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Neoplasia de Tireoide Tutoria 06/02/2023 Objetivos 1. Conhecer as principais neoplasias da tireoide (etiologia, tipos, epidemiologia, fisiopatologia, fatores de risco , quadro clínico). 2. Esclarecer os exames para diagnóstico de nódulos de tireóide (PAAF e histopatológico). 3. Investigar o estadiamento nas neoplasias de tireoide (pT1 pN1). 4. Pesquisar os diferentes tratamentos para neoplasia de tireoide (tireoidectomia e iodoterapia) Objetivo 1: Conhecer as principais neoplasias da tireoide (etiologia, tipos, epidemiologia, fisiopatologia, fatores de risco, quadro clínico). Câncer de tireoide Epidemiologia Os nódulos solitários ocorrem apenas de 1% até 10% dos EUA. Maioria com pacientes femininas (4:1) em relação aos masculinos. A incidência de nódulos tireoidianos aumenta ao longo da vida. <1% é maligno com 15.000 casos de carcinoma de tireoide nos EUA a cada ano, porém, com 90% de sobrevida em 20 anos. Os nódulos de tireoide são encontrados em 6,4% das mulheres e 1,5% dos homens em exames físicos de rotina. Se avaliada por ecografia, a prevalência aumenta para 20% a 76%. Apesar da alta prevalência dos nódulos, apenas cerca de 5% a 15% deles são malignos. De fato, as neoplasias benignas se sobrepõem numericamente aos carcinomas tireoidianos na razão de aproximadamente 10:1. Além disso, a maioria dos pacientes com o diagnóstico de câncer de tireoide costuma ter um bom prognóstico já que mais de 90% das neoplasias são tumores bem diferenciados, papilares ou foliculares, e apresentam comportamento indolente. Diversos critérios clínicos fornecem pistas sobre a natureza de um nódulo tireoidiano: 1. Nódulos solitários, em geral, são mais suscetíveis à neoplasia que nódulos múltiplos. 2. Nódulos em pacientes jovens são mais suscetíveis de neoplasia que os encontrados em pacientes mais velhos. 3. Nódulos em homens são mais suscetíveis de neoplasia que os de mulheres. 4. Um histórico de tratamento por radiação da cabeça e do pescoço está associado a uma incidência aumentada de malignidade tireoidiana. 5. Nódulos funcionantes que captam iodo radioativo nos estudos de imagem (nódulos quentes) são muito mais suscetíveis de benignidade que de malignidade. Tipos São dois tipos de neoplasia tireoide: http://www.ligadocancer.ufc.br/wp-content/uploads/2016/04/C%C3%A2ncer-de-tireoide-N%C3%A1yade-Santos.pdf 1. Adenomas (benigno) 2. Carcinomas (Maligno) (papilar, folicular, anaplásico e medular). ● Bem diferenciados: Papilífero e folicular. ● Pouco diferenciados: Anaplástico e medular. Adenoma folicular São comuns principalmente em mulheres entre 20 e 60 anos. Massas derivadas do epitélio folicular (adenomas foliculares) que geralmente não são precursoras de câncer. São discretas (5% têm nódulo a palpação e 60% a necropsia e exames de imagem) e solitárias, não funcionais (frios). São encapsulados e com diferentes padrões (microfolicular, macrofolicular, trabecular) diferente da glândula tireóide circundante. Variações: Vários folículos. E por definição não rompem essa cápsula e não invadem vasos sanguíneos. Tóxico (secretivo): hipertireoidismo (carentes de iodo). Fisiopatologia As mutações somáticas com ganho de função de componentes da via de sinalização do receptor de TSH (comumente TSHR ou GNAS) levam à proliferação autônoma e são responsáveis por aproximadamente 50% dos adenomas tóxicos; estas alterações são raras no câncer de tireoide. ● TSHR: O receptor de tirotrofina é um gene que responde à hormona estimulante da tiróide, e estimula a produção de tiroxina e triiodotironina. ● GNAS: A proteína produzida a partir do gene GNAS ajuda a estimular a atividade de uma enzima chamada adenilato ciclase. Esta enzima está