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Tumores do TGI 2 1 Tumores do TGI 2 Tags Oncologia Cancer de Pancreas Introdução 13 causa de morte por cancer no mundo Ocorre mais a partir da 6 década de vida, mas, atualmente, mtos diagnósticos estão sendo feitos na 4 década. Mais frequente no sexo masculino 1-5% tem sobrevida em 5 anos (geralmente o mais comum é o de cabeça de pancreas e oq tem a pior sobrevida). No brasil, quem tem cancer de pancreas tem 99% de chance de morte em 5 anos Patologia A patologia relata que 80% são adenocarcinomas e 65% estão localizados na cabeça do pancreas (os chamados tumores periampulares próximos a ampola de Valter). Os outros 20% se distribuem em cistoadenocarcinoma e neoplasias endócrinas (tratadas a parte) Existem 4 tipos de tumores periampulares, cujo tratamento é o mesmo do tumor de cabeça de pancreas, são eles: 2 porção do duodeno (melhor prognóstico) terço distal do coledoco papila cabeça de pancreas (pior prognóstico) Tumores do TGI 2 2 Etiologia Relação direta com o tabagismo Diabetes: Paciente de 40 anos, com dm de inicio súbito e lesão pancreatica, até que se prove o contrário é cancer. Pancreatite cronica Síndrome familiar de cancer pancreático (pacientes com história de cancer na familia) Aumento do consumo e café (acredita-se que alguns tipos de cafeina poderiam levar a alguns tipos de tumores, porém isso é mto controverso) Alcool Síndrome de Gardner: Associada a tumores de colon, tumores desmóides e osteomas múltiplos Neurofibromatose: Neurofibrossarcamo tratado como adenocarcinoma de pancreas. Doença de Von Recklinghausen: Tumores da bainha nervosa associado a manchas no corpo café com leite Clínica Tumores do TGI 2 3 Perda ponderal: Pacientes ja chegam emagrecidos, indicando doença avançada por produção de anorexígenos ou por obstrução do duodeno. Dor: Dor em barra, sendo uma contraindicação relativa a cirurgia. Esse paciente possui um pior prognóstico. Icterícia: Temos compressão das vias biliares, por metástases hepáticas ou nódulos hepáticos. Essa icterícia é flutuante (fica ictérico e depois melhora um pouco) pois o tumor necrosa a papila e depois volta a crescer. Sinal de doença avançada Prurido é decorrente da icterícia Colangite tbm devido a icterícia, por obstrução do coledoco Ascite: Devemos ver se é ascite carcinomatosa, oq indica tratamento paliativo. Todo paciente que tem ascite sem hepatomegalia e com cancer, até que se prove o contrário, tem-se uma carcinomatose peritoneal. Sinal de Courvosier: vesicula palpável Tromboflebite migratória: É uma síndrome paraneoplásica comum no tumor de pancreas. O paciente tem tromboflebite pelo corpo sem causa aparente (formação de coagulos em veis superficiais). Tumores do TGI 2 4 Nota: Do ponto de vista antomico, o tumor de cabeça de pancreas é o pior de operar, mas tem melhor prognóstico que o de cauda e ponta, pois neles fazemos um diagnóstico ja tardio (ele tem mais espaço pra crescer, o de cabeça, com 3-4cm ja causa icterícia). Diagnóstico Deve-se descartar patologias que cursam com icterícia, como hepatite e coledocolitíase. CA 19-9: Acima de 1000 é patognomonico (?) de cancer de pancreas, pois não existe pancreatite acima desse valor. Não devemos orientar isso, pois marcadores tumorais não servem para diagnóstico, apenas para acompanhamento e prognóstico, pois eles nao se elevam em todos os casos. Em torno de 30% de pessoas com cancer tem marcadores normais. Valor mto alto é sinal de mau prognóstico e quer dizer que o tumor está rescindindo. USG: Principal exame em paciente com icterícia, avaliando o fígado totalmente. Ultrassonografia endoscópica (USE): Muito importante para diagnóstico precoce e detecção de pequenos tumores no interior do pancreas. TC: Pesquisa de metástase e ascite. Ve acometimento local, invasão vascular e linfonodal. RNM: Colangioressonancia, exame importante para tumores periampulares sem diagnóstico (não se sabe a localização). Padrão para ver as vias biliares. Biópsias transgástricas guiadas por USG as vezes são necessárias Colangiografia retrógrada endoscópica (CPRE): Indicada para casos em que o paciente