Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Marcelo Mello UNIDADE I Gestão Estratégica da Qualidade Introdução O sociólogo britânico Anthony Giddens, em seu livro Mundo em Descontrole (2000), aponta para sentimentos que muitos de nós experimentamos vivendo em uma época de rápidas mudanças. O autor coloca que há razões fortes e objetivas para se acreditar que estamos atravessando um período importante de transição histórica. Para ele, as mudanças que nos afetam não estão confinadas a nenhuma área do globo, mas estendem-se por quase toda parte. Introdução Em uma perspectiva histórica, Giddens (2000) coloca que nossa época se desenvolveu sob o impacto de ciência, da tecnologia e do pensamento racional, que tiveram origem na Europa dos séculos XVII e XVIII. Segundo o autor, a cultura industrial ocidental foi moldada pelo Iluminismo, observando um preceito simples, mas obviamente muito poderoso: “quanto mais formos capazes de compreender racionalmente o mundo e a nós mesmos, mais poderemos moldar a história para nossos próprios propósitos”. Introdução Com base no pensamento de Giddens (2000), observamos que estamos nos deparando com situações de risco que ninguém teve de enfrentar na história passada, situações entre as quais o aquecimento global é apenas um exemplo. Muitos desses riscos e incertezas nos afetam onde quer que vivamos, não importa quão privilegiados ou carentes sejamos. Eles estão diretamente relacionados à globalização, e esse pacote de mudanças reforça de forma acentuada a importância da nossa disciplina Gestão Estratégica da Qualidade. Introdução Acrescentando ao pensamento de Giddens (2000) as transformações sociais, políticas e econômicas que estamos observando em nosso planeta, não nos resta dúvida de que vivenciamos tempos difíceis. Contudo, mesmo considerando a existência de uma crise global, precisamos fazer a nossa lição de casa analisando a situação em nosso País. Introdução Para suportar as consequências da crise política que, em efeito dominó, intensifica a crise econômica e por consequência afeta o social, as empresas se veem forçadas a rever planos de metas, inclusive de investimentos. Nesta fase os custos começam a ser revistos, especialmente os custos produtivos. É nesse momento também que muitas empresas começam a reduzir os custos com qualidade. Trata-se de uma prática equivocada se levarmos em consideração alguns pontos de vista, como os descritos a seguir: Introdução Qualidade de forma alguma deve ser considerada um custo, mas sim um investimento. Principalmente se considerarmos o custo do retrabalho ou até mesmo dos famigerados recalls, que chegam a custar milhões para as empresas. Introdução Dependendo do segmento de mercado, a redução de custo com qualidade pode causar riscos diretos e indiretos ao consumidor, como contaminação e acidentes que podem ser inclusive fatais. (Sabemos que até mortes foram provocadas em razão de reduções nos níveis de qualidade dos produtos e processos). Introdução Empresas que atuam em determinado segmento de mercado são submetidas a uma avaliação de qualidade compulsória, na qual atual o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O Inmetro é o responsável pela gestão dos Programas de Avaliação da Conformidade no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC). A redução da qualidade, além do impacto nos produtos perante a percepção do consumidor, pode levar a multas e sanções pesadas, resultando em um prejuízo ainda maior. Introdução Em época de crise, a decisão pela redução de custos pode acarretar sérios desgastes para a marca dos produtos e a imagem da empresa perante seus consumidores. Pode ainda impactar na redução de qualidade do produto ou do serviço, aumentando consequentemente a probabilidade de essas empresas não conseguirem se recuperar a longo prazo. Introdução Como acabamos de ver, dado o contexto, muitas vezes as empresas se veem forçadas a rever planos, inclusive investimentos e custos. No entanto, apesar do que se poderia pensar inicialmente, reduzir os custos com qualidade não se mostra uma saída a ser seguida. Introdução Essa perspectiva reforça a visão de Paladini (2009), para quem qualidade sempre foi importante, porém, parece mais essencial em épocas de crise. Talvez porque, segundo o autor, nos períodos de turbulência econômica, valores, procedimentos, políticas, estratégias, enfim: tudo o que sempre se fez, tudo em que sempre se acreditou, tudo o que sempre guiou as ações da organização começa a ser fortemente colocado à prova, sendo drasticamente questionado. Introdução Por uma outra perspectiva, realizando uma análise focada no processo produtivo, a energia gasta para eliminar defeitos ou reduzir desperdícios pode objetivar a melhoria do processo, produzindo importantes reduções de custos. Isso define, por consequência, a