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1 
unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
 FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA 
 CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE 
 Programa de Pós - Graduação em Ciências Cartográficas 
 
 
 
 
 
 
 
FRANCE MICHEL FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DO GUIA CARTOGRÁFICO 
INTERATIVO DA UNESP PARA A INTERNET 
ESTUDO DE CASO: CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE 
 
 
 
 
 
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO 
 
 
 
 
 
Presidente Prudente 
2004 
 1 
 
 
 
FRANCE MICHEL FERREIRA 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DO GUIA CARTOGRÁFICO 
INTERATIVO DA UNESP PARA A INTERNET 
ESTUDO DE CASO: CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências e 
Tecnologia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de 
Mesquita Filho”, Campus de Presidente Prudente, para a 
obtenção do título de Mestre em Ciências Cartográficas (Área 
de Concentração: Aquisição, Análise e Representação de 
Informações Espaciais). 
 
 
Orientadora: Profa. Dra. Mônica Modesta Santos Decanini 
 
 
 
 
 
 
Presidente Prudente 
2004 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
F884d 
 
 
France, Michel Ferreira. 
 Desenvolvimento do guia cartográfico 
interativo da unesp para a Internet – estudo de caso: 
Campus de Presidente Prudente / Michel Ferreira 
France. – Presidente Prudente: [s.n.], 2004 
240 f. : il. , tab. 
 
Dissertação (mestrado). – Universidade Estadual 
Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia 
Orientador: Mônica Modesta Santos Decanini 
 
1. Cartografia. 2. Cartografia temática. 3. 
Projeto cartográfico. 4. Mapas para web. 5. 
Modelagem navegacional. 6. Animação. 7. Guia 
cartográfico. I. Decanini, Mônica Modesta Santos. II. 
Título. 
CDD (18.ed.) 623.71 
 3 
 
 
 
 4 
 
 
DADOS CURRICULARES 
 
 
 
 
FRANCE MICHEL FERREIRA 
 
NASCIMENTO 21.07.1976 – Santos/SP 
FILIAÇÃO Hélio Ferreira 
Hilda Teodora de Abreu Ferreira 
1996/2001 Curso de Graduação 
Engenharia Cartográfica – FCT/UNESP 
2002/2004 Curso de Pós-graduação 
Mestrado em Ciências Cartográficas – FCT/UNESP 
 
 5 
Ofereço 
Aos meus pais e irmãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico 
A minha eterna namorada Eliane. 
 
 6 
AGRADECIMENTOS 
 
Agora que estou terminando mais uma grande etapa da minha vida 
e formação profissional me lembro das pessoas que participaram de alguma forma 
desse trabalho. 
Em primeiro lugar, agradeço a minha orientadora por toda a 
paciência que teve comigo e, principalmente, pela compreensão nos momentos mais 
difíceis que um ser humano pode ter. Espero manter sempre esse contato com 
alguém tão agradável e de cabeça tão aberta a novas idéias. 
Meus sinceros agradecimentos ao meu amigo Edmur, que me 
ajudou com suas sugestões em meu trabalho, principalmente na parte da produção 
cartográfica e do design. 
Agradeço a minha querida Eliane pela compreensão da minha 
ausência em prol do meu aprimoramento profissional. Certamente toda essa espera 
será gratificada com longos e deliciosos momentos em nossa linda São Vicente de 
belas praias urbanizadas, com suas vistas panorâmicas dos mirantes ou do 
teleférico, suas cachoeiras, seus morros verdejantes, a calma rua Japão e sua 
charmosa Ponte Pênsil que tanto sinto falta, aqui, distante do meu lar e da sua 
presença. Certamente é a você a quem dedico esse trabalho. 
Agradeço aos meus pais e familiares que sempre me apoiaram e 
ficaram preocupados comigo. 
Agradeço ao meu amigo Mateus por sempre lembrar de mim, 
mesmo depois de uma década de “exílio” ainda manteve a nossa amizade. 
Agradeço muito ao meu amigo Ítalo pela ajuda que me prestou nas 
horas difíceis e pela troca de conhecimento técnico. 
 7 
Agradeço aos meus colegas da pós-graduação, com quem sempre 
conversei nas horas de dar um tempo do trabalho, espero que eles se mantenham 
unidos e que jamais as rivalidades autorais e pessoais venham a se desenvolver. 
Agradeço aos meus professores que tiveram paciência em sanar a 
minha imensa curiosidade. 
Agradeço também ao pessoal da Engemap por fornecer dados que 
compõem este trabalho. 
Agradeço aos meus irmãos Fabrício, com quem sempre aproveitei o 
pouco tempo que estive em casa, e Flávia com quem compartilho a mesma 
formação acadêmica. 
Finalmente e mais importante, agradeço a Deus, afinal sem a 
existência dEle eu jamais existiria, assim como esse trabalho. 
 
 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Grande coisa é haver recebido do céu uma partícula de sabedoria, 
o dom de achar as relações das coisas, 
a faculdade de as comparar 
e o talento de concluir !” 
 
 
Machado de Assis 
(Memórias póstumas de Brás Cubas) 
 9 
FERREIRA, F. M. Desenvolvimento do Guia Cartográfico Interativo da UNESP para 
a Internet – Estudo de Caso: Campus de Presidente Prudente. Presidente Prudente, 
2004. 240p. Dissertação (Mestrado em Ciências Cartográficas) – Faculdade de 
Ciências e Tecnologia, Campus de Presidente Prudente, Universidade Estadual 
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: cartografia temática, projeto cartográfico, Internet, modelagem 
navegacional, animação. 
 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho visou desenvolver um guia cartográfico interativo da UNESP para a 
Internet. Um protótipo foi gerado para o Campus de Presidente Prudente – 
Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT/UNESP). Para isso foi realizado o projeto 
cartográfico, a modelagem de dados geográficos embasada na abordagem Geo-
OMT (Geographic Object Modeling Technique), e a modelagem do site, 
fundamentada na abordagem OOHDM (Object Oriented Hypermidia Design Method). 
As principais ferramentas utilizadas para a produção dos mapas foram os aplicativos 
Spring 4.0, ArcView 3.2 e Adobe Photoshop 7, e para a implementação do guia para 
a Internet foi o programa Microsoft FrontPage 4.0. Com este trabalho, as 
informações a respeito dos recursos dos campi, bem como das respectivas cidades, 
estarão acessíveis via Internet, com a finalidade de que os futuros universitários 
conheçam, se interessem e saibam como chegar ao campus. 
 
 
 
 
 10 
FERREIRA, F. M. Interactive Cartographic Guide Development of UNESP for 
Internet – Study Case: Campus de Presidente Prudente. Presidente Prudente, 2004. 
240p. Dissertação (Mestrado em Ciências Cartográficas) – Faculdade de Ciências e 
Tecnologia, Campus de Presidente Prudente, Universidade Estadual Paulista “Júlio 
de Mesquita Filho”. 
 
 
KEYWORDS: thematic cartography, cartographic design, Internet, navigational 
modeling, animation. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The aim of this work is to develop an UNESP interactive cartographic guide for 
Internet. In order to do that, it was created a prototype for the Presidente Prudente 
Campus - Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT/UNESP). It was carried out the 
cartographic design, the data modeling, that was based on Geo-OMT (Geographic 
Object Modeling Technique) approach, and the site modeling, based on OOHDM 
(Object Oriented Hypermidia Design Method) approach. The main tools used to 
produce the maps were Spring 4.0, ArcView 3.2 and Adobe Photoshop 7 software 
resources. In order to develop the guide for Internet it was used Microsoft FrontPage 
4.0 software. By through this work information about the campi will be available in the 
Internet. This will help future students gain interest and at same time, know how to 
get to the campus. 
 
