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Arbitragem
Grupo I
Fernanda Lucarelli, Letícia Rosseto, Lucas Scattone e Thiele Morandini
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Breve 
histórico
Um dos métodos mais antigos de resolução de conflito pela heterocomposição.
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Conceito
 “A arbitragem pode ser definida como meio privado, jurisdicional e alternativo de solução de conflitos decorrentes de direitos patrimoniais e disponíveis por sentença arbitral, definida como título executivo judicial e prolatada por árbitro, juiz de fato e de direito, normalmente especialista na matéria controvertida”.
- Professor Luiz Antonio Scavone Junior 
Natureza Jurídica:
jurisdição
Destarte, uma vez convencionado pelas partes cláusula arbitral, o árbitro vira juiz de fato e de direito da causa, e a decisão que então proferir não ficará sujeita a recurso ou à homologação judicial, segundo dispõe o artigo 18 da Lei 9.307/96, o que significa categorizá-lo como equivalente jurisdicional, porquanto terá os mesmos poderes do juiz togado, não sofrendo restrições na sua competência. 18. Outrossim, vige na jurisdição privada, tal como sucede naquela pública, o princípio do Kompetenz-Kompetenz, que estabelece ser o próprio juiz quem decide a respeito de sua competência. (...)”. 
(STJ - MS: 11308 DF 2005/0212763-0, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento: 09/04/2008, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJ 19.05.2008 p. 1). 
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Princípios Fundamentais
Autonomia Privada 
Devido Processo Legal 
Autonomia da Cláusula Arbitral
Kompetenz-Kompetenz
Lei 9.307/96
Regulamenta a arbitragem
EMENTA: “(...) 2. Laudo arbitral: homologação: Lei da Arbitragem: controle incidental de constitucionalidade e o papel do STF. A constitucionalidade da primeira das inovações da Lei da Arbitragem – (...) 3. Lei de Arbitragem (L. 9.307/96): constitucionalidade, em tese, do juízo arbitral; discussão incidental da constitucionalidade de vários dos tópicos da nova lei, especialmente acerca da compatibilidade, ou não, entre a execução judicial específica para a solução de futuros conflitos da cláusula compromissória e a garantia constitucional da universalidade da jurisdição do Poder Judiciário (CF, art. 5º, XXXV). Constitucionalidade declarada pelo plenário, considerando o Tribunal, por maioria de votos, que a manifestação de vontade da parte na cláusula compromissória, quando da celebração do contrato, e a permissão legal dada ao juiz para que substitua a vontade da parte recalcitrante em firmar o compromisso não ofendem o artigo 5º, XXXV, da CF. Constitucionalidade - aí por decisão unânime, dos dispositivos da Lei de Arbitragem que prescrevem a irrecorribilidade (art. 18) e os efeitos de decisão judiciária da sentença arbitral (art. 31)”. (STF - SE: 5206 EP, Relator: Min. PRESIDENTE, Data de Julgamento: 06/12/1995)
Lei 13.129/2015
Art. 1º, §1º - A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
Art. 1º, §2º - A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta para a celebração de convenção de arbitragem é a mesma para a realização de acordos ou transações.”
Art. 2º, §3º - A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de direito e respeitará o princípio da publicidade.
EC 45 - Formalização
Art. 35. Para ser reconhecida ou executada no Brasil, a sentença arbitral estrangeira está sujeita, unicamente, à homologação do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 39. A homologação para o reconhecimento ou a execução da sentença arbitral estrangeira também será denegada se o Superior Tribunal de Justiça constatar que:
Arts. 22-A, 22-B e 22-C
Partes poderão recorrer ao Judiciário para solicitar medidas cautelares e de urgência, antes da constituição do tribunal arbitral;
Uma vez constituído, cabe ao tribunal arbitral manter, modificar ou revogar a medida cautelar / de urgência concedida pelo Poder Judiciário;
Carta Arbitral
Lei das S/A
Art. 136-A - A aprovação da inserção de convenção de arbitragem no estatuto social, observado o quórum do art. 136, obriga a todos os acionistas, assegurado ao acionista dissidente o direito de retirar-se da companhia mediante o reembolso do valor de suas ações
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Convenção de arbitragem
(art.3º da Lei 13.129/2015)
Espécies: Cláusula compromissória e Compromisso Arbitral
Formas de julgamento aplicáveis na convenção de arbitragem.: Direito ou Equidade (art.2º da Lei nº 9307/96)
Regras procedimento arbitral podem seguir: Usos, bons costumes, ordem pública, princípios gerais do direito e regras internacionais . 
Exceção se a ADM PÚBLICA for parte do procedimento: utiliza só o Direito (princípio da legalidade) + principio da publicidade (Lei 13.219/2015) + contratos administrativos 
Art. 3º As partes interessadas podem submeter a solução de seus
litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim
entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral.
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Claúsula compromissória X Compromisso Arbitral
Semelhanças:
Antes de ocorrer arbitragem
Litígios de direitos patrimoniais disponíveis
Simples promessa de compromisso (dúvidas execução do contrato firmado),
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Claúsula compromissória X Compromisso Arbitral
 Diferenças:
Diferença básica: temporal
Compromisso Arbitral: contrato definitivo e acabado). Claúsula compromissória: contrato Preliminar (pretensão de chegar no definitivo de compromisso).
Obs: Claúsula compromissórias exclui compromisso Arbitral 
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Cláusula compromissória
Requisitos Formais: 
Acordo escrito+ contrato ou documento anexo 
Acrescenta: vontade de instituir arbitragem
Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato.
 
As partes consensualmente estipulam: 
Submissão futuros litígios relativos do contrato 
Regras e procedimentos da arbitragem (instrução e processamento)
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Momento de formação: simultânea a formação contratual (nasce junto com a obrigação) .
Característica: preventiva
Cláusula compromissória
Princípio do equilíbrio contratual
(hipossuficiente)
Exceção no Contrato de Adesão
Iniciativa: aderente
Convenção em documento apartamento e em termos grifados
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Cláusula compromissória
Princípio da separatibility:
Nulidade do contrato: não vincula a cláusula compromissória. 
Acessório não segue o padrão (autonomia)
art.8º da Lei da Arbitragem: “A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que estiver inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória”. 
Parágrafo único. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula compromissória.
Competência
Competência e cláusula compromissória
Exercer função jurisdicional: litígio cabível?
Existência, validade eficácia.
Alegar suspeição
Alegar impedimento 
Alega nulidade 
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Cláusula compromissória
CHEIA
VAZIA
Requisitos escolha do arbitro:
Forma de indicação
Indica o arbitro ou instituição 
Não é possível escolher o árbitro. Solução: Juiz de Direito supre lacuna (art. 7º ) 
Requisitos cheia ou vazia:
Requisito Subjetivo: Capacidade das partes
Requisito Objetivo: Patrimonialidade e a disponibilidade do direito.
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Compromisso arbitral 
ATO CONSESUAL
CONVENÇÃO QUE SUBMIETE 
CONFLITO ATUAL 
FIRMADO: EXECUÇÃO DO CONTRATO (surgir conflito de interesses)
Celebrado: Cumprimento cláusula compromissória, ou independente desta.
Art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas
Natureza
Acordo de vontades
Objeto licito 
Forma especial
Contratual
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Compromisso arbitral
Sem ajuizamento de demanda: Escritura Pública
Escrito Particular ( duas testemunhas)
Extrajudicial
Demanda em andamento: termo de compromisso nos autos
Judicial
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 Requisitosdo compromisso arbitral
Compromisso arbitral- requisitos obrigatórios art. 10:
 I - O nome, profissão, estado civil e domicílio das partes; 
II - O nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a identificação da entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros; 
III - a matéria que será objeto da arbitragem; e 
IV - O lugar em que será proferida a sentença arbitral.
 
Compromisso arbitral- requisitos facultativos - art. 11:
Il- local, ou locais, onde se desenvolverá a arbitragem; 
II- A autorização para que o árbitro ou os árbitros julguem por equidade, se assim for convencionado pelas partes; 
III - o prazo para apresentação da sentença arbitral; 
IV - A indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveis à arbitragem, quando assim convencionarem as partes;
 V - A declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e das despesas com a arbitragem; 
VI - A fixação dos honorários do árbitro, ou dos árbitros.
 
 
Arbitragem institucional. 
Costuma prever:
 lugar
disposição do painel de mediação
custos (isso inclui taxas de serviços administrativos e os honorários dos árbitros). 
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“desde que a parte interessada tenha notificado o árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, concedendo-lhe o prazo de dez dias para a prolação e apresentação da sentença arbitral.”
Extinção do procedimento arbitral(art.12)
Inciso I: Escusa na aceitação do arbitro e proibição de substituto 
Inciso II: Falecimento ou impossibilidade do árbitro, sem aceitação de substituto
Inciso II: Expiração do prazo para o proferimento da sentença
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Modalidades de procedimento arbitral:
Arbitragem ad hoc 
Arbitragem institucional 
Arbitragem de direito 
Arbitragem de equidade
Arbitragem doméstica 
Arbitragem estrangeira
 
 
Arbitragem Ad-Hoc:
Voltada para a cooperação entre partes, porque: as partes devem escolher quem será o arbitro e devem definir as suas próprias regras processuais aplicáveis.
As partes devem designar: a “autoridade de nomeação”: 
Essa autoridade de nomeação possui poderes para nomeação do(s) árbitro(s), caso as partes não acordarem entre si na nomeação.
 Arbitragem institucional: 
Opção expressa em convenção de arbitragem (regra).
Embora possa ser estipulada pelas partes em momento posterior, quando surgir a disputa. 
Conduzida de acordo com regras procedimentais publicadas por uma determinada instituição arbitral.
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Cláusula Escalonada
Modalidade de cláusula 
compromissória arbitral. 
As partes pactuam uma sucessão de procedimentos de soluções de conflitos, os quais irão ocorrer conjuntamente da arbitragem.
Cláusula Med-Arb
3 sessões de conciliações prévias
Cláusula Arb-Med
2 dois tipos de consequências seguindo a divergência da doutrina (efeito vinculante da cláusula escalonada). 
Consequências de efeitos contratuais 
Consequências de efeitos processuais.
Efeitos contratuais: O não comparecimento na mediação ou conciliação prévia iria resultar em: inadimplemento contratual e consequente responsabilização cabível. 
Efeitos processuais: Haveria uma completa equiparação a convenção de arbitragem: ambas as partes seriam impostas a participarem da conciliação ou mediação antes de ocorrer a instauração do procedimento arbitral. 
 
Cláusulas patológicas
Conceito:
conforme Carmona, a expressão cláusula arbitral patológica é utilizada para designar aquelas avenças inseridas em contrato que submetem eventuais litígios à solução de árbitros mas que, por conta de redação incompleta, esdrúxula ou contraditória, não permitem aos litigantes a constituição do órgão arbitral, provocando dúvida que leva as partes ao Poder Judiciário para a instituição forçada da arbitragem.
Espécies:
Cláusulas arbitrais vazias
Cláusulas arbitrais ambíguas
Cláusulas arbitrais contraditórias
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Sentença Arbitral
Terminativas ou definitivas
Totais ou parciais
Sentença arbitral parcial - A novidade, incluída pela Lei 13.129/15, é que assim como prevê o CPC no que tange à sentença judicial, a sentença arbitral pode ser parcial (Artigo 23, §1º). Dessa forma, a parte interessada poderá desde logo exigir seu cumprimento e prosseguirá a arbitragem na parte que ainda dependa de decisão arbitral.
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Requisitos da Sentença Arbitral
Art. 26. São requisitos obrigatórios da sentença arbitral:
 
I - o relatório, que conterá os nomes das partes e um resumo do litígio;
 
II - os fundamentos da decisão, onde serão analisadas as questões de fato e de direito, mencionando-se, expressamente, se os árbitros julgaram por eqüidade;
 
III - o dispositivo, em que os árbitros resolverão as questões que lhes forem submetidas e estabelecerão o prazo para o cumprimento da decisão, se for o caso; e
 
IV - a data e o lugar em que foi proferida.
 
Parágrafo único. A sentença arbitral será assinada pelo árbitro ou por todos os árbitros. Caberá ao presidente do tribunal arbitral, na hipótese de um ou alguns dos árbitros não poder ou não querer assinar a sentença, certificar tal fato.
 
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Pedido esclarecimento
Equivalem aos embargos de declaração
Prazo – 5 dias, contados da comunicação da sentença arbitral às partes, salvo tenha ocorrido a estipulação de prazo diverso pelas partes
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Revisão
Impossibilidade – a sentença arbitral é irrecorrível – artigo 18 da L. A. 
Podendo apenas ser rediscutida no caso de nulidade – hipóteses previstas no artigo 32 da L. A. 
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Sentença arbitral estrangeira
É aquela proferida em outro país (artigo 34, parágrafo único da L. A.)
Para ser executada no Brasil deverá antes ser homologada pelo STJ, nos termos do artigo 105, I, “i” da CF. Assim, inicialmente a sentença é “nacionalizada” pelo STJ e depois, se não for cumprida, poderá ser executada no território nacional como qualquer sentença arbitral proferida no Brasil.
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Pontos positivos e negativos da arbitragem
Custas iniciais e, por vezes, finais, que podem ser superiores às do processo judicial;
Ausência de prazos e fases definidas (Ad Hoc / Regras institucionais);
Possibilidade de intervenção desnecessária do judiciário;
Participação de terceiros no processo;
Percepção generalizada de que a revisão judicial de laudos arbitrais é impossível. 
Consolidação da arbitragem como forma viável de solução de controvérsias e a exequibilidade do laudo;
Rapidez;
Flexibilidade no processo;
Sigilo assegurado ao processo;
Eleição dos árbitros afetos a questão sub judice;
Eleição de lei apta a adequar a negociação à efetiva vontade das partes 
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Obrigado!
Fernanda Lucarelli, Letícia Rosseto, Lucas Scattone e Thiele Morandini
Arbitragem | Grupo I