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DERRAME PLEURAL: MECANISMO DE FORMAÇÃO: O derrame pleural é definido como o acúmulo anormal de líquido no espaço pleural. Normalmente, existe de 0,1 a 0,2 mL/kg de líquido entre as pleuras visceral e parietal, com produção e reabsorção contínuas, mantendo uma dinâmica equilibrada. Normalmente, o fluido entra no espaço pleural pelos capilares da pleura parietal e removido pelos linfáticos da própria pleura parietal. Os fluidos em menor monta podem também entrar via espaços intersticiais na pleura visceral e pela cavidade peritoneal via diafragma. Os linfáticos têm capacidade de absorver 20 vezes a quantidade de líquido que normalmente perpassa pelo espaço pleural. O líquido, na cavidade pleural, é renovado continuamente por um balanço de forças entre as pressões hidrostática e osmótica da microcirculação e do espaço pleura. Desta forma, qualquer doença que modifique essa dinâmica pode promover a formação de derrame pleural, conforme os mecanismos demonstrados abaixo. Inúmeras doenças, sistêmicas ou restritas ao aparelho respiratório, podem ter esse derrame como manifestação clínica. A formação do derrame pleural envolve um ou mais dos mecanismos capazes de aumentar a entrada ou de diminuir a saída de líquido no espaço pleural. São mecanismos do derrame pleural: • Aumento da pressão hidrostática capilar pulmonar – insuficiência cardíaca; • Redução da pressão coloidosmótica do plasma – hipoalbuminemia grave, síndrome nefrótica; • Aumento da permeabilidade vascular pleural – processos inflamatórios; • Negativação excessiva da pressão intrapleural – atelectasias grandes; • Passagem de líquido da cavidade peritoneal – hidrotórax hepático; • Acúmulo de sangue ou quilo no espaço pleural – trauma. Imagem: observar o aspecto “em parábola” da opacidade no pulmão esquerdo, característico da doença. São conceitos importantes relacionados ao derrame pleural: • Derrame parapneumônico: associado a infecção pulmonar, sobretudo, pneumonia bacteriana; • Empiema: pus na cavidade pleural; • Hemotórax: acúmulo de sangue no espaço pleural, geralmente de origem traumática; • Quilotórax: acúmulo de linfa na cavidade pleural; • Urinotórax: acúmulo de urina, geralmente por nefropatia obstrutiva; • Hidrotórax hepático: acúmulo de líquido proveniente da cavidade peritoneal. ETIOLOGIA (EXUDATO X TRANSUDATO): Em uma visão simplista, a principal diferenciação entre os tipos de derrame pleural é feita avaliando o grau de inflamação do fluido, classificando-os como transudatos – pouca inflamação – ou exsudatos. Esta diferenciação pode ser equivocada em até 25% dos casos. A seguir, estão demonstrados tipos de derrame pleural e suas características, assim como estão listadas as causas mais relevantes de derrame pleural transudativos e exsudativos. Classificação das principais causas de derrame pleural: • Transudatos: Insuficiência cardíaca; Cirrose hepática; Síndrome nefrótica; Síndrome da veia cava superior; Mixedema; Diálise peritoneal; Embolia pulmonar; Urinotórax; Hipoalbuminemia grave. • Exsudatos: Pneumonia; Tuberculose; Neoplasia – primária ou metastática; Embolia pulmonar; Colagenoses; Pancreatite; Hemotórax; Quilotórax; Síndrome de Meigs – fibroma ovariano; Ruptura esofágica; Uremia; Pós- cirurgia; Asbestose; Sarcoidose; Síndrome de Dressler; Síndrome das unhas amarelas. Uma regra fácil para sua diferenciação é que os transudatos decorrem de alguma doença sistêmica que se manifesta com acúmulo de líquido no tórax, ou seja, que gere mudança da dinâmica da pleura, seja formação ou absorção do líquido pleural. A principal causa de derrame pleural transudativo, insuficiência cardíaca congestiva, ilustra bem esse processo, já que o volume de líquido entrando pelos espaços intersticiais da pleura visceral supera e muito a capacidade de absorção linfática. Os exsudatos são causados