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Beatriz Ribera ENZIMAS CARDÍACAS Primeiros conceitos: Sensibilidade: Dar positivo em todos que tem a doença (mas pode ocorrer de dar positivo mesmo em quem não tem) Especificidade: Dar negativo nos que não tem a doença. O ideal seria um teste 100% de sensibilidade e especificidade. Não existiria falso negativo ou falso positivo. Valor preditivo positivo (VPP) Uma pessoa que der positivo ser realmente positivo. Valor preditivo negativo (VPN) Uma pessoa com teste negativo realmente não ter a doença Valor preditivo: Varia com a prevalência (probabilidade pré- teste) da doença Para um mesmo teste, quanto maior a prevalência maior o VPP e menor o VPN Quanto mais sensível, melhor o VPN Quanto mais específico, melhor o VPP Caso clínico 1 Paciente do sexo masculino, 62 anos, branco, aposentado, natural e residente de São Paulo SP, procurou o Hospital de urgência com queixas de “forte dor no peito”. A dor em aperto em região precordial que iniciou há 10 dias com piora progressiva é agravada após moderado esforço físico como caminhar dois quarteirões planos, ou subir dois lances de escadas e dura pouco tempo, com melhora após repouso. Teve piora há 1 hora. No momento da consulta a intensidade é 8, numa escala de 0 a 10. Paciente referiu apresentar também desconforto em região de dorso e membro superior esquerdo. Refere ainda que sente palpitações, náuseas e tonturas. Em relação aos antecedentes pessoais, paciente é hipertenso, diabético, obeso e tabagista. Relata histórico familiar de infarto agudo do miocárdio (pai faleceu aos 50 anos) e de hipertensão (mãe hipertensa). Ao exame físico REG, lúcido, orientado em tempo e em espaço, afebril, anictérico, hidratado, taquipneico (26irpm), taquicárdico (128 bpm) e com pressão arterial de 170/130 mmHg e Saturação de Oxigênio de 88%. Apresentava sudorese, pulsos regulares e simétricos. Ausculta pulmonar: MV + sem RA Ausculta cardíaca: BNF, 2t sopro sistólico em foco aórtico 2+ Abdome: sem hepatoesplenomegalia, indolor a palpação. RHA+ Mmii: sem edemas e tec < 3seg. O que pedir para esse paciente? ECG Creatinofosfoquinase (CPK total) – geração de energia para metabolismo muscular, também é encontrada no tecido cerebral. Obs: A prática de atividade física pode elevar. Isoenzimas CK mb – Creatina quinase, composta pela união de duas unidades tipo B e/ou M, em três combinações possível, que correspondem às isoenzimas CK -BB, CK -MB e CK – MM. Cada uma é preponderante em algum tecido ou órgão. Beatriz Ribera Isoenzima CK-MB: 1% da CK total em músculo esquelético e 45% em músculo cardíaco; Troponinas – cTnT e cTnl - proteínas naturais estruturais envolvidas na contração das fibras musculares esqueléticas e cardíacas. Tem três complexos de proteínas: troponina T, troponina I e troponina C. T e I são marcadores bioquímicos específicos p/ lesão isquêmica do miocárdio. Obs: A elevação da I acontece 4 e 6 depois da dor precordial, seu pico é em 12 horas e fica elevada de 3 a 10 dias depois do evento isquêmico. Causas aumento de troponina: IC, contusão miocárdica, sepse, ablação, exercício extenuante, IAM, TEP, miocardite, DRC, desfibrilação. Caso clínico 2 Homem, 44 anos, natural e procedente de cidade de grande porte, dá entrada no serviço de emergência com queixas de febre e dores em membros inferiores há 6 dias, com piora destes sintomas e do estado geral nas últimas 24 horas. Febre de início súbito e irregular. A mialgia era localizada em panturrilhas bilateralmente, com piora à palpação, sem edemas. Informa que sua residência fica próxima a esgotos a céu aberto e que há muitos ratos em volta do seu domicílio. Não há relato de pessoas com quadro clínico semelhante. Negava comorbidades e uso de drogas ilícitas. Nos últimos dias, queda do estado geral, anorexia, diminuição da ingestão de líquidos com redução do débito urinário. Além de episódios de tosse com rajas de sangue. Beatriz Ribera EXAME FÍSICO Regular estado geral, lúcido, orientado, taquipneico, desidratado ++/4+, ictérico ++/4+. FC: 129 bpm; FR:29 irpm; PA: 80×50 mmHg; SpO2: 94%; Temperatura axilar: 37,8 o C. Ausência de edema. Dores localizadas em panturrilhas com piora à palpação, bilateralmente. Sem sinais de flogose articular. EXAMES LABORATORIAIS Evoluiu com anúria e piora da função renal associada a níveis séricos elevados de Creatinofosfoquinase (CPK): 16.625 UI/L (valor normal: < 190 UI/L)1, e estabelecido diagnóstico de rabdomiólise, sendo instituída hemodiálise. Síndrome de Weil (icterícia + insuficiência renal + manifestações hemorrágicas) secundária a infecção por leptospirose. Rabdomiólise: Degeneração de células musculares estriadas, libera material tóxico intracelular (mioglobina, eletrólitos como NA, K, Ca, PO4 e uratos, enzimas musculares e CPK) na corrente sanguínea. Ver CPK e avaliação renal Obs: A relação entre CKMB/CPK abaixo de 5% reforça o diagnóstico de rabdomiólise. Mioglobina: primeiro marcador a alterar e normalizar na SCA. Sensível, mas não específico. TGO: Altera em coração e músculo. Creatinofosfoquinase (CPK total) – geração de energia para metabolismo muscular, também é encontrada no tecido cerebral. Rabdomiólise Obs: A prática de atividade física pode elevar. Isoenzimas CK mb – Creatina quinase, especificidade p/ SCA. Troponinas – lesão cardíaca. Sensível e específica. Troponina I, queda em torno de 5 a 10 dias, ver reincidiva.