está mto ictérico, com prurido e colangite e não pode ser levado a cirurgia, assim optamos pela drenagem endoscópica, indicada quando ha colangite e hiperbilirrubinemia extrema (25-30mg/dl). A drenagem de rotina em pacientes após ressecção deve ser evitada, pois aumenta a morbidade pós-operatória. Tratamento Tumores do TGI 2 5 Cirurgia Padrão ouro e único curativo Cabeça e corpo: gastropancreaticoduodenectomia ou cirurgia de Wipple Corpo e cauda: Pancreatectomia distal e mesopancreatectomia Alguns casos: pancreatectomia total 10% dos canceres de pancreas pegam o pancreas inteiro Colocação de dreno é controverso (maioria utiliza) A preservação do piloro depende da experiencia do cirurgião Linfadenectomia gerou aumento da morbidade sem aumento de cura ou sobrevida. Não fazemos linfadenectomia D2. Na maioria das pancreactomias distais, o baço é removido em monobloco, podendo ser preservado em tumores de baixo grau ou patologias benignas. Para retirada do baço, é necessário checar vacinação para imunodepressão devido a síndrome fulminante pós-esplenectomia, que pode acontecer em até 18 anos após retirada do órgão (o ideal é fazer a vacinação 30 dias antes). Pancreatectomia distal laparoscópica: Estudos mostram ser factíveis e com menor morbidade que cirurgias abertas Wipple: factível mas poucos casos na literatura mundial Pancreatectomia total: Indicada em lesões extensas, sem margens negativas ou multifocais. A principal complicação é uma Dm de dificil controle (não produz mais insulina) Adjuvancia: A maioria dos adenocarcinomas de pancreas recidivam localmente, por isso é importante desenvolver adjuvancia, ou seja, QT após a cirurgia. Para o cistoadenocarcinoma, a QT traz pouco benefício, pois é um tumor mais lento (todo tumor mais lento responde melhor a cirurgia e mal a quimio e radio). É uma variante do adenocarcinoma que tem pior prognóstico. Tumores do TGI 2 6 Neoadjuvancia: Resultados ruins apesar do grande avanço Atualmente, no tratamento paliativo, ha 20% de ressecabilidade em: Icterícia obstrutiva (sintomas mais frequente necessário de paliação) Obstrução duodenal (30% dos casos de cabeça de pancreas e dor relacioada ao cancer) No tratamento paliativo, faz-se derivação biliar e/ou digestiva, quimio, radio e analgesia. Neolasias endócrinas pancreáticas São raras, representam 1% das neoplasias malignas pancreáticas Possui 4 síndromes genéticas associadas: Neoplasia endócrina múltipla tipo 1 (NEM I) Doença de von-hippel-lindau Doença de von recklinghausen Esclerose tuberosa Cancer de fígado Introdução Hepatocarcinoma (HCC): 80%. O principal tumor maligno é o metastático e o principal tumor benigno primário do fígado é o hemangioma (prova) Carcinoma colangiocelular (15%) Hepatocolangioma Angiossarcoma 4-5% das neoplasias que acometem o ser humano 7 causa de cancer em homens e 9 nas mulheres. Tumores do TGI 2 7 7 causa de morte por cancer no brasil. Mais comum em norte e nordeste do brasil devido a alta incidencia de hepatite levando a cirrose e ao hepatocarcinoma. As hepatites B e C podem evoluir com cancer, só havendo vacinação para a B. 50% dos tumores ressecáveis são circundados por cápsula fubrótica (todo tumor capsulado tem prognóstico melhor, pois impede invasão). 70% disseminam para fora do fígado (pulmão, peritoneo, linfonodos, veia hepática) Etiologia Hepatite B e C Hepatite cronica Cirrose: Tudo que provoca cirrose relaciona-se ao hepatocarcinoma. Existem 2 formas de cirrose, a macronodular e a micronodular, sendo que a forma que mais viraria hepatocarcinoma seria a macronodular. Alcool Exposição a aflotoxina (Aspergillus flavus) Hemocromatose, doença de wilson e hepatite auto-imune —> cirrose Clínica Dor em hipocondrio direito e referida em ombro direito Emagrecimento Aumento do volume abdominal Hepatomegalia Icterícia em 1/3 doscasos. Ascite (líquido ascítico com sangue): Devemos enviar para a histologia quando o líquido é suspeito. Se o líquido ascítico tem sangue, desconfiar de um hepatocarcinoma. Tumores do TGI 2 8 Se a histologia for positiva, descarto o paciente para a cirurgia Febre (pode ser que o figado necrose e curse