por uma doença que está acontecendo ativamente na pleura. Ou seja, fatores locais influenciam diretamente na alteração da formação e absorção de líquido pleural. QUADRO CLÍNICO: O quadro clínico dependerá da doença de base e do volume do derrame pleural. Assim, cada morbidade que se associa ao derrame pleural apresenta tanto dados clínicos inerentes ao seu processo patológico – edema periférico e dispneia paroxística noturna na insuficiência cardíaca, por exemplo – quanto relativos à presença de líquido no espaço pleural, gerando compressão do parênquima pulmonar adjacente. A presença de derrame pleural gera sintomas como dispneia aos esforços e tosse, seca ou produtiva bem como trepopneia – piora da dispneia com decúbito lateral – e dor pleurítica – piora com a inspiração profunda. Em casos de derrames volumosos, pode ser referida pelo paciente a piora da dispneia, conforme o decúbito lateral que adote, o que caracteriza a trepopneia. Dor torácica pode estar presente por inflamação pleural – incomum nos transudatos – e, habitualmente, é bem localizada, piorando com a inspiração profunda – dor tipo pleurítica. Achados ao exame físico são redução da expansibilidade, macicez à percussão torácica, frêmito toracovocal diminuído ou abolido e redução do murmúrio vesicular. Destes, o achado mais precoce é a macicez à percussão. A principal confusão diagnóstica ao exame físico deve-se à presença de atelectasia. Existem dois sinais clínicos que, quando presentes, ajudam a diferenciar derrame de atelectasia pelo exame físico: sinal de Signorelli – macicez à percussão da coluna torácica, característica de derrames pleurais – e sinal de Lemos-Torres – abaulamento do espaço intercostal à expiração. DIAGNÓSTICO: Os exames de imagem são fundamentais para o diagnóstico. O exame mais simples e prático é, como na grande maioria das vezes, a radiografia de tórax. Porém, para identificar a presença de líquido, é necessário acúmulo não desprezível: mínimo de 250 a 500 mL de líquido na radiografia em posteroanterior e de 75 a 100 mL no perfil. O aspecto clássico do derrame pleural é de opacidade homogênea nos segmentos inferiores, com conformação “em parábola”, ou curva de Damoiseau, o que caracteriza líquido livre na cavidade pleural (Figura 8.3). Em situações duvidosas, pode-se solicitar radiografias em decúbito lateral ipsilateral ao derrame, com raios horizontais – incidência de Hjelm- Laurell –, em que se espera que o líquido mude de conformação com a mudança de decúbito. Há uma situação especial de derrame pleural livre: o derrame subpulmonar, que se caracteriza por acúmulo de líquido abaixo do pulmão, gerando um aspecto semelhante à elevação da hemicúpula, sem velamento do seio costofrênico ou conformação “em parábola”. A principal característica que ajuda a suspeitar de derrame pleural é a conformação da curvatura da cúpula diafragmática. Em situações normais, a curvatura da cúpula é mais acentuada medialmente; no derrame subpulmonar, ocorre mais lateralmente. Para confirmar o diagnóstico, basta solicitar a radiografia em decúbito lateral com raios horizontais, em que será observada a mudança de conformação do líquido. Eventualmente, o líquido pode não estar livre na cavidade pleural, recebendo a denominação de derrame pleural loculado. A confirmação diagnóstica, usualmente, depende de outros métodos de imagem, já que o exame em decúbito lateral não modifica a conformação desse tipo de derrame (Figura 8.4). Exames mais sofisticados, como ultrassonografia ou tomografia de tórax, podem ser úteis em casos duvidosos ou para a avaliação adicional de massas, pneumopatias, mediastino ou loculação do derrame. TRATAMENTO: INDICAÇÕES DE TORACOCENTESE: A toracocentese pode ser diagnóstica ou de alívio. Na Figura 8.5, seguem as recomendações universais para realização de toracocentese. Nota: suspeita de insuficiência