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TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 1 TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança Created Property Done Prescrições de cada problema Síndrome da fadiga crônica único sintoma da síndrome é a fadiga (cansaço) intenso que piora com atividade física ou mental e não melhora com repouso fatores estressantes orgânicos (infecções) ou psicológicos podem desencadear o início dos sintomas Sintomas principais: Fadiga dificuldade com a memória e concentração dor de garganta presença de ganglios (íngua) dolorosos no pescoço ou axilas dores musculares e nas articulações cefaleia sono não reparador Possíveis etiologias: Depressão anemia ferropriva hipoglicemia mononucleose disfunções glandulares (hipotireoidismo) doenças auto-imunes @August 3, 2022 TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 2 Diagnóstico: clinico e de exclusão, afastando diagnósticos diferenciais: hipotireoidismo, apneia do sono, depressão e efeitos colaterais de medicamentos Hipotireoidismo Definição: síndrome clínica decorrente da deficiente produção ou ação dos hormônios tireoidianos com lentificação dos processos metabólicos Pode ser congênito ou adquirido OBS da fisiologia: “a tireoide age com uma célula apresentadora de antígeno” → engloba vírus que passam perto 📎 - Referencia: Vilar, cap 28. Clínica Médica USP https://brazilianjournals.com/ojs/index.php/BRJD/article/view/45473/pdf http://www.hu.ufsc.br/setores/endocrinologia/wp- content/uploads/sites/23/2015/01/PROTOCOLO-DE-HIPOTIREOIDISMO-2-NO- ADULTO-OK-20-de-julho.pdf Etiologia https://brazilianjournals.com/ojs/index.php/BRJD/article/view/45473/pdf http://www.hu.ufsc.br/setores/endocrinologia/wp-content/uploads/sites/23/2015/01/PROTOCOLO-DE-HIPOTIREOIDISMO-2-NO-ADULTO-OK-20-de-julho.pdf TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 3 1. Hipotireoidismo primário Fatores de risco: Etiologia do hipotireoidismo primário: Principais causas de HTP em adulto: Hashimoto ou falta de iodo A ausência de iodo, ou seu excesso podem causar hipotireoidismo Excesso de iodo→ pode ocorrer no uso de amidarona, contrastes radiológicos, cabornato de lítio câncer de tireoide, tipicamente NÃO causa hipotireoidismo TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 4 1.1 Tireoidite autoimune de Hashimoto Nos adultos, a principal causa de Hipotireoidismo primário é Tireoidite de Hashimoto (TH) doença autoimune que leva ao hipotireoidismo Patologia: processo crônico autoimune, com infiltração linfocítica e destruição dos tireócitos Exame físico: Bócio se manifesta inicialmente Laboratório: Anti-TPO elevado Peroxidase da tireoide elevada Pacientes com hipertireoidismo autoimune podem evoluir para hipotireoidismo autoimune, em função de mudanças no tipo predominante de anticorpos contra o receptor do TSH (de estimuladores para bloqueadoree. E vice- versa 1.2 Tireoidite subaguda Definição É uma inflamação aguda na tireoide, causado por uma infecção viral (EX: COVID), que posteriormente pode gerar outros casos, como tireotoxicose ou outros distúrbios, como um quadro de hipotireoidismo temporário ou permanente Após período de tireotoxicose autolimitada (pela liberação dos HT já formados), pode ocorrer uma hipotireoidismo transitório na fase de recuperação, que pode até evoluir pata tireoidite de hashimoto Maioria dos paciente recupera sua função tireoidiana, mas alguns podem evoluir com hipotireoidismo permanente 2. Hipotireoidismo central Pode ser de causa adquirida (no quadro abaixo) ou congênita (defeitos na estimulação ou síntese de TSH ou mutações no gene do receptor TRH) Etiologia: TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 5 Ocorre deficiência de TSH, T4 e de outras trofinas hipofisárias (como GH e gonadotrofinas Sinais e sintomas hipotireoidismo podem ser assintomáticos ouoligossintomáticos Expressão plena: mixedema 📎 Fisiopatologia das alterações clínicas: As manifestações do Hipotireoidismo dependem de duas alterações principais: 1→ diminuição de todos os processos metabólicos corpóreos 2→ acúmulo de substâncias como as glicosaminas no espaço intersticial dos tecidos→ leva a alterações de pele e fâneros entre outras e evolutivamente ao chamado mixedema. gasto energético desses pacientes é 35% menor metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídeos está alterado (altos níveis de colesterol) Pele e cabelos e geral: fácies mixedematosa Sistema endócrino: TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 6 palidez edema periorbital edema de MMII ou generalizado pele seca e áspera Queda de cabelo cabelos quebradiços unhas frágeis madarose aumento de peso (pode ser pela retenção hídrica, OU não) → sinal de