determinação de preços mais atrativos, fator esse que pode ser considerado um diferencial competitivo relevante em épocas de crise. Interatividade Empresas que atuam em determinado segmento de mercado são submetidas a uma avaliação de qualidade compulsória na qual o _________________ é o responsável pela gestão dos Programas de Avaliação da Conformidade no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC). Escolha a alternativa que preencha corretamente a lacuna do texto. Interatividade a) Instituto Nacional de Controle de Qualidade e Tecnologia. b) Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. c) Instituto Nacional de normas ISO. d) Instituto Nacional de Proteção ao Consumidor. e) Instituto de Avaliação Tecnológica da Qualidade. Resposta a) Instituto Nacional de Controle de Qualidade e Tecnologia. b) Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. c) Instituto Nacional de normas ISO. d) Instituto Nacional de Proteção ao Consumidor. e) Instituto de Avaliação Tecnológica da Qualidade. A qualidade em um período de crise e grandes mudanças Cabe a seguinte pergunta nesse cenário de mudanças e de crise: Qual a relevância da Gestão da Qualidade? Podemos responder a essa questão objetivamente, inclusive por uma perspectiva histórica: foi justamente em épocas de crise que a Gestão da Qualidade foi concebida e se desenvolveu. A qualidade em um período de crise e grandes mudanças Deming (1990) nos faz examinar nossas crenças mais fundamentais, métodos, estilos de gerenciamento e principalmente nosso relacionamento com outras pessoas. Ele salienta que as pessoas são nossos recursos mais importantes e ao estimular sua cooperação sincera e eficiente, pode-se obter resultados extraordinários. Alguns dos 14 pontos de Deming foram uma surpresa por serem contrários, na época, ao que era praticado pela maioria das empresas ocidentais. A qualidade em um período de crise e grandes mudanças O autor recomenda em sua obra que o trabalho duro tem que ser acoplado com determinação e consistência de objetivos. Isso também, segundo ele, não pode ser uma série de esforços isolados, sendo necessário o esforço conjunto e continuado da força de trabalho da gerência de toda a organização para a melhoria da qualidade dos produtos e serviços oferecidos. A qualidade em um período de crise e grandes mudanças O direcionamento de trabalho e o esforço na direção correta, acrescenta Deming (1990), é sem dúvida uma função básica da gerência. Os métodos e princípios oferecidos em sua obra devem começar a ser praticados desde o topo da organização, sendo então irradiados para toda a estrutura. A qualidade em um período de crise e grandes mudanças Historicamente, a busca pela qualidade teve sua origem quando as empresas se viram pressionadas: a qualidade (ou o foco na qualidade) iniciou sua consolidação com a necessidade de decisãoem momentos de pressão. Assim, nosso conhecimento a respeito desse tema (qualidade) surgiu com a busca pelo desenvolvimento das exportações, quando as empresas buscavam atender mercados internacionais e precisaram enfrentar a tensão relacionada a culturas diferentes, novos concorrentes e uma legislação distinta de acordo com as localidades de destino (inclusive posturas governamentais protecionistas). A qualidade em um período de crise e grandes mudanças No caso brasileiro, o término da reserva de mercado nos anos 1990 criou internamente a pressão da concorrência externa, que até esse momento não existia. Em um piscar de olhos, o cenário econômico nacional, com empresas sob um sistema fiscal protecionista, muda e traz a necessidade de adequação com a chegada de concorrentes externos, de diferentes portes e segmentos de mercado. A qualidade como prioridade passa ser uma estratégia de sobrevivência. Quais estratégias as empresas devem adotar para sobreviver e vencer em tempos de crise? Nas crises historicamente registradas identificamos organizações que se mantiveram vivas. Sobreviver a crises pode significar uma simples continuidade nas operações das empresas sobreviventes. Uma continuidade, porém com sequelas estruturais e produtivas ou ainda com taxa de crescimento após a crise. A análise de casos de sucesso pode nos auxiliar na construção de referenciais estratégicos, evitando, inclusive, erros cometidos por outros no passado. Apresentamos a seguir algumas ações estratégicas possíveis: A qualidade em um período de crise e grandes mudanças Destacar conceitos de qualidade para nortear a atuação da organização no mercado, sempre com a expectativa de que tais conceitos estejam alinhados à realidade de tempo e espaço. Promover o espírito da qualidade com posturas gerenciais sintonizadas com os conceitos da qualidade selecionados. Estruturar tecnicamente a gestão da qualidade, partindo do projeto do produto ou do serviço. A qualidade em um período