cardíaca e outras causas de derrame transudativo: não realizar toracocentese, nemdiagnóstica nem de alívio, tentar manejo de terapia clínica e reavaliar; dúvida diagnóstica: sempre realizar toracocentese, pois, na maioria das vezes, a análise do líquido pleural é a principal ferramenta diagnóstica. Alívio de sintomas nos derrames exsudativos – também sempre se deve realizar toracocentese. Independentemente da modalidade, deve ser reservado um local limpo e destinado para pequenos procedimentos, exceto em situações emergenciais. O local da punção deve ser delimitado por meio do exame físico, com percussão e ausculta da voz, e confirmado com uma radiografia de tórax. Em pacientes com suspeita de derrame pleural loculado, pode ser necessária a realização do procedimento guiado por ultrassonografia de tórax. A técnica de punção deve sempre ser com a agulha em posição perpendicular à pele e tangenciando a borda superior do arco costal inferior, de modo a evitar punção acidental do feixe vasculonervoso, que percorre a margem inferior de cada uma das costelas (Figura 8.6). Deve ser realizada limpeza apropriada da pele com solução antisséptica, e deve ser utilizado campo estéril; anestesia da pele e subcutâneo, assim como da pleura parietal, deve ser feita com anestésico local antes do procedimento. Atingindo o espaço pleural com saída de líquido, deve-se retirar a agulha e introduzir o Jelco®, com retirada posterior do mandril, mantendo apenas o cateter plástico. Pode-se retirar todo o líquido, mas é prudente não mais de 1.500 mL por vez, pela possibilidade de edema pulmonar de reexpansão. Para a retirada do líquido, podem ser utilizados frascos comuns ou a vácuo, com o cuidado de garantir débito lento. Ultrassonagrafia para guiar a toracocentese: É indiscutível o impacto do uso de ultrassonografia para guiar intervenções para garantir maior segurança, especialmente num cenário de doenças pleurais com intervenções comumente necessárias (Thoracic ultrasound competence for ultrasound-guided pleural procedures, 2019). Radiografia após a toracocentese: Em uma série de 506 toracocenteses, apenas 18 pacientes tiveram complicações com pneumotórax. Na ausência de tosse, dispneia, dor após punção, saída de ar ou redução do frêmito toracovocal na parte superior do hemitórax puncionado, menos de 1% teve pneumotórax. Por isso, não é recomendada a realização de radiografia de tórax de rotina após uma toracocentese, exceto na presença de sinais e sintomas já referidos. Por outro lado, quando a toracocentese é de alívio (retirada de 1 a 1,5 L), uma radiografia após a punção pode mostrar lesão parenquimatosa subjacente, embora seja necessária muita cautela na interpretação dos achados, uma vez que são comuns atelectasias decorrentes de compressão extrínseca pelo derrame. ANÁLISE DO LÍQUIDO PLEURAL: O objetivo principal da análise do líquido pleural é a diferenciação entre exsudato e transudato. Há mais de 30 anos, Richard Light validou critérios aceitos até hoje como extremamente acurados para o diagnóstico diferencial, utilizando, basicamente, dosagem de proteínas e de desidrogenase láctica (DHL) no líquido pleural e no sangue do paciente. A lógica destes marcadores serem utilizados, é o fato destes estarem associados à inflamação quando elevados. Com isso, reflete diretamente presença de inflamação no pleural que ocorre nos exsudatos, já que, como vimos, este se relaciona à presença de doença presente na pleura. Outros critérios, como dosagem de colesterol pleural, gradiente de proteína pleural sérico e relação proteína sérica-pleural também são utilizados na tentativa de diferenciação entre exsudato e transudato. A seguir, estão os critérios de Light para exsudato: • Relação proteína do líquido pleural-proteínas séricas acima de 0,5; • Relação DHL do líquido pleural-DHL sérica acima de 0,6; • DHL do líquido superior a