cacifo sonolência intolerância ao frio sudorese bócio Sistema musculoesquelético: fadiga muscular generalizada mialgias dor muscular artralgias Sistema digestório: constipação intestinal distensão gasosa anorexia (perda de apetite) absorção intestinal reduzida doença hepática gordurosa não alcóolica Sistema cardíaco: bradicardia (devido a anemia) redução do débito cardíaco (tolerância reduzida aos exercícios) Hipertensão diastólica Cardiomegalia (derrame pericárdico Ascite mixedematosa Sistema neurológico: Astenia fraqueza Fala lenta Parestesias défict de memória dificuldade de concentração cefaleia zumbido tontura surdez (nervosa ou condução) hiporeflexia profunda (aquileu) Sistema reprodutivo: distúrbios menstruais (amenorreia ou aumento da frequencia menstrual, anovulacao e infertilidade) redução da libido, disfunção estéril Hiperprolactnemia redução da testosterona (em homens) TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 7 aumento da RVP→ hipertensão arterial Sistema hematopoiético anemia ferropriva (devido ao alterações menstruais na maioria das vezes) anemia perniciosda (B12) (por redução da absorção gástrica) (10% dos pacientes com hipotireoidismo) Sistema respiratório dispenia (50% dos pacientes) apneia obstrutiva do sono manifestações renais: proteinúria discreta nefropatia perdedora de sal, consequente a mau desempenho dos mecanismos de reabsorção tubular, resultando em poliúria, hiponatremia, hipocalemia, hipocloremia, hipocalcemia, hipomagnesemia e hipofosfatemia 📎 . A presença de bócio (pequeno a moderado) sugere a presença de tireoidite de Hashimoto. Nos casos de hipotireoidismo central, ectopias, hipoplasias e aplasias tireoidianas, não há bócio. O hipotireoidismo relacionado às tireoidites subagudas (granulomatosa, linfocítica e pós-parto) é, em geral, transitório. TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 8 📎 Edemas: Tipos de edemas: 3 tipos 1. edema comum: composto de agua e sal 2. Linfedema: edema por acúmulo de linfa (devido a obstrução ou destruição) a. Casos de retirada de ganglios b. elefantíase 3. Mixedema: água, sais, acumulo de proteínas especiais produzidas no hipotireoidismo a. esse edema tem característica de ser “duro” (cacifo negativo) b. Comum no hipotireoidismo em casos de linfedema crônico não é possível observar o cacifo. Pois o excesso de líquidos no interstício + a estase deste fluxo por períodos prolongados→ favorece a formação de um processo inflamatório → gerando a formação de fibrose no tecido conjuntivo intersticial afetado. Portanto, em geral, os edemas crônicos são “duros”, ou seja, o tecido não se deprime à pressão do dedo, é o edema sem cacifo. exame físico Clássicos: bradicardia hipertensão diastólica bulhas cardíacas hipofonéticas hipotermia pele seca, áspera e fria queda de cabelo e madarose fala lenta, rouca edema generalizado que não cede a pressão dos dedos hiporreflexia rendinosos profundos TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 9 Palpação de pescoço: glândula pode ser impalpável, com tamanho normal ou difusamente aumentada com contorno irregular, consistência firme e lobo piramidal perceptível pelo tato Fáscies cretina : acentuação do sulco naso-orbital, macroglossia, olhar vago edistante, cabelos escassos e aparência apática. Achados laboratoriais elevação de LDL-colesterol c Hipertrigliceridemia Aumento de colesterol total Aumento de PCR, homocisteína redução do SHBG, testosterona e estradiol Hiperprolactenemia redução dos fatores de crescimento (IGF-1, GH) Aumento da creatinina HIPOTIREOIDISMO É UMA CAUSA DE HIPERCOLESTEROLEMIA POR REDUZIR O METABOLISMO DO COLESTEROL Diagnóstico de hipotireoidismo Feito com exame clínico e exame laboratorial Diagnóstico laboratorial Alterações encontradas no hipotireoidismo primário: TSH elevado Na fase de hipotireoidismo subclínico, TSH está elevado T4 livre baixo T3 baixo Alterações encontradas no hipotireoidismo central (secundário ou terciário): TSH normal ou baixo (<10mU/l) TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 10 T4 livre baixo (FT4) T3 baixo outras trofinas tendem a estar baixas (GH, gonadotrofinas) Dosar Anti-TPO→ suspeita de Tireoidite de Hashimoto Pedir anti-tireoglobulina Exame de imagem (não precisa para diagnóstico, é mais para saber a extensão da doença): USG de tireoide→ bom para hipotireoidismo que não pode ser palpado para avaliar se está em fase de atrofia OBS: cintilografia com marcador de iodo→ melhor para hipertireoidismo 📎 Fatores que podem reduzir os níveis de TSH: análogos de somatostatina glicocorticoides endógenos ou exógenos 📎 Valores de referencia: TSH entre 0,4 e 4 mcU/mL T4 livre entre 0,7 a 1,8 ng/dL Anti-TPO menor que 15 U/ml Anti-tireoglobulina até 