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APG 7- “A VIDA NÃO PRESTA (LEO JAIME)” OBJETIVOS: • ANATOFISIOLOGIA DA HIPÓFISE • ENTENDER A ETIOLOGIA DO PANHIPOPITUITARISMO • COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA • VER AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ANATOFISIOLOGIA DA HIPÓFISE ➢ Glândula localizada abaixo do tálamo ➢ Secreta 7 hormônios que desempenham funções na regulação do crescimento, desenvolvimento, metabolismo e homeostasia ➢ Estrutura em forma de ervilha ➢ 1 a 1,5 cm de diâmetro ➢ Localizada na fossa hipofisial da sela turca do esfenoide ➢ Fixa-se ao hipotálamo por um pedículo, o infundíbulo ➢ Apresenta uma separação anatofisiológica: adeno-hipófise (lobo anterior) e neuro-hipófise (lobo posterior) ➢ Adeno- hipófise possui 75% do peso total da glândula e é composta por tecido epitelial. Consiste em duas partes, a parte distal (porção maior) e parte tuberal (que forma bainha ao redor do infundíbulo) ➢ Neuro-hipófise composta por tecido neural. Consiste em parte nervosa (porção bulbosa maior) e o infundíbulo ➢ Parte intermediária, uma terceira região, se atrofia durante o desenvolvimento fetal humano ADENO-HIPÓFISE ➢ Atividade de secreção hormonal controlada por hormônios liberadores e inibidores do hipotálamo por meio de um sistema porta (quando o sangue flui de uma rede capilar para uma veia porta e em seguida para uma segunda rede capilar antes de voltar ao coração) ➢ No sistema porta hipofisário o sangue flui no sentido Artérias hipofisárias superiores→plexo primário do sistema porta hipofisário (rede capilar)→veias porto-hipofisárias → plexo secundário do sistema porta hipofisário ➢ Células neurosecretoras sintetizam hormônios hipotalâmicos liberadores e secretores em seus corpos celulares e envolvem-nos em vesículas que se difundem pelo sistema porta hipofisário para a adeno-hipófise ➢ A via direta possibilita atuação imediata dos hormônios, antes de uma diluição ou destruição na circulação geral ➢ Hormônios secretados pela adeno- hipófise passam para os capilares do plexo secundário, que drenam para as veias porta-hipofisárias anteriores e para fora na circulação geral, para atingir os tecidos alvo ➢ Hormônios da adeno-hipófise que atuam em outras glândulas endócrinas são chamados de trofinas TIPOS DE CÉLULAS DA ADENO- HIPÓFISE E SEUS HORMÔNIOS 1. Somatotrofos→ secretam hormônio do crescimento (GH), conhecido como somatotrofina. O GH estimula vários tecidos a secretarem fatores de crescimento insulino-símiles (IGF), que estimula o crescimento corporal geral e regulam aspectos do metabolismo 2. Tireotrofos→ secretam hormônio tireoestimulante (TSH), conhecido como tireotrofina. TSH controla secreções e outras atividades da tireoide 3. Gonadotrofos→ secretam o hormônio folículoestimulante (FSH) E Hormônio luteinizante (LH). Estimulam a secreção de estrogênios e progesterona e a maturação de ovócitos nos ovários, e a produção de espermatozoides e secreção de testosterona nos testículos 4. Lactotrofos→secretam prolactina (PRL), que inicia a produção de leite nas glândulas mamárias 5. Corticotrofos→ secretam hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), conhecido como corticotrofina. Estimula o córtex da glândula adrenal a secretar glicocorticoides. Corticotrofos podem também secretar hormônio melanócito- estimulante (MSH) CONTROLE SECREÇÃO ADENO- HIPÓFISE ➢ Controle é feito pelas células neurossecretoras do hipotálamo (5 hormônios liberadores e 2 inibidores) ou por feedback negativo pela alta quantidade de hormônio liberado pela glândula alvo (exemplo: muito cortisol inibe liberação de ACTH) HORMÔNIO DO CRESCIMENTO