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Paratuberculose O que é? É uma doença infectocontagiosa que provoca enterite granulomatosa crônica, ou seja, uma inflamação severa de caráter crônico na parede do intestino. Também é conhecida como doença de Johne. Etiologia É uma bactéria denominada Mycobacterium avium subsp. paratuberculosis, abreviatura MAP, Gênero Mycobacterium. A bactéria é semelhante à causadora de tuberculose, porém não é a mesma. Até o momento, não é considerada uma zoonose. Pode sobreviver no ambiente por até 12 meses e, dependendo da área de criação, ela pode perdurar mais ainda. Epidemiologia Ruminantes domésticos, como bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos são os animais mais afetados. Animais silvestres como veados, lebres e raposas também são afetados. Há relatos da doença nas cinco regiões do Brasil e em 12 estados brasileiros. A incidência mundial foi relatada em 4 continentes, sendo endêmica em algumas regiões do mundo. Via de transmissão: Ocorre pela ingestão de alimento ou de água contaminada com a bactéria, como também por meio da infecção intrauterina, colostro de fêmeas infectadas e sêmen contaminado. Fonte de infecção: Ruminantes domésticos (bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos) e animais silvestres (veados, lebres, raposas, lhamas e primatas em cativeiro). Via de eliminação: Via oro-fecal, ou seja, colostro ou água contaminados por fezes de animais infectados, com ou sem a manifestação de sinais clínicos. Porta de entrada: Ingestão de colostro, leite e água contaminados por fezes de animais infectados. Suscetíveis: Animais jovens e idosos são os mais suscetíveis, devido a imaturidade do sistema imunológico. Patogenia Após a ingestão, se replica no jejuno, mais especificamente nas placas de peyer, onde infecta macrófagos e ganha a circulação. A partir disso, vai para outros órgãos, como rins, pulmão, órgãos reprodutores e úbere. Sinais Clínicos Em bovinos e bubalinos ● Perda progressiva de peso; ● Diarreia crônica não responsiva a tratamentos; ● Desidratação; ● Perda de massa muscular e de gordura; ● Caquexia. Em pequenos ruminantes: ● Ausência de diarreia exacerbada e intermitente; ● Quando presente, a sintomatologia é inespecífica e caracterizada por emagrecimento progressivo e perda de massa muscular e de gordura Macroscopia ● Espessamento da mucosa e formação de pregas transversais, principalmente no íleo e na válvula íleo-cecal; ● Linfoadenomegalia e edema dos linfonodos mesentéricos e íleo-cecais; ● Aspecto enrugado e avermelhado da mucosa do intestino delgado. Microscopia Classificações histológicas em bovinos e búfalos com sinais clínicos: Forma tuberculóide (paucibacilar) Infiltrado inflamatório da mucosa e submucosa do intestino delgado composto de linfócitos e alguns macrófagos contendo poucas micobactérias. Relacionada com a resposta imune celular e corresponde ao início ou à fase latente da infecção. Forma lepromatosa (multibacilar) Intensa infiltração granulomatosa com formação de células gigantes de Langhans que contém inúmeros BAARs (bacilos álcool-ácido resistentes) na mucosa e submucosa do intestino delgado e grosso. Associada à resposta humoral que ocorre nos estágios mais avançados da doença. Diagnóstico ● Exame clínico + Epidemiológico; ● Cultivo bacteriano; ● Sorologia; ○ ELISA; ○ Imunodifusão em gel. ● Exame histopatológico; ● PCR. Diagnóstico diferencial ● Linfadenite caseosa; ● Diarreia viral bovina (DVB); ● Acidose ruminal lática; ● Doenças virais; ● Salmonelose; ● Infecções intestinais; ● Tuberculose. Tratamento Não há! Profilaxia e Controle ● Quarentena e testes diagnósticos em animais recém-adquiridos; ● Não comercializar animais doentes ou suspeitos; ● Vigilância contínua → Testes sorológicos; ● Partos em áreas limpas; ● Colostro pasteurizado; ● Separar animais adultos e recém nascidos no primeiro ano; ● Aumentar limpeza; ● Reduzindo a contaminação fecal; ● Aumentar a altura dos comedouros e bebedouros. Não utiliza a vacina no Brasil!
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