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MORFINA A morfina foi isolada da papoula pela primeira vez em 1803. Em 1817 ela começou a ser distribuída, 1827 comercializada. O nome morfina provém em homenagem ao Deus grego morfeu. Em 1857 inventaram a agulha hipodérmica e começou-se utilizar morfina de modo generalizado para tratamento de dor + produção de sensação de bem estar + euforia + tratamento de diarreia. Em 1874 a heroína (diacetilmorfina) foi sintetizada Na maioria dos países ela é proibida, isso porque ela possui alto risco de gerar tolerancia ou dependência. AÇÕES FAMARCOLÓGICAS DOS OPIÓIDES. Em nível do SNC: - Analgesia - Euforia - Depressão respiratória - Depressão do reflexo da tosse Os receptores opióides são de natureza inibitória, quando um receptor opióide no centro medular da tosse é ativado isso causará uma supressão do reflexo da tosse. Inclusive a codeína é usada para esse fim, ou isoladamente ou em associação Ex: Xarope Codein, - Náusea e vomito Por esse motivo quando eles são administrados pela via endovenosa deve ser de gotejamento lento, isso porque são existentes pacientes que não toleram a administração. Às vezes eles são administrados juntamente com antiemético, para poder impedir esse efeito adverso. - Constrição da pupila Inibe o nervo óculomotor. Ações no TGI: - Redução da motilidade Isso ocorre por meio da inibição do plexo mioentérico. Ele então reduz o peristaltismo e a motilidade do TGI, podendo reduzir até a quantidade de secreção do TGI. Inclusive há opióide utilizado como antidiarreico O Imosec, medicamento que contém cloridrato de loperamida. Inclusive de 40 a 90% dos pacientes que fazem uso de opióide pode ter constipação intestinal. RECEPTORES OPIÓIDES Esses são os receptores opióides: M (mi) K (kappa) D (delta) ORL-1 Quase não é existente agonista de receptor K (Kappa) por causa de um problema Isso porque quando esses receptores são ativados ele pode gerar uma distorção grave da realidade. A depressão respiratória é um dos principais efeitos adversos dos opióides O receptor que mais está envolvido nesse processo é o receptor M. (Mas o receptor sigma também pode gerar). O receptor M é o que também mais está envolvido na analgesia. A dependência física é ocasionada pela estimulação do receptor M. FÁRMACOS Morfina – utilizada para dor de moderada a alta intensidade, para dor que não é suprimido por outros analgésicos. - Administrada por VO, intratecal, endovenosa, intramuscular. - Disponível em ampolas de 0,2 mg/ml – 10 mg/ml. - Meia vida de 3-4 horas, porém seu tempo de ação dura mais do que isso, porque quando a morfina é metabolizada, são gerados metabólitos ativos (morfina 6-glicuronídeo). - Efeitos adversos (para opióides em geral): sedação, depressão respiratória, constipação intestinal, náusea, vomito, prurido, tolerancia, dependência e euforia. Para efeito de analgesia, tolerancia e dependência são comuns. Diamorfina (Heroína) – ela não é disponível em todos os países. Hidromorfona – menos sedativa que a morfina, usada para dor aguda ou crônica. Sua meia vida é de 2-4 horas e não gera metabólitos ativos. Oxicodona – meia vida de 3-4,5 horas. Usado para dor aguda e crônica. Seus efeitos adversos são igual o da morfina. Metadona – Sua principal característica é que sua meia vida é longa, com meia vida maior que 24 horas. A metadona devido sua característica é muito utilizada para manutenção de pacientes que possuem tolerancia e dependência a opióides. Uma das principais formas de gerar tolerancia e dependência é a administração contínua. Como o efeito sustentado da metadona pode durar dias, então sua administração ocasiona efeito durador sem a necessidade de infusões contínuas. A recuperação lenta resulta em síndrome de abstinência atenuado, ou seja, o metabolismo lento reduz os efeitos da dependência. Pode ocorrer também acúmulo do fármaco no organismo, porque sua eliminação é mais difícil. Esse acúmulo do fármaco também aumenta a meia vida. Petidina – esta possui alta capacidade de dependência. Essa também causa uma sensação de prazer, bem estar, euforia, recompensa Dessa forma, é comum que pacientes que utilizem petidina fiquem dependentes. - Usado para dor aguda e crônica - Meia vida de 2-4 horas E gera um metabólito ativo (norpetidina) e este é o que gera os efeitos estimulantes. - VO, ou injeção intramuscular - É existente a sua versão para ser administrada por meio de intravenosa Porém ela deve ser administrada em gotejamento lento, geralmente em solução de soro de 100-250 ml. A peptidina possui uma capacidade de gerar taquicardia e arritmia Ela estimula o sistema cardiovascular, e causa uma baixa na pressão (palpitação, sudorese, tremores). Buprenorfina – Possui uma meia vida maior, cerca de 12-14 horas Por isso pode ser utilizada na manutenção de paciente dependente. O início da ação do fármaco é lento, e o seu efeito também demora mais para acabar. Pentazocina – usado para dor aguda (principalmente). - Meia vida de 2-4 horas - Ele é um medicamento que pode ocasionar disforia, efeitos