E FATORES DE CRESCIMENTO INSULINO- SÍMILES ➢ GH é hormônio mais abundante na adeno-hipófise e promove a síntese e secreção dos IGF no fígado, músculo esquelético, cartilagem, ossos e outros tecidos ➢ Funções IGF: 1. Crescimento e multiplicação de de células pela intensificação da captação de aminoácidos nas células e aceleração da síntese proteica. Reduzem a degradação de proteínas e uso de aminoácidos na produção de ATP. Por isso, em crianças o GH estimula crescimento do esqueleto e dos músculos e em adultos mantem a massa óssea e muscular e promove cicatrização 2. Intensificam lipólise no tecido adiposo (aumenta uso de ácidos graxos pra ATP) 3. Reduz captação de glicose e seu uso para produção de ATP e estimulação da liberação da glicose no sangue pelos hepatócitos ➢ GH liberado especialmente durante o sono ➢ Secreção controlada pelo hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH) e hormônio inibidor do hormônio do crescimento (GHIH) ➢ GHRH e GHIH são controlados pelo nível de glicose sanguínea (hipoglicemia estimula GHRH, hiperglicemia estimula GHIH) ➢ Outros estímulos do GH: diminuição de pacidos graxos e aumento de aminoácidos no sangue; sono profundo; atividade do SNA como no estresse ou exercício; glucagon, estrogênios, cortisol e insulina ➢ Outras inibições do GH: nível sanguíneo elevado de ácidos graxos e baixo de aminoácidos, sono de movimento rápido dos olhos; privação emocional, obesidade; baixos níveis de hormônios da tireoide; e o próprio GH (por feedback negativo) HORMÔNIO TIREOESTIMULANTE ➢ TSH estimula a síntese e secreção de tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4) na tireoide ➢ Hormônio liberador de tireotrofina (TRH) controla secreção do TSH, e é controlada por feedback negativo pela presença ou ausência de T3 e T4 no sangue HORMÔNIO FOLICULOESTIMULANTE ➢ FSH inicia desenvolvimento de folículos ovarianos e estimula células foliculares a secretar estrogênios ➢ Nos homens, promove produção de espermatozoides nos testículos ➢ Secreção controlada pelo hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) ➢ Ação suprimida por estrogênios na mulher e testosterona no homem (feedback negativo) HORMÔNIO LUTEINIZANTE ➢ Desencadeia ovulação nas mulheres (liberação de ovócito secundário por um ovário) ➢ Estimula a formação do corpo lúteo (estrutura formada após ovulação) e secreção de progesterona (prepara útero para receber óvulo) pelo corpo lúteo ➢ Nos homens, LH estimula secreção de testosterona pelos testículos ➢ Secreção controlada pelo GnRH PROLACTINA ➢ Inicia e mantém produção de leite pelas glândulas mamárias ➢ Sozinha produz efeito fraco. Apenas após a preparação das glândulas mamárias promovida pelos estrogênios, progesterona, glicocorticoides, GH, tiroxina e insulina, q exercem efeitos permissivos, que a PRL inicia produção de leite ➢ Ejeção depende da ocitocina (liberado pela adeno-hipófise) ➢ Hormônio inibidor de prolactina (PIH), que é a dopamina, age na secreção de PRL ➢ Todo mês antes de iniciar a menstruação, secreção de PIH diminui e nível sanguíneo de PRL se eleva (mas não o suficiente para iniciar produção de leite) Pode causar hipersensibilidade das mamas ➢ Na gravidez, PRL sobe estimulado pelo hormônio liberador de prolactina (PRH) no hipotálamo ➢ Sucção pelo recém-nascido inibe PIH ➢ Função de PRL nos homens é desconhecida, mas seu excesso pode causar disfunção erétil e nas mulheres pode causar galactorreia (lactação inapropriada) e amenorreia (ausência de menstruação) HORMÔNIO ADRENOCORTICOTRÓFICO ➢ ACTH controla secreção de glicocorticoides pelo córtex das adrenais ➢ É estimulado pelo hormônio liberador de corticotrofina (CRH), estresse (glicose sanguínea baixa, traumatismo físico) e interleucina-1 ➢ Glicocorticoides inibem CRH e ACTH por feedback negativo HORMÔNIO MELANÓCITO- ESTIMULANTE ➢ MSH aumenta a pigmentação da pele em anfíbios ➢ Função em humanos é desconhecida e há pouco circulante, porém administração continua dele produz escurecimento da pele ➢ Níveisexcessivos de CRH estimulam o MSH e dopamina inibe NEURO-HIPÓFISE ➢ Não sintetiza hormônios, porém armazena e libera 2 ➢ Composta por axônios e terminais axônicos de mais de 10.000 células hipotalâmicas neurossecretoras ➢ Corpos das células neuronais dos núcleos paraventricular e supraóptico no hipotálamo (que sintetizam ocitocina e hormônio antidiurético) se comunicam com neuro-hipófise por axônios que formam o trato hipotálamo- hipofisial ➢ Terminais axônicos na neuro- hipófise possui células chamadas pituitócitos (função de suporte) ➢ Ocitocina e ADH são envolvidos em vesículas secretoras que se movimentam por transporte axônico rápido aos terminais axônicos na neuro-hipófise, onde são armazenados até que impulsos nervosos desencadeiam exocitose e liberação hormonal ➢ Sangue chega a neuro-hipófise pelas artérias hipofisárias inferiores, que drenam para o plexo capilar do infundíbulo, rede capilar que recebe os hormônios, os quais passam pra as veias porto- hipofisárias posteriores e são finalmente distribuídas aos tecidos alvo CONTROLE OCITOCINA ➢ Durante o parto, alongamento do colo do útero estimula a liberação de ocitocina, que intensifica contrações dás células musculares lisas do útero ➢ Após o parto, ocitocina estimula a ejeção do leite (descida) em resposta a sucção do bebê (estímulo mecânico) ➢ Em mulheres não grávidas e homens não se sabe os efeitos CONTROLE HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO ➢ Diminui produção de urina, fazendo rins devolverem mais água ao sangue ➢ Álcool inibe secreção de ADH (por isso causa micção frequente e copiosa, e também pode causar sede e cefaleia) ➢ ADH ainda diminui sudorese e causa constrição das arteríolas (eleva PA) ➢ Mecanismo: 1. Alta pressão osmótica (ou diminuição do volume sanguíneo) por desidratação, hemorragia, diarreia ou sudorese excessiva estimula osmorreceptores (neurônios no hipotálamo) 2. Síntese e liberação de ADH no hipotálamo por células neurossecretoras é estimulada 3. Ocorre exocitose das vesículas com DH nos terminais axônicos da neuro-hipófise 4. Sangue transporta ADH para rins (retém mais água), glândulas sudoríferas (diminui perda de água pelo suor) e musculatura lisa das paredes das arteríolas (elevação de PA) 5. Baixa pressão osmótica do sangue inibe osmorreceptores, reduzindo ou cessando ação do hormônio anti-diurético e seus efeitos são revertidos ➢ Dor, estresse, trauma ansiedade, acetilcolina, nicotina e substâncias com morfina, tranquilizantes e alguns anestésicos estimulam ADH ➢ Hipossecreção de ADH ou receptores não funcionais de ADH causam diabetes insípido PAN-HIPOPITUITARISMO ➢ Hipopituitarismo é definido como a deficiência parcial ou completa da hipófise anterior, causada por distúrbios hipofisários ou hipotalâmicos adquiridos ou, mais raramente, hereditários ➢ Se não tratado, resulta em elevada morbimortalidade ➢ Quadro clinico e complicações dependem da etiologia, do tipo e da gravidade da insuficiência hormonal ➢ Pela hipófise ter reserva funcional grande, manifestações da doença só aparecem quando ocorre comprometimento de pelo menos 75% de seu parênquima ➢ Termo pan-hipopituitarismo é empregado na deficiência de dois ou mais hormônios hipofisários ETIOLOGIAS ➢ 9 I’s INVASIVA ➢ Lesões que ocupam espaço causam Hipopituitarismo por destruição