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Dir Constitucional AFRFB 2011 - Aula

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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – REGULAR 
PROFESSORES: VICENTE PAULO E FREDERICO DIAS 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
Aula Demonstrativa do Curso Regular de Direito 
Constitucional – Poder Constituinte 
Bom dia. 
Antes de apresentarmos nossa aula demonstrativa, algumas breves 
palavras. 
Este curso on-line será ministrado a quatro mãos, por nós, Vicente 
Paulo e Frederico Dias. Já trabalhamos juntos em outras 
oportunidades, aqui no site, e a experiência sempre foi muito 
proveitosa para nós – e, pela acolhida que tivemos, acreditamos que 
também tenha sido muito positiva para os nossos alunos. 
Nos últimos dois anos, eu, Vicente Paulo, não tive tempo disponível 
para ministrar nenhum curso on-line aqui no Ponto, em razão de 
dedicação a outros projetos, especialmente ao projeto editorial, em 
que eu e o Professor Marcelo Alexandrino construímos o Selo Editorial 
“Vicente & Marcelo”, pelo qual já publicamos mais de sessenta livros 
de outros autores, todos direcionados à preparação para concursos. 
Essa minha ausência aqui no site em muito me entristece, pode 
acreditar. E me entristece por um motivo óbvio: como idealizador do 
Ponto, eu fui o primeiro professor a pensar nessa ideia, de 
democratizar o ensino para concursos com o uso da internet, nesse 
formato tão simples, que é o de “escrever uma aula na forma de 
texto, com o mesmo linguajar, com a mesma pessoalidade e 
simplicidade que usamos nas salas de aula, nos cursos presenciais”. 
Ora, se eu idealizei esse formato de aprendizado aqui no Ponto, 
certamente eu acredito nele, e tenho imensa satisfação em trocar 
conhecimento com alunos de todo o país nessa interface, por 
intermédio do nosso fórum de dúvidas. 
Bem, mas o fato é que eu estou de volta, e com muito entusiasmo, 
para trabalhar com o meu amigo e conterrâneo (ambos somos de 
Minas Gerais) Fred – digo, com o Professor Frederico Dias, a quem 
repasso a palavra... 
Ao contrário do Vicente, eu, Frederico Dias, tenho ministrado diversos 
cursos aqui no Ponto desde que ele me convidou para a nossa 
primeira parceria (um curso para a Polícia Federal, ainda em 2009). 
Além de professor de Direito Constitucional, sou Auditor Federal de 
Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU), tendo sido 
aprovado em 9° lugar no concurso de 2008. No mesmo ano, fui 
aprovado em 1° lugar nacional no concurso de Analista de Finanças e 
Controle da Controladoria-Geral da União. 
Este nosso curso on-line será um misto de teoria e exercícios, em 
que, ao longo de 15 (quinze) aulas (incluída a aula demonstrativa), 
abordaremos os principais tópicos do Direito Constitucional e 
apresentaremos centenas de exercícios que nos mostrarão como tais 
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tópicos têm sido cobrados pelas principais bancas examinadoras (veja 
o conteúdo programático). 
E, desta vez, em atenção a um velho reclame dos nossos alunos, 
uma novidade: embora não se trate de um curso de exercícios 
comentados, todos os exercícios apresentados serão por nós 
comentados; serão comentários breves, mas suficientes para que 
você entenda perfeitamente o porquê do seu erro, ou do acerto, da 
questão; com isso, evitaremos aquela sensação horrorosa, que todo 
concursando odeia, que é a de “errar, mas não saber o porquê”. 
No mais, lembramos que o curso deverá ser complementado – e 
enriquecido – com o envio de suas dúvidas e sugestões para o nosso 
“fórum de dúvidas”, criado em cada aula para esse fim. Nós dois – 
Vicente Paulo e Frederico Dias – estaremos sempre presentes no 
fórum para esclarecer as suas dúvidas. Vamos encurtar as distâncias, 
quebrar as barreiras geográficas e aproveitar esse espaço para 
tornarmos o nosso curso mais completo e interativo – para nós, 
certamente será uma satisfação poder “falar” com candidatos 
espalhados pelas mais diferentes localidades desse imenso Brasil 
concurseiro... 
Passemos, a seguir, à apresentação de nossa aula demonstrativa, 
sobre o assunto “poder constituinte”. 
Um forte abraço, e bons estudos, 
Vicente Paulo & Frederico Dias 
 
Poder Constituinte 
Consideramos este um dos assuntos mais interessantes do estudo do 
Direito Constitucional, e foi por isso que o escolhemos para esta aula 
demonstrativa. Que poder é este de elaborar uma Constituição e 
impor a sua obrigatoriedade a toda sociedade? Como nasceu e se 
desenvolveu essa ideia? Quais as características desse poder, nas 
suas diferentes espécies? Como identificá-lo e caracterizá-lo no 
Direito brasileiro? 
Cabe-nos, porém, esclarecer um ponto importante. Nesta aula, 
dedicaremos ao estudo da teoria do poder constituinte, conforme se 
desenvolveu na França, em fins do século XVIII, e chegou até os 
nossos dias. Não estudaremos, nesta aula, o processo de modificação 
(reforma) da nossa Constituição, embora essa atividade seja 
realizada pelo poder constituinte (derivado reformador). Este assunto 
– modificação da Constituição Federal de 1988 -, pela sua dimensão e 
importância, será estudado mais adiante, em aula específica. Tudo 
bem? Estudaremos, hoje, a teoria do poder constituinte e, em aula 
futura, a atuação do poder constituinte na tarefa de modificar a nossa 
Constituição Federal. 
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Será este, portanto, o conteúdo desta aula: 
1) Origem da Teoria do Poder Constituinte 
2) Titularidade do poder constituinte 
3) Formas de exercício do poder constituinte 
4) Espécies 
4.1) Poder constituinte originário 
4.2) Poder constituinte derivado 
4.3) Poder constituinte difuso 
4.4) Poder constituinte transnacional 
Vamos lá. Para iniciar o nosso estudo, ficaremos com um conceito 
simplório de poder constituinte: é o poder de criar normas 
constitucionais, seja na elaboração do texto originário de uma nova 
Constituição, seja na modificação (reforma) deste. 
Isso mesmo! Por enquanto, podemos nos contentar com esta ideia: 
assim como existe o legislador ordinário para elaborar as leis em 
geral (normas infraconstitucionais), temos o poder constituinte, com 
a função de elaborar as normas constitucionais. 
Importante ressaltar que essa ideia pressupõe a existência de uma 
Constituição do tipo rígida, pois é nesta que há uma diferença (de 
forma) entre as normas constitucionais (elaboradas por um processo 
solene, mais difícil do aquele de produção das demais leis) e as 
demais leis do ordenamento jurídico (elaboradas por processo 
legislativo simples). Afinal, se estivéssemos em um regime de 
Constituição flexível, não haveria distinção entre os processos 
legislativos de elaboração das normas constitucionais e das demais 
leis do ordenamento (haja vista que aquelas poderão ser alteradas, 
revogadas por estas). 
Passemos, então, ao detalhamento do estudo do poder constituinte, 
desde o surgimento dessa ideia na França, em fins do século XVIII, 
até os dias de hoje, no texto positivado da Constituição Federal de 
1988. 
 
1) Origem da Teoria do Poder Constituinte 
A teoria do poder constituinte surgiu na França, em fins do século 
XVIII, e teve por preocupação desenvolver uma nova ideia sobre a 
legitimidade do poder. Seu desenvolvimento deveu-se, sobretudo, 
ao pensador e abade francês Emmanuel Joseph Sieyès, em sua obra 
“O que é o Terceiro Estado”. 
Naquele momento, reinavam na Europa as monarquias absolutistas, 
que atribuíam a legitimidade (fundamentação) para o exercício do 
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seu poder absoluto a Deus. Enfim, os monarcas podiam exercer o 
seu poder, sem limites, porque recebiam legitimação divina paraisso. 
Foi nesse cenário que surgiu a teoria do poder constituinte, trazendo 
os conceitos de soberania nacional e soberania popular para 
substituir a ideia de poder absoluto das monarquias, legitimado por 
Deus. A teoria do poder constituinte veio, portanto, para substituir a 
velha ideia de poder absoluto herdado/legitimado por Deus por uma 
nova forma de poder, fundada na razão humana, que substituirá 
Deus pela nação como titular da soberania. Em simples palavras: a 
teoria do poder constituinte veio para substituir a vontade de um 
monarca de direito divino pela vontade da Nação. 
Conforme veremos adiante, a teoria do poder constituinte foi 
fundamental para o Direito Constitucional moderno, sobretudo para a 
despersonalização do poder, haja vista que a legitimação do poder 
foi transferida de uma pessoa física (o monarca, fundamentado em 
uma divindade, pessoa sobrenatural) para uma pessoa jurídica (o 
Estado, legitimado pela soberania popular/Nação). Essa mesma teoria 
– ao fixar a distinção entre poder constituinte e poderes constituídos 
- foi fundamental, também, para o advento das Constituições 
rígidas. 