envolvida no controle da produção de vários hormônios e ajudam a regular a atividade das glândulas endócrinas: ● Basicamente regula a atividade da tireoide e seus hormônios produzidos. As mutações em RAS ou na subunidade fosfatidilinositol-3-quinase (PIK3CA) ocorrem em 20% dos adenomas não funcionais; estas mutações também são comuns nos carcinomas foliculares. Quadro clínico Massas indolores unilaterais durante exame físico de rotina. Grandes massas podem produzir sintomas locais, como, por exemplo, dificuldade de engolir. Devido à necessidade de se avaliar a integridade capsular, o diagnóstico definitivo do adenoma somente pode ser feito após um exame histológico cuidadoso da amostra ressecada. Os supostos adenomas da tireoide são, portanto, cirurgicamente removidos para excluir malignidade Carcinomas: É raro e responsável por 1% a 1,5% dos cânceres nos EUA, a maioria ocorre em adultos com discreta prevalência em mulheres. São bastante variáveis em relação a seu comportamento, podem ser indolentes ou agressivos. Os tumores ocorrem ao longo de uma faixa etária, com os jovens desenvolvendo um curso mais benigno na maioria dos casos. A maioria é por lesões bem diferenciadas e derivadas do epitélio folicular da tireoide. 1. Carcinoma papilar (>85%) 2. Carcinoma folicular (5% a 15%) 3. Carcinomas anaplásicos (não diferenciados) (<5%) 4. Carcinoma medular (5%; não derivado do epitélio folicular) Papilar de tireoide Mais comum na população, cerca de 80% sendo ainda mais comum na população feminina (cerca de 3x mais). Média de idade entre 35 e 40 anos, porém pode ocorrer com crianças pequenas. Jovens têm prognóstico excelente (>95%) mesmo com metástase em linfonodos. Fica mais agressivo em homens idosos. Forte associação com a exposição à radiação, seja para fins terapêuticos ou como resultado de exposição ambiental > crianças. Metástase por invasão linfática para linfonodos regionais, pelo sangue e sítios distantes é bastante incomum. ● Exame macroscópico: possui tonalidade brancacenta com margens indistintas. ● Exame microscópio: Não encapsulados. Micro Adenomas papilares: pequenos (<1cm) detectados de modo incidental, bom prognóstico porém pode se disseminar por linfonodos cervicais. Carcinoma papilar de tireoide variante folicular: alterações nucleares com arquitetura folicular porém com características do CPT. Carcinoma encapsulado: melhor prognóstico. Carcinoma de células altas: presença de células colunares altas malignas, cuja altura é quase o dobro da largura, agressivas. Porque papilífero? arranjo em papilas (+ núcleo e envaginação do citoplasma). Obs: Radiação. Fisiopatologia A maioria dos carcinomas papilíferos apresenta mutações de ganho de função envolvendo os genes que codificam os receptores de tirosina-cinases RET ou NTRK1, ou na serina/treonina-cinase BRAF, que está na via de MAPK. fosforilação de substratos protéicos, como por exemplo, enzimas O gene RET (proto oncogene) está localizado no cromossomo 10q11, enquanto o receptor tirosina-cinase que ele codifica é normalmente expressado nas células foliculares tireoidianas. envolvido em diversas funções fisiológicas e de desenvolvimento celular. Nos cânceres papilares, tanto uma inversão paracêntrica do cromossomo 10 quanto uma translocação recíproca entre os cromossomos 10 e 17 colocam o domínio tirosina-cinase do RET sob o controle transcricional de genes que são constitutivamente expressados no epitélio da tireoide. alterações estruturais cromossômicas Ou seja, tenho uma alteração cromossômica que muda a função (ganho de função) do gene RET que altera os receptores de tirosina quinases, alterando tanto a fosforilação de substratos proteicos como a fisiologia da célula. Carcinoma folicular