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FACULDADE DE MEDICINA DE GARANHUNS – FAMEG NATÁLIA FREIRE DA SILVA SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS II – SOI II TICS 1. O que orientar a um paciente candidato a uma tireoidectomia total? Quais os riscos que podem ocorrer nesta cirurgia? A glândula tireoide é um dos maiores órgãos endócrinos e sua inervação deriva dos gânglios simpáticos cervicais superior, médio e inferior. Na presença de nódulos benignos/malignos, existem diferentes tratamentos como monitorização, cirurgia, terapia com iodo radioativo, reposição hormonal, radioterapia e quimioterapia. Além da presença dos nódulos aspectos estruturais, tamanho, localização e outros também são levados em consideração na indicação cirúrgica - tireoidectomia. Os pacientes podem evoluir com alterações de voz/deglutição e apresentar comprometimento da sua qualidade de vida em maior ou menor grau tanto no pré quanto no pós-operatório, seja parcial ou total. Portanto, antes de realizar a tireoidectomia, o paciente precisa ser orientado quanto aos seguintes aspectos: • Evitar qualquer medicação que contenha ácido acetil salicílico por 10 dias antes da cirurgia. • Remédios como AAS, Aspirina, Buferin ou Melhoral, por exemplo, não devem ser tomados. O uso destes remédios aumenta muito o risco de sangramento durante a cirurgia e no pós-operatório. • Jejum de pelo menos 8 horas. • Se não houver nenhum problema, o paciente recebe alta no dia seguinte à cirurgia. Segundo a literatura, as alterações vocais após tireoidectomia estão relacionadas com a manipulação e/ou lesão de nervos laríngeos próximos ou aderentes à glândula tireóidea, podendo causar modificação na sensibilidade laríngea, a qual exerce uma importante função no reflexo de proteção das vias aéreas, e alteração de mobilidade das pregas vocais relacionadas à função esfinctérica, protetora e fonatória. Observa-se também a prevalência de sintomas sensoriais nas vias aéreas superiores, como rouquidão, fadiga vocal, voz grave, dificuldade para falar em voz alta, sensação de corpo estranho na faringe, engasgo, pigarro durante a deglutição e garganta seca. Disfonia e disfagia estão entre as sequelas mais frequentes da tireoidectomia, porém, o diagnóstico dessas condições envolve exames instrumentais que requerem tempo, custo e disponibilidade, o que nem sempre é possível na rotina de alta demanda dos serviços. Além disso, pode ocorrer um acúmulo de sangue no local operado (hematoma), levando à dor e dificuldade de respirar. É uma complicação que pode pôr em risco a vida do paciente, deve ser avaliada imediatamente pelo cirurgião, que pode decidir reoperar em caráter de urgência. Após uma tireoidectomia, pode haver uma diminuição temporária ou definitiva da função das paratireóides, levando à queda dos níveis de cálcio no sangue (hipocalcemia). O paciente pode apresentar sintomas como: formigamentos nas mãos, nos pés, ao redor dos lábios e nas orelhas que podem evoluir para câimbras. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Lillian Fernandes de et al. Sintomas sensoriais em pacientes submetidos à tireoidectomia. In: CoDAS. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2017. CÂNDIDO, Ana Flávia de Sales et al. Sintomas relacionados à voz e deglutição após tireoidectomia total: evidências de uma pesquisa nacional brasileira. Revista CEFAC, v. 23, n. 3, 2021.