Apesar do que foi dito, precisamos chamar a sua atenção para um 
aspecto: você não pode confundir o poder constituinte com a sua 
teoria. 
A teoria do poder constituinte - a ideia, a divisão entre poder 
constituinte e poderes constituídos - é contemporânea do surgimento 
das Constituições escritas, remontando ao final do século XVIII. 
Entretanto, o poder constituinte sempre existiu, na medida em que 
toda a sociedade tende a estabelecer as bases, os fundamentos de 
sua própria organização. Enfim, mesmo antes da concepção da teoria 
(francesa) do poder constituinte, este já existia de fato, pois sempre 
deu vida à organização dos diferentes Estados. 
Veja como a Esaf cobrou esse assunto na prova de Auditor Fiscal da 
Receita Federal do Brasil (AFRFB), em 2009: 
“A doutrina aponta a contemporaneidade da ideia de Poder 
Constituinte com a do surgimento de Constituições históricas, 
visando, também, à limitação do poder estatal.” 
Como comentamos, a concepção de Poder Constituinte é 
contemporânea do constitucionalismo moderno, que se liga à 
limitação do poder estatal, mas se relaciona às Constituições 
escritas e dogmáticas (e não às históricas). Logo, a assertiva da 
Esaf está incorreta. 
 
2) Titularidade do poder constituinte 
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Para o entendimento clássico de Sieyès, a titularidade do poder 
constituinte é da Nação. Para ele, a vontade soberana da Nação era 
a única legítima para reger e governar a vontade dos povos. 
Modernamente, porém, entende-se que a titularidade do poder 
constituinte pertence ao povo, e não mais à nação, conforme 
inicialmente concebido por Sieyès. 
 
3) Formas de exercício do poder constituinte 
Vimos no item precedente que o titular do poder constituinte é o 
povo. Já vimos, também, que o poder constituinte tem por 
incumbência elaborar normas constitucionais, seja na criação da 
Constituição, seja na modificação (reforma) desta. Certo? 
Pois bem, agora veremos como se dá o exercício desse poder. Como 
se manifesta, concretamente, o poder constituinte? 
São duas as tradicionais formas de exercício do poder constituinte: 
assembleia nacional constituinte e outorga. 
Uma assembleia nacional constituinte – integrada por representantes 
do povo, legitimamente eleitos - é o meio legítimo de manifestação 
do poder constituinte. Diz-se “meio legítimo” porque se a titularidade 
do poder constituinte pertence ao povo, nada mais legítimo do que a 
sua manifestação ocorrer por meio da atuação dos representantes 
desse povo (afinal, nos dias modernos, seria utópico imaginarmos 
todo o povo, diretamente, elaborando normas constitucionais)! Nesse 
caso, em decorrência da atuação da assembleia nacional constituinte, 
teremos o nascimento de uma Constituição do tipo popular 
(democrática, votada ou promulgada). 
A outorga é o meio ilegítimo de exercício do poder constituinte, em 
que um agente revolucionário ditatorial retira (usurpa) a titularidade 
do poder constituinte das mãos do povo e elabora unilateralmente 
uma Constituição, sem nenhuma participação dos representantes do 
povo. Nasce, assim, uma Constituição do tipo outorgada. Cabe 
ressaltar que você poderá encontrar ainda o termo “poder 
constituinte usurpador”, designando essa forma autocrática de 
exercício do poder. 
Cuidado! Não podemos confundir a titularidade do poder 
constituinte com formas de exercício do poder constituinte! A 
titularidade do poder constituinte é do povo, mas este não a exerce 
diretamente. O exercício do poder constituinte ou será de forma 
legítima/democrática (convenção ou assembleia nacional 
constituinte, integrada por representantes do povo), ou de modo 
ilegítimo/antidemocrático (outorga, sem participação dos 
representantes do povo). 
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Essa confusão não pode ser feita, especialmente para se evitar um 
equívoco muito comum entre os concursandos, que é achar que na 
elaboração de uma Constituição sem participação popular 
(outorgada) não há manifestação do poder constituinte (já que a 
titularidade deste pertence ao povo). Ora, no nascimento de uma 
nova Constituição, há sempre a manifestação do poder 
constituinte. Se houve a criação de um novo Estado, ou a 
elaboração de uma nova Constituição em um Estado já existente, 
com ruptura de ordenamento jurídico, é certo que houve aí 
manifestação do poder constituinte. 
Outra coisa, totalmente distinta, é saber se essa manifestação se deu 
de modo legítimo ou ilegítimo. E, para isso, a resposta é simples: se 
a Constituição foi elaborada por uma assembleia nacional 
constituinte, integrada por representantes do povo, a manifestação 
do poder constituinte foi legítima, nascendo uma Constituição 
popular, votada, democrática ou promulgada; se, ao contrário, a 
Constituição foi elaborada unilateralmente, por um impostor, sem 
nenhuma participação dos representantes do povo, houve 
manifestação ilegítima do poder constituinte, pelo mecanismo da 
outorga, nascendo uma Constituição outorgada. 
Para verificar seu aprendizado, tente acertar esta questão recente da 
Esaf (concurso para o cargo de AFRFB em 2009): 
“A outorga, forma de expressão do Poder Constituinte Originário, 
nasce da deliberação da representação popular, devidamente 
convocada pelo agente revolucionário.” 
Conforme vimos, quando o poder constituinte se expressa por meio 
de representação popular legítima temos o meio de exercício 
denominado “assembleia nacional constituinte” (ou convenção 
constituinte). Ao contrário, a outorga nasce da atuação unilateral do 
agente revolucionário, de forma antidemocrática, sem nenhuma 
representação popular. 
 
4) Espécies 
A doutrina reconhece duas tradicionais espécies de poder 
constituinte: originário e derivado. 
Conceituaremos também duas outras espécies de poder constituinte, 
ainda que menos relevantes para concursos públicos: difuso e 
transnacional. 
 
4.1) Poder constituinte originário 
O poder constituinte originário (principal, genuíno, primário, de 
primeiro grau) é o poder de elaborar uma nova Constituição. É ele 
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que elabora o texto originário da Constituição, dando forma a um 
novo Estado. 
Esse poder manifesta-se em dois momentos: na criação de um novo 
Estado (poder constituinte originário histórico) ou no curso de um 
Estado já existente, quando há uma ruptura de ordenamento jurídico 
(poder constituinteoriginário revolucionário). Enfim, aquele que 
elabora a primeira Constituição do Estado é chamado de histórico; 
já aquele que elabora uma Constituição em substituição a outra, já 
existente, é denominado revolucionário. 
O poder constituinte originário tem as seguintes características: 
a) político (extrajurídico, pré-jurídico) – porque antecede o direito, é 
anterior a este; 
É por isso que se diz que o poder constituinte originário “está fora da 
Constituição”, pois ele é anterior a esta. Ele não integra a 
Constituição, não foi criado por ela. Ao contrário, ele é anterior a ela, 
o seu criador. 
b) inicial – porque representa a base da ordem jurídica que se inicia; 
Com efeito, promulgada uma nova Constituição, toda a nova ordem 
jurídica que se inicia terá como base, como fundamento de validade, 
o novo texto constitucional elaborado pelo poder constituinte 
originário. O texto elaborado pelo poder constituinte originário passa 
a constituir o fundamento de validade de todas as demais normas 
que integrarão o ordenamento jurídico. 
c) ilimitado ou autônomo – porque não se sujeita a nenhum limite 
estabelecido pela ordem jurídica anterior; 
Por exemplo: em 1988, a assembleia nacional constituinte, no 
exercício do poder constituinte originário, poderia dar o formato que 
entendesse devido ao Estado brasileiro, sem necessidade de 
obediência a qualquer limite estabelecido pela Constituição pretérita, 
de 1969. Poderia, até mesmo, afastar direito adquirido, já 
consolidado na vigência da Constituição pretérita. 
d) incondicionado – porque não existe modo pré-estabelecido para 
o seu exercício; 
Para melhor entendermos o caráter de “incondicionado” do poder 
constituinte originário, basta-nos pensar assim: não temos, hoje, no 
Brasil, nenhum regramento estabelecido para a eventual elaboração 
de uma nova Constituição, em substituição à atual (processo 
legislativo, quórum para aprovação do novo texto etc.); na verdade, 
caso venha a ser convocado para elaborar uma nova Constituição, 
será ele, o próprio poder constituinte originário, que estabelecerá tal 
procedimento para a sua atuação. 
e) permanente – porque não se esgota no momento do seu 
exercício; 
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Sabemos que, no Brasil, a última manifestação do poder constituinte 
originário deu-se em 1988, com a elaboração da vigente Constituição. 
Isso não significa, porém, que ele se tenha esgotado naquele 
momento, após o seu exercício. Não, não. Ele permanece vivo entre 
nós, em estado de latência, aguardando uma convocação para nova 
atuação. Na verdade, hoje, é como se cada brasileiro, de norte a sul 
do país, tivesse, em suas mãos, uma “fraçãozinha” do poder 
constituinte originário adormecido, aguardando ser despertado, a 
qualquer momento, para uma nova atuação. 