com febre esse quadro) Sangramento gastrointestinal (doença avançada): Podemos ter um hepatocarcinoma de lobo esquerdo invadindo estomago e duodeno. Tomar cuidado, pois podemos achar que o paciente tem um tumor avançado e na vdd ele tem uma cirrose com hipertensão porta e o sangramento não é do tumor. Diagnóstico Alfafetoproteína (AFP) + TC ou USG abdominal: Diagnóstico precoce. É o marcador principal, porém só altera em 70% dos casos. Não serve para diagnóstico o AFP, mas sim para rastreamento e acompanhamento (não é pedido para todos, deve ser solicitado apenas para o grupo de risco, como pacientes com doença autoimune que levam a cirrose ou para aqueles com hepatite b e c mal tratada). USG laparoscópico intraoperatório é mto importante e faz diagnóstico melhor que PET e RM. TC: Nódulos e trombose de veia porta RNM: Diferenciar tumor de fibrose no figado. Devemos dinstinguir de doenças benignas como fibrose, tumores benignos como adenoma hepático e etc. A colangiorressonancia ve a relação com vasos, vias biliares e o acometimento vascular. Elevação de bilirrubinas, enzimas hepáticas, FA, GGT, leucócitos (o mais específico continua sendo a alfafetoproteína) Angiografia (hj foi substituida pela angio-tc ou angio-ressonancia). Raio x ou TC de toráx são usados para o rastreamento de metástases (é mandatório, todos os pacientes com cancer devem ter pelo meno 1) Screening (semestral), deve ser feito em portadores de HCV com fibrose ou cirrose, pacientes com HBsAg + que tiveram hepatite B e em cirróticos para Tumores do TGI 2 9 qualquer motivo. O screening consiste em USG e TC (se o USG não for confiável, pedimos a AFP) Nota: Nódulo hepático isolado deve ser investigado como metástase primeiro. Tratamento - HCC Depende: Tamanho Localização Trombose de veia porta Presença de metástase Gravidade da cirrose (child-ough): As vezes o paciente chega com um nodulo mto pequeno (1cm), mas é um child C, então fica longe de qualquer possibilidade terapeutica oncológica, pelo menos naquele momento (devemos tentar trazer esse paciente para A ou B). Podemos ressecar até 80% do fígado, porem, geralmente o paciente é cirrótico e apesar de ser ressecável, é inoperável. Prevenção: Vacinação contra HBV Combater uso de alcool Tratar adequadamente as hepatites Cirurgia O padrão ouro é a cirurgia (tumor menor que 10cm uni ou bilobares, sem invasão vascular e sem cirrose) ou transplante. A cirurgia as vezes é usada em pacientes com indicação de transplante, pois o numero de doadores de órgão ainda é pequeno Hoje o transplante da preferencia a outros tipos de doença com melhor prognóstico que o HCC, como hepatite fulminante por paracetamol Tumores do TGI 2 10 QT neo-adjuvante: Reduz o tamanho do tumor e as recidivas, mas isolada tem pouca eficácia. Feita em pacientes que não se tem a possibilidade de ressecção inicialmente. Paliativo: Quimioembolização: tumor inoperável abaixo de 10cm, sem trombose de via porta (paliativo com melhor resposta) Ablação por radiofrequencia: tumores abaixo de 4cm Alcoolização percutanea com etanol: tumores abaixo de 5cm Válido lembrar que a cirrose (90% dos casos é doença avançada) entra no tratamento paliativo. O paliativo é feito com a intenção de que o paciente ganhe um tempo e possa ir para uma ressecção ou transplante, nao tendo função curativa. Cancer de Vias biliares Introdução São divididos em: Cancer de vesícula biliar Cancer de vias biliares Intra-hepática Extra-hepática São neoplasias raras, com distribuição semelhante entre os sexos. Acomete a faixa etária entre a 5-6 década de vida O tipo histológico mais comum é o adenocarcinoma Tumor de Klatskin = tumor em hilo hepático (eponimo que ainda é usado e cai nas provas) Etiologia Tumores do TGI 2 11 Parasitoses Calculos de vias biliares: Importante no colangiocarcinoma intra-hepático (é o principal, por isso indica-se colecistectomia) Vesicula em porcelana (no raio x, calcificação em hipocondrio direito). Colangite esclerosante Pólipos vesiculares (maior que 1cm): Tem que operar. Sempre fazer USG para definir o tamanho, se for menor que 1cm e tiver histórico familiar, procura-se