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TUT 4- hipertireoidismo Sabrina S Lança 1 TUT 4- hipertireoidismo Sabrina S Lança Created Property Done Prescrições de cada problema 📎 Capitulo 29- Diagnóstico e tratamento da doença de graves→ Lucio Villar Artigos Up to Date file:///C:/Users/Usuario/Downloads/Graves'%20hyperthyroidism%20in%20nonpregnant%20adults_%20Overview%20of%20treatme %20UpToDate.pdf Hipertireoidismo Etiologias de hipertireoidismo 1. Dependem da produção aumentada de hormônios da tireoide estimulação anormal da tireoide por TRAB Doença de Graves estimulação anormal da tireoide por gonadotrofina corionica humana (hCG) Mola hidatiforme coriocarcinoma produção excessiva de TSH tumor hipofisário secretor de TSH resistência hipofisária ao T3 e T4 Produção autônoma excessiva de T3 e T4 (independentes de TSH) Adenoma tóxico (mutação no receptor do TSH) Carcinoma folicular Bócio multinodular tóxico Efeito Jod-Basedow (hipertireoidismo induzido por excesso de iodo ou amidarona) 2. independentes da produção aumentada dos hormónios tireoidianos liberação T3 T4 tireoidite subaguda linfocítica (indolor) Tireoidite subaguda granulomatosa (dolorosa) Fonte extratireoidiana de T3 T4 Produção ectópica de T3 T4 teratoma ovariano metástase funcionante de carcinoma folicular OBS: Diferenciar tireotoxicose de hipertireoidismo Hipertireoidismo → aumento da síntese e liberação dos hormonais tireoidianos pela tireoide Tireotoxicose → síndrome clínica devido ao excesso de hormônios tireoidianos circulantes, secundários a hiperperfusão da tireoide ou não TUT 4- hipertireoidismo Sabrina S Lança 2 📎 Doença de Plummer→ é um adenoma/bócio nodular tóxico Não é auto-imune trata com ablação de iodo OU ressecção do nódulo acomete apenas um nódulo que acaba aumentando de tamanho e produz quantidade excessiva de hormônio→ NÃO TEM aumento da tireoide diagnóstico pode ser feito com: exame de sangue, USG e cintilografia→ mostra captação de iodo na região do nódulo Doença de Graves representa 80% dos casos de hipertireoidismo Fisiopatologia: etiologia: autoimune e multifatorial Fisiopatologia: as células B começam a produzir o TRAB (anticorpo contra o TSHR) → o TRAB se liga ao TSHR: 1. → ativa complexos de sinalização de proteínas → aumenta a produção de hormônios tireoidianos (T3 T4) → feedback negativo no TSH → reduz TSH, mas TRAB continua alto 2. → Aumenta vascularização, volume da tireoide (bócio) Fatores predisponentes: Genética Fatores ambientais (radiação, liberação de antígenos na circulação) TUT 4- hipertireoidismo Sabrina S Lança 3 Estresse pode ser uma fator iniciante da doença por vias neuroendócrinas (em situações que a pessoa já tenha a predisposição a doença) Clínica / diagnóstico clínico de Hipertireoidismo Hiperatividade adrenérgica Sintomas em ordem de frequência: Nervosismo sudorese excessiva intolerância ao calor palpitação fadiga perda de peso dispneia fraqueza aumento do apetite queixas oculares edema de MMII (mixedema pré tibial) Não é a 1 manifestação do hipertireoidismo hiperdefecação (sem diarreia) diarreia distúrbios menstruais anorexia constipação intestinal ganho ponderal Sinais em ordem de frequência: Taquicardia Bócio (difuso, assimétrico ou lobular) Tem bócio = tireoide palpável tremor nas mãos pele quente e úmida sopro sobre a tireoide alterações oculares (Oftalmopatia → exoftalmia, quemose -edema de conjuntiva-, edema periorbital, hiperemia de conjuntiva) Devido ao aumento da gordura retrobulbar→ aumenta pressão intraorbitária Devido a hiper-reatividade adrenérgica e aumento da atividade simpática→ aumento do volume → + comum em Graves, mas pode ocorrer em outros hipertireoidismos fibrilação atrial esplenomegalia ginecomastia eritema palmar Exame físico da tireoide inspeção bócio palpação bócio nódulos (2-3 