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SAÚDE OCULAR TEORIA

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1ª edição
Reitor: Prof. Maurício Chermann
EQUIPE DE PRODUÇÃO CORPORATIVA
Gerência: Adriane Aparecida Carvalho
Coordenação de Produção: Diego de Castro Alvim
Coordenação Pedagógica: Karen de Campos Shinoda
Equipe Pedagógica: Graziela Franco, Rúbia Nogueira
Coordenação Material Didático: Michelle Carrete
Revisão de Textos: Adrielly Rodrigues, Aline Gonçalves
Diagramação: Amanda Holanda, Douglas Lira, Nilton Alves
Ilustração: Everton Arcanjo
Impressão: Grupo VLS / Gráfica Cintra
Imagens: Fotolia / Freepik / Acervo próprio
Os autores dos textos presentes neste material didático assumem total 
responsabilidade sobre os conteúdos e originalidade.
Proibida a reprodução total e/ou parcial.
© Copyright Brazcubas 2019
1ª edição
2019
Av. Francisco Rodrigues Filho, 1233 - Mogilar 
CEP 08773-380 - Mogi das Cruzes - SP
S223a
CDU-617.7
Santana, Marcelo.
Avaliação de saúde ocular / Marcelo Santana. - 2019. - Mogi 
das Cruzes, SP. 111p. 
 
Bibliografia 
 
ISBN - 978-85-7188-083-2 
 
1. Oftalmoscópio. 2. Biomicroscópico.
Sumário
Sumário 
Apresentação 5
O Professor 7
Introdução 9
1unidade I
1Oftalmoscópio 11
1.1 Introdução ao oftalmoscópio 11
1.2 Características do aparelho 17
1.3 Manobra de Brockner e Strampelli 22
1.4 Polo anterior do olho e retina 27
2unidade II
2Oftalmoscopia de polo posterior 31
2.1 Introdução 31
2.2 Avaliação da papila óptica 33
2.3 Vasos do fundo de olho 39
2.4 Mácula 43
2.4.1 Integralidade da região macular 48
2.5 Tapete retiniano 49
3unidade III
3Biomicroscópio 53
3.1 Apresentação do aparelho 53
3.2 Conduta e sistema de iluminação 72
3.3 Sistema de iluminação direta 74
3.4 Sistema de iluminação indireta 82
4unidade IV
4Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocular 89
4.1 Avaliação de saúde ocular 89
4.2 Confrontação de campo 90
4.3 Livro de Amsler 95
4.4 Tonometria de pálpebra 101
4.5 Sinais clínicos do ceratocone 102
Referências 109
Apresentação
5
Apresentação
Caro aluno, seja bem-vindo ao conteúdo de Avaliação de Saúde Ocular. O pro-
fissional optometrista precisa discernir se o paciente tem um problema visual ou 
ocular. Para isso, aprenderemos diversas avaliações realizadas com aparelhos (ava-
liação armada) ou por meio de procedimentos simples, mas eficientes. 
Você começará os estudos das unidades conhecendo os aparelhos e como 
manuseá-los. Será muito importante a sua dedicação aos estudos para desenvolver 
habilidades e competências.
É fundamental que assista às videoaulas para compreender melhor o con-
teúdo, além de realizar leituras complementares e as atividades no AVA (Ambiente 
Virtual de Aprendizagem). Todo o conteúdo o ajudará em nossas aulas e no polo.
Esta disciplina será muito importante para uma avaliação da saúde ocular dos 
seus futuros pacientes. 
Objetivos da Disciplina:
• Conhecer os aparelhos que o optometrista poderá usar;
• Entender como eles funcionam;
• Diferenciar o que se está observando: fisiológico ou patológico.
Competências e Habilidades da Disciplina:
• Manuseio dos aparelhos com habilidade;
• Competência para utilizar o aparelho em qualquer situação de seu 
propósito;
• Identificar cada observação feita com os aparelhos ou por meio das 
manobras optométricas.
O Professor
7
O Professor
Prof. Marcelo Santana
Sou o professor Marcelo Santana. Tenho forma-
ção Técnica em Óptica pelo Senac – SP (2005); gra-
duado em Óptica e Optometria pela Universidade 
Braz Cubas – Mogi das Cruzes (2009); pós-graduado 
em Optometria Avançada pela mesma instituição 
(2013); e pós-graduando em Ortóptica e Ciência da 
Visão pelo Centro Universitário Celso Lisboa, no Rio 
de Janeiro (2017).
Trabalhei em óptica desde 1999, após a formação 
em optometria, atuei em gabinete e hospital em São 
Paulo. Sou docente da Brazcubas há quase oito anos, 
onde ministro aulas de: Anatomia Ocular, Patologia 
Ocular, Avaliação de Saúde Ocular, Semiologia Ocular, 
Optometria Prática e estágios.
Será um prazer compartilhar com você o fantástico 
conhecimento sobre a saúde ocular! 
Introdução
9
Introdução
Caro aluno, a disciplina de Avaliação de Saúde Ocular é de fundamental impor-
tância para você aprender a fazer uma avaliação armada (avaliação com aparelhos). 
Portanto, é indispensável para a sua formação. 
Recomendo estudar profundamente toda a base teórica do livro. “A theoria 
(teoria), ao elevar o objeto até o nível da sua ideia, essência ou arquétipo, capta o 
esquema de possibilidades do qual esse objeto é a manifestação particular e con-
creta”, e “A práxis (prática), ao contrário, transforma a coisa, isto é, atualiza uma des-
sas possibilidades (dada pela teoria), excluindo imediatamente todas as demais.” E, 
ainda, “A investigação teórica insere o ser (aluno) no corpo da possibilidade que o 
contém, e o explica e integra no sentido total da realidade. A práxis (prática), ao con-
trário, limita suas possibilidades, realizando uma delas, sem via de retorno” (Olavo 
de Carvalho, 2015). 
Portanto, precisamos ter uma fundamentação teórica sólida para obtermos 
os resultados da prática (que será apenas uma gota em um oceano teórico de 
conhecimento).
Aconselho-o a obter um aparelho chamado oftalmoscópio, a fim de praticar 
a teoria. Não tenha medo das práticas de Biomicroscopia/Lâmpada de Fenda. Sua 
presença nas aulas será fundamental para o aperfeiçoamento da prática de outras 
manobras.
São quatro unidades, e o conteúdo de cada uma será distribuído em três prin-
cipais mídias: livro didático, videoaula e Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).
Bom, pronto para iniciar?!
Vamos em frente!
Observação: as imagens deste livro serão melhor visualizadas na 
 versão colorida, disponível em seu AVA.
Oftalmoscópio unidade I
11
1unidade I
1Oftalmoscópio
Disponível em: <https://bit.ly/2LBDHQJ>. Acesso em: 05/07/2019.
1.1 Introdução ao oftalmoscópio 
O aparelho oftalmoscópio tem como objetivo principal verificar o fundo de olho. Porém, antes da criação do aparelho, o único registro sobre o fundo do olho é sobre reflexo dos olhos dos animais, feito à noite, no século I d.C. 
Tempos depois, percebeu-se que os reflexos pupilares eram o máximo que se sabia sobre o fundo do olho.
1Comando 
Tabela
Oftalmoscópiounidade I
12
Méry, no ano de 1704, ao colocar um gato em um vaso transparente, percebeu 
que quanto mais o bichano se afogava, mais as pupilas se dilatavam, de maneira que 
conseguia ver mais o fundo do olho do infeliz animal. 
Johann Purkinje, em 1827, descreveu os princípios da luz e da lente conver-
gente em pupilas de animais. Seu estudo ajudou nos princípios da oftalmoscopia 
direta.
Charles Babbage, em 18
47, 
desenvolveu um aparel
ho 
que seria o mais próxim
o de 
um oftalmoscópio. Com
 esse 
aparelho, Babbage cons
eguiu 
verificar o segmento po
sterior 
do olho. Porém, ao com
provar 
a sua invenção, não levo
u em 
consideração a luz conv
ergente 
refletida do olho, comp
ensando 
com lentes divergentes.
Figura 1.1 – Charles Babbage
Disponível em: <https://bit.ly/2cQjkyQ>. 
Acesso em: 07/06/2019. 
Augenstegel foi o nome dado ao primeiro oftalmoscópio na apresentação do 
aparelho na Sociedade Médica de Berlim, no ano de 1851, pelo médico Hermann 
von Helmoltz. Mas quando apresentado na Inglaterra, o nome oficial ficou conhecido 
como oftalmoscópio.
Oftalmoscópio unidade I
13
Hermann entendeu que
 a luz 
incidente iria se refletir 
no 
sentido inverso no olho
. Mesma 
manifestação de um es
pelho.
Figura 1.2 – Hermann von Helmholtz
Disponível em: <https://bit.ly/2qUZO9J>. 
Acesso em: 07/06/2019.
O aparelho possuía um orifício no centro de um espelho do tamanho da palma 
da mão. A luz (luz de vela ou lâmpada a gás), que ficava ao lado do paciente, incidia 
nesse espelho, refletindo em direção ao olho do paciente. 
Posteriormente, Hermann melhorou o aparelho acrescentando três placas pla-
nas, com isso, o espelho do aparelho ficou mais divergente. Assim, outros passaram 
a melhorar a invenção.Reute, em 1852, desenvolveu um espelho côncavo com ori-
fício. Rekoss, no mesmo ano, incorporou discos giratórios para poder focar melhor 
as estruturas. Loring, em 1869, finalizou o aparelho com condições de selecionar as 
lentes e aplicar os princípios da oftalmoscopia direta monocular. Em 1885, Dennett 
inventou o oftalmoscópio elétrico com lâmpada para flashes – melhorando a visão e 
a mobilidade do fundo de olho. Em 1958, foi introduzida a mira de fixação (retículo), 
como finalidade de prognóstico de terapia visual (pleóptica), segundo informa o dr. 
Richard Keeler. 
O aparelho se tornou popular em 1930, com muitas modificações, adaptações 
e melhorias. Tornou-se importantíssimo no processo dos cuidados do fundo de olho.
Oftalmoscópiounidade I
14
Não podemos deixar de citar que nesse mesmo período outros aparelhos 
investigativos foram desenvolvidos, como o oftalmoscópio monocular indireto, o 
biomicroscópio etc.
Oftalmoscópio indireto monocular compactado foi desenvolvido pela American 
Optical, em 1957 (veja Figura1.3). O campo de observação no fundo de olho se tor-
nou maior, mesmo com miose pupilar. Todo seu mecanismo evitava a inversão da 
imagem observada. Atualmente, o PanOptic, Figura 1.4, da empresa Welch Allyn, é o 
aparelho mais moderno nesse segmento.
Figura 1.3 – American Optical
Disponível em: <https://bit.ly/2InnnRF>. Acesso em: 17/06/2019. 
Figura 1.4 – Welch Allyn – PanOptic
Disponível em: <https://bit.ly/2ZxQw2d>. Acesso em: 17/06/2019. 
Oftalmoscópio unidade I
15
Tabela 1.1 – Oftalmoscópios: direto e indireto monocular
Adaptada de: <https://bit.ly/2WPsfYF>. Acesso em: 17/06/2019.
Podemos dizer que o oftalmoscópio de luz própria, assim 
como todos os instrumentos desenvolvidos para examinar o 
olho humano, consiste em um sistema de iluminação e outro 
de observação.
Atualmente, a tecnologia do celular é capaz de rea-lizar fotos do fundo do olho, permitindo a análise deste com mais detalhes e precisão. Mas, nesta unidade, deve-mos aprender sobre o oftalmoscópio direto monocular (o termo direto está relacionado ao fato de não ser usada nenhuma lente de auxílio para a observação do fundo de olho por meio do oftalmoscópio). 
Talvez você esteja se pe
rguntando: qual é o mel
hor 
aparelho: oftalmoscóp
io direto ou um Pan
Optic? O 
PanOptic, grosso modo
, tem uma observação 
geral no 
fundo do olho, o oftalmo
scópio direto específico
, além de 
outros detalhes que ver
emos no decorrer do se
mestre.
Oftalmoscópiounidade I
16
Podemos utilizar o oftalmoscópio para:
 9 Alterações oculares – alterações de polo anterior e dos meios 
refringentes;
 9 Alterações sistêmicas – problemas no fundo do olho podem refletir 
hipertensão sistêmica ou diabetes;
 9 Determinar a fixação excêntrica – para prognóstico de terapia 
visual e medidas de desvios oculares;
 9 Medir defeitos refrativos – poderemos determinar o tipo de vício 
refrativo e até quantificá-lo;
 9 Avaliação para a contatologia – verificar se as adaptações de lentes 
rígidas estão corretas;
Porém, sem dúvida, a análise do fundo de olho é o principal objetivo desse 
aparelho. 
Pontos importantes, como: a vascularização terminal (como os pequenos vasos 
– vênulas, arteríolas e capitares), função de determinada região do córtex, doen-
ças do fundo do olho e sistêmicas, mostram a grande importância desse aparelho 
quando fazemos análise de fundo de olho. Nunca o profissional optometrista poderá 
negligenciar o uso em seu cotidiano clínico.
A maior possibilidade de detalhamento das estruturas do fundo de olho poderá 
ser bem observada se o optometrista se aproximar ao máximo (2,5 cm) do olho do 
paciente. Haverá o efeito “Buraco de fechadura”, o qual, quanto mais próximo, maior 
será o campo de observação, pois criará um ângulo gradativamente maior para o 
que está se observando.
Todos os raios emergentes estarão paralelos se o foco e o objeto forem conju-
gados com o cristalino totalmente desacomodado.
Toda a imagem observada será virtual, não invertida, do fundo de olho. 
Lembrando que a magnificação das imagens ocorrerá pelas lentes do próprio olho. 
Na oftalmoscopia indireta (terá uma lente de +/- 20D) binocular, a magnificação 
ficará a cargo da lente posta à distância de um braço, pupilas dilatadas por meio de 
Oftalmoscópio unidade I
17
fármaco (o que nos impede, como optometristas, a utilização desse método de ava-
liação do fundo de olho), imagem real e invertida. 
Para entendermos a magnificação do olho, faremos uma média de dioptria 
entre os meios refringentes: córnea (45D) e cristalino (15D). O valor da soma de 
ambos os meios será 60D. Dividiremos as 60D por quatro. Terá como resultado 15, 
que serão as vezes de aumento da imagem observada no fundo de olho.
45D (Córnea) + 15D (Cri
stalino) = 60D
60D/4 = 15X de aument
o.
Em um olho míope, a imagem do fundo de olho será maior; já no do hiperme-
trope, a imagem será menor.
Porém devemos lembrar que o vício refrativo do optometrista e/ou do paciente 
precisa ser compensado no próprio aparelho. 
1.2 Características do aparelho
 