de crise e grandes mudanças Elaborar o processo de produção da qualidade de forma planejada. Estabelecer políticas de qualidade ajustadas à realidade dos cenários (interno e externo), criando uma estrutura que contribua com a viabilização de tais políticas, incluindo a formação de um grupo de profissionais devidamente selecionados para esse fim. Uma perspectiva da qualidade além da crise A principal diferença que observamos entre a forma de abordar a qualidade no início do século XX e a atual é que pensar em qualidade hoje está diretamente relacionado a entender as necessidades e os desejos dos clientes. Independentemente do porte da empresa, identificamos programas de qualidade e de melhoria de processos na maioria dos setores econômicos. Temos hoje a consciência de que não basta fazer os melhores produtos e ter os processos produtivos certificados como de excelente qualidade se todo o resultado da nossa produção (ou seja, os produtos e serviços) não atende às expectativas do consumidor, que é o foco principal de todos os processos organizacionais. Uma perspectiva da qualidade além da crise Quando falamos em serviços, estamos falando intrinsecamente de pessoas, considerando assim que o componente humano (com suas características próprias de qualidade) representa atualmente um importante diferencial no mercado. Dessa forma, o desenvolvimento de competências e habilidades por meio de programas de treinamento pode ser considerado um exemplo de diferencial competitivo para as organizações. Interatividade Elaborar o processo de produção da qualidade de forma planejada. Estabelecer políticas de qualidade ajustadas à realidade __________________________, criando uma estrutura que contribua com a viabilização de tais políticas, incluindo a formação de um grupo de profissionais devidamente selecionados para esse fim. Escolha a alternativa que preenche corretamente a lacuna. Interatividade a) dos cenários interno e externo b) do cenário interno c) da situação econômica e política d) da situação econômica da empresa e) das ordens da direção Resposta a) dos cenários interno e externo b) do cenário interno c) da situação econômica e política d) da situação econômica da empresa e) das ordens da direção Implicações gerenciais das múltiplas concepções da qualidade Conforme Marshall Junior et al. (2007, p. 20), como conceito, conhece-se a qualidade há milênios, no entanto, para eles, só recentemente ela surgiu como função da gerência. Haja vista que, originalmente, tal função era relativa e voltada para a inspeção; hoje, as atividades relacionadas à qualidade se ampliaram e são consideradas essenciais para o sucesso estratégico. Implicações gerenciais das múltiplas concepções da qualidade A partir da visão de Marshall Junior et al. (2007), observamos que a Gestão da Qualidade, para iniciar o cumprimento dos seus propósitos, deparou-se com uma primeira importante decisão a ser tomada: a seleção adequada dos conceitos para definição de qualidade. Definindo os conceitos, iniciamos o entendimento das características gerais e da estratégia de atuação da Gestão da Qualidade. A dinâmica do conceito da qualidade e suas implicações gerenciais A essência da abordagem estratégica da qualidade foi resumida de modo muito simples em um relatório da Sociedade Americana de Controle da Qualidade (MARSHALL JUNIOR et al., 2007), conforme exposto na sequência: Implicações gerenciais das múltiplas concepções da qualidade Não são os fornecedores do produto, mas aqueles para quem eles servem (clientes, usuários e aqueles que os influenciam ou representam) que têm a última palavra quanto a até que ponto um produto atende às suas necessidades e satisfaz suas expectativas. A satisfação relaciona-se com o que a concorrência oferece. A satisfação, relacionada com o que a concorrência oferece, é conseguida durante a vida útil do produto e não apenas na ocasião da compra. É preciso um conjunto de atributos para proporcionar o máximo de satisfação àqueles a quem o produto atende. Implicações gerenciais das múltiplas concepções da qualidade Podemos, portanto, observar que, na prática, o conceito de qualidade sofre constantes mudanças e adequações. Sendo assim, a necessidade de as organizações se manterem atualizadas em relação a essa dinâmica torna-se explícita quando observamos a utilização de termos como concepção moderna da qualidade ou, ainda, qualidade em uma perspectiva contemporânea. Isso porque organizações e pessoas, ao longo do tempo e conforme a mudança de contexto, vão descartando conceitos de qualidade considerados obsoletos e inadequados. Implicações gerenciais das múltiplas concepções da qualidade Vale lembrar que quanto maior o nível de competitividade de um segmento de mercado (indústria ou setor), maior será a atenção e a dependência em relação ao acompanhamento das