Algumas observações importantes – sempre pensando na sua prova: 
a) Sobre a natureza de “ilimitado” do poder constituinte originário 
Embora tradicionalmente seja atribuída ao poder constituinte 
originário a característica de “ilimitado”, é importante que você saiba 
que há autores que questionam e apontam mitigações a essa 
ilimitação. 
Para alguns autores, o caráter ilimitado restringe-se ao direito 
positivo interno pretérito, isto é, o poder constituinte originário só 
seria ilimitado no que se refere ao nosso ordenamento jurídico 
(positivo) pretérito, podendo sofrer limitações advindas do direito 
internacional e do chamado direito suprapositivo (não escrito). 
Há, ainda, autores que apontam outros limites à atuação do poder 
constituinte originário, como o constitucionalista português J. J. 
Canotilho, para o qual o poder constituinte originário obedece a 
padrões e modelos de condutas espirituais, culturais, éticos e sociais 
radicados na consciência jurídica geral da comunidade. Por isso, 
deveria respeitar princípios de justiça e de direito internacional. 
Sendo assim, é bastante conhecida a denominada corrente 
jusnaturalista, que defende a existência de normas de direito 
natural limitando a atuação do poder constituinte originário. 
Entretanto, em se tratando de nosso país, prevalece a doutrina 
positivista, segundo a qual o poder constituinte originário é 
ilimitado, não sofrendo qualquer tipo de limitação, nem mesmo de 
valores suprapositivos. O próprio Supremo Tribunal Federal não 
admite a tese de que o poder constituinte originário seja limitado pelo 
direito natural. 
Na hora da prova do seu concurso, portanto, você deverá prestar 
muita atenção no enunciado da questão, especialmente para discernir 
se a referência é genérica ao poder constituinte originário (situação 
em que a doutrina reconhece a existência de limites à atuação do 
poder constituinte originário) ou se faz menção ao poder constituinte 
originário em nosso país (em que prevalece o entendimento de que o 
poder constituinte originário é ilimitado, não sofrendo qualquer tipo 
de limitação, nem mesmo daquelas advindas de valores éticos ou 
suprapositivos). 
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Veja estas assertivas do Cespe. Na prova de Procurador da AGU, 
realizada em 2010, foi apresentado o seguinte enunciado: 
“No que se refere ao poder constituinte originário, o Brasil adotou a 
corrente jusnaturalista, segundo a qual o poder constituinte originário 
é ilimitado e apresenta natureza pré-jurídica.” 
Ora, como você aprendeu, o Brasil adotou a corrente positivista (e 
não a jusnaturalista), segundo a qual o poder constituinte revela-se 
ilimitado, apresentando natureza pré-jurídica. Assim, a assertiva está 
errada. 
Já em 2009, na prova para o cargo de procurador do Tribunal de 
Contas do estado do Espírito Santo, o Cespe apresentou o seguinte 
enunciado: 
“No tocante ao poder constituinte originário, o Brasil adotou a 
corrente positivista, de modo que o referido poder se revela ilimitado, 
apresentando natureza pré-jurídica.” 
De fato, o Brasil adotou a corrente positivista, segundo a qual o 
poder constituinte originário não sofre limitações. Ora, se não há 
normas jurídicas anteriores a ele, não há nada que estabeleça limites 
à sua atuação. Correta a assertiva. 
b) Sobre a importância de não confundir as características 
Os conceitos dessas características do poder constituinte originário 
não podem ser confundidos na prova. Tem sido comum as diferentes 
bancas examinadoras trocarem os conceitos dessas características, 
invalidando o enunciado. 
Veja este enunciado: “O poder constituinte é inicial, porque não se 
sujeita a limites estabelecidos pelo ordenamento pretérito”. Certo ou 
errado? Ora, o poder constituinte, de fato, tem por característica ser 
inicial, mas por representar a base da ordem jurídica, e não pelo fato 
de não se sujeitar a limites estabelecidos pelo ordenamento pretérito 
(este último aspecto está ligado à característica de “ilimitado ou 
autônomo”). Está errado, portanto, o enunciado. 
Outro exemplo de enunciado: “O poder constituinte é incondicionado, 
porque não se sujeita a limites estabelecidos pelo ordenamento 
pretérito”. Certo ou errado? Ora, o poder constituinte é, de fato, 
incondicionado, mas pelo de não existir forma pré-estabelecida para o 
seu exercício. Errado, portanto, o enunciado. 
Enfim, na hora da sua prova, além de conhecer as características do 
poder constituinte originário, é indispensável que você saiba muito 
bem o conceito, o sentido de cada uma dessas características. Para 
que você não caia nesses “pegas”, veja, por exemplo, como a Esaf 
tentou confundir os candidatos na última prova de Auditor-Fiscal da 
Receita Federal do Brasil (AFRFB/2009), com este enunciado: 
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“O Poder Constituinte Originário é ilimitado e autônomo, pois é a base 
da ordem jurídica.” 
Ora, o enunciado está errado, pois, como vimos, o poder constituinte 
originário é ilimitado ou autônomo pelo fato de não se sujeitar a 
limites estabelecidos pela ordem jurídica anterior. O fato de tal poder 
“representar a base da ordem jurídica” está relacionado com a sua 
característica de “inicial”. 
E mais: não foi a primeira vez em que a Esaf tentou fazer isso! Em 
2005, também na prova de Auditor Fiscal da Receita Federal, a banca 
apresentou este enunciado: 
“O poder constituinte originário é inicial porque não sofre restrição de 
nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior.” 
A assertiva está errada, afinal a característica de “inicial” não se 
relaciona com o fato de o poder constituinte originário não sofrer 
nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior. A 
ausência de limites relaciona-se com a sua característica de “ilimitado 
ou autônomo”. Ele é inicial porque representa a base da ordem 
jurídica que se inicia. 
Para finalizarmos os comentários a respeito do poder constituinte 
originário, devemos, ainda, apresentar a distinção entre poder 
constituinte material e poder constituinte formal. 
Porém, estes – poder constituinte material e poder constituinte 
formal – não devem ser vistos como novas espécies de poder 
constituinte. Não, não. Eles devem ser vistos, apenas, como dois 
momentos distintos de manifestação do mesmo poder 
constituinte originário, no momento da elaboração de uma 
nova Constituição. Enfim, devemos pensar assim: “no 
procedimento de elaboração de uma nova Constituição pelo poder 
constituinte originário, podemos identificar dois momentos distintos – 
um momento material, e um momento formal; são dois momentos 
distintos, mas ambos inseridos no mesmo processo de formação de 
uma nova Constituição, e ambos decorrentes da atuação do mesmo 
poder constituinte originário”. 
Assim, primeiro temos o momento material, que concebe a ideia, a 
concepção da necessidade de uma nova ordem constitucional, enfim, 
a decisão política de mudança, de construção de um novo Estado 
(poder constituinte material); posteriormente, temos o momento 
formal, em que essa ideia, essa decisão política é formalizada no 
texto escrito da Constituição (poder constituinte formal). 
Ou, em simples palavras: primeiro, temos a ideia, a decisão política 
de mudança (poder constituinte material); depois, atribui-se 
juridicidade constitucional a essa escolha, formalizando-a por meio da 
elaboração do texto constitucional propriamente dito (poder 
constituinte formal). 
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Portanto, não se esqueça: o poder constituinte material antecede, 
sempre, o formal; afinal, primeiro floresce certa ideia de direito 
(material), que é posteriormente formalizada no texto da Constituição 
(formal). 
Cuidado! Esses importantes aspectos acerca da atuação do poder 
constituinte originário (concebidos pelo constitucionalista português 
Jorge Miranda) começaram a ser cobrados em concursos públicos. 
Veja, por exemplo, este enunciado trazidos pelo Cespe/UnB no 
concurso de delegado de polícia do estado da Paraíba, no de 2008: 
“O poder constituinte formal não se confunde com o poder 
constituinte material. Este é o poder de autoconformação do Estado 
segundo certa ideia de direito, enquanto aquele é o poder de 
decretação de normas com a forma e a força jurídica próprias das 
normas constitucionais. Em outras palavras, enquanto o poder 
constituinte material tem por fim qualificar como constitucional 
determinadas matérias, o formal atribui a essa escolha uma força 
constitucional.” 
O texto da assertiva está de acordo com o que explicamos acima. 
Primeiro concebe-se uma ideia sobre a Constituição (uma decisão 
política, que constitui o poder constituinte material). Posteriormente, 
elabora-se o texto da Constituição propriamente dito 
(consubstanciando o poder constituinte formal). Assim, define-se o 
que é constitucional (poder constituinte material); logo a seguir, 
atribui-se juridicidade constitucional a essa escolha (poder 
constituinte formal). Logo, o texto da assertiva está correto. 
 
4.2) Poder constituinte derivado 
Poder constituinte derivado (secundário, de segundo grau) é aquele 
competente para modificar (reformar) a Constituição Federal, bem 
como para elaborar as Constituições dos Estados-membros. 