Oftalmoscópiounidade I
18
Tabela 1.2 – Desvantagens do oftalmoscópio direto monocular
Fonte: NOVER (2000).
Figura 1.5 – Oftalmoscópio – Posição dianteira
1
2
3
4
Adaptada de: <https://bit.ly/2ZvU6Ki >. Acesso em: 17/06/2019.
Oftalmoscópio unidade I
19
Figura 1.6 – Localização traseira
1
2
3
4
Adaptada de: <https://bit.ly/2ZvU6Ki>. Acesso em: 17/06/2019. 
Tabela 1.3 – Características do aparelho
Adaptada de: <https://bit.ly/2RmlhEr>. Acesso em: 17/06/2019.
Oftalmoscópiounidade I
20
Figura 1.7 – Projeção da incidência de luz na observação com o aparelho
Observador
0
Iθ
Paciente
Lente de focagem Prisma
Lente condensadora
Fonte de iluminação
Adaptada de: <http://www.scielo.br/pdf/rbef/v36n2/03.pdf>. Acesso em: 17/06/2019. 
Independentemente das marcas existentes no mercado, a maioria terá os 
recursos dos diafragmas (grande e médio), fenda, azul de cobalto, verde, mira de 
fixação e um conjunto de lentes a serem ajustadas. 
 