tireoide. Nódulo tireoidiano frio e solitário entre a 5 e 6 década de vida. Mais frequente em mulheres (3x mais). Subtipo de CFT: Carcinoma de células de Hurthle são menos diferenciados e mais agressivo, afeta idosos e não capta iodo radioativo (frios). obs: oxifílico/corpos. Metastática distante, osso e pulmão e se dissemina pelo sangue. Tumor encapsulado ou como doença disseminada, com o tumor se disseminando por toda a tireoide e invadindo os tecidos peritireoidianos. Sobrevida em 10 anos: ● 70 a 100% encapsulado. ● 15/45% disseminado. FisiopatologiaEm contraste com os carcinomas papilares, os carcinomas foliculares estão associados a mutações adquiridas que ativam RAS ou o braço de PI-3K/AKT da via de sinalização do receptor de tirosina-cinase. É evidente, que, de mutações ativadas em RAS, espera-se o estímulo em ambas as vias de sinalização MAPK e PI3K. Não se conhece o motivo pelo qual as mutações RAS produzem neoplasias foliculares, e não neoplasias papilíferas, um ponto que destaca nossa falta de visão sobre as nuances da sinalização intracelular. Cerca de um terço a metade dos carcinomas tireoidianos foliculares abrigam mutações de ponto de ganho de função de RAS ou PIK3CA (o gene que codifica a PI-3 cinase), amplificações de PIK3CA ou mutações de perda de função de PTEN, um gene supressor de tumor e regulador negativo dessa via. ● PIK3CA: enzima que desencadeia uma série de reações químicas dentro da célula com intuito de transmitir sinais para a execução de algumas funções celulares. ● PTEN: supressor de tumor e regulador negativo dessa via. Tais alterações genéticas são sempre mutuamente exclusivas nos carcinomas foliculares, de acordo com suas equivalências funcionais. Carcinoma indiferenciado (anaplásico) de tireoide: Pode coexistir com outros diferenciados e ser advindo do papilar/folicular. Rara (2% de todos os cânceres de tireoide) e maligna (40% de mortalidade). Idosas entre a 7 e 9 décadas de vida. Acomete mais homens do que mulheres.. Metastática para o pulmão e comprometimento da respiração. ● Sobrevida em 5 anos <10%. ● Maioria morre 1 ano após o diagnóstico . ● Mortalidade de quase 100% de 5 a 6 meses. Apresenta várias anormalidades genéticas. Além dos ganhos e perdas frequentes de cromossomos, amplificações e deleções gênicas, são também observadas mutações do RAS e BRAF no CAT, sugerindo que essas mutações constituem eventos precoces na carcinogênese. Mutações tardias podem envolver p53, β-catenina e PIK3CA. A sobrevida prolongada limita-se, essencialmente, a pacientes que foram submetidos à ressecção completa, frequentemente, no caso de doença descoberta de modo incidental. A quimiorradioterapia adjuvante, que deve ser iniciada tão logo o paciente se tenha recuperado da cirurgia, é geralmente administrada com o objetivo de melhorar o controle locorregional e evitar a morte por obstrução das vias respiratórias. Fisiopatologia Esses tumores altamente agressivos e letais podem surgir de novo, ou com mais frequência, pela “desdiferenciação” de um carcinoma papilífero ou folicular bem diferenciado. As alterações moleculares presentes no carcinoma anaplásico incluem aquelas vistas em carcinomas bem diferenciados (p. ex., mutações em RAS ou PIK3CA). Outros “hits” genéticos, como a inativação de TP53 ou as mutações ativadoras da β-catenina, são essencialmente restritos aos carcinomas anaplásicos e podem contribuir com seu comportamento agressivo. Alto percentual de retorno. beta-catenina: proteína de adesão presente no epitélio. Carcinoma medular de tireoide Tumor neuroendócrino a partir de células C parafoliculares responsáveis pela produção/secreção de calcitonina. ● 5% de cânceres de tireoide. ● 80% são esporádicos. ● 20% associados à