Ao contrário do poder constituinte originário, o poder constituinte 
derivado está inserido na própria Constituição, submetendo-se aos 
seus limites. Daí o porquê de se afirmar que o poder constituinte 
derivado é eminentemente jurídico, pois “decorre de uma regra 
jurídica de autenticidade constitucional” (Alexandre de Moraes). 
Anote-se que o poder constituinte derivado desempenhará duas 
funções distintas: (a) modificar a Constituição Federal; (b) elaborar a 
Constituição dos Estados-membros. 
No primeiro caso – competência para modificar a Constituição Federal 
–, temos o poder constituinte derivado reformador. 
No segundo caso – competência para elaborar as Constituições dos 
Estados-membros -, temos o poder constituinte derivado 
decorrente. 
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O poder constituinte derivado tem as seguintes características: 
a) jurídico – porque ele integra o Direito, é criado e está presente no 
texto da Constituição Federal; 
Na Constituição Federal de 1988, o poder constituinte derivado 
reformador – competente para modificar a Constituição Federal - 
está previsto no art. 60 (procedimento de emenda constitucional) e 
no art. 3º do ADCT (procedimento de revisão constitucional). Já o 
poder constituinte derivado decorrente – competente para elaborar 
as Constituições dos Estados-membros - está previsto no art. 25 c/c 
art. 11 do ADCT. 
b) derivado – porque deriva do poder constituinte originário, é 
criação deste; 
c) condicionado – porque há forma pré-estabelecida para o seu 
exercício; 
Entre nós, o poder constituinte derivado reformador só pode 
modificar o texto constitucional se observar fielmente o procedimento 
estabelecido para tal, sobretudo no art. 60, § 2º, da Constituição 
Federal. 
d) limitado ou subordinado – porque se sujeita a limitações 
estabelecidas pelo poder constituinte originário; 
Na Constituição Federal de 1988, o poder constituinte derivado 
reformador encontra, por exemplo, limitações nas chamadas 
“cláusulas pétreas”, que não permitem modificações no texto 
constitucional tendentes a abolir a forma federativa de Estado, a 
separação dos Poderes, o voto direto, secreto, universal e periódico e 
os direitos e garantias individuais (art. 60, § 4º). 
Novamente, aqui, vale a mesma observação que fizemos quando 
estudamos as características do poder constituinte originário: cuidado 
para não confundir, na prova, os conceitos dessas características! 
Afinal, as bancas adoram fazer essa confusão, como, por exemplo, 
neste enunciado da Esaf, cobrado no certame de Auditor Fiscal da 
Receita Federal em 2005: 
“A existência de cláusulas pétreas, na Constituição brasileira de 1988, 
está relacionada com a característica de condicionado do poder 
constituinte derivado.” 
A característica de “condicionado” do poder constituinte derivado não 
está relacionada com a existência de cláusulas pétreas. Em verdade, 
relaciona-se à existência de regras para o procedimento legislativo de 
modificação do texto da Constituição Federal (CF, art. 60, § 2º - 
exigência de dois turnos de votação e quorum especial de três 
quintos para aprovaçãode emenda.). A existência de cláusulas 
pétreas está relacionada com a característica de “limitado” ou 
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“subordinado” do poder constituinte derivado. Assim, errada a 
assertiva. 
Diante do que foi exposto, você deve ter em mente a máxima de que 
embora o poder constituinte originário seja ilimitado, o mesmo não 
pode ser afirmado em relação ao poder constituinte derivado. 
Enfim, o poder constituinte derivado pode sofrer diferentes espécies 
de limitações, a ele impostas pelo poder constituinte originário. Essas 
limitações são tradicionalmente classificadas em quatro grupos: 
temporais, circunstanciais, processuais ou formais e materiais. 
Vejamos, brevemente, o conceito de cada uma dessas limitações: 
a) temporais - quando a Constituição estabelece um período durante 
o qual o seu texto não pode ser modificado. 
b) circunstanciais - quando a Constituição veda a sua modificação 
durante certas circunstâncias excepcionais, em ocasiões 
extraordinárias da vida do Estado (estado de sítio, por exemplo). 
c) processuais ou formais - quando a Constituição estabelece 
determinadas formalidades especiais para o procedimento de 
modificação da Constituição, tornando esse mais difícil do que aquele 
de elaboração das leis em geral (rito legislativo mais complexo, com 
diferentes turnos de votação da proposta de emenda à Constituição, 
por exemplo). 
d) materiais - quando a Constituição enumera certas matérias 
(conteúdos) que não poderão ser abolidas do seu texto pelo poder 
constituinte derivado reformador. 
(Importante: neste momento, não aprofundaremos o estudo dessas 
limitações, nem as relacionaremos com a Constituição Federal de 
1988, porque, como dissemos no início desta aula, o processo de 
modificação da Constituição Federal de 1988 será detalhadamente 
estudado em aula específica deste curso on-line. Neste momento, 
queremos, apenas, que você saiba que o poder constituinte derivado 
pode sofrer limitações, e que essas podem ser de ordem temporal, 
circunstancial, processual ou material. Os outros aspectos relevantes, 
e como a nossa Constituição Federal tratou desse assunto, repita-se, 
veremos em aula futura deste curso). 
Da mesma forma, o poder constituinte derivado decorrente – de que 
dispõem os estados-membros, para a elaboração de suas próprias 
Constituições – está sujeito a limitações estabelecidas pelo poder 
constituinte originário, conforme se observa nos comandos do art. 25 
da Constituição Federal, bem como no art. 11 do ADCT, a seguir 
reproduzidos: 
 “Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que 
adotarem, observados os princípios desta Constituição”. 
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“Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a 
Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação 
da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.” 
 
4.2.1) A problemática do poder constituinte derivado decorrente nos 
municípios e no Distrito Federal 
Conforme vimos, o poder constituinte derivado decorrente é aquele 
atribuído aos estados-membros para a elaboração de suas próprias 
Constituições. 
Pois bem, se a nossa Federação fosse do tipo clássica (típica), isto é, 
integrada apenas pela União e pelos estados-membros, não haveria 
maiores discussões quanto à titularidade do poder constituinte 
derivado decorrente, haja que este, por óbvio, pertenceria apenas 
aos estados-membros. 
Acontece, porém, que a nossa Federação não segue o modelo 
clássico do federalismo, nascido nos EUA, pois além da União e dos 
estados-membros, temos, ainda, dois outros entes federados atípicos 
ou anômalos: o Distrito Federal e os municípios. 
Em razão dessa realidade, discute-se na doutrina se o Distrito Federal 
e os municípios possuiriam também poder constituinte derivado 
decorrente, para a elaboração de suas Leis Orgânicas. Ou, melhor 
dizendo: se o poder conferido aos municípios (art. 29) e ao Distrito 
Federal (art. 32) para a elaboração de suas Leis Orgânicas 
consubstanciaria, ou não, o poder constituinte derivado decorrente. 
No tocante ao Distrito Federal, não há consenso doutrinário. Há 
autores que entendem que foi atribuído a esse ente federado o poder 
constituinte derivado decorrente, e há outros que entendem que não. 
Os primeiros – aqueles que outorgam ao Distrito Federal poder 
constituinte derivado decorrente – argumentam, em favor de sua 
tese, que ao Distrito Federal foram atribuídas as competências 
legislativas dos estados-membros (CF, art. 32, § 1º), que o STF já 
equiparou a Lei Orgânica do DF à Constituição Estadual e, 
especialmente, que essa competência do DF deriva diretamente da 
Constituição Federal (do poder constituinte originário, portanto). 
Já os que negam a atribuição do poder constituinte derivado 
decorrente ao Distrito Federal alegam que a capacidade de auto-
organização desse ente é muito limitada, tendo em vista as restrições 
previstas nos arts. 21, incisos XIII e XIV, e 22, XVII, da Constituição 
Federal (competências, no âmbito do Distrito Federal, que foram 
negadas a este ente federado e atribuídas à União). 
De nossa parte, entendemos que ao Distrito Federal foi, sim, 
atribuído o poder constituinte decorrente, consistente na competência 
para elaborar sua própria Lei Orgânica, norma equiparada à 
Constituição Estadual. Para nós, a simples mitigação da capacidade 
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de auto-organização do Distrito Federal (arts. 21, XIII e XIV, e 22, 
XVII) não é suficiente para a negação a esse ente do poder 
constituinte derivado decorrente. 
Entretanto, repetimos: essa matéria é controversa, não há consenso 
doutrinário. 
Quanto às bancas examinadoras, destacamos que o Cespe/UnB, na 
prova de Juiz Federal do TRF/1ª Região/2009, adotou como CERTA a 
posição de que ao Distrito Federal não foi atribuído o poder 
constituinte derivado decorrente, com o seguinte enunciado: 
“Pelo critério jurídico-formal, a manifestação do poder constituinte 
derivado decorrente mantém-se adstrita à atuação dos estados-
membros para a elaboração de suas respectivas constituições, não se 
estendendo ao DF e aos municípios, que se organizam mediante lei 
orgânica.” 
Quanto aos municípios, não há maiores controvérsias: eles não 
dispõem de poder constituinte derivado decorrente, haja vista que na 
elaboração de suas respectivas leis orgânicas deverão observar não 
só os limites estabelecidos pela Constituição Federal, mas também os 
limites fixados pela Constituição do respectivo Estado (logo, tal 
competência não deriva direta e exclusivamente do poder constituinte 
originário). 