Figura 1.8 – Aberturas e filtros
Adaptada de: <https://bit.ly/2RmlhEr>. Acesso em: 17/06/2019. 
Oftalmoscópio unidade I
21
Tabela 1.4 – Característica do oftalmoscópio com variações entre as marcas 
Adaptada de: <https://bit.ly/2RmlhEr>. Acesso em: 17/06/2019.
Oftalmoscópiounidade I
22
1.3 Manobra de Brockner e Strampelli
As duas manobras nos ajudarão a saber se há alterações nos meios refringen-
tes e qual tipo de ametropia esse paciente poderá ter (podendo até fazer a refração). 
As manobras de Brockner e retinoscopia de Strampelli são testes simples.
Manobra de Brockner, por meio da comparação dos reflexos pupilares, ajudará 
a conhecer possíveis alterações nos meios refringentes. Isso ocorrerá porque o opto-
metrista usará o oftalmoscópio incidindo a luz em direção às pupilas do paciente; a 
luz emitida chegará à retina. A retina, por se comportar como um espelho, refletirá 
a luz do aparelho. Contudo, se em algum meio refringente do olho, ao penetrar, a 
luz for impedida de atingir a retina, ou a própria retina perder a reflexibilidade, as 
pupilas não ficarão destacadas ou terão reflexos diferentes, sinalizando possível pro-
blema nos meios refringentes, inclusive na própria retina. 
A seguir, lista com suspeitas que possam acometer esse olho se não refletir, ou 
se refletir de forma irregular, a luz do oftalmoscópio: 
 9 Retinoblastoma;
 9 Glaucoma;
 9 Catarata;
 9 Retinopatia da prematuridade;
 9 TORCHS;
 9 Persistência da vasculatura fetal;
 9 Enfermidade de COATS;
 9 Toxocaríase;
 9 Astrocitoma retiniano;
 9 Displasia de vitreorretiniana;
 9 Endoftalmite metastásica;
 9 Meduloepitelioma;
 9 Pars planite;
 9 Hemangiomas capilares;
 9 Uveíte crônica granulomatosa com hipopion;
Oftalmoscópio unidade I
23
 9 Hamartroma combinados de retina e EPR;
 9 Angioma plano de coroide;
 9 Teratoma intraocular;
 9 Fibras nervosas mielinizadas extensas;9 Coloboma de nervo óptico;
 9 Vitreorretinopatia exudativa familiar;
 9 Ametropias;
 9 Ceratocone;
 9 Estrabismo;
 9 Anisometropias;
 9 Alterações da córnea: distrofias. 
De algumas dessas doenças conseguiremos suspeitar com uma análise de 
fundo de olho, outras não. O importante é que, observando alterações nos reflexos, 
na maioria das vezes, devemos encaminhar ao profissional médico. 
Propedêutica
1. Sala escura;
2. Distância de 1 metro (ou 50 cm); 
3. Mesma altura do paciente;
4. Oftalmoscópio com o visor de dioptria em plano (0);
5. Oftalmoscópio com o diafragma maior;
6. Incida o diafragma interciliar do paciente (entre os cílios);
7. Observe na janela de observação do oftalmoscópio;
8. Compare os reflexos vermelhos da pupila (são da retina);
9. Primeiro em PPO;
10. Depois, oriente o paciente com uma mão para todas as direções do olhar;
Oftalmoscópiounidade I
24
11. Sempre comparando um reflexo e outro;
12. Com reflexos diferentes, entende-se que há alteração ocular; e com refle-
xos iguais, o olho é considerado normal;
13. Teremos as opacificações: fixa – que se moverá com o olho; e móvel – que 
se moverá mesmo quando o olho estiver parado (vítreo e câmara anterior).
Figura 1.9 –  Movimento da posição das manchas
1
11
1
1
1
2
2
2
3
3
3
4
4
4
2
2 3 4
2
3
3
4
4
Fonte: MICÓ (2011).
Havendo opacidades no olho, podemos localizar a sua posição. Diferença entre 
manchas fixas e móveis: quanto às opacificações fixas (córnea e cristalino), no movi-
mento do olhar, no momento da observação, não haverá movimento das manchas. 
Porém, se as manchas forem no humor aquoso ou corpo vítreo, ao movimentar os 
olhos, será observado o movimento das manchas. 
Localização das manchas: para localizar se a mancha está no corpo vítreo ou 
cristalino, ou humor aquoso e córnea, vamos pensar que no cristalino fica o ponto 
nodal. Quando tudo estiver atrás do ponto nodal (face posterior do cristalino e corpo 
vítreo), a mancha se comportará de forma oposta à posição do olhar, porém, quando 
Oftalmoscópio unidade I
25
estiver à frente do ponto nodal (face anterior do cristalino, humor aquoso e córnea), 
a mancha se comportará na mesma posição do olhar. Olhando a opacificação no 
desenho anterior, veremos a profundidade (e possível) localização.
Com o oftalmoscópio podemos fazer a Retinoscopia de Strampelli, indicada 
para não cooperativos ou crianças. Bento XVI Strampelli percebeu um padrão de 
sombra e fez a descrição da técnica em 1931. 
Ao incidir a luz do oftalmoscópio direto no olho do paciente, perceberá que o 
reflexo não será uniforme, mas apresentará uma sombra em meia lua no olho do 
amétrope, variando a posição conforme o vício refrativo apresentado. Para os mío-
pes, a meia lua se apresentará superior em relação ao cabo do oftalmoscópio, ou 
superior ao reflexo da pupila, enquanto para o hipermetrope será na mesma posição 
do cabo do oftalmoscópio, ou inferior ao reflexo da pupila.
Figura 1.10 – Padrão da Retinoscopia de Strampelli
Sombra direita - hipermetropia Sombra inversa - miopiaSem sombra
Fonte: PRIMAS (2016, p. 13).
• Uso em bebês, por não colaborarem;
• Rápido;
• Identifica anisometropias; 
• Se a meia lua apresentar alterações constantes
, 
podemos desconfiar de problemas acomodativos.
Vantagens:
Oftalmoscópiounidade I
26
Tabela 1.5 – Observações na técnica de Strampelli
Adaptada de: PRIMAS (2016, p. 13). 
Figura 1.11 – Emétrope
Adaptada de: PRIMAS (2016, p. 13). 
Oftalmoscópio unidade I
27
Figura 1.12 – Sombra na mesma posição da base - Hipermetropia
Adaptada de: PRIMAS (2016, p. 13). 
Figura 1.13 – Sombra na mesma posição da base - Miopia
Adaptada de: PRIMAS (2016, p. 13). 
1.4 Polo anterior do olho e retina
Avaliação do polo anterior corresponde à distância desde as sobrancelhas 
até chegar ao fundo do olho, diminuindo no disco de Recoss as dioptrias. Ou seja, 
da maior dioptria corresponde a estrutura mais externa (sobrancelha) até a menor 
dioptria (retina).
Oftalmoscópiounidade I
28
Ajuste o aparelho com +20D positivas (cor verde na janela de observação do 
aparelho), com o aparelho oftalmoscópio na mão direita e observando com o olho 
direito do paciente a uma distância de 2,5 cm de distância. 
Nesse momento, observar sobrancelhas, pálpebras, cílios (inferior e superior), 
esclera (conjuntiva), fazer eversão de pálpebra. Se mantiver a distância recomendada 
e perceber que está desfocado, comece a diminuir a dioptria. 
Mas na pupila, ao diminuir a dioptria, você começará a adentrar o olho. Por ser 
transparente, humor aquoso, cristalino e corpo vítreo não serão vistos (porém, se 
houver alguma opacificação, será observado no decorrer da diminuição da dioptria 
do aparelho).
Tabela 1.6 – Dioptrias do oftalmoscópio correspondentes a estruturas a serem observadas
Adaptada de: GROSVENOR (2004).
1. Segure o aparelho com a mão direita e observe com o olho direito o olho 
direito do paciente. Procure observar de forma perpendicular em relação à 
córnea, e evite contato rosto/rosto com o paciente.
2. É recomendado usar máscara para fazer a avaliação com oftalmoscópio. Não 
converse durante a manobra com o paciente, converse ao terminar a avaliação. 
3. Lave suas mãos antes e depois do atendimento.
Lembre-se...
Oftalmoscópio unidade I
29
Conheça mais:
Na observação do polo anterior, é muito importante a descrição do que 
está sendo observado (pálpebras, cílios e afins). Podemos também dese-
nhar aquilo que vimos.
Características consideradas normais das estruturas observadas ocor-
rem quando as sobrancelhas forem presentes, ou que não tenham falhas, 
ou, ainda, sem a presença de piolhos. Pálpebras sem manchas ou feri-
das. Cílios alinhados, sem caspas ou grudados. Conjuntiva transparente, 
sem visualização dos vasos. Córnea transparente, ou seja, não pode estar 
opaca, com vasos ou branca. Íris não pode apresentar vaso ou manchas 
elevadas. Pupilas redondas e centradas. Cristalino precisa se apresentar de 
forma transparente.
A descrição é muito importante! Qualquer sinal de alteração precisa ser 
descrito na ficha optométrica.
Aprendemos que:
Sobre a história do oftalmoscópio, suas características e importância.
Aprendemos algumas manobras, como as simples manobras de Bruckner 
e Strampellim, que nos indicam pistas do estado refrativo do paciente, ou, 
ainda, patologias.
Até a próxima unidade!
Oftalmoscopia de polo posterior unidade II
31
2unidade II
2Oftalmoscopia de polo posterior
2.1 Introdução
A avaliação do fundo do olho é extremamente import
ante na conduta 
do optometrista no cuidado primário ocular. Com isso
, o optometrista detec-
tará possíveis patologias e ajudará na prevenção de ou
tras. 
Após você ter feito avaliação do polo anterior, onde ob
servou sobrance-
lhas com dioptria +20D no oftalmoscópio e, diminuída
 essa dioptria, analisou 
córnea e cristalino, chegará com dioptria entre +2,00
DE e -2,00DE no oftal-
moscópio no fundo do olho. 
2Comando 
Tabela
Oftalmoscopia de polo posteriorunidade II
32
Importante!
Se o avaliador (você) e/ou o paciente forem amétropes, será importante 
realizar ajuste no disco de Reckos para compensar o vício refrativo. 
A correção será feita com o cálculo da soma das ametropias (avaliador + 
paciente – a acomodação). 
Lente no oftalmoscópio = (refração do avaliador + refração do paciente) 
– acomodação.
Exemplo: (-3,00 + 5,00) – 1,00 = +1,00DE.
Se o astigmatismo for maior que 1,00DC, calcular o Equivalente Esférico 
para compensar no esférico do oftalmoscópio e verificar o fundo de olho. 
Para uma dioptria:
-3,00DE ^-1,50DC X 180. 
Dividir o astigmatismo por dois e acrescentar no esférico. 
-1,50DC/2 = 0,75DC, e ao resultado somam-se: -3,00DE. 
-3,00DE + (-0,75DC) = -3,75DE.
Após verificar o Equivalente Esférico, fazer o segundo cálculo para saber a 
lente do oftalmoscópio.
Chegando ao fundo do olho, você começará a avaliaçã
o dele pelo disco 
óptico, depois osvasos, e segue observando a mácula
; por último, fará uma 
varredura no tapete retiniano. Estes são os quatro 
importantes pontos a 
serem avaliados: 
Oftalmoscopia de polo posterior unidade II
33
2.2 Avaliação da papila óptica
1. Borda da papila;
2. Anel neurorretiniano;
3. ISNT (Inferior maior que Superior, Nasal maior que Temporal); 
4. Profundidade de copa;
5. Posição dos vasos;
6. Aspecto dos vasos. 
Para avaliação da papila
, precisamos analisar as
 seguintes característica
s:
Figura 2.1 – Borda da papila e escavação
Disco
Escavação
Adaptada de: <https://bit.ly/2XruRvm>. Acesso em: 17/06/2019. 
Conheça mais:
1. Para que possamos fazer distinção entre a hemorragia e o fundo de 
olho bem pigmentado, devemos usar o filtro verde. Quando houver sangue 
(vasos ou hemorragias) no fundo de olho, este ficará mais escuro; quando 
for pigmentação no fundo de olho, ficará mais claro; 
Oftalmoscopia de polo posteriorunidade II
34
2. Exceto na observação foveolar, para observar o fundo de olho o paciente 
deve olhar para o infinito – assim ele evita a acomodação; 
3. Ambiente deve ser bem escuro; 
4. Para observar o fundo de olho com nitidez, faz-se necessário ajustar no 
disco de Reckos a dioptria. Ajustando no disco de Reckos até enxergar o 
fundo de olho, mantenha o ajuste no disco até borrar. Quando borrar, volte 
no disco à última dioptria com que havia enxergado nitidamente; 
5. Peça para o paciente olhar para o infinito. Imagine que está saindo uma 
linha do centro da pupila. Procure olhar o fundo de olho com cerca de 15° 
em relação a essa linha imaginária. Assim você chegará à papila;
6. Quanto mais jovem for o paciente, maior será a midríase pupilar;
Observe essas dicas no decorrer do processo de aprendizado e boa prática!
Conforme a Figura 2.2, a borda do disco (em vermelho) deve ser bem definida. 
O anel neurorretiniano é localizado na borda do disco (em vermelho) até o limite da 
escavação (em azul), tem forma de anel, constituído pelas células nervosas (células 
ganglionares) do nervo óptico. Observaremos que a margem inferior desse anel é 
maior que a superior, e a nasal é maior que a temporal (ISNT). Importante verificar se 
o anel neurorretiniano está pálido, pois pode indicar lesão no nervo óptico. 
Figura 2.2 – ISNT
Nasal
Superior
Temporal
Inferior
Adaptada de: <https://bit.ly/2XruRvm>. Acesso em: 17/06/2019.
Oftalmoscopia de polo posterior unidade II
35
A escavação estará levemente descentrada, tem aspecto esbranquiçado 
(em alguns casos, a escavação não será evidenciada na observação; em outros 
casos, terá um tamanho que poderá indicar possível alteração ocular), com 
deflexão dos vasos que estarão saindo dessa região. Dependendo do tama-
nho da escavação, poderemos observar a lâmina crivosa (orifícios que repre-
sentam a inserção das fibras ganglionares do nervo óptico). A escavação (tam-
bém conhecida como copa ou copo) pode ser centralizada ou descentrada.
A sigla americana C/D quer dizer: “CUP – TO – DISC” (relação copa [esca-
vação] disco [disco óptico]). Atribui-se um valor de 0,1 a 10 a essa relação 
(conforme Figura 2.3). Se o tamanho for 0,5 em ambos os olhos, costuma ser 
fisiológico. Alguns livros indicam as medidas horizontal e vertical: 0,4H x 0,5V. 
Porém, se houver assimetria (OD 0,5 /OE 0,2), pode indicar possível patologia. 
Formato: redondo, porém para míopes será menor na visualização, enquanto para os hipermetropes será visualizado com tamanho maior, e para os astigmatas (com altas miopias) será de formato ovalado (com maior eixo na vertical). O formato ovalado pode ser inclinado. Portanto, forma redonda, oval e inclinada.
O disco óptico (também conhecid
o como escotoma fisiológico ou p
apila) 
é a inserção do nervo óptico no b
ulbo ocular. O nervo óptico é com
parado a um 
revestimento de cabo, no qual o
s fios seriam as células gangliona
res. A inser-
ção do nervo óptico na região da
 esclera posterior será a janela de
 entrada das 
células ganglionares para a form
ação da retina no fundo do olho
. Tem como 
característica: diâmetro +/- 1,5MM
.
Borda temporal bem definida.
Oftalmoscopia de polo posteriorunidade II
36
Figura 2.3 – Relação disco/escavação (C/D)
Horizontal
Vertical
Disco
Escavação 
(copo)
Adaptada de: <https://bit.ly/2Rl8yBP>. Acesso em: 17/06/2019.
A Figura 2.3 demonstra a relação disco/escavação, que é indicada no exame de 
fundo de olho com a seguinte descrição técnica: 0,8H X 0,7V. O valor de 0,8H corres-
ponde à região horizontal de 0,8 (como se observássemos 80% da região horizontal 
do tamanho da escavação em relação ao disco, que seria o total de 100%) e à região 
vertical 0,7 (como se observássemos 70% na região vertical do tamanho da escava-
ção em relação ao disco, que seria o total de 100%).
Figura 2.4 – Relação disco/escavação (C/D)
Adaptada de: <https://bit.ly/2RHbkBK>. Acesso em: 26/06/2019.
Oftalmoscopia de polo posterior unidade II
37
Na Figura 2.4, que demonstra a relação disco
/escavação, é indicada no 
exame de fundo de olho a seguinte descrição té
cnica: 0,4H X 0,3V. O valor de 0,4H 
corresponde à região horizontal de 0,4 (como 
se observássemos 40% da região 
horizontal do tamanho da escavação em relaç
ão ao disco, que seria o total de 
100%) e à região vertical de 0,3 (como se obser
vássemos 30% na região vertical 
do tamanho da escavação em relação ao disco
, que seria o total de 100%).
Muito importante observar na saída dos vaso
s na escavação o pulsar da 
veia (com as lentes negativas do oftalmoscópio
). Mas caso observe a artéria pul-
sando, pode indicar ataque de glaucoma agudo
.
Outro fator importante é saber a profundidade
 da escavação. Imagine um 
buraco no chão, este pode ter abertura gran
de, com profundidade pequena 
ou extensa. Para sabermos, precisamos verifi
car essa profundidade. Quando 
vemos a escavação com grande tamanho (ab
ertura), precisamos avaliar essa 
profundidade. Fazemos da seguinte forma: ve
rifique quantas dioptrias o apa-
relho oftalmoscópio apresenta na janela de o
bservação de dioptria assim que 
enxergar o disco óptico nítido. Quando focar na
 escavação, perceberá o aspecto 
borrado similar à gema do ovo, por isso deve-
se mudar a dioptria (lentes nega-
tivas) no disco de Reckos para proporcionar n
itidez da escavação (aspecto de 
pontos que é característico da lâmina crivosa)
, prossiga mudando no disco de 
Reckos até borrar a escavação. Quando isso oc
orrer, volte no disco de Reckos à 
última dioptria em que a escavação apresento
u-se nítida. Observe, na janela de 
observação de dioptria do oftalmoscópio, qua
l dioptria está registrada. A dife-
rença da dioptria antes (quando observou a p
apila nítida e escavação borrada) 
e depois (escavação nítida) será a profundidad
e da escavação em dioptria. Para 
sabermos em milímetros qual a profundidade
 dessa escavação, basta pensar-
mos que, para cada diferença de três dioptrias,
 há equivalência de um milímetro 
de profundidade da escavação (GROSVENOR, 2
004).
Outra característica presente no fundo de olh
o de míopes e hipermetro-
pes é a borda do disco, onde podemos ter u
ma crescente papilar, em decor-
rência do aumento anteroposterior do olho, p
ortanto, o aspecto da esclera. O 
Epitélio Pigmentar da Retina (EPR) não cresceu
 o suficiente para chegar à borda 
do disco. Isso ocorre porque o olho é míope 
(miopia axial), quando apenas a 
esclera cresce. No caso do hipermetrope ocor
re concentração de pigmentação 
na borda papilar, apresentando uma borda be
m marcante. Ambos os casos são 
apenas características de ametropias altas (aci
ma de 6,00 dioptrias tanto hiper-
metropes quanto míopes).
Oftalmoscopia de polo posteriorunidade II
38
Conheça mais:
Segundo Jonas (1999), o tamanho do disco tem variação por diversos 
fatores:
• Sexo: homens possuem o disco menor em relação ao das mulheres. 
• Ametropia: miopia axial possui o disco menor do que o disco da hiper-
metropia axial.
• Etnia: o disco doscaucasianos é menor do que dos asiáticos e hispâni-
cos, que, por sua vez, possuem o disco maior do que os afro-americanos. 
Outro aspecto importante são as saídas dos vasos na escavação ou no disco. 
Em uma escavação com tamanho acima de 0,5 (C/D = 0,5H/0,5V), por exemplo, pre-
cisamos perceber que, se os vasos saírem da borda, poderá caracterizar alteração 
ocular, porém, se saírem do centro da escavação, será considerado normal. 
Figura 2.5 – Diferença de uma escavação normal (A) e uma escavação grande glaucomatosa (B)
Vasos saindo do 
centro da esca-
vação, enquanto 
esta é extrema-
mente pequena, 
não evidenciada 
na obervação.
Saída dos vasos 
na periferia da 
escavação, que 
se encontra em 
um tamanho 
próximo ao do 
disco (Esc. 0,8 
para 0,9).
Disponível em: <https://bit.ly/2MUdn6I>. Acesso em: 17/06/2019.
Importante!
Devemos observar no disco: forma, brilho, mancha de sangue (hemorra-
gia), anel neurorretiniano, ISNT, hemorragias, escavação (tamanho em 
relação ao disco e profundidade), comportamento da saída dos vasos e o 
pulsar dos vasos.
Oftalmoscopia de polo posterior unidade II
39
2.3 Vasos do fundo de olho
Após analisarmos a papila, devemos sair dela e seguir os vasos (artéria e veia) 
até o cruzamento arteriovenoso. Lembrando que a veia é mais grossa (calibre maior), 
apresenta cor mais avermelhada, enquanto a artéria será mais fina e na cor verme-
lho mais claro. Nessa trajetória, analisaremos: 
1. Percurso anatômico dos vasos (artéria
s e veias);
2. Cruzamento arteriovenoso;
3. Cores das artérias e veias;
4. Relação artéria e veia (A/V);
5. Calibre dos vasos. 
A artéria no fundo do olho é mais fina que a veia, co
m isso, devemos 
observá-las; ocorrendo diferença nessa observação, o
u seja, se a artéria se 
apresentar na mesma espessura ou mais grossa que a 
veia, devemos encami-
nhar para um médico para avaliar a probabilidade de 
haver problemas sistê-
micos (hipertensão arterial sistêmica) que possam esta
r afetando o paciente.
Sempre que analisarmos vasos ou compará-los, deve
mos observar o 
mais próximo do cruzamento arteriovenoso do fundo 
de olho.
Anatomicamente os vasos são ligeiramente tortuosos
, porém, depen-
dendo do nível de tortuosidade, o paciente deverá ser 
encaminhado para um 
cardiologista.
Oftalmoscopia de polo posteriorunidade II
40
Figura 2.6 – Alterações do percurso dos vasos
Sinal de Bonnet
Sinal de Gunn
Sinal de Salus
Disponível em: <https://bit.ly/2KWAuef>. Acesso em: 17/06/2019. 
Vamos ao AVA!
Importante ler o artigo que está no AVA sobre retinopatia hipertensiva, 
para associar a patologia e as alterações por ela provocadas. 
Na porção mais periférica do fundo de olho observarem
os os cruzamen-
tos arteriovenosos. Sem alteração, o cruzamento será n
itidamente observado 
sem mudanças no comportamento dos vasos.
Oftalmoscopia de polo posterior unidade II
41
Figura 2.7 – Cruzamento arteriovenoso
Cruzamento 
arteriovenoso
Adaptada de: <https://bit.ly/2N8smtZ>. Acesso em: 17/06/2019. 
Os vasos, além de terem a espessura (calibre) alterada,
 possuem cores 
distintas, como você aprendeu. Ambos têm cor verm
elha, mas a artéria é 
mais clara, e a veia, mais escura.
Outro ponto importante é a relação A/V (artéria/veia). C
omo sabemos, 
a artéria é mais fina, enquanto a veia é mais grossa, p
ortanto, quando esti-
ver analisando essa diferença, será importante, ao ch
egar próximo de um 
cruzamento arteriovenoso, comparar paralelamente a
 artéria em relação à 
veia. Costumo aconselhar o colega a verificar quantas a
rtérias poderiam ser 
postas dentro da veia ao lado. 
Conheça mais:
Veja na tabela a seguir a diferença entre artéria e veia:
Oftalmoscopia de polo posteriorunidade II
42
Tabela 2.1 – Diferenças entre artéria e veia
Fonte: elaborada pelo autor. 
Importante!
Verifique agora a classificação de Keith-Wagner-Baker:
Tabela 2.2 – Classificação de Keith-Wagner-Baker
Adaptado de: Keith-Wagner-Baker
Oftalmoscopia de polo posterior unidade II
43
2.4 Mácula
Diferentemente da papila, a mácula não é demarcada, porém a percebemos 
pela alta concentração de pigmentação. Seu centro terá a fovéola. Perceberemos a 
fovéola, quando a observamos, como um pequeno brilho minúsculo (igual à cabeça 
de um alfinete). A mácula não poderá apresentar manchas, nem próximo da fovéola 
pode haver vasos. 
 