cm) massas (> 3 cm) ausculta sopros pode ter sopros na ausculta cardíaca pode ter B3 Taquicardia com B3 TUT 4- hipertireoidismo Sabrina S Lança 4 📎 o que causa B3→ o aumento da volemia, que na diástole, o sangue “bate” mais forte na parede do ventrículo esquerdo → gerando o som de TA em pessoas normais→ TUM (fechamento de AV) e TA (fechamento de semilunares) no caso da pessoas com B3→ TUM TA TA Ex: criancas e Grávidas (tem maior volemia) Clínica / diagnóstico clínico de doença de Graves Bócio difuso (sintoma clássico) oftalmopatia (orbitopatia) (sintoma clássico) dermopatia (mixedema pré-tibial) (sintoma clássico) 📎 SE TIVER A TRIADE → NÃO PRECISA DE EXAMES LABORATORIAS→ PODE FECHAR O DIAGNÓSTICO DE DG 📎 Casos de oftalmopatia, sem hipertireoidismo são chamados de→ Doença de Graves eutireóidea Diagnóstico laboratorial de Hipertireoidismo (condutas iniciais) Exames bioquímicos: 1. Função tireoidiana Hipertireoidismo primário Padrão: (TSH baixo, T4 livre alto) Hipertireoidismo subclínico: T4 livre normais e TSH baixo Hipertireoidismo secundário: TSH alto e T4 livre alto 2. TRAb útil para diagnóstico de doença de Graves OBS: TRAb > 12 U/l → chance de remissão definitiva com antitireoidianos de síntese é muito baixa→ pensar em outro tratamento 3. Outros anticorpos antitireoidianos Antitireoglobulina (anti-Tg) presente em 50% dos pacientes com DG Antitireoperoxidase (anti-TPO) presente em 90% dos pacientes com DG em títulos menores que na tireoidite de Hashimoto (hipotireoidismo) 4. Parametros hematológico (não uso esse como método diagnóstico, são mais "achados"): Nos pacientes com DG não tratada: Leucopenia (comum) hipercalciúria hipercalcemia (nem sempre) redução do colesterol total e LDL-colesterol hiperrubilinemia (casos graves) TUT 4- hipertireoidismo Sabrina S Lança 5 Exames laboratoriais: 1. Captação de iodo radioativo nas 24 horas (RAIU/24H): elevada em quase 100% dos casos de Doença de Graves (DG) consegue diferenciar DG de tireotoxicose secundária a casos de tireoidite subaguda linfocítica e tireoidite pós-parto, que teria a RAIU/24H baixa indicação: dúvida entre DG e tireotoxicose, depois de ver os níveis de TRAb, e mesmo assim ter dúvida 2. Ultrassonografia: detecta nódulos tireoidianos e tem menor custo que a captação de iodo alta sensibilidade para detectar DG diferencia DG (aumento de volume e vascularização) de tireotoxicose induzida pela destruição folicular (aumento de volume e redução de vascularização) indicação: dúvida entre DG e tireotoxicose por destruição folicular 3. cintilografia tireoidiana: indicação: após a USG, em pacientes com hipertireoidismo, para ver se nódulos são “quentes ou frios” 4. punção aspirativa indicação: pacientes com nódulos normo ou hipocaptantes, vistos na cintilografia → risco de malignidade Tratamento hipertireoidismo da Doença de Graves consiste em reduzir sintomas com beta-bloqueador + reduzir síntese dos hormônios teroidianos (tionamida OU ablação com radioiodo OU cirurgia) 1. Redução dos sintomas: como beta-bloqueador Quando: assim que confirmando Hipertireoidismo (mesmo antes de saber que é DG). fazer por uma média de 3 semanas (3 cauxas) Agente : quanto menos beta seletivo melhor Propranolol (40 mg/cp) 40-80 mg/dia, VO, 2x ao dia, por 3 semanas (3 caixas) Atenolol (25-50 mg/cp) Ação: reduzem o tônus beta-adrenérgico→ com isso reduz: fadiga, palpitações, taquicardia, tremores, ansiedade, intolerância ao calor Agem principalmente sobre beta 1→ reduz FC 2. Diminuição da síntese dos hormônios tireoidianos Tem 3 opções de tratamento para DG: drogas antitireoidianas (tionamidas), radioiodo ou cirurgia OBS: nenhuma delas é “melhor” que a outra. todas tem efeito colateral → deve discutir com o paciente o que ele prefere (diretrizes ATA) 1. Tionamidas: Pode ser o tratamento inicial por 1 -2 