 
4.3) Poder constituinte difuso 
A Constituição pode sofrer alterações por meio de reforma 
constitucional e, também, mediante mutação constitucional. 
O procedimento de reforma constitucional é aquele realizado pelo 
poder constituinte derivado reformador, por meio da aprovação de 
emendas à Constituição Federal. Constitui, portanto, processo 
formal de mudança da Constituição, em que há alteração na 
literalidade do texto constitucional (alteração, revogação ou 
acréscimo de dispositivos). (Conforme dissemos antes, esse 
procedimento será objeto de estudo em aula específica deste curso 
on-line, em que trataremos do assunto “Modificação da Constituição 
Federal de 1988”). 
Já a mutação constitucional é o fenômeno que modifica a Constituição 
de forma silenciosa, contínua, sem alteração textual. É isso mesmo! 
Trata-se de um processo informal e espontâneo de alteração da 
interpretaçãoconstitucional, em que se muda o entendimento sobre o 
conteúdo de determinado dispositivo, sem nenhuma mudança no teor 
da norma. 
Esse processo informal de mudança da Constituição – mutação 
constitucional - materializa o exercício do denominado poder 
constituinte difuso. 
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É o que acontece quando o Supremo Tribunal Federal muda seu 
entendimento sobre o alcance de certo dispositivo constitucional, em 
decorrência da evolução social, influenciada pelas mutações havidas 
nos usos e costumes e(ou) por outras circunstâncias fáticas. 
Assim, se na sua prova vier algo relacionado ao poder constituinte 
difuso, não se assuste: trata-se do conceito de mutação 
constitucional, as tais “mudanças silenciosas da Constituição, sem 
nenhuma alteração literal do seu texto”. 
4.4) Poder constituinte transnacional 
Assunto ainda pouco abordado pelas bancas em geral, o poder 
constituinte transnacional (ou supranacional) busca sua fonte de 
validade na cidadania universal e no pluralismo de ordenamentos 
jurídicos, buscando estabelecer uma Constituição supranacional 
legítima. 
Nesse sentido, a legitimidade do poder constituinte supranacional 
decorre de uma espécie de cidadão universal, e não do povo de 
determinada nacionalidade. Ele é supranacional exatamente por se 
distinguir tanto do ordenamento positivo interno quanto do direito 
internacional. Um bom exemplo seria a elaboração da (sonhada) 
Constituição da União Européia, que vincularia diferentes Estados 
soberanos (e não se confundiria com o Direito interno destes, nem 
com o Direito Internacional). 
Pronto! Agora você não precisa se assustar mais quando se deparar 
com uma questão como esta elaborada pelo Cespe em 2010, para o 
cargo de defensor público do estado da Bahia: 
“O denominado poder constituinte supranacional tem capacidade para 
submeter as diversas constituições nacionais ao seu poder supremo, 
distinguindo-se do ordenamento jurídico positivo interno assim como 
do direito internacional.” 
O conceito apresentado está de acordo com o que vimos logo acima. 
O poder constituinte supranacional ultrapassa os limites de 
determinado estado nacional, submetendo às suas regras as 
constituições que o integram. Ademais, ele não se confunde também 
com o direito internacional. Assim, a assertiva está correta. 
Mas, não faça confusão! Isso não quer dizer o Cespe tenha adotado a 
posição de que o Brasil admita limitações ao exercício do poder 
constituinte originário. Afinal, são coisas diferentes. 
Aliás, a mesma prova trouxe o seguinte enunciado: 
“O Brasil adotou a teoria segundo a qual o poder constituinte 
originário não é totalmente ilimitado, devendo ser respeitadas as 
normas de direito natural.” 
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Ora, está errado este enunciado, pois, conforme vimos, no Brasil 
prevaleceu a corrente positivista, segundo a qual não há limitações 
ao exercício do poder constituinte originário. 
É isso aí! Com esses conceitos bem sedimentados na sua cabeça, 
você estará preparado para enfrentar as questões de concurso que 
tratam do assunto “poder constituinte”. 
Mas, para finalizar, convidamos você a resolver as seguintes questões 
sobre o nosso assunto de hoje (se preferir testar os seus 
conhecimentos com os enunciados sem comentários, estas questões 
estão listadas no final desta aula). 
1. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) 
Sendo poder de índole democrática, autônomo e juridicamente 
ilimitado, o poder constituinte originário tem como forma única 
de expressão a assembleia nacional constituinte. 
O poder constituinte originário não se expressa apenas de forma 
democrática, quando a forma de expressão consiste na assembleia 
nacional constituinte (ou convenção). Ele também ocorre na 
declaração unilateral de um agente golpista ou revolucionário, sem a 
participação do povo, forma de expressão denominada de outorga. 
Nesse caso, trata-se do denominado poder constituinte usurpado. 
Assertiva incorreta. 
2. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) No tocante ao poder 
constituinte originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de 
modo que o referido poder se revela ilimitado, apresentando 
natureza pré-jurídica. 
O Brasil adotou a corrente positivista, segundo a qual o poder 
constituinte originário não sofre limitações impostas pela ordem 
jurídica anterior. Ademais, ele é, de fato, pré-jurídico, pois antecede 
o Direito. Item certo. 
3. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) No que se refere ao poder 
constituinte originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista, 
segundo a qual o poder constituinte originário é ilimitado e 
apresenta natureza pré-jurídica. 
O Brasil adotou a corrente positivista (e não a jusnaturalista), 
segundo a qual o referido poder se revela ilimitado, apresentando 
natureza pré-jurídica, por ser anterior ao Direito. Item errado. 
4. (CESPE/MANUT. ARMAMENTO LEVE/PM/DF/2010) O poder 
constituinte decorrente é aquele cuja competência consiste em 
elaborar ou modificar as constituições dos estados-membros da 
Federação. 
De fato, o poder constituinte derivado decorrente relaciona-se à 
competência de elaboração das constituições estaduais. Item certo. 
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5. (CESPE/MANUT. ARMAMENTO LEVE/PM/DF/2010) Uma das 
características do poder constituinte originário é a de ser inicial, 
o que significa que inaugura uma nova ordem jurídica, rompendo 
com a anterior. 
A assertiva está correta. Realmente, a característica de inicial do 
poder constituinte originário significa que ele é base da nova ordem 
jurídica. Item certo. 
6. (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MPS/2010) O poder 
constituinte derivado, ou de revisão ou reforma, caracteriza-se 
por ser inicial, autônomo e incondicionado, corporificando-se por 
meio de instrumento denominado emenda constitucional. 
O poder constituinte derivado não é inicial, nem autônomo, nem 
incondicionado. Pelo contrário, trata-se de um poder limitado e 
condicionado pelas regras estabelecidas pelo poder constituinte 
derivado. Item errado. 
7. (CESPE/ADVOGADO/IPAJM/2010) Segundo a doutrina, apesar de 
o poder constituinte ser originário, a história revela experiências 
no sentido da indispensabilidade de observância de certos 
princípios, como, por exemplo, o princípio da dignidade da 
pessoa humana, o da justiça, o da liberdade e o da igualdade, 
quando da criação de uma nova constituição. 
Vimos que, no Brasil, adota-se o positivismo, que considera o poder 
constituinte originário como completamente ilimitado. Entretanto, 
veja que o enunciado refere-se ao poder constituinte originário “em 
geral”, sem nenhuma referência a se tratar do caso brasileiro. Logo, 
considerando a doutrina, há realmente experiências estrangeiras em 
que se considera a existência de certos limites à atuação do poder 
constituinte originário, como aqueles apontados pelo 
constitucionalista português J. J. Canotilho. Item certo. 
8. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2009) 
O caráter ilimitado do poder constituinte originário deve ser 
entendido em termos, pois haverá limitações, por exemplo, de 
índole religiosa e cultural. 
Novamente, temos aqui a mesma problemática: como o enunciado 
não especificou se tratar do caso brasileiro (isto é, do poder 
constituinte originário no Brasil), o Cespe, considerando a doutrina 
que aponta a existência de certos limites à atuação desse poder, 
considerou o item certo. Item certo. 
9. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) As normas produzidas pelo 
poder constituinteoriginário são passíveis de controle 
concentrado e difuso de constitucionalidade. 
O poder constituinte originário é autônomo, ilimitado, não deve 
respeito à ordem jurídica anterior. Como é um poder pré-jurídico, não 
há normas jurídicas anteriores a serem respeitadas. Nesse sentido, 
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não há que se falar em controle de constitucionalidade de normas 
originárias, isto é, não há possibilidade de o Poder Judiciário declarar 
a inconstitucionalidade de uma norma inserida na Constituição 
Federal pelo poder constituinte originário. Ainda que supostamente 
tenha havido vício formal no procedimento de elaboração da norma, 
falta competência ao Poder Judiciário para declarar a invalidade de 
normas elaboradas pelo poder constituinte originário. Item errado. 