Conheça mais:
Com o diafragma menor, diminui a quantidade de luz, inibindo parcial-
mente a reação pupilar.
Você pode usar o filtro verde para observar a mácula.
Quando for observar a mácula do paciente, oriente-o a olhar para a borda 
superior da luz do seu aparelho no momento em que você estiver olhando 
o fundo de olho.
Ao observar com a mira, peça para o paciente olhar para a luz do aparelho 
até observar a mira (demora alguns segundos). Quando o paciente relatar 
que está vendo a mira, você precisará ajustar (no disco de Reckos) o mais 
nítido a mira no fundo do olho do seu paciente. No momento em que você 
e o seu paciente enxergarem a mira ao mesmo tempo, você verá o brilho 
foveolar – se o paciente não tiver uma pseudofóvea. 
Oftalmoscopia de polo posteriorunidade II
44
Quando enxergamos uma imagem, esta será projetada na fovéola. 
Se isso não ocorrer é porque, provavelmente, há um desvio. Por isso analisa-
remos a fovéola para melhor compreensão da binocularidade do paciente, 
pois o desvio (estrabismo) compromete a binocularidade. 
O estudo da fixação foveolar (GUTIÉRREZ, 2006) permite conhecer 
o estrabismo do paciente. Projetaremos uma imagem (estrela ou mira) 
na retina do paciente, onde veremos essa imagem e o paciente relatará o 
mesmo; dependendo do comportamento foveolar (fixação), definiremos sua 
excentricidade (ROSA et al., 1996). 
Em 1958, foi introduzido um retículo (mira) no oftalmoscópio, para ava-
liação dessa fixação. Quem a introduziu foi a ortóptica na terapia da pleóptica, 
segundo o Dr. Richard Keeler, do The Royal College of Ophthalmology. 
A fóvea (com diâmetro de 5°), que não possui vasos nem células gan-glionares da retina, tem anatomia de um “poço”. Nesse poço ocorre um reflexo bem centralizado, este reflexo (do poço) é conhecido como fovéola (MEIN e HARCOURT, 1986).
Sendo a mácula (difícil definir ár
ea macular, mas está em torno d
e 18°) 
responsável pela visão de melho
r resolução, é a região mais imp
ortante do 
fundo do olho, percebendo em s
eu centro um ponto brilhante com
 o nome de 
fóvea (GUTIÉRREZ, 2006).
Oftalmoscopia de polo posterior unidade II
45
Figura 2.8 – Exemplo de determinação de localização e magnificação da fixação excêntrica
fovea
3∆ OF NASAL EF RIGHT EYE
Adaptada de: CALOROSO e ROUSE (1993, p. 34).
Neste momento é impo
rtante relembrarmos a 
definição anatômica do
 