da hipófise ou núcleos hipotalâmicos, ou interrompendo o sistema venoso portal hipotálamo- hipofisário ➢ Grandes adenomas hipofisários após retirados podem melhorar função hipofisária ➢ Pequenos tumores hipofisários (diâmetro < 10 mm), observados caracteristicamente em estados de hipersecreção (excesso de PRL, GH, ACTH) não causam diretamente insuficiência hipofisária ➢ Malformações anatômicas tais como encefalocele basal e aneurismas parasselares causam disfunção hipotalâmico-hipofisária e podem aumentar o tamanho da sela túrcica, imitando tumores hipofisários INFARTO ➢ Lesão hipofisária por isquemia ➢ Acredita-se que a hipotensão, associada ao vasoespasmo das artérias hipofisárias, compromete a perfusão arterial da adeno-hipófise ➢ Na gestação, hipófise está mais sensível a hipoxemia (devido necessidades metabólicas aumentadas ou mais suscetível aos efeitos protrombóticos do estado hiperestrogênico) ➢ Maior incidência também em pacientes com diabetes melito ➢ Característica clinica inicial da necrose pós-parto pode ser incapacidade de lactação e de voltar a ter ciclos menstruais normais ➢ Características clinicas são sutis e podem passar despercebidas ➢ Infarto hemorrágico espontâneo de um tumor hipofisário (apoplexia hipofisária) frequentemente resulta em insuficiência hipofisária parcial ou total ➢ A apoplexia hipofisária frequentemente é síndrome clínica fulminante manifestada por cefaleia grave, distúrbio visual, oftalmoplegias (paralisia de músculos oculares), meningismo (rigidez nucal, fotofobia e cefaleia) e alteração do nível de consciência ➢ Apoplexia geralmente está relacionada a tumor hipofisário, pode estar relacionada ao diabetes melito, radioterapia ou cirurgia cardíaca aberta ➢ Pode ocorrer insuficiência hipofisária aguda com hipotensão, deterioração mental rápida, coma e óbito ➢ Faz-se tratamento emergencial com corticoesteroides e descompressão transesfenoidal do conteúdo intrasselar ➢ Muitos pacientes que sobrevivem à apoplexia hipofisária desenvolvem múltiplos déficits adeno-hipofisários INFILTRATIVA ➢ Hipopituitarismo pode ser a manifestação clínica inicial de processos patológicos infiltrativos como sarcoidose, hemocromatose e histiocitose de Langerhans ➢ Quando sarcoidose (coleções anormais de céls, inflamatórias) atinge hipotálamo e/ou hipófise, paciente apresenta polidipsia e poliúria. Ocorre insuficiência hipotalâmica que leva a deficiências de múltiplos hormônios da adeno-hipófise. Envolvimento granulomatoso pode ser extenso ocasionando distúrbio visual ➢ Na hemocromatose (excesso de ferro no organismo) ocorre hipogonadismo hipogonadotrófico. Com diagnóstico (exames completos do ferro) precoce, situação pode ser revertida com quelação do ferro. Deficiências de TSH, GH e ACTH ocorrem mais tardiamente na evolução da doença, não sendo mais reversíveis com o tratamento ➢ Na histiocitose de Langerhans (proliferação de histiócitos com infiltração em órgãos) primeiros sinais são diabetes insípido e deficiência de hormônios da adeno-hipófise, processo que ocorre como resultado de lesão hipotalâmica IMPACTO ➢ Traumatismo craniano grave decorrentede lesão da adeno- hipófise, haste hipofisária ou hipotálamo. (insuficiência hipofisária com retardo de crescimento é descrita em crianças que sofrem agressão) IMUNOLÓGICO ➢ Hipofisite linfocítica (infiltração da hipófise por linfócitos, destruindo células da hipófise) ocorre mais frequentemente em mulheres gestantes ou no pós-parto ➢ 50% dos pacientes apresentam outra doença endócrina autoimune ➢ Pode resultar em deficiência e hormônios isolados (especialmente ACTH e PRL) IATROGÊNICO ➢ Tratamento cirúrgico e radioterápico