Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Carolina R. Dobrotinic APG 05 SOI V Disfunção da glândula pituitária (hipófise) Objetivos: 1. Revisar a morfofisiologia da glândula pituitária 2. Compreender a etiopatogênese e as manifestações clínicas do hiper e hipopituitarismo 3. Conhecer as causas que geram hipo e hiperfunção das principais glândulas Revisão A glândula hipófise, anteriormente chamada de pituitária, é uma pequena glândula – cerca de 1 centímetro de diâmetro e peso de 0,5 a 1 grama – situada na sela túrcica, uma cavidade óssea na base do cérebro – e que se conecta ao hipotálamo pela haste hipofisária. Fisiologicamente, a hipófise é divisível em duas porções distintas: a adeno-hipófise, também conhecida como hipófise anterior, e a neuro-hipófise, também conhecida como hipófise posterior. Hormônios secretados pela adeno-hipófise Hormônio de crescimento Afeta a formação de proteínas, e a multiplicação e a diferenciação celulares Adrenocorticotrofina (corticotrofina) Controla a secreção de alguns dos hormônios adrenocorticais que afetam o metabolismo da glicose, das proteínas e das gorduras Tireotrofina Controla a taxa de secreção de tiroxina (T4) e da tri-iodotironina (T3) pela glândula tireóide Prolactina Produção de leite nas glândulas mamárias Hormônio foliculoestimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH) Controlam o crescimento dos ovários e dos testículos, bem como suas atividades hormonais e reprodutivas. Hormônios secretados pela neuro-hipófise Hormônio antidiurético Controla a excreção da água na urina (vasopressina) Ocitocina Auxilia na ejeção de leite pelas glândulas mamárias Células da adeno-hipófise e o hormônio que produzem: Somatotróficas (somatotrofos) – hormônio de crescimento (GH) Corticotróficas (corticotrofos) – hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) Tireotróficas (tireotrofos) – hormônio estimulante da tireoide (TSH) Gonadotróficas (gonadotrofos) – hormônios gonadotróficos, que incluem o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo estimulante (FSH) Lactotróficas (lactotrofos) – prolactina (PRL). Hormônios da neuro-hipófise são sintetizados por corpos celulares de neurônios no hipotálamo. Os corpos das células que secretam os hormônios da neuro-hipófise não estão localizados na hipófise propriamente dita, mas em grandes neurônios, chamados de neurônios magnocelulares, localizados nos núcleos supraópticos e paraventriculares do hipotálamo. Os hormônios são então transportados no axoplasma das fibras nervosas do neurônio, passando do hipotálamo à neuro-hipófise Eixo hipotálamo-hipófise O hipotálamo recebe sinais de muitas fontes do sistema nervoso, é um centro de integração de informações sobre o bem-estar interno do organismo A secreção da neuro-hipófise é controlada por sinais neurais que se originam no hipotálamo. Em contraste, a secreção da adeno-hipófise é controlada por hormônios chamados de hormônios liberadores e hormônios inibidores, secretados pelo próprio hipotálamo e então conduzidos para a região anterior da hipófise por meio de minúsculos vasos sanguíneos chamados de vasos portais hipotalâmico-hipofisários. Na adeno-hipófise, esses hormônios liberadores e inibidores atuam sobre as células glandulares para controlar sua secreção. As terminações dessas fibras são diferentes da maioria das terminações no sistema nervoso central, pois sua função não consiste apenas na transmissão de sinais de um neurônio para o outro, mas, principalmente, na secreção de hormônios liberadores ou inibidores hipotalâmicos nos líquidos teciduais. Esses hormônios são imediatamente captados pelo sistema porta hipotálamo-hipofisário e conduzidos, diretamente, para os sinusóides da adeno-hipófise. Hormônio liberador de tireotrofina (TRH) Provoca a liberação de TSH Hormônio liberador de corticotrofina (CRH) Provoca a liberação de ACTH Hormônio liberador do hormônio de crescimento (GHRH) Provoca a liberação de GH hormônio inibidor