40 UI/mL TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 11 Tratamento hipotireoidismo Padrão e posologia: administração de levotiroxina (L-T4), dose única, 1X ao dia. Tomar em jejum, pela manha, 30-60 minutos antes da refeição Alimentação reduz a absorção do medicamento Alternativa caso não possa de manha: tomar a noite, ao deitar, em jejum A dose varia com idade e peso meia-vida da L-T4: 7 dias TEMPO DE TRATAMENTO: 6-8 semanas. mas depende EX: tireoidite auto-imune→ tem que tratar pro resto da vida se melhorar→ TSH vai reduzir (mostra que tireoide voltou a funcionar→ pode ir reduzindo a reposição de L-T4) DOSES DE INICIO DA L-T4 (25 microgramas/ CP) TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 12 25-50 microgramas, VO, 1 X ao dia, em jejum, antes do café da manha OU 2 horas após refeição DOSES DE MANUTENÇÃO DA L-T4: Em adultos (16 a 65 anos)→ a dose diária ideal é de 1,6 a 1,8 mcg /kg de peso ideal Costuma ser: 75 a 100 μg/dia para mulheres e 100 a 150 μg/dia para homens com hipotireoidismo franco. para adulto jovem começar com a dose plena (1,6 mcg /Kg) >65 anos OU cardiopatas OU hipotireoidismo crônico→ iniciar L-T4 com 12,5 a 25mcg /dia (e ir fazendo o aumento progressivo, de 12,5 -25 microgramas/dia), com intervalos de 15 a 30 dias 65 anos hígidos, sem problemas cardiovasculares→ dose plena, mas é recomendado iniciar com baixas doses (25ug/dia) e ir aumentado aos poucos 📎 A dose de manutenção normalmente varia entre 50-200 microgramas/dia Monitorização: após 6 semanas de tratamento, deve dosar TSH para ver a resposta ao tratamento. A normalização da FT4 é mais precoce se TSH ainda estiver elevado→ aumentar dose de L-T4 em 12,5 - 25 microgramas/dia 📎 No hipotireoidismo central a monitoração é feita pelos níveis de FT4, e o ajuste das doses também Meta terapeutica do TSH durante tratamento: 20 - 60 anos: 1 - 2,5 mU/L 60-70 anos: 3-4 mU/L >70 anos: 4-6 mU/L TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 13 📎 Se na monitorização a paciente: não tiver sintoma, mas tiver com TSH acima de 10→ aumenta a dose, pois tem risco de aterogenese e risco cardiovascular tem taquicardia, com TSH de 6→ isso já é efeito adverso do tratamento→ reduzir a dose Efeitos adversos: doses excessivas de L-T4 podem causam hipertireoidismo doses a longo prazo que mantenham TSH < 0,1mU/L→ fator de risco para fibrilação atrial ( em idoso), aumenta da PA, hipertrofia ventricular esquerda Osteoporose (ainda não bem definido pelos estudos) Prescrição hipotireoidismo Nome do paciente data Uso interno 1. Levotireoxina (25mcg/cp)———————————————————- uso contínuo Tomar o comprimido 1vez ao dia, via oral, em jejum, pela manha, 30-60 minutos antes da refeição X: Ass Casos especiais de aumento ou não absorção da L-T4 → Necessidade aumentada da L-T4 redução da absorção intestinal da L-T4 doenças intestinais inflamatórias giardíase cronica enteropatia diabetica intolerancia a lactose TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 14 gastrite atrófica dieta rica em fibras, cafe expresso, suco de laranja, frutas cítricas fármacos: sulfato ferroso, carbonato de cálcio, IBPs, hidróxido de aluminio ou magnésio, sucralfato Aumento do metabolismo hepático da L-T4 (estímulo CYP3A4) fármacos: rifampicina, estrógenos, carbamazepina, sertralina Diminuição da conversão de T4 em T3 fármacos: amidarona, glicocorticoides, betabloqueadores Inibição da secreção dos hormonios tireoidianos fármacos: amidarona, iodeto, tionamidas Gravidez, anticoagulante oral, agentes antidiabéticos, antidepressivos, diazepam, diureticos tiazídicos → Necessidade diminuída da L-T4 >65 anos terapia androgenica em mulheres perda de peso Investigação do hipotireoidismo: Hipotireoidismos PÓS- COVID TUT 2: Hipotireoidismo Sabrina S Lança 15 O comprometimento dos sistemas endócrinos também pode acontecer em pacientes com COVID-19, visto que a expressão dos receptores ACE-2 foi demonstrada em células foliculares da tireoide, tornando-as um alvo potencial para a entrada de SARS CoV-2. Assim, a infecção por SARS CoV-2 pode agravar as doenças originais nos órgãos endócrinos ou induzir novas anormalidades. Por sua vez, essas doenças endócrinas podem piorar o prognóstico adverso de COVID-19. Diante do exposto, a disfunção tireoidiana secundária à infecção por SARS CoV-2 provavelmente é uma mistura de vários mecanismos. (artigo Distúrbios na tireoide pós-covid) A inflamação da tireoide provocada pelo vírus da COVID-19 “desregula” o funcionamento da glândula → isso pode levar tanto à falta de hormônios (hipotireoidismo), ou hipertireoidismo. Nos casos do hipotireoidismo. Os sinais clínicos podem ser: cansaço, falta de memória, apatia
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