Mas, cuidado: o Poder Judiciário pode realizar o controle de 
constitucionalidade de normas constitucionais derivadas, isto é, 
declarar a inconstitucionalidade de normas elaboradas pelo poder 
constituinte derivado, haja vista que este é um poder limitado. Logo, 
se o poder constituinte derivado reformador, ao aprovar uma emenda 
à Constituição Federal, desrespeitar alguma das limitações que lhe 
são impostas pela Constituição Federal (limitações circunstanciais, 
processuais ou materiais), a emenda resultante deverá ser declarada 
inconstitucional pelo Poder Judiciário, se provocado para tal. 
10. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA 
ADMINISTRATIVA/STJ/2008) O poder constituinte derivado 
decorrente consiste na possibilidade que os estados-membros 
têm, em virtude de sua autonomia político-administrativa, de se 
autoorganizarem por meio das respectivas constituições 
estaduais, sempre respeitando as regras estabelecidas pela CF. 
O poder constituinte derivado decorrente realmente relaciona-se com 
a elaboração de Constituições estaduais por parte dos estados-
membros. De Fato, esse poder está limitado por regras estabelecidas 
pela CF/88. Item certo. 
11. (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/MDS/2008) O poder 
constituinte decorrente subordina-se às limitações que o órgão 
investido de funções constituintes primárias ou originárias 
estabeleceu no texto da CF. 
O poder constituinte decorrente é derivado, condicionado e está 
sujeito às limitações estabelecidas pelo poder constituinte originário. 
Item certo. 
12. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) É 
expressamente previsto na CF que os Poderes Legislativos dos 
estados, do DF e dos municípios devem elaborar suas 
constituições e leis orgânicas mediante manifestação do poder 
constituinte derivado decorrente. 
A Constituição Federal só estabelece expressamente que os 
estados-membros, com poderes constituintes, elaborarão suas 
Constituições Estaduais (ADCT, art. 11). Ao se referir à elaboração 
das Leis Orgânicas pelo Distrito Federal e pelos municípios, a 
Constituição Federal não fez referência expressa ao uso de poderes 
constituintes (CF, art. 32, caput; ADCT, art. 11, parágrafo único). 
Item errado. 
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13. (CESPE/AUFC/TCU/2009) Da mesma forma que o poder 
constituinte originário, o poder de reforma não está submetido a 
qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF 
apenas estabelece que não será objeto de deliberação a proposta 
de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o 
voto direto, secreto, universal e periódico, a separação de 
poderes e os direitos e garantias individuais. 
O poder constituinte originário é, de fato, ilimitado e incondicionado. 
Entretanto, o poder constituinte derivado está sim sujeito a limitações 
tanto de ordem formal (procedimentos de reforma da Constituição), 
quanto de ordem material (matérias que não possam ser suprimidas 
por emenda). Item errado. 
14. (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ/AL/2008) Atribui-se 
ao abade Emmanuel Sieyès o desenvolvimento da teoria do 
poder constituinte, com a obra Que é o Terceiro Estado? 
De fato, a teoria do poder constituinte foi desenvolvida pelo abade 
francês Emanuel Seyès, em sua obra “O que é o Terceiro Estado”. 
Item certo. 
15. (CESPE/PROMOTOR/MPE/RR/2008) No Brasil, o exercício do 
poder constituinte já foi restrito a determinado grupo ou pessoa, 
o que resultou em Constituição dita outorgada. 
De fato, tivemos quatro Constituições outorgadas (1824, 1937, 1967 
e 1969), em que o exercício do poder constituinte foi usurpado de 
seus titulares (o povo) para ficar restrito a determinado grupo. Logo, 
assertiva correta. 
16. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) O 
poder constituinte formal não se confunde com o poder 
constituinte material. Este é o poder de autoconformação do 
Estado segundo certa ideia de direito, enquanto aquele é o poder 
de decretação de normas com a forma e a força jurídica próprias 
das normas constitucionais. Em outras palavras, enquanto o 
poder constituinte material tem por fim qualificar como 
constitucional determinadas matérias, o formal atribui a essa 
escolha uma força constitucional. 
De fato, não se confundem poder constituinte material e formal. Por 
meio do primeiro estabelece-se o que é constitucional, enquanto o 
último atribui força constitucional a essas matérias escolhidas. Logo, 
correta a assertiva. 
17. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO DO TCU/2007) O 
poder de reforma inclui tanto o poder de emenda como o poder 
de revisão do texto constitucional. 
Como comentado, o poder de reforma inclui tanto o poder de emenda 
constitucional (CF, art. 60), quanto o poder de revisão (ADCT, art. 
3°). Logo, a assertiva está correta. 
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18. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2009) 
O poder constituinte de reforma não é inicial, nem 
incondicionado nem ilimitado, no entanto, não está subordinado 
ao poder constituinte originário. 
A assertiva está incorreta, pois o poder constituinte derivado 
reformador está sim subordinado ao poder constituinte originário. 
19. (CESPE/PROMOTOR/MPE/RR/2008) Um fazendeiro que detenha a 
propriedade de nascente de água desde setembro de 1988 pode 
invocar direito adquirido contra a norma constitucional, oriunda 
do poder constituinte originário, que estabeleceu a dominialidade 
pública dos recursos hídricos. 
Não há limites para a atuação do poder constituinte originário. Assim, 
não há que se alegar direito adquirido frente à nova Constituição. 
Assim, o item está errado. 
20. (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O 
titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo, 
promove a instituição de um novo regime constitucional ou 
promove a sua alteração. 
Como se vê, a questão está errada, já que o titular do Poder 
Constituinte é o povo, e não seus representantes. Logo, errado o 
item. 
21. (ESAF/AFRF/2005) Como a titularidade da soberania se confunde 
com a titularidade do poder constituinte, no caso brasileiro, a 
titularidade do poder constituinte originário é do Estado, uma vez 
que a soberania é um dos fundamentos da República Federativa 
do Brasil. 
Não faça confusão: a titularidade do poder constituinte pertence ao 
povo, e não ao Estado. Item errado. 
22. (ESAF/AFRFB/2009) A doutrina aponta a contemporaneidade da 
ideia de Poder Constituinte com a do surgimento de Constituições 
históricas, visando, também, à limitação do poder estatal. 
Em realidade, a concepção de poder constituinte é contemporânea do 
constitucionalismo moderno, que se liga à limitação do poder estatal; 
mas se relaciona às Constituições escritas e dogmáticas (e não às 
históricas). Item errado.23. (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Para o 
positivismo jurídico, o poder constituinte originário tem natureza 
jurídica, sendo um poder de direito, uma vez que traz em si o 
gérmen da ordem jurídica. 
O poder constituinte originário é um poder político, extrajurídico (e 
não jurídico). Aí está o erro da questão: não é um poder jurídico 
porque é ele o critério jurídico inicial do Estado. Isto é, é com base 
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nele que serão elaboradas as demais normas jurídicas, já que ele 
antecede o Direito. Logo, o item está incorreto. 
24. (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) Entre 
as características do poder constituinte originário destaca-se a 
possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a Assembléia 
Nacional Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento 
pré-determinado. 
Isso mesmo! Não se estabelecem condições para a atuação do poder 
constituinte originário. É dizer: ele não se sujeita a forma nem 
procedimento pré-fixado. Item certo. 
25. (ESAF/AFRFB/2009) A outorga, forma de expressão do Poder 
Constituinte Originário, nasce da deliberação da representação 
popular, devidamente convocada pelo agente revolucionário. 
As formas de expressão do poder constituinte originário segmentam-
se em (i) assembléia nacional ou convenção e (ii) outorga. É a 
convenção que nasce da deliberação da representação popular. A 
outorga nasce da atuação unilateral do agente revolucionário, sem 
nenhuma representação popular. Item errado. 
26. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Consolidou-se o 
entendimento de que é possível invocar direito adquirido em face 
de decisão do poder constituinte originário. 
Não há direito adquirido frente ao poder constituinte originário, isto é, 
não há direito adquirido frente a uma nova Constituição. Como 
vimos, o poder constituinte originário é ilimitado ou autônomo, não 
se sujeitando a nenhum limite estabelecido pelo direito anterior. 
Logo, não há impedimento para que ele venha a afastar direito 
adquirido na vigência de Constituição pretérita. Item errado. 
27. (ESAF/AFRF/2005) O poder constituinte originário é inicial porque 
não sofre restrição de nenhuma limitação imposta por norma de 
direito positivo anterior. 
A assertiva está errada porque a característica de inicial não se 
relaciona com o fato de o poder constituinte originário não sofrer 
nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior. 
Este último aspecto relaciona-se com a sua característica de ilimitado 
ou autônomo. Item errado. 
28. (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O 
poder emanado do constituinte derivado reformador, que é 
fundado na possibilidade de alteração do texto constitucional, 
não é passível de controle de constitucionalidade pelo Supremo 
Tribunal Federal. 
As normas constitucionais inseridas por emenda (atuação do poder 
constituinte derivado reformador) estão sim sujeitas a controle de 
constitucionalidade. Por outro lado, conforme já vimos, as normas 
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constitucionais originárias, inseridas no texto constitucional pelo 
poder constituinte originário, não estão sujeitas a controle de 
constitucionalidade. Logo, item incorreto. 