do hormônio de crescimento (GHIH) (somatostatina) Inibe a liberação de GH Hormônio liberador de gonadotrofina (LHRH ou GnRH) Liberação dos dois hormônios gonadotróficos: o LH e o FSH. LH no homem produção de testosterona FSH no homem espermatogênese Hormônio inibidor da prolactina (PIH) (dopamina) Inibição da secreção de prolactina. A neuro-hipófise, também chamada de hipófise posterior, é composta principalmente por células gliais, chamadas de pituícitos. Os pituícitos não secretam hormônios; eles atuam simplesmente como uma estrutura de suporte para grandes números de fibras nervosas terminais e de terminações nervosas de tratos nervosos que se originam nos núcleos supraóptico e paraventricular do hipotálamo Esses tratos chegam à neuro-hipófise por meio da haste hipofisária (pedúnculo hipofisário). As terminações nervosas são botões bulbosos que contêm muitos grânulos secretores. Tais terminações localizam-se na superfície dos capilares, onde secretam dois hormônios da neuro-hipófise: (1) o hormônio antidiurético (ADH), também chamado de vasopressina, e (2) a ocitocina. O ADH é formado principalmente nos núcleos supra ópticos, enquanto a ocitocina é formada principalmente nos núcleos paraventriculares. Hormônio do crescimento (GH) O GH provoca vários efeitos que influenciam o metabolismo dos carboidratos, incluindo: (1) a diminuição da captação de glicose pelos tecidos, como o musculoesquelético e o adiposo, (2) o aumento da produção de glicose pelo fígado (3) o aumento da secreção de insulina. Em relação ao crescimento esquelético: (1) o aumento da deposição de proteínas pelas células condrocíticas e osteogênicas, que causam o crescimento ósseo; (2) o aumento da taxa de reprodução dessas células; (3) um efeito específico de conversão de condrócitos em células osteogênicas, ocasionando, assim, a deposição de novos ossos. Existem dois mecanismos principais do crescimento ósseo: Primeiro, em resposta ao estímulo do GH, os ossos longos crescem em comprimento nas cartilagens epifisárias, onde as epífises nas extremidades dos ossos estão separadas das hastes. Esse crescimento, primeiro, provoca a deposição de nova cartilagem, que é seguida por sua conversão em osso novo, aumentando a haste e afastando as epífises cada vez mais. Em segundo lugar, os osteoblastos no periósteo ósseo e em algumas cavidades ósseas depositam osso novo nas superfícies de osso. Simultaneamente, os osteoclastos presentes no osso removem o osso velho. Quando a taxa de deposição é maior do que a de reabsorção, a espessura do osso aumenta. O GHRH estimula a secreção de GH ligando-se a receptores específicos da membrana celular nas superfícies externas das células do GH na hipófise. Os receptores ativam o sistema adenilciclase na membrana celular, aumentando o nível intracelular de monofosfato de adenosina (AMPc). Esse aumento tem efeitos a curto e a longo prazo. O efeito a curto prazo é o aumento do transporte de íons cálcio para a célula; em minutos, esse aumento causa a fusão das vesículas secretoras de GH com a membrana celular e a liberação do hormônio para o sangue. O efeito a longo prazo é o aumento da transcrição no núcleo dos genes responsáveis pela estimulação da síntese do GH. Hormônio antidiurético (ADH) Resumidamente, na ausência de ADH, os túbulos e os ductos coletores tornam-se quase impermeáveis à água, o que impede a sua reabsorção e, portanto, permite a perda extrema de água na urina, também causando sua diluição extrema, uma condição chamada de diabetes insípido central. Por outro lado, na presença de altos níveis de ADH, a permeabilidade dos ductos e dos túbulos coletores aumenta muito e permite que a maior parte da água seja reabsorvida conforme o líquido tubular passa por esses ductos, consequentemente, conservando água no corpo e produzindo muita urina concentrada. Sem ADH, as membranas luminais das células epiteliais tubulares dos ductoscoletores são quase impermeáveis à água. No entanto, imediatamente