variações do conceito de qualidade. Essa questão é reforçada por Deming (1990) ao descrever três faces qualidade relacionadas às necessidades de decisão por parte da administração e do consumidor: Implicações gerenciais das múltiplas concepções da qualidade Decisão da administração sobre as especificações das características de qualidade (das peças, do produto final, do desempenho, dos serviços) a serem oferecidas hoje. Decisão da administração sobre planejar ou não, com antecedência, um produto ou serviço para o futuro. Julgamento do consumidor sobre o produto ou serviço oferecido pela empresa. As concepções da qualidade na visão popular A perspectiva da qualidade tomou conta do diálogo na vida cotidiana, o que acabou produzindo uma dinâmica de readequação permanente do conceito, tanto na base de sua constituição quanto na abrangência de sua aplicação. Observamos também que o grau de sua aplicação apresentauma certa complexidade pelo fato de possuir simultaneamente duas dimensões: a técnica e a popular. Conforme Paladini (2009), em decorrência do uso comum, fica claro que qualidade não é um termo empregado em contextos bem definidos, situações bem particularizadas ou momentos próprios; ao contrário disso, o autor entende que qualidade faz parte do dia a dia das pessoas e, por isso, é empregado nas mais diversas situações. A visão popular da qualidade e suas consequências na gestão da qualidade Um entendimento equivocado de qualidade pode produzir consequências gerencias desastrosas para as organizações, impactando decisivamente nos níveis de competitividade. A seguir, são apresentados alguns exemplos desses entendimentos equivocados. Para estruturar de forma a permitir uma visão comparativa ao leitor, os exemplos foram dispostos de acordo com os itens: visão popular da qualidade, consequência da visão popular, interpretação técnica da visão popular. Interatividade A essência da abordagem estratégica da qualidade foi resumida de modo muito simples, conforme exposto na sequência (aponte a alternativa incorreta). a) Não são os fornecedores do produto, mas aqueles para quem eles servem (clientes, usuários e aqueles que os influenciam ou representam) que têm a última palavra quanto a até que ponto um produto atende às suas necessidades e satisfaz suas expectativas. b) A satisfação relaciona-se com o quê a concorrência oferece. Interatividade c) A satisfação, relacionada com o quê a concorrência oferece, é conseguida durante a vida útil do produto e não apenas na ocasião da compra. d) É preciso um conjunto de atributos para proporcionar o máximo de satisfação àqueles a quem o produto atende. e) A satisfação relaciona-se com o quê a concorrência oferece mas não atende. Resposta A essência da abordagem estratégica da qualidade foi resumida de modo muito simples, conforme exposto na sequência (aponte a alternativa incorreta). a) Não são os fornecedores do produto, mas aqueles para quem eles servem (clientes, usuários e aqueles que os influenciam ou representam) que têm a última palavra quanto a até que ponto um produto atende às suas necessidades e satisfaz suas expectativas. b) A satisfação relaciona-se com o quê a concorrência oferece. Resposta c) A satisfação, relacionada com o quê a concorrência oferece, é conseguida durante a vida útil do produto e não apenas na ocasião da compra. d) É preciso um conjunto de atributos para proporcionar o máximo de satisfação àqueles a quem o produto atende. e) A satisfação relaciona-se com o quê a concorrência oferece mas não atende. Falhas críticas nas ações que compõem a gestão da qualidade As perspectivas serem julgadas tecnicamente equivocadas e, em seguida, associarmos a elas visões particulares de grupos de consumidores a respeito do entendimento do que é qualidade pode parecer contraditório. Porém, observamos que a imaginação do consumidor sobre o significado de qualidade não corresponde necessariamente a um equívoco, mas as consequências podem sim gerar falhas no processo de Gestão da Qualidade, as quais, por sua vez, podem interferir na produtividade e na lucratividade das organizações. Assim como não se muda uma cultura de uma hora para outra, também não o fazemos com conceitos de domínio público A mudança da estrutura constitutiva da cultura demandará tempo e só o próprio homem poderá realizá-la. A partir de tal visão e entendendo que a percepção popular da qualidade faz parte das características culturais de uma sociedade, cabe, em primeira instância, desenvolvermos nossa capacidade de interpretação dessa visão e não simplesmente acreditarmos que com uma campanha de marketing, por mais eficiente que seja, promoveremos mudanças imediatas no conceito popular de qualidade. Um conceito estratégico para qualidade Como qualidade é um termo de domínio público frequentemente utilizado como um fator