olho: disco nasal, a mác
ula será temporal, porta
nto olho direito; brilho f
oveo-
lar para o sentido temp
oral, a base será nasal;
 se brilho foveolar estiv
er no 
terceiro risco (da mira)
, precisamos começar a
 contar a partir da bord
a da 
mira, portanto, 3 DP (Di
optria Prismática) de de
svio.
Figura 2.9 – Tipos de miras conforme modelos dos aparelhos
A B C
Fonte: CALOROSO e ROUSE (1993, p. 34).
Oftalmoscopia de polo posteriorunidade II
46
Figura 2.10 – Mira do modelo Riester
D
Adaptada de: <https://bit.ly/2RjEO8t>. Acesso em: 17/06/2019.
Conheça mais:
Caro aluno, para conhecer as possíveis medidas por meio do retículo, 
acesse o material da midiateca. É imprescindível que o leia, pois o texto 
também traz o passo a passo da realização da medida no paciente. 
Figura 2.11 – Medida da excentricidade
fovea
3∆ OF NASAL EF RIGHT EYE
Fonte: CALOROSO e ROUSE (1993, p. 34).
Oftalmoscopia de polo posterior unidade II
47
Tabela 2.3 – Possíveis alterações
Fonte: ADLER (2003); GROSVENOR (2004).
Figura 2.12 – Regiões da retina
1 2
3
4
Disponível em: <https://bit.ly/2RzXqkJ>. Acesso em: 26/06/2019. 
Oftalmoscopia de polo posteriorunidade II
48
Na prática!
Ao observarmos o brilhofoveolar, precisamos saber o tipo (central ou não 
centralizada (excêntrica)), adireção (a pseudofóvea – que será a região da 
retina que substitui o brilho foveolar [nasal, temporal, superior ou infe-
rior]), a magnitude (medir a distância do brilho com a pseudofóvea que 
estará no retículo [medidas em dioptrias prismáticas]) e a sua estabilidade 
(se é estável ou instável). Com isso, saberemos o desvio, a condição da qua-
lidade visual e o prognóstico terapêutico. 
2.4.1 Integralidade da região macular
Precisamos observar na região macular: exsudações, vasos sanguíneos, pig-
mentação e reflexo foveolar. Importante não haver manchas ou vasos sanguíneos. 
Por isso, na observação da mácula, há o uso de filtro verde para distinguir pig-
mentação e vaso (quando houver sangue, ficará mais escuro, e quando for pigmen-
tação, será mais claro). 
Quando observar a região central da mácula, verificar o brilho foveolar (dia-
fragma maior ou menor com luz normal sem filtro). Em uma acuidade visual baixa 
e na observação (com o oftalmoscópio) de ausência do brilho, haverá suspeita de 
patologia (retinopatia serosa central, edema macular ou distrofia macular).
Outra forma de análise da função foveolar é projetar no fundo de olho, 2,5 
cm de distância, a fenda do oftalmoscópio. Pedir para o paciente olhar para a luz 
(fenda) e relatar se observa essa luz de forma contínua (aspecto de fenda) ou se ela 
se divide em duas partes. Ao relatar uma luz contínua, significa que a função foveolar 
está preservada, porém, se relatar duas partes, a função foveolar apresenta compro-
metimento estrutural (retinopatia serosa central, edema macular ou distrofia macu-
lar). Essa manobra tem o nome de teste de Watzke-Allen (perda da continuidade da 
fenda). 
Oftalmoscopia de polo posterior unidade II
49
Ao passar a fenda devagar na região macular, você pode observar mudanças 
da forma da faixa, caracterizando inchaço ou depressão daquela região.
2.5 Tapete retiniano
Esta etapa é uma avaliação geral do fundo de olho. Será muito importante 
avaliar possíveis alterações significativas. Porém, podemos destacar quatro tipos de 
fundo de olho com base em etnias ou características de ordem genética.
Conheça mais:
Para você observar todo o fundo de olho, pode usar qualquer diafragma 
(maior ou menor);
Filtro verde é uma ótima opção porque definirá melhor pigmentação (mais 
claro) e sangue (mais escuro) ao observar todo o fundo do olho. 
Figura 2.13 – Fundo de olho bem pigmentado
Fonte: NOVER (2000).
Oftalmoscopia de polo posteriorunidade II
50
Figura 2.14 – Fundo de olho tigroide ou rarefação do Epitélio Pigmentar da Retina (EPR) 
Fonte: NOVER (2000).
Figura 2.15 – Fundo de olho albino
Fonte: NOVER (2000).
Oftalmoscopia de polo posterior unidade II
51
Figura 2.16 – Fundo de olho asiático
Fonte: NOVER (2000).
De modo geral, precisamos verificar no fundo de olho: manchas, hemorragias, 
depressões ou elevações. Qualquer alteração do fundo de olho significa que será 
importante encaminhar para avaliação médica. 
Aprendemos que:
A avaliação do fundo de olho tem pontos específicos que devem ser 
analisados.
Prováveis alterações podem ser características de cada indivíduo, por-
tanto, alterações não patológicas. 
Os quatro pontos importantes do fundo de olho (papila, vasos, mácula e 
tapete retiniano) devem ser bem analisados para não corrermos o risco de 
passar alguma alteração patológica.
Oftalmoscópio pode nos ajudar inclusive para estrabismos.
Até a próxima unidade! 
Biomicroscópio unidade III
53
3unidade III
3Biomicroscópio
3.1 Apresentação do aparelho
O biomicroscópio deve seu nome ao fato de permitir q
ue o profissional 
observe, com pouco aumento, os tecidos vivos do olh
o. O instrumento con-
siste em um sistema de iluminação, um sistema de ob
servação, um aparato 
mecânico necessário para seu suporte e coordenação
. O aparelho também 
é conhecido como lâmpada de fenda, porém, em algu
mas literaturas, a bio-
microscopia é definida como a ação da observação feit
a com o aparelho cha-
mado Lâmpada de Fenda.
3Comando 
Tabela
Biomicroscópiounidade III
54
O sistema de iluminação consiste em uma incidência luminosa precisa 
e variável, com mecanismo de abertura em fenda e diafragmas de vários 
tamanhos.
O sistema de observação é um microscópio binocular com capacidade 
para amplo aumento. 
Possui filtros: azul de cobalto, verde e difusor (para incidência homogê-
nea de luz sobre o polo anterior do olho). Possui sistema de magnificação de 
7X a 40X. Porém, quanto maior a magnificação, menor será o campo visual. 
 
Figura 3.1 – As partes do aparelho no modelo Haag-Streit
Sistema de 
acomodação 
do paciente
Sistema de 
iluminação
Sistema de 
observação
Sistema de 
focalização
Fonte: elaborada pelo autor. 
Biomicroscópio unidade III
55
Figura 3.2 – As partes do aparelho no modelo Zeiss
Sistema de 
observação
Sistema de 
acomodação 
do paciente
Sistema de 
iluminação
Sistema de 
focalização
Fonte: elaborada pelo autor. 
O aparato mecânico é dividido em sistemas, que, por sua vez, são: iluminação, 
microscópio e focalização. Cada sistema possui as seguintes características:
Tabela 3.1 – Sistema do biomicroscópio 
Fonte: ORÉFICE (1989); MÉIJOME (2005); BERNUY e BRUSI (2014). 
Biomicroscópiounidade III
56
Vamos analisar os sistemas separadamente. 
O primeiro sistema que estudaremos será o de iluminação. A Figura 3.3 des-
taca todo o sistema de forma isolada, a fim de se obter noção clara dele. 
Figura 3.3 – Sistema de iluminação
Fonte: elaborada pelo autor.
As lâmpadas do aparelho podem ser a halógena (possui iluminação mais 
intensa) ou a comum de tungstênio (que aquece mais no decorrer da manobra de 
avaliação, porém com custo menor). Mas com ambas o aparelho funciona bem.
Na parte superior do sistema de iluminação teremos a lâmpada. Os apare-
lhos podem funcionar tanto com lâmpadas halógenas quanto com lâmpadas de 
tungstênio.
Figura 3.4 –  Lâmpada halógena e tungstênio
Disponíveis em: <https://bit.ly/2XFiPhT> e <https://bit.ly/2J4Fvjt>. Acesso em: 02/07/2019. 
Biomicroscópio unidade III
57
Além das lâmpadas, outro importante item no aparelho é o conjunto das lentes 
condensadoras. O diferencial de custo de um aparelho está vinculado diretamente 
à qualidade dessa parte, pois a qualidade das lentes condensadoras estará ligada à 
aberração cromática. 
Figura 3.5 – Lentes condensadoras
Fonte: elaborada pelo autor. 
Para diminuir ou aumentar a abertura, torná-la paralelepípedo ou fenda, os 
diafragmas vertical e horizontal serão decisivos para as diversas manobras. Na Figura 
3.6, veremos o local do sistema de iluminação para modificar essas aberturas. 
Figura 3.6 – Diafragma vertical e horizontal
Diafragma vertical - 
controle de altura da 
fenda
Diafragma horizontal - controle da 
largura da fenda (em alguns aparelhos 
existe largura do diafragma)
Fonte: elaborada pelo autor. 
Biomicroscópiounidade III
58
O controle de altura e l
argura da fenda é feito
 por meio dos dois dia-
fragmas: vertical e horiz
ontal. 
Diafragma vertical dimi
nui no sentido vertical o
 feixe luminoso, produz
 