dois terços do limite do laboratório. Os critérios de Light devem ser memorizados, pois sempre estão presentes nas provas, e auxiliam na resolução de inúmeras questões. A relação proteína sérica-pleural tem sido utilizada no seguinte contexto: paciente com exsudato pelos critérios de Light e quadro clinicamente compatível com transudato. Sendo esta relação acima de 3,1 g/dL, a caracterização de exsudato pelos critérios de Light deve ser ignorada e o derrame pleural encarado como transudato. Perceba que a relação é sérica-pleural e não pleural-sérica, como no critério de Light. É justamente o inverso. Tal problema ocorre classicamente em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva que receberam diurético, o que torna o líquido um pouco mais “concentrado”, alterando as concentrações de DHL e proteínas no fluido. Outro parâmetro que pode auxiliar neste mesmo contexto, é o cálculo do gradiente de albumina soro-líquido pleural; este, quando superior ou igual a 1,2, na situação citada, define transudato. É importante ponderar que o uso isolado da albumina pode gerar equívocos diagnósticos e não é indicado a situações diferentes da descrita. É sempre bom termos em mente que a principal causa de derrame pleural é insuficiência cardíaca; a principal causa de transudato, por conseguinte, também é insuficiência cardíaca. A principal causa de exsudato é pneumonia bacteriana. A análise do líquido não se restringe à sua caracterização como transudativo ou exsudativo. Deve-se buscar o diagnóstico etiológico. Para tanto, avaliam-se as características macroscópicas, bioquímicas e bacteriológicas do líquido. É interessante ressaltar que todos estes parâmetros devem ser solicitados sempre que possível para uma análise completa do derrame pleural. Características macroscópicas: A aparência e o odor do líquido pleural podem sugerir a etiologia. Dessa forma, o aspecto inicial do líquido pleural pode ser o relatado de acordo com os exemplos a seguir: • Hialino: característico dos transudatos; • Amarelo-citrino espumoso: característico dos exsudatos; • Serossanguinolento ou sanguinolento: neoplasia, trauma ou embolia pulmonar – raramente, pode ocorrer em derrame parapneumônico ou tuberculose; • Leitoso: quilotórax ou empiema; • Purulento com odor fétido: empiema; • Achocolatado: abscesso amebiano; • Odor de urina: urinotórax. Bacterioscópico: Na suspeita de derrame exsudativo, deve-se sempre solicitar uma bacterioscopia – Gram – e inocular, à beira do leito, o líquido pleural em meios de cultura para aeróbios e anaeróbios. Dependendo do caso, podem-se pedir culturas para fungos e micobactérias; o micológico direto pode mostrar algum fungo, mas a pesquisa de micobactérias no esfregaço tem baixíssimo rendimento, exceto na AIDS ou no empiema tuberculoso. Citologia: Mais do que a contagem absoluta de células no líquido, é importante a avaliação diferencial. No líquido pleural, via de regra, são encontrados mesoteliócitos, que têm maior importância prática quando estão ausentes, o que é um estigma de pleurite tuberculosa. A citologia oncótica pode diagnosticar um derrame pleural neoplásico. A sensibilidade é baixa, e sua ausência nunca exclui o diagnóstico de neoplasia, mas vale ressaltar que a sensibilidade do método está diretamente relacionada à expertise do laboratório que faz a análise. Tem maior utilidade em derrames com predomínio de linfócitos e monócitos. Quanto a pacientes com suspeita de derrame neoplásico e citológico negativo, deve-se realizar uma videotoracoscopia. As principais neoplasias associadas ao derrame pleural maligno — acima de 75% dos casos — são, em ordem decrescente de frequência, cânceres de pulmão e de mama e linfoma. Na presença de derrame sanguinolento, deve-se solicitar o hematócrito do líquido: quando acima de 50% do hematócrito do paciente, define-se hemotórax, sendo indicada a