psicomiméticos + pode mimetizar a ação de noradrenalina. Dipiperona – utilizado para dor moderado a grave. - VO - Meia vida de 3,5 - Provoca psicose Fentanil – a fentanila é muito utilizada como coadjuvante na anestesia cirúrgica. Usado na dor aguda e na anestesia. - A fentalina é cerca de 75 vezes até 100 vezes mais potente que a morfina (alta potencia). - Administrado por meio da intravenosa, epidérmica, e pelo adesivo transdérmico. - Meia vida de 1-2 horas Remifentanil – usado na anestesia. Possui uma meia vida muito curta, de 5 minutos com alto risco de depressão respiratória. - Possui um inicio de ação rápido do fármaco, porém seu efeito não é duradouro. Codeína – é utilizado para dor de moderada intensidade, isolada ou em associação com AINE esteroidal (Codeína + Paracetamol PACO). - A codeína também pode ser utilizado como antitossígeno. Como analgésico ele possui baixa potencia. - A codeína quando é metabolizada ela pode gerar morfina + outros opióides ativos. - O seu principal efeito adverso é a constipação + NÃO causa dependência. Tramadol (tramal) – Utilizado para dor aguda. Ele apresenta uma vantagem, não é relatado dependência e nem depressão respiratória nas doses utilizadas. - Utilizado principalmente no pós- operatório + em casos de dor crônica. - VO, venoso, intramuscular - Meia vida de 4-6 horas - Dos seus efeitos adversos: tontura (principalmente a hipoestática), convulsões – diminuem o limiar podendo ocasionar crises convulsivas em pacientes susceptiveis, náusea e vomito. NÃO causam depressão respiratória. ANTAGONISTAS DOS OPIÓIDES São substancias capazes de reverter às ações e efeitos dos opioides: Naloxona – ele é antagonista mais utilizado, possui alta afinidade pelos 3 receptores: - M - K - sigma Ele é de administração VO (pouco efeito), ou pela intravenosa. Reverte rapidamente a analgesia e a depressão respiratória. Pacientes em overdose de opioides que recebem naloxona possuem uma rápida recuperação, porém precisam ficar em observação – isso porque ele pode voltar a ter depressão respiratória novamente. Isso ocorre devido a meia vida da naloxona ser pequena. Isso ocorre porque o tempo de meia vida da naloxona ser muito menor do que a da morfina (meia vida de 6 horas). A meia vida da naloxona fica por volta de 1 hora – depois desse tempo ela já foi eliminada, comrisco da morfina estar ainda no organismo mesmo após a administração da naloxona. Então às vezes são necessárias várias administrações de naloxona até que a morfina (opióides em geral) sejam eliminados, sem causar depressão respiratória. Recomenda-se que o paciente após a reversão da overdose de opióides permaneça em ambiente hospitalar por no mínimo 24 horas. Naltrexona – ela é um agente de uso oral, por isso ele não é muito utilizado, pois essa via não garante o início de ação do fármaco muito rápido. Esses medicamentos podem reverter o efeito, com isso os pacientes podem ter síndrome de abstinência. A síndrome de abstinência então pode ser precipitada por um antagonista. TOLERANCIA E DEPENDENCIA Os opióides podem induzir tolerancia e dependência. Tolerancia: esta relacionado a necessidade que se tem de administrar doses cada vez maiores para manter o mesmo efeito de uma dose menor. Ex: O paciente começou com uma dose de 1 mg, depois de 4 meses passou para 2 mg. Esse aumento de posologia não acontece para aumentar o efeito, mas sim para manter o mesmo efeito Então o organismo torna-se tolerante. A tolerancia ocorre por meio do mecanismo de dessensibilização do receptor. Ela é um evento que se desenvolve rapidamente – pode acontecer em questão de dias. Um receptor fisiológico ele pode ter sua sensibilidade diminuída quando ele é constantemente estimulado Dessa forma, a tolerancia NÃO é de inicio na farmacocinética. Aumenta-se a dose do medicamento na expectativa que mais receptores seja ativados, produzindo o efeito farmacológico. Dependência: relaciona-se com a necessidade de administrar continuadamente o fármaco, caso o contrário o efeito desaparece. O efeito somente é produzido durante a administração – não consigo sustentar o efeito após a finalização do tratamento (necessidade contínua). A dependência compreende 2 componentes: - Dependência física - Dependência psicológica A dependência física está relacionada com a síndrome de abstinência que o paciente possui quando não usa a droga. Essa síndrome de abstinência envolve nervosismo, irritabilidade, alteração cardiovascular, insônia. A dependência psicológica está associado ao desejo, essa pode permanecer por meses ou até anos, raramente ocorrendo em pacientes que estão utilizando os opióides como analgésicos. A dependência física ocorre com os agonistas dos receptores opióides M. Os agonistas dos receptores M de longa duração como: - Metadona - Buprenorfina Eles podem ser utilizados para alívio da síndrome de abstinência. Alguns analgésicos opióides possuem menor a probabilidade de causar dependência física ou psicológica Como é o caso da: - Codeína - Tramadol
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