feixe luminoso cilíndrico
 (lápis luminoso – diâme
tro grande; pincel lumin
oso 
– diâmetro pequeno), a
justa a altura da fenda
 e ainda ajusta o filtro 
azul. 
Porém pode ser mudad
o conforme o modelo d
o aparelho. 
Um item importante no gabinete optométrico é a fluoresceína, que é usada 
com o filtro azul de cobalto do biomicroscópio. Quando precisamos fazer uma adap-
tação de lentes de contato rígida, ou analisar possível lesão na córnea, usamos a 
fluoresceína sódica tópica (Figura 3.7). 
Figura 3.7 – Fluoresceína sódica em tiras ou gotas 
Disponíveis em: <https://bit.ly/2Xn2ChO> e <https://bit.ly/2Npg6Fm>. Acesso em: 02/07/2019. 
A fluoresceína sódica co
m o filtro azul é usada p
elo profissional médico 
e optometrista. Na Tabe
la 3.2 veremos de form
a resumida o uso daflu
ores-
ceína e filtro azul pelas 
duas profissões.
Biomicroscópio unidade III
59
Tabela 3.2 – Filtro azul de cobalto e sua utilidade 
Fonte: ORÉFICE (1989); MÉIJOME (2005); BERNUY e BRUSI (2014). 
A dinâmica que o biomicroscópio nos oferece para uma avaliação bem ampla 
do polo anterior do olho está ligada diretamente à mudança do diafragma (parale-
lepípedo e fenda) e à possibilidade de rotação da fenda, como na Figura 3.8. 
Figura 3.8 – Modificação da fenda 
ROTAÇÃO DA FENDA
Controle de rotação da fenda.
Fonte: elaborada pelo autor. 
A fenda vertical é usada normalmente pelo optometrista. Fenda horizontal e 
oblíqua é usada (pelo médico) com frequência para o estudo da retina na perife-
Biomicroscópiounidade III
60
ria, corpo vítreo, ângulo camerular e polo posterior (com lentes três espelhos de 
Goldmann).
Alguns modelos não têm a haste, e sim uma roda dentada para alterar o diâ-
metro das aberturas. Na Figura 3.9 temos o exemplo de uma haste para essa função 
(modificar o diâmetro da abertura). 
Figura 3.9 – Hastes
Haste
Fonte: elaborada pelo autor.
A modificação da abertura ou fenda, em alguns aparelhos, pode ser medida 
em milímetros. Com a modificação da fenda (Figura 3.8) e da haste (Figura 3.9), a 
finalidade é medir o tamanho vertical, horizontal e inclinado de uma lesão na córnea, 
nevus, diâmetro total da íris (Diâmetro Horizontal Visível da Íris – DHVI), diâmetro 
pupilar (com filtro azul de cobalto), entre outras funções. 
Figura 3.10 – Modificação do tamanho da abertura ou fenda
Ajusta o diâmetro 
do diafragma, fenda 
no sentido vertical 
e o filtro azul de 
cobalto.
Fonte: elaborada pelo autor. 
Biomicroscópio unidade III
61
Na Figura 3.10 observamos a escala das aberturas dos diafragmas na haste – 
ao girar a haste (Figura 3.9), projetaremos a luz em diafragma circular (com diversos 
milímetros de tamanho), assim como projetaremos a luz em diafragma com ajuste 
vertical e o filtro azul de cobalto. 
Figura 3.11 – Localização dos ajustes do biomicroscópio
Ajuste da altura 
e espessura da 
fenda
Sistema 
de filtros
Diafragma 
vertical
Acompanhamento 
da rotação da fenda 
Fonte: elaborada pelo autor. 
O biomicroscópio nos dá a liberdade de diminuir a abertura de forma horizon-
tal (Figura 3.12) e vertical (Figura 3.9).
Figura 3.12 – Ajuste do diafragma horizontal
Diafragma horizontal
Fonte: elaborada pelo autor.
Biomicroscópiounidade III
62
Diminuirá o feixe luminoso no sentido do meridiano horizontal, produzindo 
duas fendas luminosas: paralelepípedo e o corte óptico.
Figura 3.13 – Paralelepípedo e corte óptico (fenda)
Fonte: elaborada pelo autor. 
Na Figura 3.14 vemos quais partes interpretaremos quando projetarmos a 
fenda para observar córnea e cristalinos. A imagem é de uma pupila dilatada, mas 
com a pupila menor conseguiremos observar também.
Figura 3.14 – Partes do olho que observamos com o biomicroscópio
Cápsula 
anterior do 
cristalino
Núcleo do 
cristalino
Córtex 
posterior do 
cristalino
Córnea
A
B
C
D
Adaptada de: <https://bit.ly/2NyUhn5>. Acesso em: 18/06/2019. 
Biomicroscópio unidade III
63
O biomicroscópio possui dois espelhos que ajudam na visualização do polo 
anterior (espelho grande) e fundo de olho (espelho pequeno). O último é o mais uti-
lizado pelo oftalmologista. 
Figura 3.15 – Espelhos grande e pequeno
Grande Pequeno
Fonte: elaborada pelo autor. 
O espelho grande é o mais utilizado para uma avaliação geral do polo anterior 
do olho, porém, para avaliação de fundo de olho que o médico faz com o colírio 
midriático para dilatar a pupila e verificar a retina periférica, o espelho menor é o 
mais utilizado. 
Figura 3.16 – Local do espelho
Espelho
Fonte: elaborada pelo autor. 
Biomicroscópiounidade III
64
Na Tabela 3.3, deixo separada a função dos espelhos.
Tabela 3.3 – Espelhos
Fonte: ORÉFICE (1989); MÉIJOME (2005); BERNUY e BRUSI (2014). 
Outra característica do aparelho são seus filtros. Cada filtro ajudará a manter a 
avaliação do paciente confortável ou a observar possíveis alterações entre a pigmen-
tação e hemorragias.
Figura 3.17 – Sistema de filtros
Sistema de filtros
Fonte: elaborada pelo autor. 
Na Tabela 3.4 há a função de cada filtro no manuseio do aparelho para a inves-
tigação do polo anterior.
Biomicroscópio unidade III
65
Tabela 3.4 – Filtros
Fonte: ORÉFICE (1989); MÉIJOME (2005); BERNUY e BRUSI (2014). 
Uma função não tão utilizada pelo optometrista é a inclinação do sistema de 
iluminação (SI).
Figura 3.18 – Inclinação do sistema de iluminação (SI)
Fonte: elaborada pelo autor. 
A inclinação do sistema de iluminação serve para estudar a região iridocor-
neana, corpo vítreo e retina em sua periferia (usado por médico). A incidência de 
luz será mais espessa e convergente (oblíquo e horizontal) em cada estrutura acima 
(quando focado). 
Biomicroscópiounidade III
66
Os sistemas de iluminação e o de microscopia estão acoplados quando con-
jugados, ou seja, ambos se cruzam em um mesmo plano. Quando desacoplamos, 
separamos os dois sistemas e transformaremos o cruzamento em eixos paralelos.
Figura 3.19 – Desacoplagem (click stop) do SI
Rotação do SI
Fonte: elaborada pelo autor.
Saindo do sistema de iluminação, vamos para o sistema de observação. No 
sistema de observação temos as objetivas, que podem ser alteradas por meio de 
alavanca, mudanças no canhão das objetivas ou dispositivo lateralizado. Com isso, 
muda-se a magnificação do aparelho.
Figura 3.20 – Sistema de microscopia
Objetivas
Canhão das 
oculares
Prisma de 
Porro
Fonte: elaborada pelo autor. 
Biomicroscópio unidade III
67
Figura 3.21 – Local das objetivas Figura 3.22 – Objetivas
Fonte: elaborada pelo autor. Fonte: elaborada pelo autor.
As objetivas na ocular podem ser trocadas para uma ampla observação do 
polo anterior ou, ainda, apesar da troca das objetivas que ajudam na observação do 
polo anterior do olho, com a modificação da alavanca, podem magnificar a imagem 
ainda mais. Na Figura 3.23 há um terceiro tipo de ajuste das objetivas, na região late-
ral do aparelho. 
Figura 3.23 – Mudança das objetivas por meio de sistema lateral do biomicroscópio
Fonte: elaborada pelo autor.
Dispositivo lateralizado para a troca da magnificação.
Biomicroscópiounidade III
68
Figura 3.24 – Sistema de alavanca
Fonte: elaborada pelo autor. 
A mudança da magnificação do biomicroscópio pode s
er realizada ape-
nas na troca da ocular ou por meio da alavanca (ou, a
inda, por ambas com 
um conjugado de alavanca e ocular – com essa comb
inação a magnificação 
será aumentada conforme mostra a Tabela 3.5), ou ape
nas girando na lateral 
a magnificação que for desejada. Isso dependerá do m
odelo.
Alavanca
Tabela 3.5 – Combinação de magnificação – ocular e alavanca
Fonte: ORÉFICE (1989).
Biomicroscópio unidade III
69
O aumento ou a magnificação do aparelho será importante tanto para obser-
vações gerais quanto específicas. O aparelho apresenta três níveis de magnificação:
Tabela 3.6 – Magnificação
Fonte: ORÉFICE (1989); MÉIJOME (2005); BERNUY e BRUSI (2014). 
O terceiro e importante sistema é o de focalização, pois mesmo que você saiba 
os ajustes necessários, se não souber focalizar o polo anterior do paciente, não con-
seguirá ter êxito nas manobras. 
Figura 3.25 –  Sistema de focalização
Trava de base
Cremalheira
Joystick
Base
Fonte: elaborada pelo autor. 
Biomicroscópiounidade III
70
O joystick serve para: a
justar o foco (empurran
do ou puxando o apa-
relho no sentido do pa
ciente), vasculhar a est
rutura (quando deslizam
os o 
aparelho de um lado pa
ra o outro) ou subir e de
scer o aparelho (girando
-o). 
O aparelho possui trava
s. Essas travas, uma vez
 acionadas, imobilizarão
 
o aparelho para não mo
dificar a posição deste e
m relação à estrutura a
nali-
sada. Com o aparelho t
ravado, podemos regist
rar com uma câmera (c
elular 
ou fotográfica) a imagem
 para futuros trabalhos(comportamento das le
sões, 
nevus etc.). 
O sistema de acomodaç
ão do paciente correspo
nde ao posicionamento
 
dele no aparelho. Se o 
paciente se afastar por
 estar incomodado em 
frente 
ao aparelho, você não c
onseguirá ver nitidamen
te.
Figura 3.26 – Sistema de acomodação do paciente
Testeira
Queixeira
Linha de 
ajuste da 
altura
Fonte: elaborada pelo autor. 
É fundamental que, no momento da avaliação, o paciente fique confortável, 
com o queixo na queixeira e a testa na testeira. Ao menor movimento do paciente 
para se afastar da testeira ou da queixeira, a imagem ficará desfocada.
Biomicroscópio unidade III
71
Figura 3.27 –  Ajustes dos ângulos
Ângulo de ajuste 
do sistema de 
microscopia e 
iluminação
Fonte: elaborada pelo autor. 
Na Figura 3.27 o círculo vermelho da imagem indica onde devemos ajustar o 
sistema de iluminação e observação criando um ângulo. Alguns aparelhos não pos-
suem medidas como na figura citada, levando o especialista a realizar um ângulo dos 
sistemas de forma subjetiva. 
Quando você for trabalhar em algum lugar em que outros profissionais se utili-
zem do mesmo biomicroscópio para observar o polo anterior, é importante ajustá-lo 
com o bastão de ajuste de foco.
Figura 3.28 – Bastão de ajuste de foco “Eye pience” ou haste de focalização
Fonte: elaborada pelo autor.
Biomicroscópiounidade III
72
No kit do biomicroscópio há o bastão de ajuste de foco, sua função é ajustar o 
foco na objetiva do aparelho de acordo com o problema refrativo do avaliador.
1. Se você tiver uma dioptria entre +/- 6,00DE, faça o aju
ste sem a sua corre-
ção. Se tiver um astigmatismo até 1,50, faça o Equivalen
te Esférico e ajuste na 
ocular do biomicroscópio; 
2. Segure a ocular e gire para ajustar em +6,00D;
3. Coloque na base do biomicroscópio o bastão de foco;
4. Ligue o aparelho e projete no diafragma maior, no 
bastão de ajuste de 
foco, o diafragma maior;
5. Observe, através da ocular, com o olho direito aberto e 
o esquerdo fechado, 
a projeção do diafragma maior no bastão de ajuste de
 foco;
6. Ajuste na ocular (que você deixou com +6,00D), girand
o no sentido a dimi-
nuir a dioptria até ajustar o foco do diafragma projetad
o no bastão de ajuste 
de foco;
7. Quando ajustar a imagem no olho direito, repita o p
rocesso, fechando o 
olho direito e abrindo o esquerdo;
8. Após ajustar o foco de ambos os olhos, segure as oc
ulares com as duas 
mãos, como se fossem um binóculo, assim, observe n
o bastão de ajuste de 
foco o movimento nas duas oculares até chegar a imag
em única com ambos 
os olhos abertos. 
9. O aparelho está ajustado para observar as estruturas.
Ajuste do biomicroscópio
3.2 Conduta e sistema de iluminação
Você perceberá que muitas manobras no sistema de iluminação têm nomes 
na optometria e na medicina. Pretendo colocar ambos os nomes para você fazer a 
manobra na optometria e, caso converse com um médico, saber de qual manobra 
estará falando.
Biomicroscópio unidade III
73
Vamos analisar o estado anatômico do polo anterior (p
ortanto é muito 
importante fazer uma revisão de anatomia ocular apen
as no polo anterior), 
a patologia (estudar a patologia sabendo o estado ana
tômico normal o aju-
dará neste primeiro momento) e o estado fisiológico.
Importante explicar o exame ao paciente, para que
 ele colabore. 
Oriente-o sobre a necessidade de não se afastar da q
ueixeira nem da tes-
teira. Paciente não usará a sua correção.
Na rotina do atendimento, trabalharemos das estrutu
ras mais ante-
riores para as posteriores, e das estruturas superiore
s para as inferiores, 
rastreando da temporal para a nasal, sempre observa
ndo do geral (macro) 
para o específico (micro), com ajuste da magnificaç
ão da menor para a 
maior, maior abertura de luz para a menor abertura
, enquanto a intensi-
dade de luz será da menor para a maior.
As figuras a seguir mostrarão o mapa de avaliação com a lâmpada de fenda.
Figura 3.29 – Manobras da biomicroscopia – Sistema de iluminação direta
Feixe cilíndrico/ 
lápis luminoso
Difusor
Paralelepípedo
Fenda óptica/ corte 
óptico ou seção óptica
Técnica de Van Herick
Feixe cônico (Haz Conico)/ 
Pincel luminoso
Especular/Reflexão Especular
Tangencial
Sistema de 
iluminação
Difusa
Focal
Direito
Adaptada de: ORÉFICE (2013). 
Biomicroscópiounidade III
74
Figura 3.30 – Manobras de biomicroscopia – Sistema de iluminação indireta
Focal
Difusa
Campo negro
Campo amarelo
Campo branco
Campo vermelho
Sistema de 
iluminação 
indireta
Adaptada de: ORÉFICE (2013).
3.3 Sistema de iluminação direta 
Magnificação – baixa (7
x a 10x);
Ângulo do sistema de i
luminação – 30° a 60°;
Abertura – diafragma m
aior (8x8 mm);
Intensidade da ilumina
ção – baixa;
Observação (macro – g
eral) – polo anterior. 
Na prática!
Todas as manobras da biomicroscopia serão demonstradas nas videoau-
las e feitas em sala de aula com seu professor, é muito importante a leitura 
do livro e do conteúdo do AVA. 
A magnificação corresponde a quanto teremos de aumento na imagem. Apesar 
de a magnificação ser denominada “Baixa”, a imagem aumenta significativamente. 
Ângulo corresponde ao sistema de iluminação em relação ao sistema de observa-
ção. Já intensidade de luz baixa (baixar a iluminação) é o sistema de iluminação cuja 
Biomicroscópio unidade III
75
incidência de luz e cujo ponto de observação estão na mesma localização, ou seja, 
no mesmo plano. 
Sistema direto difuso f
eixe cilíndrico
 9 Medida de 8 x 8 mm
;
 9 Estudo do polo ante
rior. 
Figura 3.31 – Feixe cilíndrico com iluminação de observação 
Sistema de iluminação
 difusa - difusor
 9 Não há margens de
finidas;
 9 Principalmente para
 fotografias. 
Figura 3.32 – Iluminação difusa, maior campo de observação
Biomicroscópiounidade III
76
Sistema de iluminação
 direta difusa 
No sistema de ilumina
ção direta difusa anali
saremos de forma 
macro o polo anterior
, portanto é important
e observar as seguinte
s 
estruturas: 
 9 Pálpebras;
 9 Cílios;
 9 Sobrancelhas;
 9 Glândulas de Meibo
mius;
 9 Menisco Lacrimal;
 9 Conjuntiva (Tarsal, B
ulbar e Fórnice);
 9 Córnea;
 9 Íris; 
 9 Pupila;
 9 Lentes de contato. 
 
