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Transtornos psicóticos

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Alice Bastos 
São transtornos que manifestam-se através da psicose (perda do juízo da realidade). 
EPIDEMIOLOGIA 
Prevalência de mais ou menos 1%; 
Sem prevalência por sexo; 
Atinge principalmente a população jovem; 
Idade de início: 
 Homens: 10-25 anos  mais precoce; 
 Mulheres: 25-35 anos. 
ATENÇÃO: o início da esquizofrenia na infância ou após os 60 anos é extremamente raro. 
ETIOLOGIA 
É causada pela interação de diversos fatores: 
 Fatores genéticos: a incidência nas famílias é maior do que na população em geral; 
 Fatores neurobiológicos: hipótese dopamínica (a esquizofrenia resulta de uma atividade dopaminérgica exacerbada); 
 Fatores psicossociais: questões familiares, individuais e sociais. 
QUADRO CLÍNICO 
O quadro clínico é bastante polimorfo e heterogêneo; 
Sinais e sintomas pré-mórbidos: 
 Introvertido (sem amigos, namoro), isolado, desconfiado; 
 Personalidade esquizoide: frio, isolado, introspectivo; 
 Personalidade esquizotípica: comportamento estranho, crenças excêntricas; 
Sintomas positivos: 
 Alucinação: distorção sensoperceptiva (audição – mais comum –, visão, tato, sinestésica); 
 Delírio: distorção do pensamento (paranoide, grandeza); 
 Linguagem: neologismo (inventar palavras), ecolalia; 
 Comportamento bizarro e atos impulsivos; 
 Agitação psicomotora; 
 Ideias bizarras, não necessariamente delirantes; 
Sintomas negativos: 
 Embotamento afetivo; 
 Perda do prazer; 
 Aparência desleixada (autonegligência); 
 Retração social (isolamento); 
 Empobrecimento da linguagem e do pensamento; 
 Diminuição da fluência verbal; 
 Lentificação psicomotora. 
TIPOS 
Paranoide (mais comum): delírios (persecutório) + alucinações; 
Alice Bastos 
Hebefrênica (prognóstico ruim): comportamento pueril + sintomas negativos; 
Catatônica: predominam distúrbios motores (posturas bizarras, rigidez); 
Indiferenciada: sintomas mistos ou que não se encaixam. 
DIAGNÓSTICO (DSM-V) 
O paciente deve apresentar 2 ou mais dos seguintes: 
 Alucinações; 
 Delírio; Pelo menos 1 desses 3 deve estar presente 
 Discurso desorganizado; 
 Comportamento desorganizado ou catatônico; 
 Sintomas negativos; 
Os sintomas devem estar presentes por 6 meses ou mais  contando com o período do quadro pré-mórbido; 
É necessário excluir causas secundárias: uso de drogas, perfil metabólico; 
O quadro apresentado pelo paciente deve ter prejuízo social/funcional importante. 
CURSO E PROGNÓSTICO 
Eventos desencadeantes, tais como trauma emocional, uso de drogas e separações podem precipitar episódios esquizofrênicos em indivíduos predispostos; 
O curso da doença consiste de exacerbações e remissões. 
TRATAMENTO 
Feito com antipsicóticos (ou neurolépticos); 
Antipsicóticos típicos (1ª geração): são antagonistas do receptor D2 da dopamina; 
 Ex.: haloperidol (alta potência, sendo menos sedativo) e clorpromazina (baixa potência, sendo mais sedativo); 
 Efeitos colaterais: 
 Bloqueio dopaminérgico: distúrbios do movimento (parkinsonismo, acatisia – inquietação motora), galactorreia, amenorreia  com o 
bloqueio de dopamina, há liberação de mais prolactina; 
 Bloqueio histamínico: sonolência; 
 Bloqueio adrenérgico: boca seca, constipação, retenção urinária; 
 Bloqueio alfa-1: hipotensão arterial; 
 Constituem a segunda escolha devido aos efeitos colaterais, embora sejam mais baratas e estejam mais disponíveis; 
Antipsicóticos atípicos (2ª geração): são antagonistas do receptor D2 da dopamina e da serotonina; 
 Possuem melhor perfil de tolerabilidade, mas são medicações mais caras; 
 São mais eficazes para tratar sintomas negativos; 
 Ex.: risperidona, quetiapina, olanzapina e clozapina; 
 Risperidona: em dose alta, tem efeito típico/melhora irritabilidade; 
 Quetiapina: tem ação antidepressiva e hipnótica; 
 Olanzapina: aumento do peso e resistência insulínica, DLP; 
 Clozapina: pode causar agranulocitose  usada apenas em casos refratários. 
 
Alice Bastos 
ATENÇÃO: por serem mais sedativos, os de baixa potência costumam ser escolhidos como primeira opção em pacientes que apresentem agitação ou insônia. 
A medicação deve ser mantida por um mínimo de 6 a 12 meses após a remissão dos sintomas. 
IMPORTANTE! O tratamento não deve se limitar à farmacoterapia, sendo fundamental o recurso a estratégias multidisciplinares. 
A pessoa apresenta apenas delírio (ideia delirante fixa e inabalável); 
 Os delírios podem ser persecutórios, grandiosos, de ciúmes, erotomaníacos, entre outros; 
Diagnóstico diferencial com esquizofrenia: delírios “não-bizarros”, sem alucinações, idade +- 40 anos. 
Distúrbio do humor (mania ou depressão) + esquizofrenia; 
No curso da doença, o paciente deve apresentar esquizofrenia isolada. 
Esquizofrenia que dura < 1 mês; 
 Deve ter duração > 1 dia e < 1 mês; 
Ocorre após um estresse evidente na vida do paciente. 
Esquizofrenia que dura entre 1-6 meses, com retorno ao funcionamento normal.

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