 
 11 
SUMÁRIO 
 
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................13 
LISTA DE TABELAS .................................................................................................15 
LISTA DE TABELAS .................................................................................................15 
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................17 
1.1 Objetivos..........................................................................................................191.2 Estrutura do trabalho .......................................................................................19 
2. PROJETO CARTOGRÁFICO E MODELO DE DADOS GEOGRÁFICOS PARA A 
INTERNET ................................................................................................................20 
2.1 Princípios do projeto cartográfico ....................................................................20 
2.1.1 Uso de cores no projeto cartográfico.........................................................27 
2.1.2 Animação na cartografia ...........................................................................35 
2.2 Projeto cartográfico na web para mapas turísticos ..........................................38 
2.3 Modelagem de dados geográficos para a web ................................................47 
2.3.1 Modelo de dados geográficos ...................................................................47 
2.3.2 Modelo de sistema hipertexto ...................................................................60 
2.4 Usabilidade de sites.........................................................................................70 
2.4.1 Avaliação de usabilidade para sites ..........................................................74 
3. PROJETO DO GUIA CARTOGRÁFICO INTERATIVO DA UNESP......................76 
3.1 Descrição da área geográfica ..........................................................................76 
3.2 Análise das demandas e possibilidades do usuário ........................................79 
3.3 Organização da Informação geográfica ...........................................................86 
3.4 Definição das escalas de trabalho ...................................................................89 
3.5 Modelagem dos dados geográficos .................................................................91 
3.6 Modelagem de sistema hipertexto ...................................................................96 
4. PROJETO E PRODUÇÃO DOS MAPAS DO GUIA CARTOGRÁFICO 
INTERATIVO DA UNESP PARA A INTERNET.......................................................101 
4.1 Coleta e edição dos dados cartográficos .......................................................101 
4.2 Projeto temático “UNESP NO ESTADO DE SÃO PAULO”............................108 
4.2.1 Projeto e teste dos símbolos cartográficos..............................................108 
4.2.2 Projeto e produção do mapa temático.....................................................120 
4.3 Projeto temático “COMO CHEGAR” ..............................................................124 
4.4 Projeto temático “CIDADE DE PRESIDENTE PRUDENTE”..........................129 
4.5 Projeto temático “CENTRO DE PRESIDENTE PRUDENTE” ........................136 
4.6 Projeto temático “FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CAMPUS 
DE PRESIDENTE PRUDENTE” ..........................................................................141 
4.7 Tabelas de descrição dos cursos ministrados na FCT/UNESP .....................146 
5. IMPLEMENTAÇÃO DO GUIA CARTOGRÁFICO INTERATIVO DA UNESP PARA 
A INTERNET...........................................................................................................151 
 12 
5.1 Introdução......................................................................................................151 
5.2 Estrutura do guia cartográfico interativo ........................................................153 
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES..............................................................168 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................170 
APÊNDICE A – FORMULÁRIO DE PESQUISA APLICADO AOS ALUNOS 
INGRESSANTES DO CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE NO ANO DE 2004
................................................................................................................................173 
APÊNDICE B – QUADROS DE DESCRIÇÃO DAS CLASSES E 
RELACIONAMENTOS DO MODELO CONCEITUAL DOS DADOS GEOGRÁFICOS
................................................................................................................................177 
APÊNDICE C – QUADROS DE DESCRIÇÃO DOS NÓS E ELOS DO PROJETO 
NAVEGACIONAL ....................................................................................................199 
APÊNDICE D – QUADROS DE DESCRIÇÃO DOS CONTEXTOS 
NAVEGACIONAIS E ESTRUTURAS DE ACESSO ................................................208 
APÊNDICE E – QUADROS DE DESCRIÇÃO ADV´S ........................................219 
APÊNDICE F – QUADROS DE DESCRIÇÃO DOS DIAGRAMAS DE 
CONFIGURAÇÃO DOS ADV´S ..............................................................................228 
APÊNDICE G – QUADROS DE DESCRIÇÃO DOS ADVCHART´S ...................237 
 
 
 13 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Fatores envolvidos no projeto de símbolos cartográficos........................21 
Figura 2 – Variáveis interdependentes do projeto cartográfico ................................23 
Figura 3 – Variáveis visuais disponíveis para representações pontuais, lineares e 
zonais.................................................................................................................26 
Figura 4 – Faixa do espectro eletromagnético de radiações visíveis. .......................28 
Figura 5 – Método de representação das cores com o sólido de OSTWALD ...........29 
Figura 6 – Método de representação das cores com o cubo de cores RGB .............30 
Figura 7 – Círculo psicométrico das cores. ...............................................................31 
Figura 8 – Contraste simultâneo de matizes por proximidade. .....................................34 
Figura 9 – Contraste simultâneo de matizes por relação “figura-fundo”. .......................34 
Figura 10 – Esquema ilustrativo para a apresentação das múltiplas escalas ...........41 
Figura 11 – Característica de objetos clicáveis .........................................................42 
Figura 12 – Capacidades da legenda........................................................................43 
Figura 13 – Zoom compassado estático. ..................................................................46 
Figura 14 – Classes do modelo Geo-OMT................................................................56 
Figura 15 – Notação gráfica das classes do Geo-OMT.............................................57 
Figura 16 – Pictogramas da classe Geo-Objeto com topologia.................................58 
Figura 17 – Relacionamentos entre classes Geo-OMT utilizados nessa dissertação
...........................................................................................................................59 
Figura 18 – Relacionamentos entre classes Geo-OMT utilizados nessa dissertação
...........................................................................................................................60 
Figura 19 – Exemplo de cartão de classe .................................................................62 
Figura 20 – Exemplo de cartão de relacionamento ...................................................62 
Figura 21 – Cartão de nó ..........................................................................................63 
Figura 22 – Cartão de elo..........................................................................................63 
Figura 23 – Primitivas gráficas para definição de esquema contextual.....................65 
Figura 24 – Exemplo de esquema contextual de navegação....................................65 
Figura 25 – Exemplo cartão de descrição para contexto navegacional. ...................66 
Figura 26 – Cartão de estrutura de acesso ...............................................................66 
Figura 27 – Exemplo de cartão de ADV ....................................................................68 
Figura 28 – Exemplo de diagrama de configuração de ADV.....................................69 
Figura 29 – Exemplo de ADVChart ...........................................................................70Figura 30 – Relação entre número de usuários testados e problemas encontrados 
em um projeto de web........................................................................................75 
Figura 31 – Estado de São Paulo. Em destaque a cidade de Presidente Prudente, 
que contém o campus FCT/UNESP (caso de estudo). ......................................78 
Figura 32 – Divisão etária do grupo de calouros entrevistados.................................83 
Figura 33 – Ano em que os calouros começaram a usar a Internet. .........................83 
Figura 34 – Esquema ilustrativo para a apresentação das múltiplas escalas. ..........90 
Figura 35 – Modelo conceitual para a UNESP no Estado de São Paulo. .................92 
Figura 36 – modelo conceitual para cidade...............................................................93 
Figura 37 – Modelo conceitual para serviços. ...........................................................94 
Figura 38 – Modelo conceitual para entretenimento, serviços acadêmicos e uso do 
solo. ...................................................................................................................95 
Figura 39 – Esquema de classes navegacionais. .....................................................97 
Figura 40 – Esquema para contexto navegacional. ..................................................99 
 14 
Figura 41 – Exemplo de mapa sem a edição de cores. ..........................................105 
Figura 42 – Exemplo de mapa após a edição de cores. .........................................105 
Figura 43 – Exemplo de mapa antes da edição de feições. ....................................107 
Figura 44 – Exemplo de mapa após a edição de feições........................................107 
Figura 45 – Mapa 1 utilizado em pesquisa de opinião de cor de fundo...................110 
Figura 46 – Mapa 2 utilizado em pesquisa de opinião de cor de fundo...................111 
Figura 47 – Mapa 3 utilizado em pesquisa de opinião de cor de fundo...................111 
Figura 48 – Mapa 4 utilizado em pesquisa de opinião para símbolo 1 de campus. 113 
Figura 49 – Mapa 5 utilizado em pesquisa de opinião para símbolo 2 de campus. 114 
Figura 50 – Mapa 6 utilizado em pesquisa de opinião para símbolo 3 de campus. 114 
Figura 51 – Mapa 7 utilizado em pesquisa de opinião para efeito visual tridimensional 
em símbolo reativo...........................................................................................117 
Figura 52 – Mapa 8 utilizado em pesquisa de opinião para efeito visual cintilante 
(estado 1) em símbolo reativo..........................................................................117 
Figura 53 – Mapa 8 utilizado em pesquisa de opinião para efeito visual cintilante 
(estado 2) em símbolo reativo..........................................................................118 
Figura 54 – Mapa 9 utilizado em pesquisa de opinião para efeito visual de sombra 
em símbolo reativo...........................................................................................118 
Figura 55 – Mapa temático “UNESP no estado de São Paulo” exibindo a base 
cartográfica e o tema “Campus universitário”...................................................123 
Figura 56 – Exemplo de animação de rota (posição rodovia). ................................126 
Figura 57 – Exemplo de animação de rota (posição UNESP).................................127 
Figura 58 – Mapa temático “Cidade de Presidente Prudente”.................................135 
Figura 59 – Mapa temático “Centro de Presidente Prudente”. ................................140 
Figura 60 – Mapa temático “Faculdade de Ciência e Tecnologia – Campus de 
Presidente Prudente”. ......................................................................................146 
Figura 61 – Página “AJUDA DO SITE”....................................................................154 
Figura 62 – Exemplo de janela para exibição de mapa...........................................156 
Figura 63 – Exemplo de legenda.............................................................................158 
Figura 64 – Página de ajuda da legenda.................................................................158 
Figura 65 – Página do mapa “UNESP NO ESTADO DE SÃO PAULO”..................159 
Figura 66 – Exemplo de recurso de acessibilidade. ................................................160 
Figura 67 – Página do mapa “CIDADE DE PRESIDENTE PRUDENTE”................161 
Figura 68 – Página do mapa “CENTRO DA CIDADE DE PRESIDENTE 
PRUDENTE”. ...................................................................................................161 
Figura 69 – Página do mapa “FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – 
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE”. .....................................................162 
Figura 70 – Ajuda do zoom de ampliação de regiões do mapa “CIDADE DE 
PRESIDENTE PRUDENTE”. ...........................................................................162 
Figura 71 – Página de informações do mapa “CIDADE DE PRESIDENTE 
PRUDENTE”. ...................................................................................................163 
Figura 72 – Exemplo de mídia alternativa. ..............................................................164 
Figura 73 – Página do mapa animado “COMO CHEGAR A FACULDADE DE 
CIÊNCIAS E TECNOLOGIA”. ..........................................................................164 
Figura 74 – Exemplo de visita a um hyperlink com foto a partir do mapa de rota de 
carro. ................................................................................................................165 
Figura 75 – Página “CURSOS MINISTRADOS NA UNESP”. .................................166 
Figura 76 – Página “CURSOS MINISTRADOS NA UNESP”. .................................166 
Figura 77 – Página “LINKS DE SITES RELACIONADOS”......................................167 
Figura 78 – Página “OS CRÉDITOS DO GUIA”. .....................................................167 
 15 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Descrição das propriedades perceptivas das variáveis visuais...............25 
Tabela 2 – Esboço da metodologia OOHDM. ...........................................................61 
Tabela 3 – Resultados da pesquisa realizada com calouros da FCT/UNESP. .........79 
Tabela 4 – Resultados da pesquisa realizada com calouros da FCT/UNESP. .........80 
Tabela 5 – Resultados da pesquisa realizada com calouros da FCT/UNESP. .........81 
Tabela 6 – Resultados da pesquisa realizada com calouros da FCT/UNESP. .........82 
Tabela 7 – Classificação e descrição dos componentes da base cartográfica. ........87 
Tabela 8 – Classificação e descrição dos elementos temáticos................................87 
Tabela 9 – Classificação e descrição dos elementos temáticos................................88 
Tabela 10 – Classificação e descrição dos elementos temáticos..............................89 
Tabela 11 – Descrição do conjunto de entrevistados para o teste da cor de fundo de 
mapa. ...............................................................................................................109 
Tabela 12 – Cores de fundo utilizadas nos mapas de pesquisa de opinião. ...........112 
Tabela 13 – Descrição do conjunto de entrevistados para o teste do símbolo da 
UNESP.............................................................................................................112 
Tabela 14 – Símbolos para o campus da UNESP utilizados nos mapas de pesquisa 
de opinião:........................................................................................................115 
Tabela 15 – Descrição do conjunto de entrevistados para o teste dos símbolos para 
municípios. .......................................................................................................116 
Tabela 16 – Resultados da pesquisa de opinião sobre os símbolos reativos .........119 
Tabela 17 – Símbolo da feição zonal utilizada no mapa do estado de São Paulo. .120 
Tabela 18 – Símbolodas feições lineares utilizadas no mapa do estado de São 
Paulo. ...............................................................................................................120 
Tabela 19 – Especificação dos símbolos pontuais utilizados no mapa do estado de 
São Paulo.........................................................................................................120 
Tabela 20 – Especificação da toponímia.................................................................122 
Tabela 21 – Conteúdo da legenda do mapa “UNESP no estado de São Paulo”.....122 
Tabela 22 – Conjunto de símbolos zonais para a base cartográfica do mapa “Como 
chegar”. ............................................................................................................124 
Tabela 23 – Conjunto de símbolos lineares para a base cartográfica do mapa “Como 
chegar”. ............................................................................................................124 
Tabela 24 – Símbolos pontual para os temas do mapa “Como chegar”. ................125 
Tabela 25 – Especificação da toponímia.................................................................128 
Tabela 26 – Conteúdo da legenda do mapa “Como chegar”. .................................128 
Tabela 27 – Conjunto de símbolos zonais para a base cartográfica do mapa “Cidade 
de Presidente Prudente”. .................................................................................129 
Tabela 28 – Conjunto de símbolos lineares para o mapa das cidades. ..................130 
Tabela 29 – Conjunto de símbolos pontuais para o mapa das cidades. .................130 
Tabela 30 – Conjunto de símbolos pontuais para o mapa das cidades. .................131 
Tabela 31 – Especificação da toponímia.................................................................132 
Tabela 32 – Conteúdo da legenda do mapa “Cidade de Presidente Prudente”. .....133 
Tabela 33 – Conteúdo da legenda do mapa “Cidade de Presidente Prudente”. .....134 
Tabela 34 – Conjunto de símbolos zonais para o mapa “Centro de Presidente 
Prudente”. ........................................................................................................136 
Tabela 35 – Conjunto de símbolos lineares para o mapa “Centro de Presidente 
Prudente”. ........................................................................................................136 
 16 
Tabela 36 – Descrição dos símbolos pontuais temáticos para o mapa “Centro de 
Presidente Prudente”. ......................................................................................137 
Tabela 37 – Descrição dos símbolos pontuais temáticos para o mapa “Centro de 
Presidente Prudente”. ......................................................................................138 
Tabela 38 – Especificação da toponímia.................................................................138 
Tabela 39 – Conteúdo da legenda do mapa “Centro de Presidente Prudente”.......139 
Tabela 40 – Conjunto de símbolos zonais para o mapa do campus. ......................141 
Tabela 41 – Conjunto de símbolos lineares para o mapa do campus.....................141 
Tabela 42 – Conjunto de símbolos pontuais para o mapa do campus....................142 
Tabela 43 – Conjunto de símbolos pontuais para o mapa do campus....................143 
Tabela 44 – Especificação da toponímia.................................................................143 
Tabela 45 – Conteúdo da legenda do mapa “Faculdade de Ciências e Tecnologia – 
Campus de Presidente Prudente”. ...................................................................144 
Tabela 46 – Conteúdo da legenda do mapa “Faculdade de Ciências e Tecnologia – 
Campus de Presidente Prudente”. ...................................................................145 
Tabela 47 – Descrição dos cursos ministrados na FCT/UNESP.............................147 
Tabela 48 – Descrição dos cursos ministrados na FCT/UNESP............................148 
Tabela 49 – Descrição dos cursos ministrados na FCT/UNESP............................149 
 