influenciador na decisão de compra do consumidor, devemos tomar algumas precauções quando buscamos, por uma questão de simplificação da elaboração da estratégia, uma definição específica que deve caracterizá-la tecnicamente. Logo, para a construção de um conceito adequado de qualidade, tal conceito deve se ater aos fatores listados a seguir: Um conceito estratégico para qualidade Contemplar a impossibilidade de criar limites na percepção da qualidade por parte das pessoas. Assimilar também a impossibilidade de estabelecermos com precisão o significado de qualidade para um grupo de consumidores (considerando ainda que, quanto maior o grupo de pessoas, mais complexo é o estabelecimento preciso desse conceito). Um conceito estratégico para qualidade Ter em mente que nem sempre a introdução de inovações representará um diferencial competitivo. Para ilustrar esse caso, Paladini (2009) usa o exemplo da relação entre o CD e os discos de vinil, esclarecendo que o segundo foi substituído pelo primeiro em contraposição ao caso dos barbeadores elétricos em relação aos barbeadores descartáveis, situação em que o primeiro não concretizou a superação do segundo. Um conceito estratégico para qualidade Não contrariar, em sua integridade, visões já consolidadas em relação a conceitos escolhidos para serem trabalhados estrategicamente. Aqui podemos exemplificar com a opinião de pessoas que entendem que a qualidade está diretamente relacionada com produtos ou serviços caros. Não se pode julgar como equivocados os indivíduos que preferem comprar um aparelho celular mais caro em vez de um modelo mais em conta. Um conceito estratégico para qualidade Ao considerarmos os aspectos culturais e os relacionarmos diretamente às estratégias operacionais que definem e são definidas pelo modelo da Gestão da Qualidade, podemos constatar, acrescentando as colocações de Paladini (2009), que: Um conceito estratégico para qualidade a cultura organizacional está imersa na cultura da sociedade (na qual a organização está inserida); quando um colaborador de uma indústria, de um comércio ou mesmo de uma prestadora de serviços intuitivamente define qualidade de forma técnica e estrategicamente incorreta, ele tende a transferir esse conceito para as suas atividades operacionais; Um conceito estratégico para qualidade isso pode fazer com que esse colaborador direcione seus esforços para um foco que nem sempre é correto ou adequado em relação à estratégia oficial da organização; logo, compreende-se que as estratégias oriundas da Gestão da Qualidade devem direcionar seus esforços a fim de evitar reflexos negativos e ofensores ao desempenho e à eficácia da produtividade e da lucratividade da organização. A qualidade e o consumidor: a dinâmica da percepção de quem toma a decisão de compra O objetivo dessa etapa é levantar questionamentos em relação à qualidade, buscando responder a questões como: O que é qualidade? Quem se preocupa com ela? Quem toma a decisão de comprar ou não o produto? Observaremos que as percepções sobre o assunto não são estáticas, mudando de acordo com o momento e o contexto. A qualidade e o consumidor: a dinâmica da percepção de quem toma a decisão de compra Para Deming (1990), o cliente não está em posição de determinar qual produto ou serviço que lhe será útil no futuro, mas o fabricante está em posição bem melhor para criar um novo produto ou um novo serviço. Ele exemplifica sua concepção da seguinte forma: Um conceito estratégico para qualidade [...] será que algum dono de automóvel, no ano de 1905, iria pensar em pneus de borracha se alguém lhe perguntasse qual a sua necessidade? Será que eu, possuidor de um precioso relógio de bolso, teria pensado em uma diminuta calculadora com relógio de quartzo? Um conceito estratégico para qualidade Contudo, cabe ao fabricante resolver inicialmentea seguinte questão: “quais são os elementos que o consumidor considera relevantes em um produto” (PALADINI, 2009, p. 27)? Conforme vimos, são vários os elementos que podem ser eleitos pelo consumidor como relevantes em um produto: preço, características específicas, processo de fabricação, acessibilidade, marca, variedade de formas de apresentação etc. Interatividade É preciso levantar questionamentos em relação à qualidade, buscando responder a questões como: O que é qualidade? Quem se preocupa com ela? Quem toma a decisão de comprar ou não o produto? Observaremos que as percepções sobre o assunto não são estáticas, mudando de acordo com __________. Escolha a alternativa que preencha corretamente a lacuna. Interatividade a) o momento b) o contexto c) a situação econômica d) a situação política e) o momento e o contexto Resposta a) o momento b) o contexto c) a situação econômica d) a situação política e) o momento e o contexto ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar