Introdução ao Processo do Trabalho

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INTRODUÇÃO AO PROCESSO DO TRABALHO
1. Surgimento do Direito Processual do Trabalho:
Pode-se dizer que o direito do trabalho surgiu após as grandes Revoluções
Industriais que ocorreram ao longo da história, pois, é a partir deste momento que
surgiu o regime do assalariado e a necessidade de proteção desses trabalhadores,
expostos a grandes jornadas de trabalho e condições laborais precárias.
Nesse sentido, a partir deste ponto histórico, pode-se falar em um processo do
trabalho, visto que, os conflitos relacionados à labor começaram a surgir e o desejo pela
resolução e pacificação da tensão existente entre os donos das fábricas e os proletários
tornou-se imprescindível.
No Brasil, a história do Processo do trabalho surge a partir do governo
autoritário de Getúlio Vargas o qual, diante da tensão internacional existente, criou o
Ministério do Trabalho, encarregado da solução dos conflitos que decorrem da relação
de emprego e a promulgação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), com o intuito
de conter a movimentação dos proletários. O Ministério do Trabalho criado, era um
integrante do poder executivo e tornou-se um órgão embrionário da Justiça
Trabalhista.
O reconhecimento da Justiça do Trabalho como um órgão integrante do poder
judiciário e com autonomia deu-se apenas com o advento da Constituição de 1946 ,
estabelecendo a JT como parte do poder judiciário, sendo composta pelo Tribunal
Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e pelas Juntas de Conciliação e
Julgamento.
É importante enfatizar que a existência da Justiça do Trabalho é de extrema
importância, não só para a solução dos conflitos que surgem no ambiente laboral, mas,
também, para para garantir e efetivar o direito material trabalhista e todos os avanços
conquistado ao longo da história, sendo um instrumento primordial para o cumprimento
das leis.
2. Antiga organização da Justiça do Trabalho - Juntas de Conciliação de
Julgamento
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As juntas de conciliação e julgamento era o órgão de primeiro grau da Justiça do
Trabalho, a qual continha uma composição colegiada, formada por três integrantes,
sendo eles: um Juiz de Direito, um representante dos empregados e um dos
empregadores - chamados de juízes leigos - indicados pelos respectivos sindicatos e
escolhidos e nomeados pelo presidente do TRT.
Os juízes leigos (classistas/paritários), atuavam juntamente com o Juiz togado
(representante do Estado) para solucionar os conflitos decorrentes da relação de
emprego. O mandato dos juízes classistas era de 03 (três) anos, podendo ser
prorrogado por mais 03 (três).
As juntas de conciliação de julgamento, representadas pelos juízes classistas,
foram extintas com o advento da Emenda Constitucional 24 de 1999, tendo em vista a
grande interferência política que advinha dos cargos e a notável inutilidade dessa
organização, desvio de sua função primordial.
3. Atual organização da Justiça do Trabalho
➔ Varas do Trabalho: A partir da EC/24, foram criadas as atuais Varas do
Trabalho, não existindo mais a figura dos juízes classistas, ela é composta apenas
por um juiz singular. As VT são o órgão de primeira instância, com jurisdição
local, que abrange um ou mais municípios, com a sua competência territorial
fixada por meio de LEI. Compete às Varas do Trabalho, em linhas gerais,
processar e julgar as ações oriundas das relações de trabalho e aquelas que, por
exclusão, não sejam da competência originária dos tribunais trabalhistas.
➔ Tribunais Regionais do Trabalho: são os órgãos de segunda instância, havendo
ao menos um em todos os estados brasileiros e no DF, com exceção de São Paulo
que contém dois (TRT 2 e TRT 15). Os juízes são chamados Desembargadores do
Trabalho, nomeados pelo Presidente da República, contendo no mínimo sete
juízes, dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos, sendo 1/5 de
composto por advogados e membros do Ministério Público do Trabalho e os
demais mediante promoção de Juízes do trabalho por antiguidade e merecimento.
➔ Superior Tribunal do Trabalho: é composto por 27 Ministros escolhidos entre
brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos de notável saber jurídico e
reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela
maioria absoluta do Senado Federal, sendo 1/5 entre advogados e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de exercício e os demais
dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da
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carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. Eles são responsáveis pela
interpretação e uniformização do direito do trabalho no Brasil.
REFERÊNCIA:
LEITE, Carlos Henrique B. Curso de Direito Processual do Trabalho. Editora Saraiva,
2022. E-book. ISBN 9786555596663. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555596663/. Acesso em: 14 fev.
2022.
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