doença autossômica dominante (NEM2) = hereditário ● Sobrevida de 65% em 10 anos. A identificação de indivíduos com CMT portadores de mutação na linhagem germinativa é de importância crucial, visto que outros membros da família afetados pela mutação precisam ser identificados e tratados. Como as células C malignas secretam calcitonina, níveis séricos aumentados desse hormônio na presença de um nódulo tireoidiano são praticamente diagnósticos de CMT. Diarreia aquosa/cálculo renal… As metástases para linfonodos cervicais comumente estão presentes no momento do diagnóstico. Fisiopatologia Os carcinomas tireoidianos medulares familiares ocorrem em neoplasias endócrinas múltiplas do tipo 2 (MEN-2, ver a seguir) e estão associados a mutações na linhagem germinativa de RET que levam à ativação permanente do receptor. As mutações RET também são vistas em aproximadamente metade dos cânceres tireoidianos medulares (esporádicos) não familiares. Os rearranjos cromossômicos envolvendo RET, tais como as translocações em RET/PTC relatadas em cânceres papilíferos, não são vistos nos carcinomas medulares. Quadro clínico Carcinoma papilar: Nódulos tireoidianos assintomáticos, mas a primeira manifestação pode ser uma massa em um linfonodo cervical. A maioria dos carcinomas são nódulos únicos que se movem livremente com a glândula tireoide durante a deglutição e não se distinguem, ao exame, dos nódulos benignos Rouquidão, disfagia, tosse e dispneia sugerem doença avançada. Carcinoma folicular: Nódulos indolores que aumentam lentamente. Nódulos frios nas cintilografias, embora raras lesões mais bem diferenciadas possam ser hiperfuncionantes, captar iodo radioativo e parecer quentes nas cintilografias. Pequena propensão para invadir os linfáticos; os linfonodos regionais estão raramente envolvidos, mas a disseminação vascular (hematogênica) é comum, com metástases para ossos, pulmões, fígado e outros locais. Carcinoma anaplásico: Massas volumosas no pescoço que aumentam rapidamente e torna-se doloroso; Sintomas relacionados com compressão e invasão, como dispneia, disfagia, rouquidão e tosse, são comuns. ● Tumor aderido à estruturas vizinhas e ulcerado; ● Áreas amolecidas representam necroses Carcinoma medular: Casos esporádicos de carcinoma medular chamam a atenção médica mais frequentemente como uma massa no pescoço, algumas vezes associada a disfagia ou rouquidão. As manifestações iniciais são aquelas da síndrome paraneoplásica, causada pela secreção de um hormônio peptídico Além da calcitonina circulante, a secreção do antígeno carcinoembrionário pelas células neoplásicas é um biomarcador, especialmente para avaliação pré-cirúrgica da carga tumoral e em tumores negativos para a calcitonina. ● Massa palpável; ● Rouquidão; ● Disfagia; ● Sinais de comprometimento respiratório; ● Diarreia; ● Hipercalcemia e cálculos renais decorrentes do hiperparatireodidismo; ● Hipertensão devido à feocromocitoma; ● Hipotransparência à radiografia da região cervical. Fatores de risco importante Fatores gerais: radiação, extremos de idade,… Objetivo 2: Esclarecer os exames para diagnóstico de nódulos de tireóide (PAAF e histopatológico). Exame físico: Alteração em estruturas adjacentes. Aumento da região cervical. Alteração hormonal. Exames sanguíneos: tireoglobulina (marcador). USG: Nódulos não palpáveis Ecogenicidade: Hipoecogenicidade: maligno / hiperecogenicidade + anecoicos. Com ou sem doppler. PAAF (punção aspirativa por agulha fina) Melhor método diagnóstico para diferenciar os nódulos benignos dos malignos no pré-operatório, e consequentemente o melhor exame complementar para o diagnóstico citológico do nódulo, cujas vantagens superam em muito as desvantagens. A PAAF tem baixo custo, é