 
Desenvolvimento do Guia Cartográfico Interativo da UNESP para a Internet 
Estudo de Caso: Campus de Presidente Prudente 
17 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
A comunicação é a grande essência da humanidade, devido a sua 
existência e grande importância é que ocorreram os avanços nas mais diversificadas 
áreas do conhecimento humano, assim como a própria perpetuação das Ciências 
através das gerações. Dentre os quatro modos básicos de comunicação, também 
quatro tipos básicos de inteligência, o primeiro a se desenvolver foi o domínio da 
habilidade espaço-visual. O segundo modo apareceu na forma de ruídos sociais, o 
terceiro tipo foi a escrita e o último a habilidade de lidar com símbolos numéricos 
(BALCHIN, 1978). 
Certamente que foi após o advento da escrita que a sociedade 
começou a realizar grandes saltos evolutivos, o que confere a passagem da Pré-
História para a História. Porém, a transmissão de conhecimento através dos meios 
escritos era coibida pela sua forma de reprodução, pois os livros eram caríssimos e, 
portanto inacessíveis à população em geral, razão pela qual os professores eram 
tratados como integrantes da elite. 
O primeiro passo na comunicação em massa foi dado quando 
Johannes Guttenberg inventou a impressa no século XV. Seguindo a História, os 
grandes meios de comunicação a serem inventados foram seqüencialmente o 
telefone, o rádio e a televisão. Cada um com suas vantagens e limitações. 
Atualmente, um dos meios mais flexíveis de obtenção de 
conhecimento é a Internet, que possibilita grandes economias de tempo e eliminação 
de distâncias. Através dela, é possível exercer os quatro tipos básicos de 
comunicação. 
France Michel Ferreira 
 
Desenvolvimento do Guia Cartográfico Interativo da UNESP para a Internet 
Estudo de Caso: Campus de Presidente Prudente 
18 
A Internet é um conjunto de vários serviços, como disponibilização 
de home pages, serviços de e-mail, FTP (File Transfer Protocol), serviço de hora 
certa etc. A World Wide Web, ou simplesmente web, é uma parte da Internet que 
pode ser definida como o conjunto de documentos livremente entrelaçados através 
do conceito chamado hipertexto (WEINMAN e WEINMAN, 2002). Por extensão, o 
termo hipermídia compreende as diversas mídias, tais como texto, imagem, som, 
animação, arquivo para “baixar” etc. 
A disponibilização de material com conteúdo informativo espaço-
visual, ou seja, cartográfico, na Internet é ainda uma tarefa desafiadora, por ser a 
mais recente forma de disponibilizar dados geográficos. O design de mapas para 
web está fadado as limitações, oportunidades e características desse meio. 
O desenvolvimento de um produto cartográfico para a Internet se 
inicia com a análise de demandas dos futuros usuários, cabendo aos profissionais 
produzir um bom projeto gráfico e de webdesign. A implementação pode ser 
realizada com várias tecnologias inerentes a Internet, algumas necessitam o 
pagamento de licenças por parte dos desenvolvedores, ou plugins por parte da 
comunidade usuária. Por fim, é necessária a avaliação do produto gerado para o 
refinamento dos pontos falhos. 
Os mapas para web podem ter diversas finalidades, por exemplo, o 
turismo recreativo ou o receptivo. Com a finalidade de facilitar a vinda dos futuros 
calouros, este trabalho visa o desenvolvimento de um guia cartográfico para a 
Internet que divulgue os recursos do campus e da cidade de Presidente Prudente, 
podendo servir de protótipo a toda UNESP. 
 
France Michel Ferreira 
 
Desenvolvimento do Guia Cartográfico Interativo da UNESP para a Internet 
Estudo de Caso: Campus de Presidente Prudente 
19 
1.1 Objetivos 
 
 
O objetivo geral desse trabalho é desenvolver um guia cartográfico 
interativo da UNESP para a Internet, tendo como estudo de caso o Campus de 
Presidente Prudente, na cidade de Presidente Prudente, para ser disponibilizado na 
web. Como objetivos específicos,tem-se: 
• Analisar as demandas dos usuários na área de estudo, a fim de estabelecer os 
temas de dados geográficos para o guia; 
• Projetar, produzir e testar símbolos cartográficos; e 
• Projetar e implementar o Guia cartográfico interativo da UNESP para a Internet. 
 
 
1.2 Estrutura do trabalho 
 
 
Este trabalho é composto por seis capítulos. No segundo capítulo 
define-se as bases conceituais e metodológicas para o desenvolvimento dessa 
pesquisa. No terceiro capítulo documenta-se toda a modelagem da base de dados 
geográficos bem como a modelagem do “Guia cartográfico interativo da UNESP”. No 
quarto capítulo relata-se o procedimento para o projeto e produção cartográfica, no 
qual apresenta-se os resultados dos testes com os símbolos cartográficos 
produzidos. No capítulo 5 descreve-se a implementação do guia cartográfico. No 
último capítulo tem-se as conclusões e recomendações. 
 
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20 
2. PROJETO CARTOGRÁFICO E MODELO DE DADOS GEOGRÁFICOS PARA A 
INTERNET 
 
 
2.1 Princípios do projeto cartográfico 
 
 
O termo projeto é usado para descrever uma grande variedade de 
atividades, variando desde um simples objeto, como um jarro, até o projeto de um 
arranjo complexo no espaço, tal como uma nova cidade ou um sistema de transporte 
(KEATES, 1989). 
No caso de um projeto cartográfico temático pode-se citar as etapas 
(BOS, 1984) ilustradas na figura 1. 
 
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21 
 
P 
P 
P 
P P 
P 
P 
P 
P – Propósito 
 
Figura 1 – Fatores envolvidos no projeto de símbolos cartográficos, Fonte: Bos 
(1984) 
 
Conforme enfatiza Bos (1984), prioritariamente, deve-se definir o 
propósito e a partir disso passar para as etapas que seguem: 
• A delimitação do conteúdo e o tipo de informação do mapa são realizados 
através da definição das variáveis interdependentes com relação ao conteúdo do 
mapa, tais como: escala, área geográfica, formato, projeção e custos; 
• Os dados geográficos, assim como os elementos da base cartográfica, são 
examinados para a maior compreensão das características quanto às feições 
geográficas em relação às dimensões espaciais necessárias para a sua 
representação, sendo pontuais, lineares ou zonais. Os dados são divididos em 
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classes e subclasses e em seguida os seus níveis de medida devem são 
determinados (qualitativo, ordenativo e quantitativo); 
• Os símbolos convencionais e padronizados dos mapas são analisados, levando-
se em consideração as necessidades quanto ao seu uso; 
• Os níveis de percepção são definidos a partir dos dados solicitados e dos 
elementos da base cartográfica com a relação objeto-tema/fundo-base; 
• As variáveis visuais são selecionadas, sendo incluídas as formas dos símbolos 
(pictórica, geométrica ou alfanumérica); 
• As exigências dos mapas especiais são analisados levando-se em consideração 
os mapas utilizados em condições especiais, como, por exemplo, baixa 
luminosidade, curto período de tempo para visualização, dimensões e resolução 
espacial dos dispositivos para visualização; 
• O projeto com base na experiência profissional, assim como materiais para 
produção e reprodução, o uso do aplicativo Computer Aided Design (CAD), 
Sistema de Informações Geográficas (SIG) e editores gráficos, são 
implementados através de um projeto de símbolos, visando manter o layout 
agradável; e 
• A avaliação do projeto dos símbolos implementados é feita a partir da verificação 
do contexto do mapa, com destaque aos níveis de percepção quanto aos 
símbolos utilizados. 
As variáveis interdependentes são elementos que devem ser 
cuidadosamente examinados, pois estão intrinsecamente ligados entre si e a 
decisão sobre uma afeta a outra (OXTOBY e VAN DEN WORM (1986)1; KEATES, 
 
1 OXTOBY, P. ; VAN DEN WORM, J. The Application of Type in Cartography. 1986. 61p. 
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23 
(1989)2 apud DECANINI e IMAI, 2001), ou seja, ao definir a escala, o formato e a 
área geográfica a quantidade e qualidade de informação a ser empregada será 
selecionada. Essas variáveis devem ser definidas na parte inicial do projeto. Essa 
fase refere-se a uma composição geral (OSTROWSKI e OSTROWSKI, 1975). 
Conforme figura 2, observa-se a ligação entre essas variáveis interdependentes e a 
importância da definição do propósito do produto cartográfico a ser elaborado. 
 
INFORMAÇÃO 
ESCALA 
FORMATO 
ÁREA 
GEOGRÁFICA 
PROPÓSITO 
PROPÓSITO PROPÓSITO 
PROPÓSITO 
 
Figura 2 – Variáveis interdependentes do projeto cartográfico. Fonte: adaptado de 
Oxtoby ; Van Den Worm (1986); Keates (1989) apud Decanini e Imai (2001) 
 
As propriedades dimensionais (dependentes da escala do mapa) 
das feições geográficas são escolhidas a partir da definição das variáveis 
interdependentes, que são: 
• Ponto: indica a posição e identidade, ou ainda uma pequena extensão territorial 
em relação à escala do mapa; 
• Linha: representa feições com características lineares (por exemplo, rios e 
estradas). No caso dos limites, as linhas podem ser consideradas parte da área 
 
2 KEATES, J. S. Cartographic Design and Production. New York: Longman, Inc.,1989. 
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que contornam, como o limite de uma floresta, por exemplo, podendo ser 
utilizada, ainda, como linha divisória, como limite político; e 
• Área: representa feições de áreas extensas com relação à escala do mapa. 
Quanto à forma e a superfície, os símbolos são determinados de 
acordo com as características das feições do terreno. 
As coletas de dados temáticos e da base cartográfica, ao serem 
analisadas, facilitam a formação da legenda. Feito isso, o passo seguinte é a 
escolha das feições visuais, que, de acordo com os níveis de medidas, são 
classificados em (MARTINELLI, 1991; BOS, 1984): 
• Qualitativo: caracteriza as relações de diversidade e similaridade entre objetos; 
• Ordenado: organiza as feições por ordem de importância, levando em 
consideração os aspectos quantitativo, qualitativo e datações; e 
• Quantitativo: caracteriza as relações de proporcionalidade entre objetos. 
A organização em níveis de percepção cria uma hierarquia de 
importância, tanto dentro do conjunto de dados temáticos, como o conjunto de dados 
da base cartográfica, ou entre ambos, baseando-se nas leis da percepção. Porém, 
sempre mantendo os elementos temáticos com destaque sobre a base. 
Depois de definido o nível de medida, a propriedade dimensional e o 
nível de percepção relacionado a cada classe, escolhe-se as variáveis visuais de 
acordo com suas propriedades perceptivas, conforme tabela 1 (BERTIN (1977)3 
apud MARTINELLI (1991)). Neste quadro pode-se observar as variáveis que 
constroem o significado da imagem (variáveis visuais da imagem): duas dimensões 
do plano, tamanho, valor e as variáveis visuais que separam os elementos gráficos 
(variáveis visuais de separação): granulação, cor, orientação, saturação e forma. 
 
3 BERTIN, J. La Graphique et lê Traitement Graphique de l’Information. Paris: Flammarion, 1977. p. 
230-231. 
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Tabela 1 – Descrição das propriedades perceptivas das variáveis visuais 
Propriedades perceptivas 
Tipo Variável Visual Quantitativa Ordenativa Seletiva Associativa/ Dissociativa 
Dimensões 
do plano 
Sim Sim Sim Associativa 
Tamanho Sim Sim Sim Dissociativa 
D
a 
im
ag
em
 
Valor ∅ Sim Sim Dissociativa 
Granulação ∅ Sim Sim Associativa 
Cor ∅ ∅ Sim Associativa 
Orientação ∅ ∅ Sim Associativa 
D
e 
se
pa
ra
çã
o 
Forma ∅ ∅ ∅ Associativa 
As transcrições gráficas simbolizadas como ∅ destroem o significado da 
imagem 
 Fonte: adaptado de Bertin (1977) apud Martinelli (1991). 
 