da hipófise pode comprometer sua função ➢ Dose de radioterapia normalmente é de 4.500 a 5.000 cGy e resulta em incidência de 50 a 60% de insuficiência hipotalâmica e hipofisária ➢ Os pacientes apresentam mais prequentemente hiperprolactinemia moderada (PRL 30-100 ng-ml), com insuficiência de GH e ganodotrofina (deficiências de TSH e ACTH menos comuns) ➢ Irradiação com feixe de prótons e gamma knife resulta em incidência de hipopituitarimso de 15 a 55% ➢ Irradiação de tumores na cabeça e pescoço e craniana profilática na leucemia também podem causar a doença INFECCIOSA➢ Casos raros hodiernamente devido uso de fármacos antimicrobianos nas doenças infecciosas IDIOPÁTICA ➢ Causa subjacente não encontrada ISOLADA ➢ Deficiências isoladas de hormônios da adeno-hipófise ➢ Podem estar associadas a mutações nos genes codificadores de hormônios específicos, ou em genes necessários para o desenvolvimento hipofisário normal ➢ Deficiências monotróficas DEFICIÊNCIA DE GH ➢ Em crianças, deficiência congênita pode ser esporádica ou familiar ➢ Podem apresentar hipoglicemia em jejum, desaceleração gradual na velocidade de crescimento após os 6 a 12 meses de idade ➢ Diagnóstico baseado na falha da responsividade do GH a estímulos provocativos e a demonstração de responsividade normal de outros hormônios adeno-hipofisários ➢ Deficiência GH também é vista em situações de privação emocional, podendo ser revertido com apoio psicossocial DEFICIÊNCIA ACTH ➢ Rara, manifestando-se com sinais de insuficiência adrenocortical ➢ Defeito pode ser decorrente de insuficiência primária dos corticotrofos em liberar ACTH e seus hormônios peptídeos relacionados, ou secundário ao distúrbio de secreção do CRH pelo hipotálamo ➢ Maioria ocorre por hipofisite linfocitária DEFICIÊNCIA DE GONADOTROFINA ➢ Síndrome de Kallmann, caracterizada por um defeito isolado na secreção de GnRH, associado ao desenvolvimento deficiente do centro olfatório, com hiposmia ou anosmia (baixa/ausência de sensibilidade olfativa) ➢ Relação de padrões de hereditariedade ➢ Como função da adeno-hipófise intacta, homens jovens com hipogonadismo hipogonadotrófico isolado desenvolvem aspecto eunucoide (falta de diferenciação sexual) uma vez que deficiência de testosterona resulta em falha do fechamento epifisário ➢ Em mulheres, a manifestação é de oligo ou amenorreia, acompanhada de perda de peso, estresse emocional ou físico e treinamento atlético ➢ Anorexia nervosa e obesidade acentuada podem resultar em distúrbio hipotalâmico e distúrbio da secreção de gonadotrofina ➢ Anemia falciforme também causa hipogonadismo hipogonadotrófico, resultando em retardo da puberdade ➢ Na síndrome poliglandular autoimune a deficiência de gonadotrofina pode ser obsevada (relacionada à insuficiência gonadotrófica hipofisária seletiva decorrente de hipofisite autoimune) ➢ Outras doenças crônicas (diabetes mal controlado, má nutrição) também resultam na deficiência ➢ Deficiências isoladas de LH e FSH sem causa evidente foram relatadas, porém são raras DEFICIÊNCIA DE TSH ➢ Causada por redução da secreção hipotalâmica de TRH (hipotireoidismo terciário) ou da secreção hipofisária de TSH (hipotireoidismo secundário) ➢ Associados a mutações de genes, sela vazia, hipofisite linfocítica e tumores hipofisários. Insuficiência renal crônica parece estar relacionada a distúrbio de secreção de TSH DEFICIÊNCIA DE PROLACTINA ➢ Pode ser isolada após hipofisite linfocitária ➢ Deficiências de TSH e PRL foram observadas em pacientes com pseudo-hipoparatireoidismo DEFICIÊNCIAS DE MÚLTIPLO HORMÕNIOS ISOLADAS DE OUTRAS LESÕES HIPOFISÁRIAS ➢ Relacionadas a anormalidade de genes que codificam