Conheça mais:
Importante recordar as aulas de anatomia ocular e patologia do segmento 
anterior. Enquanto a primeira ensinou uma estrutura normal, a segunda 
mostrou alterações. Portanto agora você está aprendendo a vê-los ao vivo! 
Esse primeiro momento da avaliação é para verificar se há alguma alteração a 
ser investigada. É a avaliação geral, a macro, para perceber se anatomicamente está 
dentro de uma normalidade. Assim, com o sistema direto eu iluminarei (sistema de 
iluminação) e observarei a mesma estrutura. Após verificar alguma alteração possí-
vel, mudo a manobra para o sistema de iluminação direta focal. 
No sistema de iluminação direta focal teremos cerca de seis manobras. As duas 
primeiras são o paralelepípedo e a fenda. 
Biomicroscópio unidade III
77
Figura 3.33 – Diferença entre paralelepípedo e fenda 
PARALELEPÍPEDO
A’
A
B
C D
AB
CD C’D’
A’B’
C’
B’
D’
FENDA
Adaptada de: ORÉFICE e BORATTO (1989). 
Tabela 3.7 – Estudo do paralelepípedo e fenda 
Fonte: ORÉFICE (1989).
Sistema de iluminação
 direta focal em paralel
epípedo de Vogt
 9 Magnificação – baix
a (7x a 10x);
 9 Ângulo do sistema d
e iluminação – 30° a 60
°;
 9 Abertura – largura d
e 2 a 3 mm;
 9 Intensidade da ilum
inação – média;
 9 Observação (micro)
 – rico em detalhes. 
Biomicroscópiounidade III
78
Com essa manobra estudaremos a localização especial das lesões da córnea 
(anterior e posterior) e o cristalino. Verifique se há alterações de transparência da 
córnea ou depósitos nas lentes de contato. 
Figura 3.34 – Paralelepípedo
Fonte: ORÉFICE e BORATTO (1989); Disponível em: <https://bit.ly/2KNgkEa>. Acesso em: 28/06/2019. 
Sistema de iluminaçã
o direta focal em fen
da óptica (corte 
óptico ou secção óptica
) 
 9 Magnificação – méd
ia a máxima (16xa 40x)
;
 9 Ângulo do sistema d
e iluminação – 30° a 60
°; 
 9 Abertura – largura d
e 1 mm;
 9 Intensidade da ilum
inação – média e máxim
o;
 9 Observação (micro)
 – lesões em profundida
de e com muito 
detalhe.
Biomicroscópio unidade III
79
Observe e analise a córnea, a câmara anterior e o cristalino. Avalie de forma 
profunda a córnea (corpo estranho, opacidade, espessura, edema e infiltrados) e 
camadas do cristalino.
Figura 3.35 – Observação pela manobra da fenda
Adaptada de: <http://www.isaacramos.com.br/2013/10/26/catarata-2/>. Acesso em: 30/06/2019. 
Reflexo especular
 9 Magnificação – méd
ia a alta (16x a 40x);
 9 Ângulo do sistema d
e iluminação – 45º (esqu
erdo do observador);
 9 Abertura – largura d
e 1 mm;
 9 Intensidade da ilum
inação – 45° (direito do 
observador) máxima;
 9 Observação (micro)
 – padrão do endotélio c
orneano e epitélio do 
cristalino. 
Biomicroscópiounidade III
80
Figura 3.36 – Manobra do reflexo especular
Adaptada de: <https://bit.ly/2YrMgBn>. Acesso em: 28/06/2019.
Na Figura 3.36, na imagem em paralelepípedo, percebemos pontinhos na parte 
posterior do paralelepípedo (no círculo). Padrão normal do endotélio corneano. 
Técnica ou manobra de
 Van Herick 
 9 Magnificação – baix
a (7x a 10x);
 9 Ângulo do sistema d
e iluminação – 60°;
 9 Abertura – fenda de
 1 mm;
 9 Intensidade da ilum
inação – alta;
 9 Observação (micro)
 – analisar se a câmara 
anterior é rasa.
Biomicroscópio unidade III
81
Feixe cônico
 9 Magnificação – méd
ia a alta (16x a 40x);
 9 Ângulo do sistema 
de iluminação – 25° a 6
0° na temporal do pa-
ciente;
 9 Abertura – menor cí
rculo 1 mm;
 9 Intensidade da ilum
inação – máxima;
 9 Observação (micro)
.
No feixe cônico observamos o humor aquoso, que se encontra na câmara ante-
rior, para verificar se há células inflamatórias ou perda da transparência. 
Importante!
Quando assistimos a filmes de terror, percebemos um feixe de luz em um 
ambiente escuro. No feixe de luz costumamos perceber uma espécie de 
fumaça ou uma poeira. Este efeito é chamado Tyndall. Quando olhamos 
para a câmara anterior, projetamos o feixe cônico e vemos uma “poeira” 
na câmara anterior, é um indicativo de células inflamatórias. Sinal clínico 
de possível uveíte. 
Iluminação tangencial 
 9 Magnificação – baix
a a média (7x a 16x);
 9 Ângulo do sistema 
de iluminação – 70° a 9
0° na temporal do pa-
ciente (na borda da íris)
; 
 9 Abertura – menor cí
rculo 1 mm;
 9 Intensidade da ilum
inação – média a máxim
a; 
 9 Observação (micro)
 – tumor na íris, pigment
ação da íris e estudo na
 
iridologia. 
Biomicroscópiounidade III
82
3.4 Sistema de iluminação indireta
O sistema de iluminação indireta é aquele em que iluminamos uma estrutura 
próxima para observarmos possível alteração no ponto não iluminado. 
É um sistema de iluminação cuja incidência de luz e o ponto de observação não 
estão na mesma localização, ou seja, não se encontram no mesmo plano.
Figura 3.37 – Esquema do sistema de iluminação indireta
Focal
Difusa
Campo negro
Campo amarelo
Campo branco
Campo vermelho
Sistema de 
iluminação 
indireta
Fonte: ORÉFICE (1989).
Sistema de iluminação
 indireta focal/Retroilu
minação indireta:
 9 Iluminação incidind
o em uma região próxi
ma ao ponto de observ
a-
ção;
 9 Desacoplado (click-s
top) sistema de observa
ção e iluminação. 
Biomicroscópio unidade III
83
Figura 3.38 – Sistema de iluminação indireta focal
Adaptada de: ORÉFICE e BORATTO (1989).
Sistema de iluminação indireta difusa manterá em paralelo o sistema de obser-
vação e iluminação, portanto não estarão cruzando em um mesmo plano. Vamos 
desacoplar (click-stop) os sistemas para ficarem paralelos.
Sistema de iluminaçã
o indireto difuso ca
mpo negro/dispersão
 
escleral:
 9 Sistemas desacopla
dos (click-stop);
 9 Incidir a luz na regiã
o do limbo temporal. 
Biomicroscópiounidade III
84
Figura 3.39 – Sistema de iluminação indireta tipo campo negro
Adaptada de: ORÉFICE e BORATTO (1989). 
Sistema de iluminação
 indireta difuso campo
 branco:
 9 Toda estrutura à fre
nte do cristalino.
Figura 3.40 – Sistema de iluminação indireta campo branco
Adaptada de: ORÉFICE e BORATTO (1989). 
Biomicroscópio unidade III
85
Sistema de iluminação
 indireta difuso campo
 vermelho/retroilumi-
nação da retina: 
 9 Incidir a luz na pupi
la sem tocar na borda d
a íris, criando um reflex
o 
(geralmente vermelho) 
na pupila;
 9 Se não houver falta 
de transparência, o refl
exo não será vermelho;
 9 Corpo vítreo, cristali
no e íris.
Figura 3.41 – Sistema de iluminação indireta campo vermelho
Adaptada de: ORÉFICE e BORATTO (1989).
Sistema de iluminação
 indireto difuso campo
 amarelo/retroilumina
-
ção da íris: 
 9 Luz incidida na íris. 
Biomicroscópiounidade III
86
Figura 3.42 – Sistema de iluminação indireta campo amarelo
Adaptada de: ORÉFICE e BORATTO (1989).
Além das manobras, podemos utilizar filtros para melhorar a nossa observação.
Iluminação com filtro a
zul de cobalto 
 9 Magnificação – baix
a a alta (7x a 40x);
 9 Ângulo do sistema d
e iluminação – variada;
 9 Abertura – todas as 
aberturas;
 9 Intensidade da ilum
inação – variada;
 9 Observação (micro)
 – fluoresceína, filtro wra
tten#12. Contatologia e
 