Segundo Martinelli (1991), as variáveis visuais transmitem um 
conteúdo semântico através de suas propriedades perceptivas, essas propriedades 
podem ser: 
• Dissociativa – a visibilidade é variável, afastando da vista tamanhos diferentes, 
eles somem sucessivamente; 
• Associativa – a visibilidade é constante: as categorias se confundem, afastando-
se da vista eles somem; 
• Seletiva – o olho consegue isolar os elementos; 
• Ordenada – as categorias se ordenam espontaneamente; e 
• Quantitativa – a relação de proporção é imediata. 
 
De acordo com MacEachren (1994) algumas inovações são 
encontradas, nota-se que as propriedades cromáticas são desdobradas em: tom 
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26 
(cor-matiz) e saturação, conforme figura 3. Nota-se as três maneiras de implantação 
da simbologia: pontual, linear e zonal. 
 
 ponto linha 
 tamanho 
 
área 
valor 
matiz 
saturação 
orientação 
forma 
arranjo 
textura 
 
Figura 3 – Variáveis visuais disponíveis para representações pontuais, lineares 
e zonais. Fonte: traduzido de MacEachren (1994) 
 
Para se diferenciar a sensação de cor que as maiorias das pessoas 
percebem como vermelho, verde, azul etc aplica-se o termo cor-matiz. 
Especificamente, a matiz é a medida do comprimento de onda que uma superfície 
reflete (ou emite no caso do monitor do computador). Diferentes matizes são 
percebidos pela reflexão de pontos diferentes no espectro eletromagnético. As 
“cores” visíveis, ou seja, os matizes, variam dos longos comprimentos de onda (do 
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27 
vermelho ao laranja), para os médios (do amarelo para o verde) e para os curtos 
(azul e violeta). 
A variável cor-saturação apresenta uma ordem visual óbvia. 
Enquanto a variável valor é disponível tanto para mapas preto e branco quanto 
coloridos, a saturação é definida somente no contexto das cores. Saturação pode 
ser pensada como a pureza de uma cor. Mais precisamente ela é a amplitude do 
comprimento de onda refletido (ou emitido) de uma localização particular do mapa. 
Se uma variação limitada do comprimento de onda é refletido, muitos resultados de 
cores são reconhecíveis. Por outro lado, a refletância inclui comprimentos de onda 
de uma larga porção do espectro, a percepção é uma mistura de tonalidades sem 
nenhuma dominância – uma cor pura ou impura. Ao extremo, se todos os 
comprimentos de onda são refletidos a percepção é do branco ou cinza, nenhum 
matiz (ou todos matizes) domina. 
Para se expressar a variação de luminosidade de uma cor aplica-se 
o termo valor (MacEachren, 1994). Altos valores são claros (por exemplo, o branco 
ou o amarelo) e baixos valores são escuros (por exemplo, o preto ou azul marinho). 
O valor tem uma escala finita, partindo do branco puro ao preto puro, que na 
cartografia e na impressão, é freqüentemente especificada como porcentagem de 
preto de 0% a 100%. 
 
 
2.1.1 Uso de cores no projeto cartográfico 
 
A cor no projeto cartográfico merece uma atenção especial, pois se 
trata de uma realidade sensorial sempre presente e sem dúvida alguma tem grande 
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poder na comunicação visual, além de atuar sobre a emotividade humana 
(MARTINELLI, 1991). 
Na percepção das cores deve-se levar em consideração três fatores 
que intervêm conjugadamente (MARTINELLI, 1991). São chamados, também, de as 
três dimensões das cores. O matiz é uma nuança cromática seqüencial, portanto, a 
uma radiação espectral pura. Corresponde a um único comprimento de onda bem 
definido na faixa do espectro eletromagnético de radiações visíveis (figura 4). A 
saturação é a variação que assume um mesmo matiz, indo desde o neutro absoluto 
(cinza) até a cor espectral pura. O valor é a quantidade de energia refletida. Uma 
série de valores pode ser comparada a uma seqüência de cinzas, indo desde o preto 
até o branco, organizados em eqüidistâncias perceptivas. 
 
 
 
Figura 4 – Faixa do espectro eletromagnético de radiações visíveis. Fonte: Martinelli 
(1991) 
 
Estas três dimensões podem ser representadas em um sólido, um 
cone, dito sólido de OSTWALD (figura 5). No eixo vertical percebe-se o valor (V), 
desde o preto no ápice, até o branco, no ponto mais alto. No eixo horizontal tem-se a 
saturação (S) desde o neutro até a cor pura. Na circunferência distribuem-se as 
cores puras (H – hue ou matizes). Esse modelo é adequado para explicar a 
percepção humana das cores. 
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29 
 
Figura 5 – Método de representação das cores com o sólido de OSTWALD. Fonte: 
Wikipedia (2003) 
 
Em dispositivos que representam a imagem com o uso de cor-luz, 
como tubos de raios catódicos, como no aparelho de televisão ou computador, telas 
de cristal liquido (LCD – Liquid Cristal Display) como em telas de computadores 
portáteis, ela é reproduzida como a composição das cores vermelho, verde e azul 
(RGB – Red, Green, Blue). Para a composição da cor é utilizado o processo adição, 
em que a soma das três cores resulta na cor branca. Um modelo para representar as 
cores em tais dispositivos é o cubo RGB, conforme figura 6. Os valores podem ser 
medidos em porcentagens das três cores componentes, no caso da figura foi 
discretizado em 255 níveis. As três variáveis do modelo HSV se apresentam de 
forma diferente nesse espaço, por exemplo, o valor (brilho) é medido 
percentualmente sobre a diagonal do cubo. 
 
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30 
 Fatia com brilho de 50 % 
 
Figura 6 – Método de representação das cores com o cubo de cores RGB, Fonte: 
site Grokking the GIMP4 
 
Na prática das cores é cômodo dispor de um círculo cromático 
(MARTINELLI, 1991). Para construí-lo considera-se uma série de pastilhas coloridas 
segundo a sucessão espectral, de acordo com os comprimentos de onda, assim 
como no círculo dos matizes do sólido de OSTWALD. Esta mesma série pode ser 
organizada relacionando-se aos mecanismos naturais da percepção humana, 
possibilitando estabelecer o círculo psicométrico das cores, onde estas estão numa 
seqüência de eqüidistâncias perceptivas (figura 7). 
 
4 http://gug.sunsite.dk/docs/Grokking-the-GIMP-v1.0/node52.html , acessado no dia 5 de dezembro de 
2003. 
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31 
 
Cores 
frias 
Cores 
quentes 
 
Figura 7 – Círculo psicométrico das cores. Fonte: Martinelli (1991) 
 