rápido, preciso e pode ser repetido. A principal desvantagem do PAAF é que ela não permite diferenciar entre as neoplasias foliculares de tireóide, ou seja, é impossível afirmar por intermédio desse exame, se o nódulo é um adenoma folicular ou um carcinoma folicular, ou um adenoma de células oxifílicas. (Adenoma de Hürthle). A PAAF é um exame operador dependente, ou seja, sua eficácia depende muito de quem o faz, e também, do citopatologista que exame as lâminas. PAAF guiada por USG: importante indicação para a aspiração de nódulos tireoidianos não palpáveis, ou aqueles com menos de um 1 cm de diâmetro. Também é utilizado na presença de nódulos císticos com componente sólido ou nódulos sólidos com componente cístico, em que a utilização desse exame orienta a melhor aspiração do conteúdo sólido, já que o componente cístico tem maior probabilidade de conter poucas células para o diagnóstico citológico. Bordas, tamanho, comp/alduta… ● Nódulos císticos: componentes sólidos. ● Nódulos sólidos com componente cístico. ● Nódulo: Maciço, vascularizado, podem crescermais rapidamente ● Cisto: Oco, em qualquer tecido do corpo com substâncias diferentes dentro (líquido ou semi sólido) (pus, sangue, ar..) Obs: thad. has, paaf e estadiamento. Histopatológico Objetivo 3: Investigar o estadiamento das neoplasias de tireoide (pT1 pN1). Estadiamento: Forma resumida de descrever o câncer agrupando os casos - com características semelhantes - em categorias; e, com base na extensão da doença. Descreve aspectos do câncer, como: 1. Tamanho da lesão primária 2. Magnitude 3. Localização (se disseminou). 4. Ressecabilidade Conhecer o estágio da doença ajuda na definição do tipo de tratamento e a prever o prognóstico do paciente. Além disso, o formato de códigos (alfanuméricos) é mais fácil o entendimento, em qualquer idioma do planeta. Informações padronizadas sobre estadiamento de tumores torna possível a comparação desses dados dentro do hospital, dentro do município, dentro do estado, dentro do país e entre vários países. 6 critérios: 1. Linguagem comum (padronização) 2. Aceitação internacional 3. Metodologia simples 4. Comparabilidade de dados 5. Informações precisas 6. Definições apropriadas para cada estádio. O estadiamento dos cânceres sólidos é baseado no tamanho da lesão primária, na extensão de sua disseminação para os linfonodos regionais e na presença ou ausência de metástases hematogênicas. O principal sistema de estadiamento atualmente em uso pertence ao American Joint Committee. Esse sistema usa uma classificação denominada de sistema TNM: ● T (1-4): Tumor primário ● N (1-3): envolvimento com linfonodos cervicais. ● M (1-2): Metástase a distância. Obs: Tx o X significa que não há como se avaliar a categoria, e não que ela seja desconhecida. O estadiamento TNM varia para formas específicas do câncer, mas há princípios gerais. ● T0: Ausência de… ● Tx: Não houve como avaliar A lesão primária é caracterizada como T1 a T4, com um aumento crescente. O T0 é usado para indicar uma lesão in situ. N0 significaria ausência de envolvimento linfonodal, enquanto N1 a N3 denotaria envolvimento de um número e abrangência crescentes de linfonodos. M0 significa ausência de metástases a distância, enquanto M1, ou algumas vezes M2, indica a presença de metástases e algum julgamento sobre o seu número. TNM – é a classificação clínica pré-tratamento. O estadiamento clínico tem por base as evidências antes de iniciar qualquer tratamento anti-neoplásico. O estadiamento clínico utiliza-se de dados que vem do exame físico, diagnóstico por imagem, endoscopia, da anatomia patológica (biópsia) ou de cirurgias exploratórias, dentre outros exames relevantes. pTNM – é a classificação histopatológica