29. (ESAF/AFRFB/2009) O Poder Constituinte Derivado decorre de 
uma regra jurídica de autenticidade constitucional. 
O Poder Constituinte Derivado tira sua legitimidade e autenticidade 
da própria Constituição, afinal está previsto no texto constitucional, 
de acordo com o estabelecido pelo Poder Constituinte Originário. 
Logo, correta a assertiva. 
30. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Do poder 
constituinte dos Estados-membros é possível dizer que é inicial, 
limitado e condicionado. 
O poder constituinte derivado decorrente, conferido aos estados-
membros para a elaboração de suas Constituições, é um poder 
derivado, limitado, condicionado e subordinado. Ou seja, não é inicial. 
Item errado. 
31. (ESAF/AFRFB/2009) O Poder Constituinte Derivado decorrente 
consiste na possibilidade de alterar-se o texto constitucional, 
respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria 
Constituição Federal e será exercitado por determinados órgãos 
com caráter representativo. 
O poder constituinte derivado decorrente relaciona-se à competência 
que têm os estados-membros de elaborar suas próprias 
Constituições, respeitadas as regras da Constituição Federal. A 
definição apresentada refere-se ao poder constituinte derivado 
reformador. 
Item errado. 
32. (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/STN/2008) Não 
existe tratamento jurídico diferenciado entre emenda, reforma e 
revisão constitucional. 
Bem, para parte a doutrina majoritária, a reforma é gênero (poder 
constituinte reformador), que se subdivide em duas espécies de 
procedimentos: revisão constitucional (ADCT, art. 3º) e emenda 
constitucional (art. 60). 
Ou, em outras palavras: na Constituição Federal de 1988, o poder 
constituinte reformador (reforma constitucional) ora se materializa 
pelo procedimento de revisão (ADCT, art. 3º), ora pelo procedimento 
de emenda (art. 60). 
De qualquer forma, tome cuidado, pois nem sempre as bancas fazem 
essa distinção, e se utilizam das expressões “reforma” e “emenda” 
como sinônimas. Item errado. 
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33. (ESAF/AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/MTE/2010) A emenda à 
Constituição Federal, enquanto proposta, é considerada um ato 
infraconstitucional. 
Segundo Alexandre de Moraes, a emenda à Constituição Federal, 
enquanto proposta, é considerada um ato infraconstitucional sem 
qualquer normatividade, só ingressando no ordenamento jurídico 
após a sua aprovação, passando então a ser preceito constitucional, 
de mesma hierarquia das normas constitucionais originárias. Item 
certo. 
34. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/RS/2011) O Poder Constituinte 
genuíno estabelece a Constituição de um novo Estado, 
organizando-o e criando os poderes que o regerão. 
O poder constituinte originário (genuíno) organiza o novo Estado a 
partir da nova Constituição, estabelecendo inclusive os poderes 
constituídos. Item certo. 
35. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/RS/2011) Existe Poder Constituinte na 
elaboração de qualquer Constituição, seja ela a primeira 
Constituição de um país, seja na elaboração de qualquer 
Constituição posterior. 
O poder constituinte está presente tanto na primeira Constituição de 
um Estado, quando este é criado (poder constituinte originário 
histórico), quanto nas constituições que a substituem (poder 
constituinte originário revolucionário), a partir da ocorrência de 
revoluções. Item certo. 
36. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/RS/2011) O Poder Constituinte 
derivado decorre de uma regra jurídica constitucional, é 
ilimitado, subordinado e condicionado. 
O poder constituinte derivado busca, de fato, a autenticidade numa 
regra jurídica constitucional (a própria Constituição), sendo 
subordinado e condicionado. Entretanto, a assertiva está incorreta, 
pois se trata de um poder limitado (e não ilimitado). Item errado. 
37. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/RS/2011) Quando os Estados-
Federados, em razão de sua autonomia político-administrativa e 
respeitando as regras estabelecidas na Constituição Federal, 
autoorganizam-se por meio de suas constituições estaduais estão 
exercitando o chamado Poder Constituinte derivado decorrente. 
De fato, o poder constituinte derivado decorrente relaciona-se à 
competência de elaboração das constituições estaduais, em razão de 
sua autonomia político-administrativa, respeitando as regras 
previstasna Constituição Federal. Item certo. 
38. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/RS/2011) Para parte da doutrina, a 
titularidade do Poder Constituinte pertence ao povo, que, 
entretanto, não detém a titularidade do exercício do poder. 
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A titularidade do poder constituinte é do povo. Já o exercício desse 
poder é realizado pela assembléia constituinte. Item certo. 
39. (FCC/PROCURADOR/TCE/RO/2010) O Poder Constituinte 
Reformador, no Brasil, é fundamento de validade para que os 
Estados- Membros da Federação promulguem Constituições 
próprias com a aprovação das respectivas Assembleias 
Legislativas. 
A assertiva está errada, pois a definição apresentada refere-se ao 
poder constituinte derivado decorrente e não poder constituinte 
reformador. 
40. (FCC/ADVOGADO/METRÔ/SP/2010) O Poder Constituinte, que 
consiste na possibilidade que os Estados-membros têm, em 
virtude de sua autonomia político-administrativa, de se auto-
organizarem por meio de suas respectivas constituições 
estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas 
pela Constituição Federal, é classificado por 
a) ilimitado. 
b) derivado reformador. 
c) originário. 
d) derivado decorrente. 
e) inicial. 
O conceito apresentado refere-se ao poder constituinte derivado 
decorrente, relacionado à auto-organização dos estados-membros. O 
gabarito é letra “d”. 
41. (FCC/Técnico Judiciário/TRE-RS/2010) Em matéria de Poder 
Constituinte analise: 
I. O poder que a Constituição da República Federativa do Brasil 
vigente atribui aos estados-membros para se auto organizarem, 
por meio da elaboração de suas próprias Constituições. 
II. O poder que tem como característica, dentre outras, a de ser 
ilimitado, autônomo e incondicionado. 
Esses poderes dizem respeito, respectivamente, às espécies de 
poder constituinte 
a) decorrente e originário. 
b) derivado e reformador. 
c) reformador e revisor. 
d) originário e revisor. 
e) decorrente e derivado. 
Analisando os conceitos, fica fácil de observar que o primeiro conceito 
refere-se ao poder constituinte decorrente, relacionado à capacidade 
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de auto-organização dos estados-membros. O segundo conceito é 
bem simples, pois as características relacionam-se ao poder 
constituinte originário (ilimitado, autônomo e incondicionado). 
Gabarito: “a” 
42. (FCC/EXECUTIVO PÚBLICO/CASA CIVIL/2010) No que diz 
respeito ao poder constituinte, observa-se que no Brasil 
predomina a doutrina positivista, segundo a qual não há limites à 
atuação do poder constituinte originário, pelo menos 
teoricamente. 
De fato, a corrente positivista foi adotada no Brasil. Segundo tal 
doutrina, não há limites à atuação do poder constituinte originário, 
pelo menos teoricamente. Correta a assertiva. 
43. (FCC/Auditor/Tribunal de Contas Estadual/TCE/2007) A 
manifestação do poder constituinte originário é condicionada às 
regras procedimentais estabelecidas para a reforma da 
Constituição. 
Não há regras procedimentais ou limites para a manifestação do 
poder constituinte originário, que é, por isso, incondicionado. Logo, 
errada a assertiva. 
44. (FCC/Auditor/Tribunal de Contas Estadual/TCE/2007) O poder 
constituinte derivado é sempre ilimitado. 
A assertiva está incorreta, pois o poder constituinte derivado sofre 
limitações formais, materiais e circunstanciais. Item errado. 
45. (FCC / 2007 / Tribunal de Contas Estadual - TCE - Estadual - AM 
/ Auditor) As Emendas à Constituição de 1988 são frutos do 
poder constituinte derivado. 
De fato, as emendas constitucionais configuram frutos da atuação do 
poder constituinte derivado reformador. Logo, a assertiva está 
correta. 
46. (FCC / Procurador / Tribunal de Contas Estadual – TCE/ MG / 
2007) O Movimento Revolucionário não é considerado uma das 
formas básicas de expressão do poder constituinte originário. 
O item está incorreto, pois, como vimos, a manifestação do poder 
constituinte pode se dar por meios não democráticos. Assim, também 
a atuação unilateral de agente revolucionário representa uma das 
formas de expressão do poder constituinte originário. Item errado. 
47. (FCC / Procurador / Tribunal de Contas Estadual – TCE/ MG / 
2007) O titular do poder constituinte originário é o povo, e seu 
exercente é aquele que, em nome do povo, cria o Estado, 
editando a nova Constituição. 
De fato, o povo é o titular do poder constituinte originário. Seu 
exercício pode ocorrer (e geralmente ocorre) por meio de uma 
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assembléia nacional constituinte, que, em nome do povo, edita nova 
Constituição. Item correto. 