No círculo psicométrico, pode-se intencionalmente dar a idéia de 
tensão por antagonismos num mesmo campo ou, ao contrário, buscar a sensação 
de quietude. Uma combinação é contrastante quando as cores são totalmente 
diversas entre si, como opostassobre o círculo cromático, ou seja, cores 
complementares. Uma combinação é harmônica quando as cores possuem uma 
parte básica comum a todas, como a escala monocromática ou as cores vizinhas 
sobre o círculo cromático (MARTINELLI, 1991). 
Com base nessas considerações teóricas pode-se efetuar 
modulações corretas da variável visual cor na representação gráfica, em geral e na 
cartografia temática, em particular. A cor é uma variável visual altamente seletiva, 
portanto ideal para transcrever relações de diversidade entre objetos, principalmente 
na implantação zonal. Por exemplo, as diferentes categorias de uso do solo. Para 
tanto, a aplicação das cores, vistas sempre em três dimensões (matiz, saturação, 
valor), deve ser levado em conta que (MARTINELLI, 1991): 
• As cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade e não possuem o 
mesmo valor. Nas extremidades do amarelo, na seqüência espectral existem 
sempre duas cores de mesmo valor visual mais perceptíveis pelas suas 
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32 
semelhanças do que pelas diferenças. Além disso, as cores das extremidades 
são escuras enquanto as centrais são mais claras; e 
• A cognição dos valores prevalece sobre a percepção dos matizes. Assim sendo, 
é possível ordenar progressivamente todas as cores do espectro: amarelo, verde 
claro, azul e violeta. 
Como conseqüência, pode-se considerar que a seletividade varia 
com o valor. Para os valores claros tem-se melhor seletividade com o verde, o 
amarelo e o laranja. Já para os escuros, obtém-se com o vermelho, o azul e o 
violeta. 
Na seqüência espectral, as cores criam duas ordens visuais opostas 
a partir do amarelo que se encontra no centro: de um lado para os matizes frios, em 
direção aos violetas, e de outro, para os matizes quentes, em direção aos 
vermelhos. Tal seqüência convém para fenômenos que se manifestam mediante 
duas ordens opostas a partir da situação intermediária. É importante ressaltar que 
cores de mesmo valor espectral não se ordenam visualmente, não podendo 
representar uma informação ordenada. 
O emprego de cores no projeto cartográfico é uma das técnicas 
principais no desenvolvimento de contraste no projeto cartográfico. Cores podem 
diferenciar áreas no mapa para uma variedade de propósitos (DENT, 1993). Uma 
tendência perceptual fundamental é organizar o campo visual em categorias 
contrastantes (BOS, 1984): 
• figuras: objetos importantes que se destacam dos fundos, nas quais o olhar se fixa; 
e 
• fundos: objetos de menor importância, nos quais a atenção não se prende, apenas 
emolduram os objetos principais. 
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33 
Assim, todo mapa temático deve incorporar pelo menos dois níveis 
de informação: 
• A informação da base cartográfica necessária para a localização da informação 
temática; e 
• Os elementos que transmitem o conteúdo principal da informação que está sendo 
mapeada, isto é, a informação temática. 
O uso da cor no projeto cartográfico deve considerar que o olho do 
leitor percebe as cores em avanço e recuo. Dent (1993) enfatiza que, por exemplo, 
em termos de saturação, as cores mais saturadas avançam e as menos saturadas 
recuam. Portanto, o desenvolvimento da “figura-fundo” pode ser enfatizado pela 
seleção de cores que geram o efeito de avanço ou recuo na mente, ou seja, o 
contraste perceptivo, que é produzido pela reciprocidade entre cores diferentes 
justapostas, sendo baseado no princípio de que nenhuma cor tem valor por si mesmo, 
ou seja, o matiz pode ser acentuado, atenuado ou modificado de acordo com as cores 
superpostas. 
Já no contraste simultâneo do matiz, as feições com tonalidades 
semelhantes no círculo cromático parecem diferentes quando muito próximas, mas 
quando as feições estão distantes parecem similares, o matiz vermelho e o matiz 
laranja-avermelhado (figura 8) (BOS, 1984). Esse exemplo aplica-se à distinção de 
feições como os tipos de usos do solo dos lotes uma quadra. 
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34 
 Percepção de 
similaridade 
de matizes 
Percepção de 
diferença de 
matizes 
 
Figura 8 – Contraste simultâneo de matizes por proximidade 
 
Outra observação importante a respeito do matiz é quanto ao destaque 
da figura com o seu fundo. Um matiz pode parecer mais claro ou mais escuro, 
dependendo do tipo de fundo aplicado no mapa (WONG, 1987), por exemplo, ao se 
contrastar uma figura laranja com um fundo verde ou com um fundo amarelo (figura 9). 
 
 Percepção de 
fundo escuro 
Percepção de 
fundo claro 
 
Figura 9 – Contraste simultâneo de matizes por relação “figura-fundo”. Fonte: adaptado 
de Wong (1987) 
 
Para se obter um alto contraste, adota-se cores diametralmente 
opostas do círculo psicométrico das cores. 
 
 
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35 
2.1.2 Animação na cartografia 
 
 
De acordo com Pedrosa e Câmara (2004), a tecnologia de 
Geoprocessamento enfatizou a representação de fenômenos espaciais no 
computador de forma estática. Isto se deve ao fato de que a principal abstração 
utilizada em SIG é o mapa. Porém um importante conjunto de fenômenos espaciais, 
tais como rotas de veículos, e escoamento de água, entre outros são inerentemente 
dinâmicos e as representações estáticas comumente utilizadas não os capturam de 
formas adequadas. Assim, um dos grandes desafios da Ciência da Informação 
Espacial é o desenvolvimento de técnicas e abstrações que sejam capazes de 
representar adequadamente fenômenos espaço-temporais dinâmicos. Segundo 
Robbi (2000), para descrever tais acontecimentos o uso de animação se faz 
necessário para a cartografia. 
Conforme Peterson (1995), animação é uma manifestação visual 
dinâmica, que envolve criar a ilusão de mudança, através da apresentação rápida de 
uma série de quadros (frames) individuais, como ocorre com os filmes ou vídeos. 
Campbell e Egbert (1990)5 apud Robbi (2000), no intuito de mostrar 
a necessidade de animação em cartografia, pesquisaram diversos trabalhos que 
exemplificam as representações de séries temporais. A variação temporal dos 
fenômenos geográficos pode ser representada por mudança temporal sobre um 
mapa ou séries temporais em múltiplos mapas. No primeiro caso, a variação 
temporal é representada pela variação dos símbolos gráficos, como por exemplo, o 
uso de diferentes tons de cor para mostrar o crescimento de uma determinada 
 
5 CAMPBELL, C.S.; EGBERT, S.L. Animated cartography/thirty years of scratching the surface. In: 
Cartographica, vol. 27, n. 2, p. 24-46, 1990. 
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36 
região urbana. É importante que a imagem resultante seja simples o suficiente para 
que sua interpretação ocorra de forma fácil. No segundo caso, a variação do 
fenômeno no tempo é representada por uma série de mapas estáticos, cada um 
representando o fenômeno num instante de tempo. A necessidade de representação 
das características temporais dos fenômenos geográficos e as dificuldades para 
analisar uma série de mapas estáticos, mostram a necessidade de animação de 
mapas. 
Segundo Robbi (2000), em cartografia, os quadros que compõem 
cada cena são mapas estáticos, que podem ser construídos computacionalmente 
através de técnicas conhecidas da cartografia digital. As feições topográficas da 
base cartográfica são armazenadas por procedimentos de digitalizaçãoincluindo 
mesas digitalizadoras, escaneadores ou restituidores analíticos. A definição das 
cenas significa o projeto cartográfico para cada um dos mapas estáticos, bem como 
o período da evolução do fenômeno representado. Conseqüentemente, o “fundo” é a 
base cartográfica e os “personagens” significam os temas representados. O 
movimento da câmera deve ser definido para animações tridimensionais. 
As variáveis de animação incluem tanto manipulações gráficas como sonoras. 
O som pode ser empregado para enfatizar uma animação. As variáveis gráficas da 
animação incluem (PETERSON, 1995): 
• Tamanho – uma área do mapa pode ser alterada para mostrar seu valor. Por 
exemplo, os tamanhos dos países são proporcionalmente maiores ou menores 
para representar a quantidade das reservas de óleo ou carvão; 
• Forma – Uma área no mapa tem a sua forma alterada. A forma (e o tamanho) da 
Groelândia variam como resultado da influência da projeção do mapa. Uma 
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37 
animação pode ser adotada para fundir duas formas, para enfatizar o efeito das 
diferentes projeções; 
• Posição – Um ponto é movido através do mapa para mostrar mudança na 
localização. Por exemplo, o centro de massa da população nos Estados Unidos 
tem se movido consistentemente para o oeste e, mais recentemente, para o sul. 
Uma animação pode ser adotada para descrever o movimento através do tempo; 
• Velocidade – A velocidade do movimento varia para acentuar a taxa de 
mudança, como, por exemplo, uma animação que descreve o movimento do 
centro de massa da população dos Estados Unidos; 
• Ponto de vista – Uma mudança no ângulo de vista pode ser utilizada para 
enfatizar uma parte particular do mapa, como parte de uma animação. Uma 
animação da mudança da população nos Estados Unidos pode usar um ângulo 
de visão que focaliza a atenção nos estados ocidentais e austrais, onde o 
aumento significativo da população tem ocorrido; 
• Distância – Uma mudança na proximidade do usuário em relação à cena, como 
no caso de uma visão em perspectiva. Na cartografia a variável distância pode 
ser interpretada como uma mudança de escala; 
• Cena – O uso dos efeitos visuais de fade (desbotar), mix (fundir) e wipe (limpar) 
para indicar uma transição na animação de um assunto para outro; e 
• Textura, Modelo, Sombreamento e Cor – variáveis gráficas que descrevem uma 
mudança em perspectiva para um objeto tridimensional. Esses componentes 
podem ser empregados para piscar uma parte do mapa para se enfatizar uma 
feição. 
 