marcadores genéticos e se positivos, colecistectomia. Litíase hepática: Cálculo migra para dentro do fígado Cistos de colédoco: cisto tipo 2 tem 80% de chance de evoluir para neoplasia Disseminação Invasão direta do fígado e estruturas hilares Linfonodos do ducto comum Pulmões Fundo e corpo Infundíbulo (placa hilar e colédoco) Transperitoneal (duodeno, colon, parede abdominal) Clínica Irá depender da localização do tumor Icterícia é sinal de mal prognóstico Tumores do TGI 2 12 Diagnóstico Confirmação por CPRE TC Colangiorressonancia Tumores do TGI 2 13 CA19-9: mais sensível e específico, aumenta em 80% dos casos (lembrar que não serve para diagnóstico) CEA: Aumenta em 40-60% dos casos (marcador colo retal). Raio x de torax: util para estadiamento (porém a tc é melhor) GGT e FA: pode estar aumentado, principalmente em casos obstrutivos Bilirrubinas tbm podem estar aumentadas. Tratamento O tratamento habitualmente é cirúrgico e depende da localização do tumor. Ex: Tumor em colédoco distal —> periampular —> tratado como se fosse cancer de pancreas. Tumor in situ (restrito a mucosa) ou intra-mucoso da vesícula: colecistectomia Se ultrapassar a lamina própria —> colecistectomia + ressecção do parenquima hepático (hepatectomia do segmento 4b e 5, onde a vesícula está em contato) + linfadenectomia regional Neoplasia avançada —> hepatectomia direta ampliada + linfadenectomia regional Tumores do TGI 2 14 A ressecção de via biliar, que antes deveria ter margem de segurança de 1cm, agora ela é de 0,5cm Cirurgia Tumor em 1/3 superior Ressecção + hepaticojejunostomia em Y de Roux Sempre ressecção do lobo caudado ou do lobo direto ou esquerdo Tumor em 1/3 médio Ressecção ou colecistojejunostomia ou coledocojejunostomia em y de Roux Tumor de 1/3 inferior Pancreatoduodenectomia radical (Whipple) Tratamento colangiocarcinoma: Colangiocarcinoma hilar: Ressecção da via biliar (margem de 0,5cm) + derivação biodigestiva Colangiocarcinoma intra-hepático ou periférico: Ressecção hepática (margem de 1-2cm) Tumor de via biliar distal: Duodenopancreatectomia parcial Tumor irressecável + olestase: Derivação biodigestiva ou endoprótese Orgãos adjacentes envolvidos (estomago, duodeno, colon): ressecções parciais por necessidade, desde que R0 Nas reoperações, pode ser difícil discernir entre fibrose e tumor Morbidade de 50% e mortalidade de 5% Adjuvancia: 85% tem recidiva a distancia Tumores do TGI 2 15 QT e RXT não aumentam a sobrevida de tumor intra-hepático e de hilo RXT (gencitabina) —> tumor extra-hepático Paliação Consiste em: Aliviar a icterícia (obstrução, colangite de repetição) e prurido Tratar a infecção Preservar a função hepática Acesso da via bilia Pode ser usada: RXT Algumas terapeuticas paliativas tem tempo limitado de ação, dentre eles: Uso de stent (127 dias) Derivação cirúrgica (240 dias) Stente + QT + CCDP (250 dias) Resumindo: oq se faz completo no paciente não ressecável é: drenagem, ATBterapia e QT (se a sequela dela não for maior que o prejuízo da doença). Tumores de intestino delgado Introdução São raros (1-5% dos tumores do TGI) Maioria dos pacientes tem mais de 40 anos e o linfoma é o tumor mais comum de intestino delgado Maioria dos adenocarcinomas são assintomáticos Apenas 25% apresentam sobrevida em 5 anos após cirurgia O tratamento do linfoma é quimio, só opera esses pacientes em caso de obstrução Tumores do TGI 2 16 Clínica e diagnóstico Tratamento Cirurgia +radio com ou sem quimio Radio nas lesões não ressecáveis Observações Qual o órgão que mais recebe metástase no corpo humano: Pulmão, fígado, osso e cerebro Qual orgao da mais metástase para o fígado? Intestino grosso Tumores do TGI 2 17 Paciente com múltiplos nódulos hepáticos e sem clínica, só podemos pedir um exame, qual pedir? Colono R0, R1, R2 R0: Ressecção do tumor com margem adequada R1: Ressecção do tumor com margem livre, porém exígua, que se traduz por ressecção macroscópica completa e margem positiva a microscopicamente R2: Ressecção do tumor com margem positiva, seja macro ou microscópica (cancer macroscópico não ressecado).
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