Pronto, acreditamos que - com a teoria por nós apresentada ao longo 
desta aula, somada à resolução das diversas questões cobradas pelas 
diferentes bancas examinadoras - você estará pronto para enfrentar 
esse assunto em qualquer prova futura. Mas, se por ventura ainda 
restar alguma dúvida, encaminhe-a ao nosso fórum de dúvidas, pois 
teremos satisfação em saná-la. 
Um forte abraço, bons estudos – e até breve, para a continuidade da 
nossa (longa, mas divertida!) jornada, ao longo das futuras 14 aulas 
deste curso on-line, 
Vicente Paulo e Frederico Dias 
 
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RELAÇÃO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 
1. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) 
Sendo poder de índole democrática, autônomo e juridicamente 
ilimitado, o poder constituinte originário tem como forma única de 
expressão a assembleia nacional constituinte. 
2. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) No tocante ao poder 
constituinte originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de 
modo que o referido poder se revela ilimitado, apresentando 
natureza pré-jurídica. 
3. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) No que se refere ao poder 
constituinte originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista, 
segundo a qual o poder constituinte originário é ilimitado e 
apresenta natureza pré-jurídica. 
4. (CESPE/MANUT. ARMAMENTO LEVE/PM/DF/2010) O poder 
constituinte decorrente é aquele cuja competência consiste em 
elaborar ou modificar as constituições dos estados-membros da 
Federação. 
5. (CESPE/MANUT. ARMAMENTO LEVE/PM/DF/2010) Uma das 
características do poder constituinte originário é a de ser inicial, o 
que significa que inaugura uma nova ordem jurídica, rompendo 
com a anterior. 
6. (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MPS/2010) O poder 
constituinte derivado, ou de revisão ou reforma, caracteriza-se 
por ser inicial, autônomo e incondicionado, corporificando-se por 
meio de instrumento denominado emenda constitucional. 
7. (CESPE/ADVOGADO/IPAJM/2010) Segundo a doutrina, apesar de 
o poder constituinte ser originário, a história revela experiências 
no sentido da indispensabilidade de observância de certos 
princípios, como, por exemplo, o princípio da dignidade da pessoa 
humana, o da justiça, o da liberdade e o da igualdade, quando da 
criação de uma nova constituição. 
8. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2009) 
O caráter ilimitado do poder constituinte originário deve ser 
entendido em termos, pois haverá limitações, por exemplo, de 
índole religiosa e cultural. 
9. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) As normas produzidas pelo 
poder constituinte originário são passíveis de controle 
concentrado e difuso de constitucionalidade. 
10. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA 
ADMINISTRATIVA/STJ/2008) O poderconstituinte derivado 
decorrente consiste na possibilidade que os estados-membros 
têm, em virtude de sua autonomia político-administrativa, de se 
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autoorganizarem por meio das respectivas constituições 
estaduais, sempre respeitando as regras estabelecidas pela CF. 
11. (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/MDS/2008) O poder 
constituinte decorrente subordina-se às limitações que o órgão 
investido de funções constituintes primárias ou originárias 
estabeleceu no texto da CF. 
12. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) É 
expressamente previsto na CF que os Poderes Legislativos dos 
estados, do DF e dos municípios devem elaborar suas 
constituições e leis orgânicas mediante manifestação do poder 
constituinte derivado decorrente. 
13. (CESPE/AUFC/TCU/2009) Da mesma forma que o poder 
constituinte originário, o poder de reforma não está submetido a 
qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF 
apenas estabelece que não será objeto de deliberação a proposta 
de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto 
direto, secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os 
direitos e garantias individuais. 
14. (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ/AL/2008) Atribui-se ao 
abade Emmanuel Sieyès o desenvolvimento da teoria do poder 
constituinte, com a obra Que é o Terceiro Estado? 
15. (CESPE/PROMOTOR/MPE/RR/2008) No Brasil, o exercício do poder 
constituinte já foi restrito a determinado grupo ou pessoa, o que 
resultou em Constituição dita outorgada. 
16. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) O poder 
constituinte formal não se confunde com o poder constituinte 
material. Este é o poder de autoconformação do Estado segundo 
certa ideia de direito, enquanto aquele é o poder de decretação 
de normas com a forma e a força jurídica próprias das normas 
constitucionais. Em outras palavras, enquanto o poder 
constituinte material tem por fim qualificar como constitucional 
determinadas matérias, o formal atribui a essa escolha uma força 
constitucional. 
17. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO DO TCU/2007) O 
poder de reforma inclui tanto o poder de emenda como o poder 
de revisão do texto constitucional. 
18. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2009) 
O poder constituinte de reforma não é inicial, nem incondicionado 
nem ilimitado, no entanto, não está subordinado ao poder 
constituinte originário. 
19. (CESPE/PROMOTOR/MPE/RR/2008) Um fazendeiro que detenha a 
propriedade de nascente de água desde setembro de 1988 pode 
invocar direito adquirido contra a norma constitucional, oriunda 
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do poder constituinte originário, que estabeleceu a dominialidade 
pública dos recursos hídricos. 
20. (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O 
titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo, 
promove a instituição de um novo regime constitucional ou 
promove a sua alteração. 
21. (ESAF/AFRF/2005) Como a titularidade da soberania se confunde 
com a titularidade do poder constituinte, no caso brasileiro, a 
titularidade do poder constituinte originário é do Estado, uma vez 
que a soberania é um dos fundamentos da República Federativa 
do Brasil. 
22. (ESAF/AFRFB/2009) A doutrina aponta a contemporaneidade da 
ideia de Poder Constituinte com a do surgimento de Constituições 
históricas, visando, também, à limitação do poder estatal. 
23. (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) Para o positivismo 
jurídico, o poder constituinte originário tem natureza jurídica, 
sendo um poder de direito, uma vez que traz em si o gérmen da 
ordem jurídica. 
24. (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) Entre 
as características do poder constituinte originário destaca-se a 
possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a Assembléia 
Nacional Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento 
pré-determinado. 
25. (ESAF/AFRFB/2009) A outorga, forma de expressão do Poder 
Constituinte Originário, nasce da deliberação da representação 
popular, devidamente convocada pelo agente revolucionário. 
26. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Consolidou-se o 
entendimento de que é possível invocar direito adquirido em face 
de decisão do poder constituinte originário. 
27. (ESAF/AFRF/2005) O poder constituinte originário é inicial porque 
não sofre restrição de nenhuma limitação imposta por norma de 
direito positivo anterior. 
28. (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O 
poder emanado do constituinte derivado reformador, que é 
fundado na possibilidade de alteração do texto constitucional, não 
é passível de controle de constitucionalidade pelo Supremo 
Tribunal Federal. 
29. (ESAF/AFRFB/2009) O Poder Constituinte Derivado decorre de 
uma regra jurídica de autenticidade constitucional. 
30. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Do poder 
constituinte dos Estados-membros é possível dizer que é inicial, 
limitado e condicionado. 
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31. (ESAF/AFRFB/2009) O Poder Constituinte Derivado decorrente 
consiste na possibilidade de alterar-se o texto constitucional, 
respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria 
Constituição Federal e será exercitado por determinados órgãos 
com caráter representativo. 
32. (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/STN/2008) Não 
existe tratamento jurídico diferenciado entre emenda, reforma e 
revisão constitucional. 
33. (ESAF/AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/MTE/2010) A emenda à 
Constituição Federal, enquanto proposta, é considerada um ato 
infraconstitucional. 
34. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/RS/2011) O Poder Constituinte 
genuíno estabelece a Constituição de um novo Estado, 
organizando-o e criando os poderes que o regerão. 
35. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/RS/2011) Existe Poder Constituinte na 
elaboração de qualquer Constituição, seja ela a primeira 
Constituição de um país, seja na elaboração de qualquer 
Constituição posterior. 
36. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/RS/2011) O Poder Constituinte 
derivado decorre de uma regra jurídica constitucional, é ilimitado, 
subordinado e condicionado. 
37. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/RS/2011) Quando os Estados-
Federados, em razão de sua autonomia político-administrativa e 
respeitando as regras estabelecidas na Constituição Federal, 
autoorganizam-se por meio de suas constituições estaduais estão 
exercitando o chamado Poder Constituinte derivado decorrente. 
38. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/RS/2011) Para parte da doutrina, a 
titularidade do Poder Constituinte pertence ao povo, que, 
entretanto, não detém a titularidade do exercício do poder. 
39. (FCC/PROCURADOR/TCE/RO/2010) O Poder Constituinte 
Reformador, no Brasil, é fundamento de validade para que os 
Estados- Membros da Federação promulguem Constituições 
próprias com a aprovação das respectivas Assembleias 
Legislativas. 
40. (FCC/ADVOGADO/METRÔ/SP/2010) O Poder Constituinte, que 
consiste na possibilidade que os Estados-membros têm, em 
virtude de sua autonomia político-administrativa, de se auto-
organizarem por meio de suas respectivas constituições 
estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas 
pela Constituição Federal, é classificado por 
a) ilimitado. 
b) derivado reformador. 
c) originário. 
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d) derivado decorrente. 
e) inicial. 
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Constituinte analise:

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