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38 
2.2 Projeto cartográfico na web para mapas turísticos 
 
 
Segundo Brown et al. (2001), alguns ramos da indústria turística 
fazem grande uso de mapas e dessa forma tem-se descoberto um mercado 
potencial na Internet, mas em muitos casos ainda não foi explorado em todo o seu 
potencial, comparado aos tradicionais mapas em papel. 
No caso de viagens de férias é necessário o planejamento prévio 
baseado em informações disponíveis. Dessa forma, para o mercado turístico ter um 
bom rendimento é importante que os clientes potenciais sejam providos da melhor 
informação. O produto de férias tem que receber um marketing eficiente e compor 
um pacote atrativo. Para disponibilizar tais informações aos clientes com conforto a 
Internet é bastante adequada. Esse meio é muito utilizado, por exemplo, na Holanda 
quase um quinto da população, aproximadamente três milhões de pessoas, 
procuram informações para viagem na rede mundial de computadores, o que se 
deve ao fato dos clientes esperarem informações atualizadas (BROWN et al., 2001). 
As páginas de web criadas para o turismo podem ser projetadas 
para serem muitos atrativas e podem incluir muito mais que as tradicionais 
brochuras impressas. Todo material disponível na web tem suas vantagens e 
desvantagens, devendo receber um tratamento diferente dos mapas em papel. Além 
da qualidade do material disponibilizado, outras limitações encontradas são (VAN 
ELZAKKER (2001)6 apud BROWN et al. (2001)): 
• Dificuldade de localização de mapas e dados geográficos, a partir dos 
mecanismos de busca da Internet; 
 
6 ELZAKKER, C. P. J. M. V. ‘Use of maps on the Web’, In: Web Cartography: developments and 
prospects, pp. 21-36, London: Taylor ; Francis, 2001. 
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39 
• Linguagem apresentada da maioria das páginas é o Inglês, porém não é 
totalmente conhecida por todos os usuários; 
• Acessibilidade à internet não abrange grandes parcelas da população; 
• Mapa para web e dados geográficos de qualidade são em grande parte pagos; 
• As informações da Internet beneficiam muito pouco a Internet móvel (telefones 
celulares, sistema de navegação rodoviário); e 
• Velocidade da transferência de dados limitada, influencia no tempo de acesso às 
informações. 
Assim, ao se criar um website para a comercialização de pacotes 
turísticos, que pode ser comparado a um agente de viagem e, que tem como papel 
filtrar as possibilidades recreacionais que mais convenham aos seus clientes, 
provavelmente as questões iniciais mais freqüentes sejam (BROWN et al., 2001): 
• “O que quer fazer?”; 
• “Onde quer ir?”; 
• “Quando você quer viajar e para quais finalidades?”; 
• “Você quer viajar em grupo?”; 
• “Que tipo de acomodação você prefere?”; e 
• “Quanto você pretende gastar?”. 
Em um website a maioria das questões pode ser respondida através 
de um questionário on-line, porém a questão do “onde” pode ser realizada com a 
apresentação de um mapa clicável na primeira página. Segundo Köbben (2001), os 
mapas clicáveis podem ser: server-side e client-side. No caso dos mapas server-
side, os polígonos são armazenados em um arquivo a parte no servidor, tendo como 
desvantagens um tráfego extra entre servidor e cliente e a não possibilidade de 
testar as imagens localmente. No caso de mapas clicáveis client-side, as 
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informações são armazenadas em hyperlinks no documento HTML que define as 
áreas clicáveis na imagem vinculada. Os mapas client-side são mais rápidos que os 
mapas server-side e atualmente são suportados por todos browsers. 
Para a aplicação de todo esse potencial da Internet em um mapa 
turístico, é necessário que os cartógrafos adeqüem seus projetos cartográficos para 
a web e para o quê esta pode oferecer. Esse detalhe é muitas vezes ignorado, pois, 
muitos mapas disponíveis na web são digitalizados com o emprego de 
escaneadores em seus originais em papel. Essa falta de cuidado pode resultar em 
mapas turísticos para web mostrando cores impróprias, textos ilegíveis, símbolos 
que são muito pequenos e arquivos muito demorados para serem baixados. 
Devido ao pouco tempo que os leitores têm para leitura, mapas para 
web necessitam conter as informações (feições) dispostas em uma hierarquia, 
assim, os elementos gráficos mais importantes serão mais rapidamente capturados 
pelo usuário. Dessa forma, o mapa teria um conteúdo principal formado pelo tema e 
pelos objetos interativos de web e um conteúdo secundário relacionado ao mapa-
base, e por fim o conteúdo de suporte como legenda e as informações marginais, 
como indicação do norte, nome, escala, projeção etc (ver figura 10). 
 
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on
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or
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Figura 10 – Esquema ilustrativo para a apresentação das múltiplas escalas, Fonte: 
adaptado de BROWN et al., 2001 
 
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Para a criação do projeto cartográfico, os detalhes mais importante a 
serem considerados são: escala, simbologia e tipografia (BROWN et al., 2001). A 
escala varia conforme o tamanho do pixel do monitor. Conforme Stynes et al.(sem 
data), o tamanho absoluto é importante quando se considera o menor objeto visível 
(Smallest Visible Object – SVO). Para possibilitar ao usuário uma visualização com 
riqueza de detalhes e de fácil download, é importante utilizar estratégias de zoom e 
visualização dinâmica. 
Na criação da simbologia, existe a possibilidade de se utilizar várias 
cores para criação de símbolos e efeitos de formas em três dimensões e animadas, 
que podem ser aplicados aos símbolos clicáveis, aumentando assim as 
possibilidades de interatividade (BROWN et al., 2001), conforme figura 11 mostra 
exemplos desses símbolos com hyperlinks que se destacam com efeito 3D. 
 
 
Símbolos pontuais Pictorial Geométrico Alfanumérico 
Mapas estáticos 
somente para ver 
Mapas estáticos 
interativo 
 
Figura 11 – Característica de objetos clicáveis, Fonte: Brown et al., 2001 
 
O uso de alguns símbolos muito complexos torna necessária a 
existência da legenda. É importante que esse elemento seja visível por todo o mapa, 
mesmo quando aplicado à movimentação panorâmica ou rolagem de tela. A legenda 
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também pode possuir interatividade, com a capacidade de exibir ou ocultar objetos 
(figura 12). 
 
 
Prefeitura 
Igreja Católica 
Igreja Protestante 
 
Figura 12 – Capacidades da legenda, Fonte: adaptado de Brown et al., 2001 
 
Segundo Vehe (1996), em mapas para web a interação é importante 
porque permite ao usuário tomar decisões sobre os fatores como escala, feições 
exibidas e seleção de cores. Assim, possibilita a disponibilização de mapas de 
acordo com as necessidades e especificações, tornando o mapa útil ao usuário. 
Além disso, o usuário pode ver informações adicionais, como outros mapas, fotos 
etc a respeito da área visualizada. Outro problema existente com relação à 
distribuição dos mapas para o público é a necessidade de software específico que a 
maioria das pessoas não possuem. A Internet auxilia a resolver este problema ao 
utilizar o browser de web com plugins, e dessa forma, os mapas interativos e 
animados são distribuídos mais facilmente com custos menores. Sem a web, mapas 
animados e interativos não poderiam ser facilmente acessíveis à população. 
Um outro elemento fundamental no projeto cartográfico para a web é 
a tipografia. A tipografia ocupa duas aplicações principais: o texto fora da área do 
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mapa e o texto dentro da área do mapa. O texto fora da área do mapa pode ser 
tratado como um texto qualquer na página de website. O texto dentro da área do 
mapa normalmente é útil a simbologia e a informações descritivas adicionais. É 
necessário evitar texto com tipos muito pequenos ou borrados. 
Um último detalhe a ser enfatizado é o zoom. Conforme Cecconi e 
Galanda (2002), não há dúvidas que o mapeamento para web e aplicações de SIG 
para web perdem qualidade cartográfica, além das limitações técnicas relacionadas 
a disponibilização na Internet, como por exemplo resolução da tela, velocidade da 
transmissão etc., também é negligenciado um dos princípios do mapeamento digital, 
denominado zoom adaptativo. O zoom adaptativo descreve o ajustamento de um 
mapa, seu conteúdo e a simbolização, para a escala alvo em conseqüência da 
operação de zoom (mudança de escala). Em mapeamento na web, é comum o 
conceito de níveis de detalhe (Levels of Detail - LoD) que é aplicado a uma certa 
seqüência pré-calculada de mapas que cobrem uma área mapeada em diferentes 
escalas, para cada classe de objeto. Esse conceito apresenta as seguintes 
desvantagens: 
• Para uma grande variação de escalas são necessários vários LoD’s para 
alcançar uma boa adaptação; 
• O zoom é limitado aos mapas nas escalas existentes; e 
• A atualização deve ser propagada para todas as escalas. 
Para uma aproximação a escala requerida pelo usuário, seria 
necessária a existência de uma base de dados mestra em que se possa aplicar um 
processamento baseado na escala desejada por meio de um processo de 
generalização. Porém para uso em Internet, isso não é adequado, por causa do 
tempo limite disponível para reagir a uma solicitação de zoom (é assumido um limite 
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de dez segundos). Os requerimentos de software para uma generalização em tempo 
real são muito rigorosos, devido ao tempo de resposta, e possuem as seguintes 
características (CECCONI e GALANDA, 2002): 
• Um conjunto de dados temporários para a redução de escala é gerado para 
propósitos de visualização; 
• O conjunto de dados tem que reunir as preferências do usuário e as 
especificações técnicas, ou seja, as especificações do mapa; 
• A escala é arbitrária e não predefinida; e 
• O processo de generalização é acoplado automaticamente, sem possibilidades 
de verificar os resultados antes da publicação. 
Assim, uma solução para os dados geográficos que possuem 
riqueza de detalhes, como edificações e malha viária, é necessário o 
armazenamento de uma série de mapas em diferentes níveis de detalhes para cada 
classe de objeto, já para feições mais simples, tais como rios e lagos, pode-se 
aplicar o processamento em tempo real com algoritmos mais simples (CECCONI e 
GALANDA, 2002). 
Segundo Brown et al. (2001), opções de zoom na web podem 
depender do sistema do usuário e dos plugins instalados. Havendo três opções de 
zoom a serem aplicadas: 
• Zoom linear estático – o mapa é linearmente ampliado ou reduzido sem alterar 
seu conteúdo; 
• Zoom compassado estático – uma série de mapas (em formato de imagem) da 
mesma área geográfica é disponível em diferentes níveis de detalhamento, 
sendo cada um projetado para uma determinada escala, conforme figura 13; e 
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• Zoom dinâmico ou escala animada – há uma ligação de tempo real entre a 
escala e o conteúdo do mapa, dessa forma, ao ampliar a escala, mais conteúdo 
é incluído a partir de uma base de dados geográficos. 
 
 
 
 Figura 13 – Zoom compassado estático, Fonte: Brown et al.,2001 
 
Para que usuário utilize o mapa turístico para uma rápida consulta, é 
sempre possível a simples impressão de uma página de web diretamente em uma 
impressora monocromática ou colorida. Porém a qualidade atual de impressão das 
impressoras domésticas deixa muito a desejar. Para uma boa qualidade, um 
projetista iria utilizar mapas em formato GIF ou JPEG, porém se a qualidade de 
impressão necessária for muito alta, leva um longo tempo de espera para download 
(BROWN et al. , 2001). 
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2.3 Modelagem de dados geográficos para a web 
 
 
Um modelo de dados é um conjunto de conceitos que podem ser 
usados para descrever a estrutura e as operações de um banco de dados (ELSMARI 
e; NAVATHE (1991)7 apud BORGES e DAVIS, 2001). O modelo buscasistematizar 
o entendimento que é desenvolvido a respeito de objetos e fenômenos que serão 
representados em um sistema informatizado (BORGES e DAVIS, 2001). 
No caso de um conteúdo cartográfico complexo para ser 
disponibilizado na Internet é necessário o emprego de um modelo de dados 
geográficos e um modelo de sistemas hipertexto. 
 
 
2.3.1 Modelo de dados geográficos 
 
 
Os objetos e fenômenos do mundo real são complexos demais para 
permitir uma representação completa em um meio informatizado, dessa forma é 
necessário construir uma “abstração” dos objetos e fenômenos do mundo real, de 
modo a se obter uma forma de representação conveniente, embora simplificada, que 
seja adequada às finalidades das aplicações (BORGES e DAVIS, 2001). 
A abstração de conceitos e entidades existentes no mundo real é 
uma parte importante da criação de sistemas de informação. Além disso, o sucesso 
de qualquer implementação em computador de um sistema de informação é 
 
7 ELMASRI, R., NAVATHE, S. Fundamental of Database Systems. 2nd Edition. Menlo Park, CA: 
Addison-Wesley, 1991. 873p. 
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dependente da qualidade da transposição de entidades do mundo real e suas 
interações para um banco de dados informatizado. A abstração funciona como 
ferramenta que nos ajuda a compreender o sistema, dividindo-o em componentes 
separados. Cada um destes componentes pode ser visualizado em diferentes níveis 
de complexidade e detalhe, de acordo com a necessidade de compreensão e 
representação das diversas entidades de interesse do sistema de informação e suas 
interações (BORGES e DAVIS, 2001). 
As entidades do mundo real são mais adequadamente transpostas, 
tanto nas suas propriedades como funcionalidades, através dos modelos 
conceituais. Estes se destinam a descrever a estrutura de um banco de dados em 
um nível de abstração independente dos aspectos de implementação. Dentre os 
modelos de representação de aplicações cartográficas se destacam os modelos 
baseados no paradigma de orientação a objetos (BORGES e DAVIS, 2001). 
A orientação a objetos é apresentada por Coleman (1996) como 
uma abordagem de programação que procura explorar o lado intuitivo. Os “átomos” 
da computação orientada, os objetos, são análogos aos objetos no mundo físico. 
Isso produz um modelo de programação que difere marcadamente da visão 
“funcional”. Essa diferença é, ao mesmo tempo, um ponto forte e uma fraqueza da 
abordagem orientada a objetos. É um ponto forte devido ao apelo que gera à nossa 
intuição, e também porque a orientação a objetos se mostra produtiva tanto na teoria 
quanto na prática. Por outro lado, representa uma fraqueza, porque os métodos de 
desenvolvimento de software tradicionais não combinam com esta nova abordagem. 
Os objetos geográficos se adequam bem aos modelos orientados a 
objetos, assim como várias outras áreas do conhecimento que adotam estruturas de 
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dados não convencionais, tais como sistemas de informações geográficas (SIG), 
CAD (Computer Aided Design), medicina, multimídia etc. 
A modelagem do mundo real é uma atividade complexa porque 
envolve a discretização do espaço geográfico e a sua devida representação. 
Inúmeros são os fatores envolvidos nesse processo de discretização do espaço, 
dentre eles se destacam (BORGES e DAVIS, 2001): 
• Transcrição da informação geográfica em unidades lógicas de dados – O 
esquema de uma aplicação geográfica é uma representação limitada da 
realidade, tendo em vista a natureza finita e discreta de representação nos 
computadores. Por maior que seja o nível de abstração utilizado, a realidade é 
modelada através de conceitos geométricos e, para que esses conceitos sejam 
implementados em computadores, precisam ser formalizados, sendo necessário 
um maior número de conceitos abstratos para descrever os dados geométricos e 
um maior número de operações apropriadas, as quais são independentes de 
implementação; 
• Forma como as pessoas percebem o espaço – O aspecto cognitivo na 
percepção espacial é um dos aspectos que torna a modelagem de dados 
geográficos diferente da modelagem tradicional. Dependendo do observador, da 
sua experiência e de sua necessidade específica, uma mesma entidade 
geográfica pode ser percebida de diversas formas. Uma escola, por exemplo, 
poderá ser vista como um ponto ou como uma área, depende do que se 
pretende com essa representação. Além do aspecto cognitivo, existe também a 
questão da escala, na qual a mesma entidade geográfica pode ser representada 
por diferentes formas (pontual, linear ou zonal), de acordo com a escala 
utilizada. O uso dessas múltiplas representações pode ocorrer simultaneamente, 
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apresentando formas alternativas de representar uma mesma entidade 
geográfica, como por exemplo, um aeroporto que pode ser representado ao 
mesmo tempo por uma área, a qual este abrange e por símbolos cartográficos 
pontuais. A representação poderá também ser mutuamente excludente quando 
cada símbolo é válido somente para visualização numa determinada escala. A 
percepção das variações do espaço modelado é muito importante para definir a 
melhor forma de representar o mundo real pois, múltiplas representações podem 
ser necessárias a diferentes propósitos; 
• Natureza diversificada dos dados geográficos – Além dos dados geográficos 
possuírem geometria, localização no espaço, informações associadas e 
características temporais, possuem também fontes distintas, por exemplo, os 
dados ambientais são derivados dos dados disponíveis sobre a topografia, clima 
e tempo, propriedades do solo, propriedades geológicas, cobertura da terra, 
hidrografia e qualidade da água. Alguns desses fenômenos, como elevação e 
propriedades do solo, variam continuamente sobre o espaço (visão de campos). 
Outros, como falha geológicas e redes de rios, podem ser discretizados (visão 
de objetos), enquanto outros podem estar em ambas as categorias dependendo 
do nível de detalhe considerado; 
• Existência de relações espaciais (topológicas, métricas, de ordem e nebulosas 
ou “fuzzy”) – Essas relações são abstrações que nos ajudam a compreender 
como no mundo real os objetos se relacionam uns com os outros. Muitas 
relações espaciais necessitam estar explicitadas no diagrama da aplicação, de 
forma a torná-lo mais compreensível. As relações topológicas são fundamentais 
na definição de regras de integridade espacial, que especificam o 
comportamento geométrico dos objetos; e 
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• Coexistência de entidades essenciais ao processamento e a entidades 
“cartográficas” – Entidades “cartográficas” representam a visão do mundo 
através dos objetos lineares não relacionados, ou seja, sem nenhum 
comprometimento com o processamento. É comum, principalmente em 
aplicações geográficas de áreas urbanas, a presença de entidades geográficas 
com características apenas de exibição, não sendo usadas para processamento 
geográfico (embora sejam parte do mapa base). Como exemplo, tem-se os 
textos que identificam acidentes geográficos como serras, picos, ou objetos 
como murros, cercas vivas, cerca mista e cerca que identificam a delimitação de 
um lote. O que será provavelmente usado no processamento geográfico é o lote, 
como um polígono.Se o lote é cercado ou não, ou se a delimitação é um murro 
ou uma cerca, não fará diferença,

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