pós-cirúrgica. O estadiamento patológico tem por base as evidências conseguidas antes do tratamento, complementadas ou modificadas pela evidência adicional conseguida através da cirurgia ou do exame histopatológico. Embora mais exato, só é aplicável aos tumores operáveis. Estágios; Objetivo 4: Pesquisar os diferentes tratamentos para neoplasia de tireoide (tireoidectomia e iodoterapia) Tireoidectomia >4cm total ou subtotal. A tireoidectomia é o tipo de cirurgia mais comum para a remoção da glândula tireoide. Se toda a glândula é removida, é denominada tireoidectomia total. O uso de outras técnicas (tais como a tireoidectomia “subtotal” não tem mais lugar no tratamento do carcinoma de tireóide. A abordagem total justifica-se por 4 motivos. ● Maior eficácia no tratamento da doença persistente ou recidivante com iodo radioativo; ● Maior acurácia das dosagens de tireoglobulina e pesquisas de corpo inteiro para seguimento; ● Remoção de focos neoplásicos microscópicos no lado contralateral ao tumor, visto que uma grande proporção dos carcinomas papilíferos (30-50%) é multicêntrica. Após a tireoidectomia, o paciente terá que fazer reposição hormonal diariamente. Uma das vantagens dessa técnica sobre a lobectomia é que pode ser feito acompanhamento de possíveis recidivas por meio de cintilografias da tireoide e exames de sangue para tireoglobulina. Lobectomia X Tireoidectomia As principais complicações da cirurgia da tireoide podem incluir: ● Rouquidão temporária ou permanente ou perda da voz. ● Danos às glândulas paratireoides, que podem levar a níveis baixos de cálcio no sangue, provocando espasmos musculares e sensação de dormência e formigamento. (hipoparatiroidismo) ● Sangramento excessivo ou formação de hematomas. ● Infecção. Iodoterapia ● Nódulo quente (muito iodo). ● Frio A glândula tireoide absorve praticamente todo o iodo presente no sangue. Utilização de iodo radioativo (I-131) para destruir a glândula tireoide e quaisquer outras células cancerígenas da tireoide, com pouco ou nenhum efeito colateral para o corpo. Está indicada em todos os casos de CDT (cancer diferenciado da tireoide: papilífero ou folicular), e deve ser realizada no pós-operatório da tireoidectomia total ou quase total, com o paciente em 6 hipotireoidismo (TSH acima de 25-30 mU/L) para tentar eliminar qualquer remanescente cancerígeno. Mas, não é utilizada para tratar carcinomas anaplásicos e medulares da tireoide, uma vez que esses tipos de câncer não captam iodo. Também é utilizado para tratar o câncer de tireoide que se disseminou para os linfonodos ou outros órgãos. Reduz a recorrência e a mortalidade do CDT a longo prazo. A iodoterapia é mais eficaz em pacientes com níveis altos de hormônio tireoestimulante (TSH) no sangue. Essa substância estimula o tecido da tireoide (e às células cancerosas) a absorver o iodo radioativo. Se a tireoide foi removida, uma maneira de elevar os níveis de TSH é não administrar hormônios em comprimidos durante algumas semanas. Isso causa uma diminuição do nível de hormônios da tireoide (uma condição conhecida como hipotireoidismo), que por sua vez faz com que a hipófise libere mais TSH. TSH é produzido na hipófise para atuar na tireoide. Esse hipotireoidismo intencional é temporário, mas muitas vezes provoca sintomas como cansaço, depressão, ganho de peso, constipação, dores musculares e concentração reduzida. Outra forma de aumentar os níveis do TSH antes da iodoterapia é administrar uma forma injetável de TSH, que pode fazer com que os hormônios da tireoide sejam retidos por um período de tempo desnecessário. Este medicamento é administrado durante 2 dias, fazendo-se a iodoterapia no 3º dia.
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