no lado interno da membrana celular existe um grande número de vesículas especiais que apresentam poros altamente permeáveis à água, chamados de aquaporinas. Quando o ADH age na célula, em primeiro lugar ele se combina aos receptores de membrana que ativam a adenilciclase, levando à formação de AMPc no citoplasma das células tubulares. Essa formação leva à fosforilação dos elementos nas vesículas especiais, o que, em seguida, faz com que as vesículas se insiram nas membranas celulares apicais, fornecendo, assim, muitas áreas de alta permeabilidade à água. Assim, esse processo fornece, temporariamente, muitos novos poros que permitem a difusão livre da água do líquido tubular através das células epiteliais tubulares e no interstício renal. A água é, então, absorvida a partir dos túbulos e ductos coletores por osmose Regulação do ADH No hipotálamo, ou próximo a ele, existem receptores neuronais modificados chamados de osmorreceptores. Quando o líquido extracelular fica muito concentrado, ele é retirado por osmose das células osorreceptores, reduzindo seu tamanho e iniciando a sinalização nervosa apropriada no hipotálamo, para levar à secreção adicional de ADH. Por outro lado, quando o líquido extracelular se torna muito diluído, a água se move por osmose na direção oposta, para a célula, o que reduz o sinal para a secreção de ADH. Hipopituitarismo As causas incluem tumores e cistos hipofisários, tumores não hipofisários comprimindo a hipófise, lesão cerebral traumática, cirurgia hipofisária, radioterapia na sela, hemorragia pós-parto (síndrome de Sheehan), hemorragia subaracnóide e hipofisite. O hipopituitarismo se refere à secreção diminuída de hormônios hipofisários, que pode resultar de doenças do hipotálamo ou da hipófise. Etiopatogenia Tumores e outras lesões de massa: qualquer lesão de massa na sela pode causar dano, por exercer pressão nas células hipofisárias adjacentes. Cirurgia da hipófise ou radiação: A excisão cirúrgica de um adenoma hipofisário pode, inadvertidamente, estender-se para a hipófise não adenomatosa. Radioterapia da hipófise, utilizada para prevenir novo crescimento de tumor residual após a cirurgia, pode danificar a hipófise não adenomatosa. Apoplexia da hipófise: trata-se de uma hemorragia súbita na hipófise, ocorrendo, com mais frequência, no adenoma hipofisário. Nas apresentações mais dramáticas, a apoplexia causa início súbito de uma dor de cabeça martirizante, diplopia decorrente da pressão nos nervos oculomotores e hipopituitarismo. Nos casos graves, pode causar colapso cardiovascular, perda de consciência e até mesmo morte súbita. Necrose isquêmica da hipófise e síndrome de Sheehan: A síndrome de Sheehan, mais conhecida como necrose pós-parto da adenoipófise, é a forma mais comum de necrose isquêmica clinicamente significativa da adenoipófise. Durante a gravidez, a adenoipófise aumenta para quase dobrar seu tamanho normal. Essa expansão fisiológica da glândula não é acompanhada por aumento no suprimento de sangue do sistema venoso de baixa pressão, razão pela qual há anoxia relativa. A redução adicional no suprimento de sangue causada pela hemorragia obstétrica ou pelo choque pode precipitar o infarto do lobo anterior. Cisto da fenda de Rathke: Esses cistos, revestidos por um epitélio cuboide ciliado com células caliciformes ocasionais e células hipofisárias anteriores, podem acumular fluido proteináceo e expandir-se, comprometendo a glândula normal. Síndrome da sela vazia: Existem dois tipos: (1) Em uma sela vazia primária, há um defeito no diafragma da sela que permite que a aracnoide e o líquido cefalorraquidiano herniem para dentro da sela, expandindo a sela e comprimindo a hipófise. (2) Em uma sela vazia secundária, uma massa, como, por exemplo, um adenoma hipofisário, expande a sela e, então, é cirurgicamente removido ou sofre necrose espontânea, levando à perda da função hipofisária. Lesões hipotalâmicas: as lesões hipotalâmicas também podem