anos ou a longo prazo sugestão-> sintomas significativos: iniciar tionamida + beta-bloqueador para atingir eutireoidismo antes de iniciar radioiodo ou cirurgia Indicação: sintomas leves, médiosou graves de hipertireoidismo Objetivo: atingir estado de eutireoidismo em 3-8 semanas TUT 4- hipertireoidismo Sabrina S Lança 6 depois disso pode seguir o tratamento por 1-2 anos, esperando remissão (40% dos pacientes) OU terapias ablativas (cirurgia ou radioiodo) antes de inicar tratamento: hemograma completo contraindicação: neutrofilos < 1000 células/ microL OU transeminases hepáticas elevadas (risco de colestase, granulocitose) Representante de escolha: Tionamida metimazol 15 mg (principal) Propiltiouracil→ preferível na gestação no 1 trimestre OU quem tem reação adversa ao metimazol Dosagem inicial (metimazol): bócio pequeno e hipertireoidismo leve (T4 livre 1-1,5 X acima do normal)→ iniciar com 5-10 mg, 1X ao dia T4 livre 1,5 - 2 X o limite→ iniciar 10- 20 mg/ dia Bócios grandes e T4 livre 2 -3 vezes o normal→ 20 - 40 mg/ dia 📎 se iniciar com mais de 20 mg por dia→ deve fazer mais de uma vez ao dia, em doses menores, para reduzir os efeitos gastrointestinais colaterais, até normalizar a função da tireoide Dose de manutenção (metimazol): Quando eu faço essa: caso escolha a terapia a longo prazo Dose: 5-10 mg, 1X ao dia objetivo: manter estado eutireoidiano tempo de tratamento: 18 meses Mesmo se os níveis de TRAB negativarem, o tratamento é feito por esse tempo, porque tem o risco de eles se elevarem novamente Monitoramento após o tratamento: TSH e T4 livre com intervalos de 4-6 semanas, até estabilizar na terapia de manutenção, onde será monitorado os níveis de TSH e T4 livre a cada 3-6 meses Caso os níveis de TRAB continuem altos após 1 anos OU níveis de TSH continuem baixos por mais de 6 meses → antes de descontinuar a tionamida, deve estabelecer um plano para o tratamento subsequente do hipertireoidismo recorrente: seja terapia definitiva (radioiodo ou cirurgia) ou outro curso de 1a 2 anos de tionamida, ou terapia de tionamida de longo prazo. 2. Ablação com Radioiodo Terapia inicial OU após o pré-tratamento com Tionamidas vantagens: mais barato e menor taxa de complicações que a cirurgia antes do tratamento: 1. Se: paciente sintomas significativos de hipertireoidismo, idosos ou com doença cardíaca subjacente ou outras comorbidades → PRIMEIRO fazer tionamida + beta-bloqueador até estado eutireoidiano → ai sim, iniciar esse tratamento 2. Se: pacientes com hipertireoidismo leve → NÃO PRECISA fazer esse pré-tratamento antes→ só iniciar o radioiodo Após a ablação com radioiodo: vai fazer terapia com tionamida por décadas contraindicação ( diretrizes ATA): orbitopatia moderada a grave (pode piorar) como funiona? é ingerido (cápsula ou solucao oral de iodo) → absorvido pelo TGI → se concentra na tireoide → induz danos teciduais extensos → ablação da tireoide dentro de 6 -18 semanas OBS: hipertireoidismos mais graves podem necessitar de uma segunda dose de iodo Monitoramento após o tratamento: medir T4 livre, T3 total, TSH→ 4 - 6 semanas após tratamento, e depois medir de novo em intervalos de 4 - 6 semanas por 6 meses ou até hipotireoidismo e em doses estáveis de levotireoxina TUT 4- hipertireoidismo Sabrina S Lança 7 3. Cirurgia (tireodectomia total) feita depois das tionamidas, para atingir um estado eutireoidismo no pré-operatório METODO IMPOPULAR PARA HIPERTIREOIDISMO Indicação: bócio grande (obstrutivo) e hipertireoidismo grave. Alérgicos a tionamidas e não podem/querem receber radioiodo gestantes alérgicas a tionamidas nódulo de tireoide suspeito ou maligno coexistente com hiperparatireoidismo primário Monitoramento após o tratamento: TSH sérico em 6 - 8 semanas depois da cirurgia
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