drenagem torácica – etiologia mais comum é trauma; quando abaixo de 1%, não tem significado;quando entre tais valores, define-se o líquido como serohemorrágico – observado em neoplasias, embolia etc. Bioquímica: PH: Quando pH abaixo de 7,2, é compatível com derrame parapneumônico complicado, artrite reumatoide, ruptura esofágica, tuberculose, neoplasia ou urinotórax – este último, a única causa de transudato com pH baixo. Glicose: Útil quando acima de 60 mg/dL, pode acontecer em derrame parapneumônico complicado, neoplasia, pleurite lúpica ou reumatoide. Empiema e pleurite reumatoide podem cursar com níveis extremamente baixos de glicose — abaixo de 20 mg/dL. Adenosina deaminase (ADA): Trata-se de um marcador de atividade linfocitária, com baixo custo, e importante como auxílio diagnóstico a casos suspeitos de tuberculose pleural em regiões com alta incidência da doença. Além da ADA, podem ser solicitados alfainterferona ou reação em cadeia da polimerase (PCR) no líquido pleural. O valor de corte foi recentemente revisado e adotado como 35 UI, sendo valores acima destes indicativos de tuberculose pleural (Pleural Fluid Adenosine Deaminase (Pfada) in the Diagnosis of Tuberculous Effusions in a Low Incidence Population, 2015; Pleural tuberculosis: A concise clinical review, 2018; Diagnostic Performance of Pleural Fluid Adenosine Deaminase for Tuberculous Pleural Effusion in a Low-Incidence Setting, 2018). Outras causas de ADA elevada são empiema, pleurite reumatoide, mesotelioma e linfoma. Amilase: A principal causa de sua elevação é a neoplasia. Classicamente, entretanto, está aumentada na presença de pancreatite e ruptura esofágica. Lembrando que na ruptura esofagiana a amilase presente é a salivar. Triglicérides: Quando triglicérides acima de 110 mg/dL, definem a presença de quilotórax. Se o aspecto for leitoso, com pH normal e triglicérides abaixo de 50 mg/dL, com colesterol elevado, define-se pseudoquilotórax – aspecto de derrame pleural antigo. Quando entre 50 e 110 mg/dL, deve-se solicitar a dosagem de quilomícrons, para tentar caracterizar o quilotórax. Ureia e creatinina: Seus aumentos no líquido pleural sugerem a presença de urinotórax. Testes imunológicos: Fator reumatoide, fator antinuclear e células LE podem ser encontrados no líquido pleural de pacientes com derrame associado a colagenoses. São pistas no diagnóstico diferencial do derrame pleural: • Derrame bilateral: sugere doença sistêmica, geralmente com derrame transudativo; • Derrame maciço: o hemitórax opaco é mais frequente em derrames neoplásicos; • Líquido sero-hemático: neoplasia, embolia, pneumonia; é incomum na tuberculose; • Líquido leitoso: quilotórax; • Exsudato com predomínio de linfócitos: em pacientes com menos de 40 anos, a tuberculose é o mais provável; em pacientes com mais de 60 anos, a neoplasia é o mais provável; • ADA elevada: causas possíveis são tuberculose, linfoma, artrite reumatoide, empiema, mesotelioma. BIÓPSIA DA PLEURA: A biópsia de pleura é indicada aos derrames exsudativos, sem etiologia definida pela análise bioquímica ou bacteriológica. Alguns grupos realizam a biópsia transtorácica com agulha de Cope no momento da toracocentese inicial, na presença de estigmas clínicos de exsudato ou na compatibilidade da aparência macroscópica do líquido. A biópsia transtorácica tem excelente acurácia para o diagnóstico de pleurite tuberculosa, pois o envolvimento pleural é difuso e homogêneo, mas apresenta rendimento baixo para neoplasia, em que, frequentemente, os fragmentos retirados correspondem a áreas de pleura parietal sem infiltração neoplásica. Assim, nos casos a que se indica biópsia, se a transtorácica for negativa, o próximo passo será indicar uma videopleuroscopia com biópsia dirigida. Todas as características bioquímicas e citológicas do derrame pleural estão presentes nas questões de concursos médicos.