afetar a hipófise através da interferência na entrega de fatores que liberam os hormônios hipofisários. As lesões hipotalâmicas que causam hipopituitarismo incluem tumores, que podem ser benignos (p. ex., craniofaringiomas), ou malignos; Insuficiência do hipotálamo também pode surgir após a irradiação de tumores cerebrais ou nasofaríngeos. Distúrbios inflamatórios e infecções, como as sarcoidoses ou a meningite tuberculosa, podem envolver o hipotálamo e causar deficiência dos hormônios da adenohipófise e diabetes insípido. Defeitos genéticos: A deficiência congênita dos fatores de transcrição requeridos para o funcionamento normal da hipófise é uma causa rara de hipopituitarismo. Por exemplo, a mutação do gene específico da hipófise PIT-1 resulta em deficiência combinada de hormônios hipofisários, caracterizada pelas deficiências de GH, prolactina e TSH. Manifestações clínicas GH - nanismo, fadiga, qualidade do sono prejudicada, capacidade de exercício diminuída e qualidade de vida diminuída. Diminuição da massa e força muscular, osteoporose e fraturas. Hipertensão, diminuição da massa magra, aumento da massa gorda. Gonadotrofinas - amenorréia, infertilidade, diminuição da libido, impotência, perda de pelos pubianos e axilares, secura vaginal TSH - hipotireodismo; fadiga, diminuição da capacidade de exercício, qualidade do sono prejudicada, depressão e intolerância ao frio. Pele seca, queda de cabelo e perda de pelos corporais. Hipertensão, bradicardia, hiperlipidemia, resistência à insulina, tolerância à glicose prejudicada, função cardíaca prejudicada e aterosclerose prematura. Falta de ar e dispnéia aos esforços, constipação. Fraqueza muscular e cãibras musculares oligomenorréia e amenorréia ACTH - hipoadrenalismo; perda aguda de ACTH manifesta-se com fadiga, fraqueza, tontura, náusea, vômito, artralgia, hipotensão, hiponatremia e hipoglicemia A deficiência crônica de ACTH se manifesta com cansaço, palidez, anorexia, perda de peso, artralgias, hiponatremia e hipoglicemia Prolactina - falha na lactação MSH - palidez decorrente da perda dos efeitos estimulatórios do MSH nos melanócitos. ADH - aumento da sede (polidipsia), poliúria e noctúria Apresentação de apoplexia hipofisária pode incluir início súbito de dor de cabeça intensa (geralmente retro-orbital) dor e sinais neuro-oftálmicos devido ao aumento da pressão intra-selar na hipófise comprimindo os nervos cranianos, levando a neuropatias cranianas. Náuseas, vômitos, hipotensão e hiponatremia podem estar presentes Apresentação de massa (tumor) pode incluir dor de cabeça, deficiência visual, mudanças de personalidade, síndrome hipotalâmica (com lesões suprasselares, como craniofaringiomas) Hiperpituitarismo A causa mais comum de hiperpituitarismo é um adenoma que surge no lobo anterior. Alguns adenomas hipofisários podem secretar dois hormônios (GH e prolactina são a combinação mais comum) e, raramente, os adenomas hipofisários são pluriormonais. Fisiopatologia As mutações na proteína G são algumas das alterações mais comuns nos adenomas hipofisários. As proteínas G desempenham papel crítico na transdução de sinais, transmitindo sinais de receptores específicos da superfície celular (p. ex., o receptor para GHRH) para efetores intracelulares (p. ex., adenilciclase), que, então, geram mensageiros secundários (p. ex., o monofosfato de adenosina cíclico, cAMP). A Gs é uma proteína G estimulatória que desempenha papel fundamental na transdução de sinais em diversos órgãos endócrinos, inclusive a hipófise. A subunidade α da Gs (Gsα) é codificada pelo gene GNAS, localizado no cromossomo 20q13. No estado basal, a Gs existe em estado inativo, com o difosfato de guanosina (GDP) vinculado ao sítio de ligação do nucleotídeo guanina da Gsα. Ao interagir com o receptor de superfície aderido ao ligante, o GDP se dissocia,e o trifosfato de guanosina (GTP) se liga à Gsα, ativando a proteína G. A ativação da Gsα resulta na geração de cAMP, o qual atua