lesões da córnea e conj
untiva. 
Iluminação com filtro verde
 9 Magnificação – qualquer;
 9 Ângulo do sistema de iluminação – variada;
 9 Abertura – todas as aberturas;
 9 Intensidade da iluminação – variada;
 9 Observação (micro) - conjuntiva.
Biomicroscópio unidade III
87
Aprendemos que:
Não tenha medo de manusear o biomicroscópio. Ele será útil para avalia-
ção de polo anterior do olho. Aprendemos que o aparelho com pouca mag-
nificação proporcionará magnificação significativa. No momento em que 
percebermos alterações da estrutura do olho, o aparelho oferece ajustes e 
manobras que nos ajudam a analisar cada estrutura de forma específica. 
Com isso, podemos dizer que o biomicroscópio é um grande aliado na ava-
liação da saúde ocular dentro do gabinete optométrico. 
Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocular unidade IV
89
4unidade IV
4Manobras do optometrista para auxiliar 
na avaliação de saúde ocular
4.1 Avaliação de saúde ocular 
Até agora você aprendeu a verificar o
 polo anterior do olho e boa parte do
 
polo posterior. Acredito que tenha p
raticado a oftalmoscopia e a biomicr
osco-
pia. Se você for igual a mim, deve ter
 ficado maravilhado ao ver as estrutu
ras do 
olho com uma magnificação maior, o
u o fundo de olho e suas particularid
ades. 
Nesta unidade, aprenderemos várias
 manobras para reforçar a nossa hip
ótese 
diagnóstica. 
4Comando 
Tabela
Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocularunidade IV
90
4.2 Confrontação de campo
O teste de confrontação de campo é simples e serve para analisar o 
campo visual do paciente. Assim, o campo visual do optometrista deverá ser 
normal, para comparar com o do paciente. Por isso recomendo verificar se 
seu campo visual é considerado normal.
Alterações do campo visual estarão ligadas a muitas doenças. Algumas, 
como glaucoma, retinose pigmentar ou edema de papila, apresentarão 
campo visual menor do que o do optometrista.
Esse teste é muito comum em outras profissões, e cada uma executa 
de forma diferente. Nesta unidade, você aprenderá sobre a manobra com 
base na confrontação de campo da Brien Holden Vision Institute, porém, vale 
ressaltar que existem outras formas de manobra.
Segundo o instituto, as vantagens da avaliação de confrontação de 
campo estão na facilidade, na rapidez e na não utilização de instrumentos. As 
desvantagens incluem o fato de que serão detectados apenas defeitos gros-
seiros; havendo variações no campo visual do avaliador, o monitoramento 
eficiente do campo visual do paciente pode ficar comprometido.
A Brien Holden Vision Institute recomenda cinco procedimentos, nesta 
sequência:
Tabela4.1 – Etapas da confrontação de campo
Fonte: BRIEN HOLDEN VISION INSTITUTE. 
Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocular unidade IV
91
Alguns pontos são importantes:
1. Distância entre o paciente e o avaliador deve ser de, aproximadamente, um 
braço (60 cm);
2. Campo visual do avaliador precisa ser normal;
3. No momento da avaliação, é importante avaliador e paciente se manterem 
na mesma altura; 
4. Paciente ocluirá um olho enquanto o avaliador ocluirá o olho do mesmo 
lado do paciente (paciente ocluirá olho direito, avaliador ocluirá o olho 
esquerdo). 
Vamos aos procedimentos?
a. Paciente, olhando para o nariz do avaliador, deverá dizer se observa o canto 
da boca do avaliador, orelhas, topo da cabeça e sobrancelhas. 
Nesta etapa, é importante que o avaliador observe se o paciente está olhando 
para o seu nariz.
Figura 4.1 – Posição de avaliação
Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocularunidade IV
92
a. Divida (mentalmente) o olho do paciente em quatro quadrantes, conforme 
a figura a seguir, pensando que o cruzamento dessa linha imaginária será 
o centro da pupila do seu paciente. 
b. Começando com a mão fechada, apresentará, em cada quadrante por vez, 
a mão. 
Figura 4.2 – Localização dos quadrantes
Quadrante 1 Quadrante 2
Quadrante 3 Quadrante 4
Figura 4.3 – Posição do teste 
Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocular unidade IV
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a. Fazer da mesma forma que o CD, porém apresentar os dedos simultanea-
mente em dois quadrantes e pedir que o paciente os conte. 
Figura 4.4 – Posição do teste 
a. Apresentar as costas das mãos e perguntar se percebe diferença, uma em 
relação à outra, por exemplo: cor e nitidez. 
Figura 4.5 – Posição de execução do teste 
Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocularunidade IV
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a. Paciente olhará para o olho do examinador, e este, por sua vez, vasculhará 
o campo visual mais periférico do paciente. 
Verifique na Tabela 4.2 os possíveis achados caso ocorram problemas de perda 
de campo visual: 
Tabela 4.2 – Possíveis achados na manobra
Fonte: BRIEN HOLDEN VISION INSTITUTE.
Confrontação de campo é um teste s
imples que ajudará no gabinete opto
-
métrico. Importante manobra para 
mais uma confirmação de hipótese
 diag-
nóstica caso o paciente diga, na an
amnese, que está esbarrando nas c
oisas, 
que há casos de glaucoma na família
, traumas na cabeça etc. Ou quando
 ainda 
é verificada assimetria da escavaçã
o, cabeça de nervo diferente no m
esmo 
paciente quanto ao brilho, ou quan
do se verifica limites da cabeça de 
nervo. 
Em uma medida de tonometria pal
pebral, verificar valor acima de 21 m
mHg. 
Ou seja, mais uma forma para se id
entificar possíveis problemas com a
 visão 
do paciente.
Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocular unidade IV
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Conheça mais:
Estique para frente o braço direito (ou esquerdo), levante o polegar de 
forma que consiga ver a sua unha. Feche um olho (oposto ao braço levan-
tado). Olhe para o centro da unha, você perceberá que o centro da unha 
está nítido, e perceberá que, ao se afastar da unha, estará desfocando. 
A unha estará projetada na mácula, e a nitidez estará na fovéola. Saindo 
da região da unha, será o campo visual. 
4.3 Livro de Amsler
Tem como objetivo ana
lisar apenas a região m
acular em todo o seu 
campo (lembra-se do te
ste em que você estico
u o braço e olhou no ce
ntro 
da unha?). Verifica se h
á algum tipo de alteraç
ão nessa região, pois fi
cará 
evidente no teste. 
Imagine que o paciente
 relate no gabinete que
 a imagem está distor-
cida como nunca havia 
sido, nem com os óculo
s essa distorção melhor
a. Ele 
relata uso de medicam
ento para o coração, p
or exemplo. Fazendo a
 oftal-
moscopia, você verifico
u manchas na mácula,
 sendo que o paciente
 tem 
mais de 40 anos. São fo
rtes indícios de alteraçõ
es na mácula. 
As alterações na glându
la pituitária também po
dem ser observadas no
 
teste do livro de Amsler
.
O equipamento necess
ário, além do teste ou 
livro de Amsler, será o 
oclusor, ambiente bem 
iluminado, correção par
a perto.
O teste de Amsler, ou livro 
de Amsler, surgiu em 1945, 
criado por Marc Amsler, 
oftalmologista suíço.
Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocularunidade IV
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Características do teste: 
1. São sete cartas;
2. De 10 x 10 cm;
3. Usado para detectar pequenas anomalias (1°) no campo central, que não 
poderiam ser detectadas em avaliações normais;
4. Avalia os 20° centrais do campo macular. 
Figura 4.6 – Simulado da projeção da grade de Amsler
Adaptada de: KANSKI (2008, p. 17).
Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocular unidade IV
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Na prática!
Propedêutica
• Paciente sentado de forma confortável; 
• Com correção/armação de prova com refração para perto;
• Segurar a tela do teste de Amsler a 35 cm;
• Teste bem iluminado;
• Ocluir olho de pior visão e começar o teste com o olho de melhor visão;
• Orientá-lo sobre olhar fixamente no ponto central sem desviar-se deste. 
Conhecemos a tabela de Amsler, mas existe um livro com várias grades que 
exploram a região macular com melhor eficiência.
Figura 4.7 – Grade 1 – comum nos testes
Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocularunidade IV
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Figura 4.8 – Grade 2 – linhas diagonais auxiliam na fixação se o paciente possui escotoma central
Figura 4.9 – Grade 3 – quadrantes vermelhos, estimula cones (onda longa). Indicado para escoto-
ma e dessaturação de cores (maculopatias tóxicas, neuropatias ópticas e lesões no quiasma)
Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocular unidade IV
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Figura 4.10 – Grade 4 – pontos aleatórios para a distinção de escotoma e metamorfopsia 
Figura 4.11 – Grade 5 – Detecta metamorfopsias
Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocularunidade IV
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Figura 4.12 – Grade 6 – Linhas centrais próximas e escuras com fundo branco, avaliação 
detalhada na região foveolar
Figura 4.13 – Grade 7 – linhas centrais finas, cada quadrante tem um ângulo de meio grau – 
mais sensível
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Figura 4.14 – Grade 8 – fundo amarelo e linhas azuis, toxidade medicamentosa
Na ausência de problemas, anote
: Amsler ELN (Amsler em Limites
 
Normais), porém, havendo problem
a, anote: Olho, natureza do proble
ma e 
localização na tela. Ou, ainda peça pa
ra o paciente desenhar em uma folha
 com 
a tela de Amsler como está enxergan
do. 
 
4.4 Tonometria de pálpebra 
Além da anamnese, confrontação de ca
mpo e oftalmoscopia, outro 
aliado importante é a tonometria palpeb
ral. 
Na anamnese, é importante saber os s
inais clínicos e antecedentes 
familiares, sendo a incidência maior em
 etnia negra (glaucoma de ângulo 
aberto), ou em casos de câmara rasa (gla
ucoma de ângulo fechado). 
Manobras do optometrista para auxiliar na avaliação de saúde ocularunidade IV
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Teste muito importante é a confrontação 
de campo. Devemos realizá-lo 
a fim de observar se o campo visual está 
normal. 
Na oftalmoscopia (unidade II) aprende
mos sobre sinais clínicos de 
fundo de olho (cabeça de nervo, vasos, m
ácula e tapete da retina). 
Tonômetro palpebral não é considerado u
ma medida padrão (dos tonô-
metros existentes, o de aplanação de G
oldmann é considerado o “padrão 
ouro”). O tonômetro palpebral tem varia
ção de 2 mmHg para mais ou para 
menos em relação ao tonômetro de ap
lanação de Goldmann. O limite da 
Pressão Intraocular (PIO) é de 9 mmHg 
a 21 mmHg. Com a soma de todas 
as informações (anamnese, confrontaçã
o de campo, oftalmoscopia), temos 
a certeza de um encaminhamento mais e
ficiente em suspeitas de glaucoma.
Figura 4.15 – Tonômetro de pálpebra
Disponível em: <https://bit.ly/2MVoFHC>. Acesso em: 18/06/2019.
4.5 Sinais clínicos do ceratocone

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