fatores de transcrição, Pit-1 (TSH, GH e PRL) e PROP-1 (TSH, GH, PRL, LH, FSH e ACTH) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ➢ Desenvolvimento de sinais e sintomas é lento e insidioso, a depender do início e magnitude da lesão hipotalâmico-hipofisária ➢ Sintomatologia é bem inespecífica e pode se manifestar com quadro de fraqueza, mal-estar, letargia, frio, perda de peso, perda de apetite, dor abdominal, entre outras ➢ Varia de acordo com eixos hipofisários acometidos, que frequentemente seguem a ordem de acometimento GH→ LH→FSH→TSH→ACTH→PRL ➢ Em lesões tumorais ou com efeito de massa, podem existir sintomas compressivos associados, como alterações visuais e neurológicas ➢ Variação sintomatológica também depende da doença de base SINTOMAS COMPRESSIVOS ➢ Perda visual (mais clássico é hemianopsia bitemporal, onde lados externos dos olhos apresentam perda de visão por lesão onde os nervos ópticos se cruzam) ➢ Paralisias de nervos periféricos ➢ Cefaleia SINTOMAS DEFICIÊNCIA GH Período neonatal: ➢ Hipoglicemias graves com convulsões ➢ Icterícia prolongada por hiperbilirrubinemia conjugada ➢ Hipotermia ➢ Micropenis ➢ Dificuldade de mamar ➢ Déficit e crescimento e de ganho de peso Crianças: ➢ Redução da velocidade de crescimento ➢ Alterações na dentição ➢ Fronte proeminente (testa proeminente) ➢ Voz fina e estridente Adultos: ➢ Quadro inespecífico ➢ Diminuição da sensação de bem- estar ➢ Astenia ➢ Ganho de peso (aumento de massa gorda e redução de massa muscular) ➢ Depressão/labilidade emocional ➢ Resistência à insulina ➢ Dislipidemia ➢ Aumento da pressão arterial diastólica (pela perda da vasodilatação arterial) ➢ Redução da fração de ejeção cardíaca SINTOMAS HIPOGONADISMO Período neonatal: ➢ Criptorquidia (testículos não descidos) ➢ Micropênis Crianças: ➢ Atraso no desenvolvimento puberal ➢ Atraso na idade óssea Mulheres: ➢ Amenorreia ➢ Redução da libido ➢ Infertilidade ➢ Redução da massa óssea/osteoporose ➢ Sintomas climatéricos (menopausa- ondas de calor repentino, tonturas, insônia...) Homens: ➢ Disfunção erétil ➢ Hipotrofia testicular ➢ Redução da libido ➢ Queda de pelos corporais ➢ Infertilidade ➢ Redução da massa muscular e óssea/osteoporose SINTOMAS HIPOTIREOIDISMO ➢ Redução da velocidade de crescimento e aprendizado em crianças ➢ Depressão ➢ Déficit cognitivo ➢ Intolerância ao frio ➢ Pele seca ➢ Bradicardia ➢ Rouquidão ➢ Ganho de peso ➢ Edema ➢ Sonolência ➢ Constipação intestinal SINTOMAS INSUFICIÊNCIA ADRENAL ➢ Perda de peso ➢ Anorexia ➢ Fraqueza ➢ Náuseas ➢ Vômitos ➢ Dor abdominal ➢ Febre ➢ Com estresse, sintomas pioram e pode aparecer hipotensão e choque (crise adrenal) devido ausência de glicocorticoides necessários para reatividade vascular ➢ Pode ainda aumentar risco de hipoglicemia de jejum (também agravada por deficiência de GH) ➢ Redução da pilificação corporal (falta de estimulo do ACTH na secreção dos andrógenos adrenais- agravado pela deficiência de gonadotrofinas) ➢ Despigmentação e redução do bronzeado (redução do ACTH) ➢ Zona glomerular e SRAA estão íntegros no hipopituitarismo, portanto não se observa desidratação, depleção de sódio ou hiperpotassemia DEFICIÊNCIA DE PRL ➢ Incapacidade de lactação No exame físico, geralmente pacientes se encontram um pouco acima do peso normal. A pele é fina, pálida e lisa, com finas rugas em face. Pilificação corporal e púbica pode ser deficiente ou ausente e ocorrer hipotensão postural, bradicardia, redução da força muscular e reflexos tendíneos profundos retardados. Na presença de lesão expansiva selar podem ser encontradas anormalidades neuro-oftalmológicas.
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