como um potente estímulo mitogênico para uma variedade de tipos celulares endócrinos, promovendo proliferação celular, síntese e secreção hormonal. Normalmente, a ativação da Gsα é transitória devido à atividade intrínseca da GTPase na subunidade α, que hidrolisa GTP em GDP. Aproximadamente 40% dos adenomas de células somatotróficas abrigam mutações no GNAS que anulam a atividade GTPásica da Gsα, resultando em ativação contínua da Gsα, geração persistente de cAMP e proliferação celular descontrolada Manifestações clínicas Os adenomas lactotróficos secretores de prolactina (prolactinomas) são o tipo mais frequente de adenoma hipofisário funcionante, responsável por cerca de 30% de todos os casos clinicamente reconhecidos. Os níveis séricos aumentados da prolactina, ou prolactinemia, causam amenorreia, galactorreia, perda de libido e infertilidade. Os adenomas somatotróficos secretores de hormônio do crescimento (GH) são o segundo tipo mais comum de adenoma hipofisário funcionante e causam gigantismo em crianças e acromegalia em adultos. Níveis persistentemente elevados de GH estimulam a secreção hepática do fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1), o que causa muitas das manifestações clínicas. Se o adenoma somatotrófico aparece em crianças antes de as epífises se fecharem, os níveis elevados de GH (e IGF-1) resultam em gigantismo, caracterizado pelo aumento generalizado no tamanho do corpo, com braços e pernas desproporcionalmente longos. Traços faciais grosseiros, mãos e pés grandes, suor excessivo, organomegalia, dor nas articulações, hipertensão, náusea, dor de cabeça, defeitos de campo visual Se os níveis aumentados de GH estiverem presentes após o fechamento das epífises, a acromegalia se desenvolve. Supercrescimento acral, incluindo crescimento exagerado das mãos e pés, supercrescimento facial, incluindo prognatismo (mandíbula saliente), proeminência da sobrancelha e alargamento do nariz e dos lábios, hipertrofia de tecidos moles. Tireomegalia, distúrbios metabólicos (como diabetes novo ou agravamento ou intolerância à glicose), hiperidrose (sudorese excessiva) e intolerância ao calor fadiga. Alterações na pele, como pele oleosa, marcas na pele, pele espessa condições respiratórias (provavelmente devido ao crescimento mandibular e maxilar e espessamento dos tecidos moles), como apnéia do sono. Artrose, artralgia (predominantemente mecânica, degenerativa e não inflamatória) dor nas costas (particularmente na coluna lombar) e síndrome do túnel carpal A produção excessiva de ACTH pelos adenomas corticotróficos funcionantes leva à hipersecreção adrenal de cortisol e ao desenvolvimento de hipercortisolismo (também conhecido como síndrome de Cushing). Hiper e hipofunção Os distúrbios da função endócrina normalmente estão relacionados à hipofunção ou à hiperfunção de uma glândula endócrina, ou à resistência hormonal das células-alvo. A hipofunção de uma glândula endócrina pode ocorrer por diversos motivos, como ausência ou comprometimento do desenvolvimento de uma glândula, ou ainda deficiência de uma enzima necessária à síntese hormonal. A glândula pode ser destruída em consequência de uma interrupção do fluxo sanguíneo, infecção, inflamação, respostas autoimunes ou crescimento neoplásico. Outras possibilidades são o declínio na função com o envelhecimento e a atrofia de uma glândula endócrina como resultado de terapia medicamentosa ou por motivos desconhecidos. Além disso, uma glândula pode produzir um hormônio biologicamente inativo, ou anticorpos circulantes podem destruir um hormônio ativo antes que ele possa exercer a sua ação. A hiperfunção endócrina geralmente resulta da produção hormonal excessiva que pode ser causada pela hiperestimulação e hiperplasia de uma glândula endócrina ou por um tumor produtor de hormônios. Um tumor pode sintetizar hormônios que normalmente não são secretados pelo tecido do qual é ele derivado (produção hormonal ectópica).
Compartilhar