar bem a mama. · Levando em consideração que o leite materno contém baixas concentrações de vitamina K, vitamina D e ferro, o Departamento de Nutrologia da SBP faz as seguintes recomendações de suplementação das crianças amamentadas: vitamina K ao nascimento, vitamina D diária até os 18 meses para as crianças sem exposição regular ao sol, e ferro até os 2 anos de idade a partir da introdução da alimentação complementar em crianças nascidas a termo, ou antes em lactentes pré-termo. · A cor e o aspecto do leite humano variam ao longo da mamada como decorrência das variações na sua composição e também de acordo com a dieta da mãe. Introdução alimentar DEZ PASSOS PARA A ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DA CRIANÇA MENOR DE 2 ANOS 1. Dê somente o leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento; 2. A partir dos 6 meses, introduza de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos de idade ou mais. Oferecer água nos intervalos das refeições; 3. Após 6 meses, dar alimentos complementares 3x ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno; 4. A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança; 5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher. Começar com a consistência pastosa e gradativamente aumentar a consistência até chegar à alimentação da família; 6. Ofereça a criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida; 7. Estimule o consumo diário de frutas, legumes e verduras nas refeições; 8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação; 9. Cuide da higiene no preparo e manuseio dos alimentos. Garanta o seu armazenamento e conservação adequados; 10. Estimule a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos (desde que saudáveis), respeitando sua aceitação; SUPLEMENTAÇÃO · Vitamina D SBP preconiza que não há necessidade de suplementação da vitamina D quando: (1) Lactentes em aleitamento materno com exposição regular ao sol; (2) lactentes que recebam ao menos de 500ml/dia de fórmula infantil. Recomenda-se exposição solar direta a partir da segunda semana de vida, com 30 min por semana se a criança estiver apenas de fralda (6 a 8 min por dia, 3x na semana) ou de 2h (17min por dia) se apenas a face e mãos estiverem expostas ao sol. · Nas demais situações: 400 UI/dia de vit D até os 18 meses; · Vitamina A A partir do 6º até o 59º mês de idade, as crianças que residem nos municípios contemplados pelo Programa Nacional de Suplementação de vitamina A deverão receber: · 6 – 11 meses: 100.000 UI VO, dose única; · 12 – 59 meses: 200.00 UI VO, uma vez a cada seis meses; · Ferro Nos primeiros seis meses de vida deve ser feito suplementação profilática de ferro para crianças prematuras ou com baixo peso. A partir dos seis meses até dois anos de idade deve ser feito suplementação de ferro profilática. VACINAÇÃO
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